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Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 1 → Objetivo: Ter uma noção do atendimento pré-hospitalar, como você faz o atendimento desses pacientes no local do acidente. O objetivo do atendimento pré-hospitalar é aplicar os princípios da avaliação primaria e secundaria. No trauma existem 3 picos de morte: a morte no local do acidente, nas duas primeiras horas; até as 6 primeiras horas; e depois de 3 meses, que são as complicações decorrentes do trauma. Identificar as prioridades do tratamento tanto na avaliação primaria quanto na avaliação secundaria; reanimar o doente, fazer a reanimação e monitorizar, para você fazer o diagnóstico das alterações hemodinâmicas, respiratórias que esse paciente pode estar passando; reconhecer a importância da história do doente na biomecânica do trauma. Isso é importante pois o trauma fechado é a principal causa de morte no trauma. É a principal causa de morte até os 45 anos. Depois só perde pra doenças cardiovasculares e neoplásicas. E saber fazer uma boa avaliação inicial ao trauma, você consegue prever e antecipar aquelas armadilhas, que são aquelas que matam depois das 6 primeiras horas. Esses detalhes são importantes para o treinamento, objetivando você salvar os doentes. Até a década de 70, o avião caiu, basicamente todos morreram, porque houve uma falha no atendimento. Depois padronizaram como esse doente deveria ser resgatado, atendido no local, reanimar as funções vitais, e ele ser transportado até o centro de trauma para ser tratado. → Avaliação primária: Então a avaliação primaria e reanimação das funções vitais são feitas simultaneamente, em um trabalho de equipe, cada um sabe a função que vai exercer no momento do trauma. E tem um fluxograma. O paciente traumatizado, sofre avaliação primaria (ABCDE do trauma), durante a avaliação primaria ele é reanimado as funções fisiológicas vitais, com medidas auxiliares guinadas visando o diagnóstico das lesões graves, a reavaliação depois da avaliação primaria, depois de reavaliado, ele passa a avaliação secundaria, detalhada. A avaliação secundaria vai pegar as lesões que matam depois das 6 primeiras horas, que são as verdadeiras armadilhas, com medidas auxiliares de diagnostico; reavaliação; otimiza o estado do doente e transfere dependendo para um hospital especializado, ou que tenha melhor infraestrutura de equipamento ou de recursos humanos. Então, a avaliação primaria respeita o ABCDE do trauma. O que é função vital para ser avaliada no trauma quando você pega o doente e está lá na ambulância? Primeira coisa é o parâmetro respiratório, depois é o parâmetro hemodinâmico e depois as medidas auxiliares. O A é “air”, é você permeabilizar vias aéreas. Então a primeira coisa que você tem que fazer é permeabilizar a via aérea. E você permeabiliza de várias formas, você pode usar uma sonda de guedel para evitar uma queda da língua; entubando o paciente; pode fazer uma cricotireoidostomia ou uma traqueostomia. Essas são as técnicas para você permeabilizar a via aérea. E concomitante a permeabilizacao da via aérea você sempre faz a proteção da coluna cervical colocando um colar cervical, porque o doente pode ter uma fratura de coluna e durante a permeabilizacao você pode piorar o quadro dele. Depois que você permeabilizou a via aérea você vai fazer o breathing, que é fazer o doente respirar. Se o doente não está respirando você vai promover respiração mecanicamente assistida, ventilando com o ambu, colocando no respirador, que é oferecer respiração mecanicamente assistida e oxigenação adequada. Se o doente está respirando você coloca uma fonte de oxigênio para oxigenar melhor e melhorar o fluxo de oxigênio cerebral. Permeabilizou via aérea, e o doente está respirando por fonte de Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 2 oxigênio satisfatória você vai para a parte que é o C, de circulation, que é coibir sangramento e repor volume. Então, circulação com