Buscar

trabalho de responsabilidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
 Esse trabalho tem como objetivo conceituar, classificar e apresentar jurisprudências sobre o bullying. O Bullying constitui-se em um ato intencional e repetitivo de violência física ou psicológica com o objetivo de intimidar, agredir, humilhar ou discriminar alguém e que gera uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes. Geralmente o bullying ocorre sem motivação evidente e pode ser praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas.
 Ocorre também na internet. É o chamado cyberbullying, quando se usam os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. A lei estabelece a seguinte classificação conforme as ações praticadas:
verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
social: ignorar, isolar e excluir;
psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;
físico: socar, chutar, bater;
material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
 
 
2. QUEM SÃO OS SUJEITOS DO BULLYING
 Na prática do bullying, existe a necessidade de três agentes presentes, o agressor, agente ativo a vítima agente passivo e os espectadores, coparticipe, cabendo há situações onde o sujeito é ao mesmo tempo vítima e agressor e ou espectador e vítima.
 2.1 VÍTIMAS
 É o sujeito do grupo que possui pouca habilidade social (tem poucos amigos, é quieto e não reage efetivamente ao ataque sofrido), o sujeito que apresenta fragilidade física, o sujeito que tem dificuldade de se impor perante o grupo, o sujeito que não tem habilidade esportiva, ou ainda o sujeito que não se enquadra dentro do padrão esperado pelo grupo (ou por se vestir de maneira diferente, ou por ser gordo, ou por usar óculos com lente grossa, por sofrer de gagueira, por ter sotaque diferente). Em regra são pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo.
 Quando o bullying não é tratado, a criança quando se torna adulta pode vir a ser alguém de pouca sociabilidade, insegura e com pensamentos típicos de depressão, como a ideia de suicídio.
 Destacamos, que a descrição da vítima em potencial feita no parágrafo acima, não se aplica quando o educador é vítima do bullying, que passa a ser vítima do bullying quando não possuem habilidade para lidar com os discentes, não usando corretamente a autoridade que lhe é atribuída e esperada ou quando se deparam com jovens transgressores por natureza, ou nas palavras de Ana Beatriz Barbosa Silva “de jovens que tem a transgressão pessoal e social como base estrutural de sua personalidade”. 
 As conseqüências do bullying Para Fante (2005), as conseqüências para as vítimas do bullying são graves e abrangentes, causando a falta de interesse pela escola, onde o aluno encontra dificuldades de aprendizagem, rendimento escolar abaixo da média, e até mesmo a evasão escolar. Emocionalmente, este aluno vítima do bullying apresenta ainda baixa resistência imunológica, baixa auto-estima, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e até mesmo o suicídio.A não superação dos traumas, de acordo com Fante (2005, pg. 79) Gera sentimentos negativos e pensamentos de vingança, baixa autoestima, dificuldades de aprendizagem, queda do rendimento escolar (...), (...) pode se transformar em um adulto com dificuldade de relacionamentos e com outros graves problemas. 
2.2 AGRESSOR
 Em regra é o sujeito que tem necessidade de aparecer, de liderar e utilização a força física ou o assédio psicológico para se impor como líderes. Comumente não tem uma boa estrutura familiar, onde há tolerância e às vezes até estimulo para a prática de comportamento agressivo como forma de solução de conflitos.
 Nesse ponto, oportuno destacar que o quando o bullying é praticado no ambiente virtual (ciberbullying), o agressor não se enquadra necessariamente no perfil descrito no parágrafo anterior, pois citando Beatriz Santomauro “para agredir de forma virtual, não é necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, no pátio da escola ou na classe. Basta ter acesso a um celular ou à internet.”.
 A conseqüência nos agressores se dá pelo o distanciamento e a falta de interesse ao conteúdo ensinado, projetando na violência uma forma de popularidade e demonstração de poder, em alguns casos essa violência habilita o agressor para futuras condutas violentas na vida adulta.
2.3 ESPECTADOR
 É o sujeito que assiste a dinâmica da violência, optando pela omissão, sem interferir, sem participar, mas também sem auxiliar a vítima, convivendo com a situação muitas vezes por medo de serem a próxima vítima.
 Por seu turno, a vítima-agressor, é aquele que sofre o bullying e pelo fato de ser vítima, elege outra pessoa, em regra alguém menor, para agredir, fazendo com que o bullying se propague ainda mais.
 As consequências para os espectadores, que são a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional.
2.3 A Lei 13.185 DO BULLYING NO BRASIL
Nela, ficam estabelecidos os seguintes critérios para combater deste tipo de comportamento perante os alunos nas instituições escolares. A Lei de nº 13.185 foi instituída no dia 6 de novembro de 2015, possui 8 (oito) artigos no total e entrou em vigor 90 dias após a publicação, dia 7 de fevereiro de 2016.
A referida lei tem como propósito desencorajar atos de violência no âmbito escolar, instituindo, por meio desta, o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, mais conhecido como bullying.
Art. 1o Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o território nacional.
§ 1o No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
§ 2o O Programa instituído no caput poderá fundamentar as ações do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como de outros órgãos, aos quais a matéria diz respeito.
Art. 2o Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:
I - ataques físicos;
II - insultos pessoais;
III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;
IV - ameaças por quaisquer meios;
V - grafites depreciativos;
VI - expressões preconceituosas;
VII - isolamento social consciente e premeditado;
VIII - pilhérias.
Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.
Art. 3o A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme as ações praticadas, como:
I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
IV - social: ignorar, isolar e excluir;
V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;
VI - físico: socar, chutar, bater;
VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social.
Art. 4o Constituem objetivos do Programa referido no caputdo art. 1o:
I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática (bullying) em toda a sociedade;
II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;
III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação;
IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores;
V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores;
VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo;
VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua;
VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil;
IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática (bullying), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.
Art. 5o É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying).
Art. 6o Serão produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de intimidação sistemática (bullying) nos Estados e Municípios para planejamento das ações.
Art. 7o Os entes federados poderão firmar convênios e estabelecer parcerias para a implementação e a correta execução dos objetivos e diretrizes do Programa instituído por esta Lei.
Art. 8o Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias da data de sua publicação oficial.
 
