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MetabGliconeoPentoses

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Uma maneira de se obter a glicose em momentos de jejum é através da via Gliconeogenêse, que é a formação de glicose através de precursores que não são glicídicos/carboidratos. As três principais fontes dessa via é o lactato (gerado em tecido muscular principalmente durante exercícios físicos intensos), aminoácidos (durante exercícios físicos, ou jejum prolongado, onde proteínas começam a ser degradadas e pelo turn-over frequente das proteínas. As proteínas possuem uma meia-vida variável, depende de cada proteína e elas são degradadas e parte do esqueleto carbônico pode ser utilizado para geração de glicose) e o glicerol, que contribui menos com essa via, e é gerado a partir da degradação de ácidos graxos [TAG].
Ao longo do dia há variação das fontes e vias metabólicas que fornecem glicose ao organismo. Oscilações ocorrem após o período de alimentação, sendo neste momento a glicose proveniente da dieta. No período de sono, por exemplo, ocorre a degradação do glicogênio hepático para contribuição da glicemia, neste momento, a Gliconeogênese está em plena ascendência. Quando acordamos de manhã, a Gliconeogênese está ocorrendo, e no fígado ela já está em seu máximo. E o glicogênio hepático já está em nível muito baixo porque foi degradado durante o sono.
Então, quando a contribuição da glicose da dieta diminui, ocorre a degradação do glicogênio hepático para contribuição para a glicemia. Ocorre também, a Glicogenólise.
O controle da glicemia é importante, o cérebro utiliza grande porcentagem da glicose encontrada no sangue, esta é sua principal fonte de energia (além do grande consumo de O2). O cérebro possui metabolismo muito ativo para geração de energia, necessita de ATP constantemente para os processos de despolarização e transmissão do impulso nervoso. Então, por estar sempre em funcionamento e necessitando de energiam utiliza grandes concentrações de glicose, por isso, a glicemia deve ser mantida numa faixa ótima e mesmo em períodos de jejum, a glicemia é encontrada em valores considerados adequados para o cérebro. MAS, em jejuns muito prolongados, por mais de 12 horas, corpos cetônicos são produzidos a partir do metabolismo de ácidos graxos para geração de energia. No dia-a-dia corpos cetônicos não são produzidos, isso ocorre apenas em casos de jejuns prolongados e diabetes não tratada.
O principais precursores da Gliconeogênese são:
Piruvato, que é uma molécula de 3 carbonos.
Aminoácidos, estes possuem cadeias variáveis e nem todos os aminoácidos são precursores da Gliconeogênese.
Glicerol, apresenta três carbonos. (proveniente do TAG)
Gliconeogênese é o processo através do qual precursores como lactato, piruvato, glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose.
Durante o jejum, toda a glicose deve ser sintetizada a partir desses precursores não-glicídicos.
A maioria dos precursores deve entrar no Ciclo de Krebs em algum ponto para ser convertida em oxaloacetato. O oxaloacetato é o material de partida para a gliconeogênese.
Pode haver degradação de diferentes tipos de precursores ao mesmo tempo.
Os aminoácidos precursores são os que 	geram diratamente o Oxaloacetato ou moléculas intermediárias do Ciclo de Krebs (alfa-cetoglutarato;succinil-CoA;Fumarato) que o geram por oxidação ou ainda, geram o piruvato que inicia Ciclo de Krebs.
Piruvato é produzido por alanina, cisteína, serina, treonina e triptofano.
α-cetoglutarato é produzido por arginina, glutamato, glutamina, histidina e prolina.
Succinil-CoA é produzido por isoleucina, metionina, treonina e valina.
Fumarato produzido por fenilalanina e tirosina.
Oxaloacetato produzido por asparagina e aspartato.
*Não há necessidade de se aprofundar nesta formação a partir de aminoácidos*
A GLICONEOGÊNESE OCORRE APENAS NO FÍGADO E NO RIM DEVIDO A PRESENÇA DE UMA ENZIMA ESPECÍFICA NESTES TECIDOS. Acontece em praticamente todos os animais, nos vegetais, fungos e microorganismos. É uma via de produção de glicose que acontece por meio de 10 reações e é iniciada pelo oxaloacetato. NÃO É O INVERSO DA GLICÓLISE. Na Glicólise há três pontos praticamente irreversíveis devido a alta energia livre de Gibbs permitido por piruvatoquinase, PFK1 e hexoquinase. Mas para ocorrência da Gliconeogênese enzimas específicas devem catalisar estas reações no sentido contrário. A diferença nas enzimas que atuam nesta reações contrárias, que caracterizam o fato destas reações não serem inversas.