controle da hemorragia e reposição de volume. Hoje, basicamente você faz a regra de 3: 1 coloide, 1 cristaloide e 1 sangue. Você então permeabilizou via aérea, o doente está respirando, não está sangrando e está com a pressão mantida, você vai avaliar o estado neurológico, que é o D, de disability. É avaliar o quadro neurológico do doente. Se houve um TCE associado ou um traumatismo raquimedular. Para isso você já protegeu a coluna cervical. O estado neurológico é fundamental e nesse ponto tem que ter um discernimento para entender que o doente pode estar também sobre uso de drogas e medicações de modo que você ache que é lesão neurológica, mas na realidade ele está intoxicado com alguma cocaína, ou alguma substancia. E depois que você avalia o estado neurológico, você vai expor o doente, que é o E de exposition, que é para procurar lesões que não chamam tanta atenção pela magnitude. Você despe o doente e faz o exame completo, sempre fazendo a proteção para a hipotermia. Você coloca ele numa manta térmica. As prioridades são as mesmas para todos os doentes! Enquanto uma equipe está permeabilizando via aérea, a outra está montando o respirador, a outra está coibindo o sangramento, a outra está puncionando veia para repor volume, a outra está avaliando o estado neurológico, a outra está despindo para procurar outras lesões associadas. →Considerações especiais: Tem algumas considerações especiais, que é o idoso, o idoso suporta muito menos a hipovolemia. O trauma no idoso então é muito mais grave. Assim como no atleta suporta muita hipovolemia e pode estar num estado bem grave e ele estar acordado falando. Um trauma na criança tem algumas condições que você tem que tomar cuidado, principalmente o trauma torácico, pois as costelas delas são maleáveis. E o trauma na gestante, na possibilidade de lesão no feto. → A: A via aérea a gente tem que sempre levar permeabilidade dela, colocando uma cânula de guedel, evitando queda de língua; fazendo intubação orotraqueal ou nasotraqueal; ou uma cricotireoidostomia com uma traqueostomia, nos casos de trauma de face, é importante pois você não pode fazer uma IOT. Sempre também nessa etapa proteger a coluna cervical com colar cervical para evitar uma eventual concomitância de fratura de coluna cervical. Algumas armadilhas são lesões ocultas da via aérea, lesões de laringe, observar se o doente tem um enfisema subcutâneo, cervical, torácico, fraturas de bifurcação traqueobrônquica num trauma fechado; doentes que progressivamente perdem a via aérea por hematomas cervicais, ou por queda de língua, ou estado neurológico; falha do equipamento, as vezes você tem que ter muito cuidado pois a luz do laringoscópio não está funcionando, o ambu não funciona; ou eventualmente o doente tem alguma anatomia anômala da face que dificulta a intubação, então você tem que saber fazer uma cricotireoidostomia até que esse doente chegue ao hospital. → Respiração: Depois que você permeabilizou via aérea e protegeu a coluna cervical você vai avaliar e assegurar ventilação e oxigenação adequada. Se o doente está respirando você vai conectar uma fonte de oxigênio para ele ficar bem oxigenado, para oxigenar o cérebro. Agora se ele não está respirando você tem que colocar ele numa respiração mecânica, seja ambuzando ou conectando num respirador artificial, seja num microrespirador ou em um mais sofisticado. E os parâmetros que você avalia nesse caso, primeiro é a frequência respiratória, ver se o doente está respirando. O segundo parâmetro é o movimento de inspiração e expiração, os movimentos paradoxais da caixa torácica. A entrada de ar, que é simples de você ver. Você pega uma gaze e desfia, e coloca na frentedo tubo, na hora que o doente inspira, o fiozinho entra para o tubo. E a saturação de oxigênio, esses doentes tem que fazer, Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 3 você faz por oximetro de pulso portátil, e você sabe a saturação de oxigênio desses indivíduos, para saber se a