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Nuclear Waltz

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2.3 – Armas Nucleares
	As armas nucleares são classificadas como dispositivos explosivos que derivam sua força de reações de fissão e fusão nuclear, ou de uma combinação destas (BARNABY, 2004). Como bem visto ao longo deste trabalho, as armas nucleares são consideradas armas de destruição em massa, e seu uso e controle acabou se tornando um dos principais focos das agendas de política internacional desde julho de 1945, data que marcou o início da Era Nuclear[1: Processo onde há a quebra do núcleo de um átomo instável em dois átomos menores pelo bombardeamento de partículas como nêutrons. No caso das bombas nucleares, há a desintegração do urânio e do plutônio através desse bombardeamento. ][2: Processo no qual dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam um núcleo de número atômico maior. No caso das bombas nucleares, há a combinação de elementos leves de hélio e hidrogênio.][3: Em 16 de julho de 1945, aconteceu o primeiro teste nuclear da história, conhecido como Experiência Trinity, conduzido pelos EUA.]
	Em tese, existem cinco principais tipos diferentes de dispositivos nucleares que mais comumente são chamados de bombas atômicas. São elas: bomba de fissão nuclear (Bomba-A), bomba de fusão nuclear (também conhecida como Bomba-H, Bomba de Hidrogênio ou Bomba Termonuclear), bomba suja (Bomba Radioativa), bomba de nêutrons e as armas nucleares de uso tático (THE MILITARY BALANCE, 2007-2016).[4: As bombas radioativas são dispositivos explosivos não nucleares que dispersam o material radioativo armazenado em seu interior. ]
2.3.1 – Armas Nucleares de uso Tático
	Os armamentos nucleares de uso tático são dispositivos de pequeno poder explosivo (0,5 a 5 ktz), com objetivo de atacar alvos específicos como tropas, agrupamentos de blindados, bases militares, belonaves e porta-aviões. Geralmente, o uso tático desse armamento é bastante específico, utilizando apenas uma das formas de energia utilizadas pela bomba. Porém, apesar do baixo poder explosivo, as armas nucleares táticas liberam uma grande quantidade de material radioativo, dificultando assim seu amplo emprego e sua utilização em larga escala por vetores de lançamento balístico (sejam eles ar-ar/mar/terra; mar-mar/terra/ar e terra-terra/mar/ar) (MAIOLO; MAHNKEN, 2008).
	O uso destas armas é destinado principalmente para uso no emprego contra as forças armadas do adversário, sendo componente salutar nas operações aéreas conhecidas como decapitação. A importância desta função se dá exatamente pela proximidade entre força-alvo e forças de ataque, evitando o uso de uma arma de grande poder destrutivo (VALLE, 2015). Podem também ser empregadas como ogivas de bomba de profundidade nuclear, para uso antissubmarino (MOURA, 2014).
	Atualmente as armas nucleares táticas vem sendo substituídas gradativamente por outras armas convencionais que produzem pulso eletromagnético ou grandes quantidades de calor e pressão. As bombas de pulso eletromagnético produzem ondas eletromagnéticas capazes de danificar equipamentos eletrônicos tanto de computação como de comunicação. Já quando há um objetivo claramente destrutivo, podem ser substituídas pelas bombas termobáricas, que tem poder de destruição equivalente a 1 ktz (WOOLF, 2017).
	
2.3.2 – Uma breve Perspectiva Teórica das Armas Nucleares
A proliferação e a eminência do uso do armamento nuclear é uma variável que exerce grande impacto no Sistema Internacional pela sua natureza. Kenneth Waltz foi um teórico das RI que mais contribuiu com uma abordagem teórica sistêmica sobre proliferação e dissuasão das armas nucleares. O principal objetivo de Waltz era então, estudar o tipo de armamento que se encontrava disponível dada a estrutura do sistema como fatores relevantes na análise de relações internacionais (REIS, 2013; WALTZ, 2012).
	Waltz é bastante sucinto quanto ao papel das armas nucleares para as relações internacionais, e foca sua análise em mostrar as implicâncias das armas nucleares nas dinâmicas de equilíbrio de poder no sistema internacional. Waltz observa que desde a segunda grande guerra, não se pôde observar nenhum outro conflito em escala mundial,e para Waltz isso se deu exatamente pelo fato de as grandes potências possuírem arsenais nucleares. Desta forma, a atitude racional dos estados é a perceber que um confronto direto e em larga escala entre grandes potências seria um suicídio mútuo (WALTZ, 1995).
	Porém Waltz faz grande oposição quanto à utilização do termo “proliferação nuclear”, optando sempre por usar o termo “disseminação” (do inglês: spread), pois para ele a tecnologia militar nuclear não se difundiu uma dinâmica de contágio exponencial e rápido, fora de controle; mas sim, espalhou-se lentamente (REIS, 2013; WALTZ, 1995).
	Como podemos observar, desde 1945 até hoje, existem apenas 9 potências nucleares, e de acordo com as premissas de Waltz, isso dá pois as potência além de ciosas, são também muito controladoras do grande poderio que lhes é dado pela posse de armas nucleares (REIS, 2013). Este egoísmo estatal é totalmente sensato, tendo em vista que os estado devem de fato, preservar e manter seu poder, sobretudo no campo militar. Aliás, desde Max Weber, o monopólio legítimo do uso da violência é ônus do estado. Sendo assim, é normal que o estado queira garantir esse monopólio na mesma medida em que se torna inviável a prática de terrorismo nuclear por parte do estado. 
	Tendo o sistema internacional como elemento determinante do comportamento dos estados, num cenário onde reina a premissa da autoajuda, semelhante ao jogo de soma zero, onde se ganha ou se perde, as armas nucleares surgem então como um elemento de redução da incerteza do dilema de segurança, se tornando assim um fator pacificador no cenário internacional. Porém, de acordo com Waltz, dadas as características específicas das armas nucleares, estas devem exercer essencialmente uma função de dissuasão. Ou seja, seria irracional da parte dos estados usar pensar nas armas nucleares com uma função ofensiva (WALTZ, 2005; 2012).
Referências
BARNABY, Frank. How to Build a Nuclear Bomb: and other weapons of mass destruction. New York: Nation Books, 2004.
MAIOLO; MAHNKEN. Strategic Studies: a reader. New York/London: Routledge, 2008.
REIS, Bruno Cardoso. Waltz e a (não) Proliferação – mais armas nucleares, mais paz? O Irão nuclear à luz do realismo estrutural. In: O Legado de Kenneth Waltz: 1924-2013. Portugal, 2013.
SAGAN, Scott; WALTZ, Kenneth. The Spread of Nuclear Weapons: a debate. Nova York: WW Norton, 1995.
WALTZ, Kenneth. Why Iran Should Get the Bom. In: Foreign Affairs. Vol. 91, n. 4, 2012.
WOOLF, Amy. Nonstrategic Nuclear Weapons. Washington D.C.: Congressional Research Service, 2017.

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