As enzimas específicas da Gliconeogenêse são:
Fosfoenolpiruvato (=PEP) carboxiquinase ou piruvato carboxilase: para conversão de fosfoenolpiruvato em piruvato, e ainda há participação da mitocôndria.
Frutose 1,6-bifosfatase: convertendo frutose 1,6-bifosfato em frutose 6-fosfato (desfosforilação).
Glicose 6-fosfatase: convertendo glicose 6-fosfato em glicose(desfosforilação). Esta enzima é expressa somente no fígado e no rim, por esta razão somente ocorre desfosforilação da glicose 6-fosfato nestes tecidos, logo, a Gliconeogenêse apenas ocorre no tecido hepático e renal.
Nas demais reações, as mesmas enzimas que catalisam os processos reversos de uma mesma reação. São as mesmas na Via Glicolítica e na Gliconeogenêse.
Existem estratégias diferentes para conversão do piruvato à fosfoenolpiruvato, de acordo com a origem do precursor gliconeogênico. 
Quando o substrato gliconeogênico é a alanina, que é convertida em piruvato (através de transaminação pela alanina transaminase, que ocorre na mitocôndria) ou o próprio piruvato do citoplasma pode entrar na mitocôndria, lá ocorre a metabolização do piruvato à oxaloacetato pela enzima piruvato carboxilase através do consumo de ATP e CO2. O oxaloacetato formado precisa sair da mitocôndria, pois é no citoplasma que se encontram a maior parte das enzimas participantes da Gliconeogênese e para isso é convertido à malato sendo reduzido pela malato desidrogenase mitocondrial utilizando NADH da mitocôndria (que possui alta [NADH] devido à várias reações de sua produção que lá ocorrem) e dessa maneira, sai da membrana interna para o citoplasma através de transportadores específicos e onde é novamente transformado em oxaloacetato, mas agora pela malato desidrogenase citosólica, produzindo NADH no citoplasma. O oxaloacetato é convertido à fosfoenolpiruvato pela PEP carboxiquinase citosólica através do consumo de GTP (formando GDP e libera CO2). Assim, fica evidenciado que a Via Gliconeogênese é uma via consumidora de energia para produção de glicose. 
[A Via Glicolítica não acontece ao mesmo tempo que a Gliconeogênese. Há um controle sobre estes processos. Glicólise ocorre quando temos carboidrato no sangue, após alimentação com muita energia no organismo. Em jejum, a via Glicolítica é completamente reprimida no fígado,sendo desacelerada e quase inibida por inúmeros fatores, e é neste momento que a Gliconeogênese é ativada. Por este motivo não ocorrem ao mesmo tempo, além de necessitarem das mesmas enzimas na maior parte das reações e de ocorrerem no mesmo compartimento.]
Quando o precursor é o lactato (produzido pelo metabolismo anaeróbio muscular), ele é oxidado a piruvato pela lactato desidrogenase gerando NADH e em seguida é destinado à mitrocôndria, onde é transformado em oxaloacetato pela piruvato carboxilase através do consumo de ATP e CO2. O oxaloacetato é convertido à fosfoenolpiruvato pela PEP carboxiquinase citosólica através do consumo de GTP (formando GDP e liberando CO2), então, é liberado para o citosol para participação na Via Gliconeogênese.
A reção quando o lactato é o precursor é uma versão mais simples do que quando o precursor é a alanina, devido ao fato de não haver necessidade de transaminação para formação de piruvato. Comparando ao piruvato como substrato também é mais simples, pois não há necessidade de conversão mitocondrial à malato para transporte ao citosol, onde é novamente convertido à oxaloacetato, para só então, gerar o fosfoenolpiruvato.
Apesar de em momentos e reações diferentes todos estes 3 precursores geram o NADH citosólico, que são necessário ao próximo passo para ocorrênciada Via Gliconeogênica.