ventilação está adequada e se a oxigenação está adequada também. Alguns problemas nesse atendimento são problemas na via aérea, intubação, ou o tubo ficou cheio de secreção, tubo mal posicionado, tubo seletivo, ventilando só um pulmão, se você empurrou o tubo demais. Se o doente tem um pneumotórax aberto, ou se ele tem um pneumotórax iatrogênico, se foram puncionar a subclávia e fez um pneumotórax associado, ou se ele tem um pneumotórax hipertensivo iatrogênico que você vai ter que descomprimir, colocando jelco ou drenando o tórax que é o tratamento ideal. Então na fase respiratória é isso, é problema ainda da permeabilizacao da via aérea ou então quando o doente tem um pneumotórax, que a ventilação vai ser ineficaz, tem que ser drenado. → Circulação: Depois que você assegurou via aérea e o doente está respirado, seja oxigenando naturalmente pela respiração espontânea ou mecanicamente assistida, a circulação você vai avaliar a perfusão. Está sangrando você vai coibir o sangramento, garroteando o membro, por exemplo. Comprime os pontos de sangramentos principais e vai repor volume. E aí é importante você vê a perfusão orgânica. É você vê se o doente, através das mucosas, se está hipocorado, se não está, a perfusão distal, o enchimento capilar tem mais ou menos de 3 segundos, o nível de consciência, isso num sujeito que não tem TCE associado; vou ver temperatura da pele, se ele está hipotérmico o sinal do fluxo periférico está baixo. Se o enchimento capilar está lentificado, a mesma coisa. E a frequência característica do pulso. Se ele está taquicardico é porque está hipovolêmico. Outra coisa que você pode fazer é passar um cateter vesical, vai desprezar aquela urina inicial e vai monitorizar a saída de urina acima de 30ml/hora no mínimo, abaixo disso é um caso de choque importante. Então são 3 fatores: coibir a hemorragia, fazer compressões distais ou garroteamento; restaurar a volemia repondo sangue, coloide e cristaloide, dependendo da necessidade. E aí a avaliação do doente de acordo com os parâmetros fisiológicos, frequência, aspecto das mucosas, enchimento capilar, diurese, e pressão arterial e frequência cardíaca. Os idosos suportam pouco a hipovolemia e as crianças também. Os atletas suportam muito. E sempre tem a possibilidade desse doente estar intoxicado por álcool e drogas, o que dificulta o parâmetro da função neurológica. → Disfunção, estado neurológico: É a avaliação do estado neurológico, você tem que saber se o doente tem uma lesão neurológica, ou seja, um TCE associado, um traumatismo raquimedular associado, pois um TRM importante leva a uma vasodilatação por bloqueio simpático, e o doente faz uma vasodilatação brutal que faz um choque neurológico. O estado neurológico desses doentes a gente faz a avaliação neurológica basal através da escala de coma de Glasgow. Considera 3 aspectos, que é a resposta ao estimulo verbal, resposta ao estimulo doloroso e o exame neurológico especifico desse doente. E através de uma escala de 0 a 15, você vê o estado neurológico dele, sendo 15 o doente esperto, que responde normalmente, o ideal. E 0 é o doente morto. E a reação pupilar, que você através do estimulo da luz, vê a pupila fazendo uma miose espontânea ao estimulo da luz. Ficar atento a possível piora neurológica, pois muitos pacientes fazem um TCE mas chegam muito bem no hospital, 2 horas depois está afundado no hematoma extradural, subdural, lesão neurológica importante devido a um trauma fechado, lesão axional difusa, etc. Tem que fazer de hora em hora. → Exposição: O doente chegou, você vai despir o doente completamente sempre na procura de lesões associadas e ao mesmo tempo fazendo a prevenção da hipotermia. Nos centros de trauma americano a temperatura em uma sala de trauma fica a quase 43 graus. Ou tem aquelas maquinas de infusão de liquido aquecido. A gente tem sempre que prevenir a Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 4 hipotermia, o ideal é que a sala seja aquecida, a reinfusao