3. RESPONSABILIDADE INDENIZATÓRIA DA PRÁTICA DO BULLYING
 O bullying é algo que está muito mais presente no nosso cotidiano do que se pode imaginar, para melhor defini-lo e compreendê-lo, utilizaremos o conceito defendido pela autora Ana Beatriz(2010), “[...] bullying corresponde a um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender [...]”. (SILVA, 2010.p.21).
 Existem algumas diferenças notáveis sobre o posicionamento de alguns autores em relação ao tema. Para alguns o bullying só ocorre se for entre os estudantes, para outros o bullying ocorre com qualquer um que faça parte do ambiente escolar, independentemente de ser estudante ou não. Para Silva(2010), para que a violência seja considerada bullying é necessário que haja repetição do ato de violência “[...] caracterizando-se como ato repetitivo os ataques desferidos contra a mesma vítima, pelo menos duas ou mais vezes ao longo de um mesmo ano letivo[..]”. (SILVA, 2010.p.51).
 Vale destacar que bullying é um problema mundialmente conhecido é que necessita de muita atenção da sociedade, pois muitas pessoas ainda encaram esse tipo de violência como algo normal ou até mesmo com uma brincadeira. O pior parte são as consequências que esse tipo de violência deixa na vida das vítimas, muitas delas carregam consigo o trauma sofrido para o resto de suas vida. Vaz (2010), define em detalhes os prejuízos causado pelo bullying:
Não existe sucesso ou qualquer outra realização material ou profissional que apague o sofrimento vivenciado por uma criança ou um adolescente afetado pela violência do bullying. Todos carregam consigo a cicatriz dessa triste experiência, e a marca tende a ser mais intensa quanto mais cedo ela ocorre (infância) e por quanto mais tempo ela persiste.(VAZ,2010.p.4).
 O bullying se encontra muito presente no ambiente escolar, por isso logo que identificado pela instituição de ensino ou denunciado pela vítima, devem ser tomadas medidas para pôr fim a esse tipo de violência. Porém, nem sempre a instituição de ensino tomam as medidas necessárias neste casos.
[...]porém em muitos casos, apesar do alerta da vítima ou de seus familiares (geralmente quando a vítima é pessoa menor), a instituição de ensino, não toma nenhuma medida, optando por não enxergar o problema [...] Outras vezes quando a escola tem conhecimento do fato, algumas medidas são tomadas, mas nem por isso a prática do bullying extingue-se, o que leve muitas vezes que a vítima seja obrigada a se afastar[...]. (VAZ,2010. p.4)
 