Então, assim fica claro como o organismo conseguiu driblar um dos pontos quase irreversíveis da Glicólise, com a ação das enzimas Fosfoenolpiruvato (=PEP) carboxiquinase ou piruvato carboxilase e a participação da mitocôndria para conversão do piruvato em fosfoenolpiruvato (PASSO 1).
A partir daí a Via Gliconeogênica segue de maneira semelhante à Glicolítica, sendo catalisada pelas mesmas enzimas mas em reações inversas, até chegar ao próximo ponto de regulação, que é onde as enzimas destas vias diferem. 
O fosfoenol piruvato é desidratado pela enolase formando 2-fosfoglicerato (PASSO 2), que é convertido à 3-fosfoglicerato pela fosfoglicerato mutase com auxílio do cofator Mg2+ (PASSO 3) e em seguida ocorre fosforilação pela fosfoglicerato quinase formando 1,3-bifosfoglicerato pelo transferência de fosfato proveniente de ATP (PASSO 4), e então ocorre redução pela gliceraldeído desidrogenase consumindo NADH formando gliceraldeído 3-fosfato (PASSO 5). Uma molécula de gliceraldeído 3-fosfato com uma di-hidroxicetona fosfato (resultado da conversão de gliceraldeído 3-fosfato no PASSO 6) é convertida à frutose 1,6-bifosfato pela enzima aldolase (PASSO 7).
A etapa seguinte é a desfosforilação da frutose 1,6-bifosfato, a reação reversa (de fosforilação da frutose 6-fosfato na Glicólise) é catalisada pela PFK1 e é um ponto de regulação da Glicólise.
Então, no PASSO 8 ocorre a ação de uma outra enzima específica da Gliconeogênese para que esta via seja possível. A enzima em questão é a frutose 1,6-bifosfatase com o auxílio do cofator Mg2+ desfosforilando a frutose 1,6-bifosfato para formação de frutose 6-fosfato.
No PASSO 9 ocorre isomerização da frutose 6-fosfato sendo convertida à glicose 6-fosfato pela ação da mesma enzima da 2ª reação da Glicólise, que é a fosfohexose isomerase.
[10 é a etapa que define a Via Gliconeogênica.]
No PASSO 10 ocorre a desfosforilação da glicose 6-fosfato, formando a glicose que é liberada da célula para a corrente sanguínea, contribuindo para a regulação da glicemia. A enzima que catalisa esta reação, a glicose 6-fosfatase é encontrada exclusivamente retículo endoplasmático dos tecidos hepático e renal, sendo então, por este motivo que a Gliconeogênese ocorre restritamente nestes órgãos. Então, ocorre a entrada da glicose 6-fosfato no retículo endoplasmático do fígado ou rim através de transportadores de membrana específicos. No RE do fígado a entrada da glicose 6-fosfato ocorre pelo T1, e lá ocorre desfosforilação pela ação da glicose 6-fosfatase, liberando um fosfato inorgânico (participando, por exemplo, da degradação de glicogênio hepático. Sendo assim, degradação do glicogênio e a Via Gliconeogênica ocorrem quase que ao mesmo tempo em períodos de jejum. Pode-se dizer que inicialmente ocorre maior contribuição da degradação de glicogênio, e temporalmente, a Gliconeogênese vai aumentando sua contribuição glicêmica enquanto a degradação de glicogêneo decai.) que é transportado para fora do retículo sendo liberado no citosol da célula hepática pelo transportador T3 e a liberação da glicose formada para o citosol ocorre pelo transportador T2, e do citosol a glicose é trasportada por transportadores de glicose específicos da membrana plasmática como o GLUT 2 e assim, dessa maneira ocorre sua saída do hepatócito, atingindo a corrente sanguínea.
 OBS.:Como o músculo e tecido adiposo não possuem glicose 6-fosfatase, eles não podem converter em glicose a glicose 6-fosfato gerada pela quebra do glicogênio, dessa forma estes tecidos não podem fornecer glicose para o sangue.
A gliconeogênese é energeticamente custosa, mas é essencial para manter a glicemia adequada em períodos de jejum.
2Piruvato + 4ATP + 2GTP + 2NADH + 2H+ + 4 H2O → Glicose + ADP + 2GDP + 6Pi + 2NAD+
Os mamíferos não podem converter ácidos graxos em glicose. O catabolismo da maior parte dos ácidos graxos gera apenas acetilCoA e os mamíferos não podem usar a acetil-CoA como precursor de glicose (reação da piruvato desidrogenase é irreversível, impossibilita a formação de piruvato a partir de acetil-CoA);
Mas vegetais, bactérias e as leveduras podem converter acetil-CoA em oxalacetato e por isso podem utilizar ácidos graxos como precursor gliconeogênico.