do liquido seja aquecido, e esse doente tenha uma manta térmica depois de ter sido avaliado a possíveis lesões concomitantes. Essa avaliação primaria tem como objetivo ao mesmo tempo fazer reanimação das funções vitais. Proteger e manter via aérea pérvia; ventilar e oxigenar o doente; controlar a hemorragia, coibindo focos de hemorragia e repondo a volemia; tratar agressivamente o choque, por reposição volêmica; e proteger a hipotermia desses doentes, pois a hipotermia leva a vasoconstrição, a redução de fluxo cerebral. → Medidas auxiliares: Existem medidas auxiliares para você ter os parâmetros do doente na mão. O exame físico pode lhe dar esses atributos, mas você precisa de exames complementares para te dar parâmetros mais fidedignos. Entre eles, os sinais vitais (pulso, frequência); gasometria artéria; oximetria de pulso; cateter vesical (para você ver a diurese horaria, se o doente tem hematoma de bolsa escrotal é contraindicado); cateter nasogastrico (se não tiver nenhuma contraindicação, que é trauma de base de crânio); o debito urinário você avalia depois de ter passado cateter vesical; ECG você avalia hemodinamicamente os parâmetros da frequência e do ritmo cardíaco. Outro recurso diagnostico é o exame de imagem, qualquer centro de trauma tem um aparelho de raio X na sala de trauma, junto com um tomógrafo. Você faz normalmente raio X de tórax para ver hipotransparencia que possa indicar a presença de hemotórax ou de pneumotórax e avaliação de estabilidade da bacia, de ossos longos. Outros recursos diagnósticos que você faz buscando sangramentos pericárdicos, pleurais e peritoneais é o FAST que é a ultrassonografia rápida, que serve basicamente para você ver se tem liquido na pleura, no pericárdio ou no peritônio. Não é em todo lugar que tem. Se você não tem o FAST ou não tem suspeita de hemoperitonio você pode fazer o LPD, que é o lavado peritoneal diagnostico, que nada mais é do que você colocar um cateter dentro do peritônio, jogar 500ml de soro e depois botar o soro embaixo para refluir e ver se esse soro volta ou não. Depois que você estabilizou o doente você vai considerar a transferência precoce desse doente para outro centro que tenha infraestrutura melhor ou infraestrutura de recursos humanos. Usar o tempo até a transferência para continuar a reanimação; não retardar a transferência por causa de exame. → Avaliação secundária: É para você pegar especificamente aquelas lesões que passam despercebidas, que são importantes pois matam nas 6 primeiras horas. Você vai ver que o doente está estabilizado, mas se ele acordou você faz história e exame físico completo, para você pegar informações que foram despercebidas na avaliação primaria. Quando eu começo? Depois de completar a avaliação primaria, de reavaliar o ABCDE, e depois das funções vitais estarem normalizadas. Quais são os componentes da avaliação secundaria? A avaliação secundaria começa se o doente está acordado, com a historia dele. Para ver como foi o trauma, se ele estava em uso de drogas ou não, se ele tem alguma comorbidade ou não tem. O exame físico da cabeça aos pés procurando lesões associadas e despercebidas. Exame neurológico completo, sempre de repetição. Exames especiais como endoscopia, broncoscopia, ecocardiograma, exames que normalmente você não tem uma avaliação primaria. Esempre reavaliando o doente porque o doente politraumatizado tem que ser reavaliado em sequência. Você tem o AMPLA. Primeiro pergunta se ele é alérgico, depois se ele toma medicamentos normalmente ou previamente, se ele tem alguma doença ou alguma comorbidade, se ele se alimentou previamente, ou o ambiente em que ele estava, o evento que ele estava de consumo Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 5 de drogas, e principalmente o mecanismo de trauma, que os acompanhantes no trauma podem dizer. → Cabeça: Você vai fazer o exame externo, a palpação do couro cabeludo, ver se tem lesões importantes, as vezes penetrações, exame completo dos olhos e