 Diantes de casos como esses, quando a instituição de ensino é omissa e se comprova um dano, a mesma deve será responsabilizada de forma objetiva, tendo em vista que o aluno é matriculado na instituição e estava na suas dependências, cabendo a mesma a responsabilidade de zelar pelo seu bem estar, independentemente de quem provocou o dano.
 Quem praticou o bullying também poderá ser responsabilizado por ele, caso seja o desejo da vítima, o mesmo poderá ser processado e responderá pelos seus atos. Com isso, pode-se concluir que cabe à vítima escolher quem será responsabilizado pelo dano, se os dois responsáveis, a instituição de ensino e o autor do bullying ou só uma dessas partes. 
 Quando o bullying é praticado, ele fere vários dispositivos legais, como os artigos 5 e 272 da Constituição Federal, os artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro.. Nos casos com presença de crianças, apoia-se nos artigos 5,15 e 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 Art. 5º, X, CF - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 Art. 227 da Constituição Federal do Brasil: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 Art. 186 do CCB. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927 do CCB. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Art. 5º do ECA - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
 Art. 15 ECA. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Instituição e nas leis.
 Art. 17 ECA. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
3.1 RESPONSABILIDADE - BULLYING PRATICADO POR PESSOA CAPAZ INCAPAZ 
 Respeitando o que diz o Código Civil, os menores de dezesseis anos são considerados absolutamente incapazes, já os maiores de dezesseis e menores de dezoito são relativamente incapazes.
 
Desta forma quando o agressor da prática do bullying for pessoa incapaz esse não poderá responder diretamente pela reparação do dano que causar, podendo a responsabilidade ser atribuída ao estabelecimento de ensino ou ao responsável pelo menor. (VAZ ,2010.p.6). 
 
3.2 RESPONSABILIDADE - BULLYING PRATICADO POR PESSOACAPAZ
 
 A parte tem total responsabilidade pelos seus atos, e deve responder por eles. “Quando o bullying acontece em estabelecimento de ensino superior, tanto a vítima como o agressor em 99% dos casos já são pessoas capazes e tem plenas condições de responderem pelos seus atos e consequentemente o agressor responderá pelos danos causados à vítima”. (VAZ, 2010, p.8).
4. CONCLUSÃO
Portanto, fica claro que o bullying é uma violência física ou psicológica, que não deve ser tratado como simples desentendimento entre alunos, visando lembrar que nos casos onde a escola se mostra omissa ao problema relato, essa irá responder por sua responsabilidade objetiva, já que existe uma relação de consumo, bastando apenas a comprovação do nexo causal e do dano, e em casos excepcionais os pais podem também responder pela responsabilidade objetiva do menor.
5. JURISPRUDÊNCIA
Processo nº 0146846-97.2013.8.20.0001
Cidade: Natal-RN
 
ESCOLA EM NATAL É CONDENADA APÓS ALUNO SOFRER BULLYING
 
 Estudante menor de idade, foi indenizado a título de danos morais, pelo o centro de Educação Integrada Mais Ltda , mais conhecido como o CEI Mirassol , com o valor de 10 mil reais, acrescidos de juros e correção monetária, após o rapaz ter sido vítima de bullying praticado por colegas de sala sem as devidas providências tomada pela a instituição de ensino.
 A sentença judicial é da juíza Martha Danyelle Santanna Costa Barbosa, da 15ª Vara Cível de Natal. O estudante moveu Ação de Indenização por Danos Morais, através de sua mãe, contra o CEI Mirassol, informando que se matriculou naquele Instituição de ensino, após submeter-se a um rigoroso exame admissional. Ele alegou que foi recepcionado com rejeição pela turma, sendo alvo de continuadas injúrias, na forma de bullying, que entende decorrer de sua aparência “robusta” e por ser afrodescendente.
 