Glicerol: precursor glicogênico
O glicerol é produzido em pequenas quantidades em mamíferos através da quebra de gorduras (triacilgliceróis) para a gliconeogênese. Destacando novamente que ácidos graxos livres não são precursores, apenas o glicerol proveniente da quebra de TAGs (1 glicerol ligado à 3 ácidos graxos).
O glicerol liberado é fosforilado pela glicerol quinase com um fosfato proveniente de ATP formando glicerol 3-fosfato que pode ser convertido à di-hidroxiacetona fosfato pela glicerol 3-fosfato desidrogenase. E então, ocorre toda a sequência anteriomente citada, uma molécula de glicerol 3-fosfato liga-se à uma de di-hidroxiacetona fosfato formando a frutose 1,6-bifosfato, que em seguida é desfosforilada pela ação da frutose 1,6-bifosfatase gerando frutose 6-fosfato que é isomerizada a glicose 6-fosfato pela fosfohexose isomerase e em seguida desfosforilada pela glicose 6-fosfatase gerando a glicose. As reações de desfosforilações liberam fosfatos inorgânicos e consomem H2O.
O ciclo de Cori envolve a participação do lactato formado no músculo sendo utilizado pelo fígado para a produção de glicose através da Gliconeogênese sendo liberada em seguida na corrente sanguínea e utilizado novamente pelo músculo.
Em situações de contração intensa grande energia é gasta e também produzida pela Via Glicolítica, mas após algum tempo o O2 torna-se escasso, sendo então necessária a produção de energia por outro meio. Então, a produção de energia de maneira anaeróbia é a estratégia do organismo, que é a fermentação láctica no caso do tecido muscular, gerando o lactato que é exportado ao fígado para participar da Gliconeogênese que formará a glicose que será novamente enviada a circulação, sendo utilizada pelo tecido muscular e outros também. O custo energético da conversão é encarregado totalmente ao fígado.
Outro ciclo que ocorre no tecido muscular é o Ciclo da Glicose Alanina. Durante exercícios físicos é comum que ocorra degradação de proteínas nos tecidos musculares para geração de energia para estes tecidos. As proteínas são degradadas gerando aminoácidos livres, havendo participação do glutamato como transportador/transferidor de grupos amina. O aminoácido produz amônia que é extremamento tóxico ao tecido, sendo necessária a eliminação do excesso de amônia que ocorre no fígado, e isso ocorre através de inúmeras reações de transaminação no metabolismo de aminoácidos. Essas transferências de grupamentos amina ocorre a partir da alanina, que é lançada na corrente sanguínea e chega ao tecido hepático, lá a enzima alanina aminotransferase transfere o grupamento amina do alanina para alfa-cetoglutarato, formando respectivamente, piruvato (utilizado como precursor da Gliconeogênese) e glutamato (vai para a via de degradação de aminoácidos e para o Ciclo da Uréia no metabolismo da amônia) então a alanina é o aminoácido responsável por carrear os grupamentos amina para o fígado. A glicose gerada pela Gliconeogênese a partir do piruvato formado na transaminação é exportada novamente ao tecido muscular para geração de energia, transminações ocorrem novamente gerando alanina e alfa-cetoglutarato. Este processo ocorre também durante exercícios físicos intensos, então tanto a geração de lactato quanto a participação do Ciclo da Glicose Alanina contribuem para a geração de energia muscular durante exercícios físicos intensos. Portanto, não é só lactato que contribui para a formação de glicose neste caso, aminoácidos também participam da geração de energia nestas situações de contração muscular.
REGULAÇÃO DA GLICONEOGÊNESE
1º Ponto de controle: a enzima piruvato carboxilase é o primeiro ponto regulador da gliconeogênese.
Acetil-CoA é um regulador alostérico positivo da piruvato carboxilase, e estimula a gliconeogênese.Quando os ácidos graxos estão disponíveis como combustíveis, sua degradação nas mitocôndrias do fígado gera acetil-CoA, um sinal que indica que não é necessária oxidação adicional de glicose para combustível, ou seja a Via Glicolítica é de certa forma, inibida com a presença de acetil-CoA, isso ocorre durante o jejum e estimula geração de energia através da Via Gliconeogênica.