dos ouvidos, ver se tem alteração ou assimetria pupilar, dos reflexos neuromotores, se tem otorragia que pode dizer a favor de fratura da base de crânio. Agora algumas armadilhas é que esses doentes estão inconscientes, eles têm edema periorbitario por fratura e por trauma de face, e as vezes tem oclusão por terra e canal auditivo que inviabiliza algum sangramento de ser mostrado. → Maxilofacial: Se tem crepitação óssea que possa dizer a favor de fraturas, se tem deformidades, abaulamentos ou retrações, se tem má oclusão da mandíbula, isso tudo fala a favor de fraturas de face, que podem levar a possíveis obstrução das vias aéreas, dificuldade as vezes de intubação. → Pescoço: É uma região que passa grandes vasos, você tem que avaliar com muito cuidado, principalmente do ponto de vista associado a alguma lesão penetrante. O mecanismo, se foi fechado ou se foi penetrante é uma das funções. Fraturas de laringe e faringe são difíceis de diagnosticar e podem levar rapidamente obstrução da via aérea, se ele tem rouquidão pode dizer a favor de trauma de laringe ou lesão do nervo laríngeo. E alguns achados importantes são hematomas, crepitação por fratura de laringe, estridor e sopro pela passagem de ar nas supostas fraturas laríngeas. Normalmente sinais e sintomas dessas lesões são um pouco tardias e levam a obstrução das vias aéreas progressiva. Nos traumas penetrantes as lesões ocultas são fundamentais. → Tórax: Você vai fazer uma inspeção, ver se tem abaulamentos e retrações da caixa torácica, vai palpar e ver se tem um enfisema subcutâneo, se tem respiração paradoxal, a percussão para ver se tem hipertimpanismo que possa falar a favor de um pneumotórax, ou macicez que possa falar a favor de um hemotórax. Ausculta se o MV está diminuído, que possa estar relacionado a um pneumotórax hipertensivo ou um pneumotórax maciço. E passando pela radiografia que dá o parâmetro de exame de imagem bastante fidedigno ao diagnostico hipotético. → Abdome: Inspeção você observa abaulamentos e retrações na cavidade abdominal, ausculta ver se tem hipertimpanismo ou ausência de peristaltismo intestinal. Palpação e percussão ver um hipertimpanismo que possa falar a favor de dilatação das alças. Na palpação pode ser dor por irritação peritoneal pela presença de sangue. A reavaliação, pois, as vezes o sangramento é muito abundante e pode aumentar o abdome em tabua, que é um abdome reativo a presença de sangue intra-abdominal. Ou hipertimpanismo pela ruptura de alça, com um pneumoperitoneo associado. E exames especiais, o FAST e o lavado peritoneal, e as vezes até uma punção peritoneal. As armadilhas são as lesões de víscera oca que dão menos sintomas de início, o sangue irrita mais o peritônio do que o ar. E as lesões retro-peritoneais que são muito mais difíceis de diagnosticar, tanto as lesões de víscera oca ou de hematomas retro-peritoneais por fraturas de coluna e bacia que levam a sangramentos profusos e de difícil diagnostico no exame físico. → Períneo – reto e vagina: Tem sempre que ser avaliado, dão sinais e sintomas importantes. No períneo avaliar contusões, presença de lacerações, sangramento uretral que possa suscitar lesão da uretra posterior e ruptura da uretra. De reto olhar o tônus do esfíncter que pode falar a favor de uma lesão neurológica medular importante, ausência de tônus da musculatura circular do reto; a próstata elevada que possa suscitar fraturas de bacia importante; fraturas pélvicas; integridade da parede do reto, se tem sangue na ampola retal ao Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 6 toque retal. E na vagina a mesma coisa, sangue e lacerações que podem suscitar lesões importantes uterinas. Então, no exame físico dessa região perineal é importante para avaliar lesões importantes que passaram despercebidas. → Pelve: Palpação das duas cristas ilíacas mostrando instabilidade da bacia, dor a palpação. Fratura pela sínfise púbica bilateral. Assimetria nos tamanhos das pernas, se você tem fratura