Número Registro: 2011/0292211-0 	
PROCESSO ELETRÔNICO: AgRg no AREsp 124.562/RJ
Julgado: 19/03/2015
 
Relator
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
 
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE: SOCIEDADE DE ENSINO E BENEFICIÊNCIA COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE
ADVOGADO: DANILO SARAMAGO SAHIONE DE ARAÚJO E OUTROS(S)
REPRE.POR: E B A E OUTRO
ADVOGADO: RODRIGO TAVARES DE SALLES E OUTROS(S)
 
 Na jurisprudência citada mostra-se a relação de consumo e a responsabilidade objetiva da ré, como prestadora de serviços educacionais, bastando a simples comprovação do nexo causal e do dano.
 No caso, foi verificado nos autos e comprovado a violência sofrida pela Autora, menor, contando com apenas 7 (sete) anos de idade na data dos acontecimentos. Foi comprovado também que várias reclamações foram formulados não só pelos pais da menor, como por pais de outros alunos que também eram vítimas das agressões, mas a Ré foi omissa na resolução do problema.
 Os fatos relatados e provados fogem da normalidade e não podem ser tratados como simples desentendimento entre alunos, em decorrência dos acontecimentos a primeira Autora sofreu traumas psicológicos e necessitou de tratamentos com psicoterapeuta e medicamento, inclusive medicamentos “controlados”, sendo esse o nexo causal que pretende a Apelante não ver reconhecido.
 Ademais, cumpre ressaltar que a jurisprudência desta Corte citada, adotou o posicionamento de que os estabelecimentos de ensino devem garantir a segurança de seus alunos no período em que estiverem sob sua guarda, respondendo, em casos de falhas, pelos danos ocorridos.
 Nas razões do recurso especial, fundamentado no art. 105, III, “a” e “c”, da CF, a recorrente apontou ofensa aos arts. 3º e 6º do antigo CPC e 944 do CC/2002. Sustentou, em síntese, ilegitimidade ativa dos pais da criança, presença de causa excludente de responsabilidade, inexistência do dano moral e exorbitância da indenização fixada em (R$ 15.000,00 e R$ 10.000,00 – quinze mil reais para a criança e dez mil reais para os pais, respectivamente).
 Por fim, a Corte origem manteve a indenização fixada em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para a criança e R$ 10.000,00 (dez mil reais) para os pais, quantias que não se distanciam dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. O Tribunal conclui com base nos elementos de prova dos autos a legitimidade ativa dos pais da criança, já que sofreram com a violência gratuita praticada contra sua filha, pela negligência da escola em tomar as providências necessárias para evitar as agressões e pela configuração do dano moral.
 O mesmo entendimento deve ser aplicado em relação ao valor da indenização fixada por dano moral, visto que o quantum não se mostra exorbitante, diante do exposto foi negado o agravo regimental interposto pela recorrente.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 COSTANTINI, Alessandro. Bullying, como combatê-lo? : prevenir e enfrentar a violência entre jovens. Tradução Eugenio Vinci de Morais. São Paulo:Itália Nova Editora, 2004.
FANTE, Cléo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2.ed. rev. ampl. Campinas, São Paulo: Verus Editora, 2005.
LOPES NETO, Aramis A. Bullying – comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, vol.81, nº5. Porto Alegre, Nov.2005,p.S164-S172. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf. Acesso em 31 de março de 2012.
MELO, Josevaldo Araújo de. Bullying na escola: como identificá-lo, comoprevini-lo, como combatê-lo; Recife: EDUPE, 2010. 128p.
SILVA, Ana Beatriz B. Bullying: mentes perigosas nas Escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. 
SPOSITO, Marilia Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Educ Pesq [online]. 2001, vol.27, n.1, pp. 87-103. ISSN 1517-9702. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022001000100007. Acesso em 31 de outubro de 2017.http://dialogospoliticos.wordpress.com/2011/04/07/wellington-menezes-de-oliveira-ex-aluno-invade-escola-mata-12-pessoas-e-depois-comete-suicidio/
VAZ, José Eduardo Parlato Fonseca. Artigo “A responsabilidade indenizatória da prática do bullying”. Disponível em : http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.27889#_ftn17. Acessado em 01 de novembro de 2017. 
http://www.psiquiatraportoalegre.med.br/bullying-consequencias-psicologicas-ate-vida-adulta/
http://www.arcos.org.br/artigos/consequencias-e-implicacoes-do-bullying-nos-envolvidos-e-no-ambiente-escolar/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm

Outros materiais