de colo de fêmur a perna faz rotação externa e encolhe. Instabilidade da bacia que você faz fazendo movimentos anteroposteriores das cristas ilíacas. E a radiografia que vai realmente mostrar. Não pode ficar manipulando tanto porque você pode levar a um sangramento importante. E muito cuidado para subestimar, pois as fraturas de bacia sangram muito e o paciente pode chocar. → Extremidades: São aquelas que as vezes chamam muito atenção pela magnitude, pelo aspecto de olhar, mas não levam muito risco de morte. Contusão, deformidade, dor, avaliar a perfusão, ele pode ter uma fratura com lesão arterial. Ou uma lesão com hematoma levando a síndrome compartimental, sendo necessária uma fasciotomia de urgência, que é você abrir a aponeurose para descomprimir e a perfusão continuar. Perfusão vascular periférica, ou lesão ou perfusão. E as radiografias vão indicar o exame físico. Se for uma fratura grande, um esmagamento, e o pé estiver branco, pálido, e o pulso distal frio você já presume que é uma lesão vascular ou uma síndrome compartimental. → Músculo esquelético: Perda potencial de sangue, você tem que sempre avaliar. Fraturas não diagnosticadas. Lesão de partes moles. Síndrome compartimental, qualquer fratura ou esmagamento, edema muscular, compressão, a pele está ali, não deixa expandir, tudo que está passando nos vasos vai comprimir. → Exame neurológico: É visando a parte cerebral. Você faz a escala de coma de Glasgow. Tamanho e reação das pupilas. Sinais de laterizacao a dor, você faz o sinal e o doente descerebra de um lado, é sinal de lesão neurológica contralateral. Reavaliar frequentemente o estado neurológico e prevenir a lesão neurológica secundaria, principalmente pelo edema cerebral e nos traumas fechados importantes. Avaliação da coluna e do cérebro. A coluna tem que ser avaliada inteiramente, as vezes o raio X, se tem dor, se tem edema, exame motor completo, sensitivo completo, os testes de babinski, que possam mostrar descerebracao, e normalmente você tomógrafa ele. As alterações sensórias, as vezes o doente dificulta, porque não só por uma lesão cerebral, ou então por intoxicação por álcool e drogas. É o tipo de doente que você tem que fazer uma evolução progressiva, porque o estado neurológico dele pode se deteriorar rapidamente por uma lesão por edema cerebral, um sangramento subdural crônico progressivo. E nesse caso de coluna o ortopedista também manipula. Você tem que mobilizar o doente em prancha reta de modo que ele não movimente e não gere uma lesão medular. Os cuidados no transporte são fundamentais para o doente não fazer uma secção medular. As armadilhas são doentes que não estão imobilizados completamente. E a piora neurológica tem que estar sempre muito monitorizada através de exame neurológico complementar. Os exames especiais, depois que você fez a avaliação secundaria, tem algumas medidas auxiliares que são as técnicas especiais. Dentre elas, o melhoré a TC. Como minimizar a ocorrência das lesões despercebidas? Lesões despercebidas é aquela que mata depois das 6 primeiras horas. Além de você sempre ter um alto índice de suspeição, você faz a monitorização, a reavaliação frequente desse doente. → Transferência: Que doentes devem ser transferidos para o hospital de maiores recursos? Aqueles cujas lesões exceda os recursos da instituição. Quais são eles? Lesões complexas ou Daniele Longo ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO 7 multisistemicas, ou doentes com bastante comorbidades associadas que precisem de UTI. Doentes em que a infraestrutura hospitalar é mais complexa para dar subsidio para o tratamento ou um local onde tem um especialista que não tem no local de atendimento primário. Quando transferir? Logo que possível, depois que ele estabilizar e tiver suas funções vitais estabilizadas. Isso quer dizer que: via aérea e controle da ventilação bastante efetivos, e o doente não está mais chocado por hemorragia.
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