O acetil-CoA controla negativamente a ação da piruvato desidrogenase, então o piruvato existente no fígado neste momento NÃO será convertido à acetil-CoA será convertido à glicose pela Gliconeogênese. Então, por exemplo, quando beta-oxidação ocorre no fígado os níveis de acetil-CoA aumentam estimulando a Gliconeogênese diretamente por ativar a piruvato carboxilase e inibe a degradação de piruvato para formação de acetil-CoA.
Quando as necessidades energéticas da célula estão satisfeitas, a fosforilação oxidativa é reduzida, o NADH aumenta em relação ao NAD+ e inibe o Ciclo de Krebs, e a acetil-CoA inibe o complexo da piruvato desidrogenase.
↑Acetil-CoA: inibe piruvato desidrogenase
 ↓
↓formação de Acetil-CoA a partir de piruvato
 ↓
↑GLICONEOGÊNESE
2º Ponto de controle: Frutose bifosfatase-1 (FBPase)
A FBPase possui como regulador negativo o AMP e a Frutose 2,6-bifosfato que reduzem sua atividade, impedindo a conversão de Frutose 1,6-bifosfato à Frutose 6-fosfato, logo, impedem a liberação de fosfato inorgânico que ocorre nesta reação, e também diminuindo o consumo de H2O.
Logo, baixas concentrações de AMP e a Frutose 2,6-bifosfato ocorre estimulação da atividade de FBPase.
Durante o jejum ocorre estimulação da secreção de Glucagon que aumenta os níveis de AMP cíclico e com isso estimula a enzima proteína quinase A (PKA), que fosforila a porção fosfatase da enzima bifuncional PFK-2/FBP-2 com um fosfato proveniente de ATP, ativando sua atividade fosfatase e assim remove fosfato da Frutose 2,6-bifosfato, gerando Frutose 6-fosfato e estimulando a Gliconeogênese.
Via das Pentoses Fosfatos
É o destino comum da glicose-6-fosfato, gerando ribose e NADPH, que são moléculas importantes para a biossíntese de ácidos graxos no caso do NADPH e ácidos nucleicos através da ribose. Tecidos como o adiposo, que depositam muito ácidos graxos, e que possuem células que proliferam-se rapidamente, como a epiderme ou células tumorais possuem a Via das Pentoses muito ativa. Ou seja, precisam estar constantemente produzindo riboses e ácidos nucleicos, e constantemente produzindo NADPH para a biossíntese de ácidos graxos.
Algumas células de determinados tecidos possuem um sistema desenvolvido de metabolização da glicose 6-fosfato, sendo convertida a alguns intermediários importantes que participam da Via das Pentoses Fosfato para geração de pentoses e NADPH. Essas moléculas podem ser usadas nestes tecidos para síntese de ácidos nucleicos e biossíntese ácidos graxos. Além disso, NADPH é importante para processos antioxidantes, que são processos de degração de radicais livres das células, por exemplo, na ação da enzima glutationa peroxidase, que é responsável pela degradação do excesso de peróxido de hidrogênio = água oxigenada, que é extremamente oxidativa nas células em água e necessita de NAPH para sua atividade.
Nesta via, a glicose 6-fosfato pode ser utilizada para a formação de pentoses, principalmente em tecidos de rápida divisão celular, como ocorre em tumores, medula óssea, pele (processos de cictrização, logo após dano ocorre rápida regeneração pela proliferação das células da epiderme), mucosa intestinal (constantemente regeneradas). Neste caso, pentoses são necessárias para a proliferação celular devido a produção de DNA, RNA e algumas coenzimas.
Outros tipos de células utilizam a glicose 6-fosfato para produção de NADPH que serão utilizados em reduções biossintéticas para produção de ácidos graxos, hormônios
esteroides, principalmente no fígado, tecido adiposo, glândulas mamárias durante a lactação.
E também, para defesa antioxidante, principalmente em células onde há grande concentração de oxigênio, sendo mais sucetível à oxidações e assim necessita de maior defesa antioxidante. Então, NADPH formado por esta Via das Pentoses exerce esta função nos eritrócitos, células da córnea e cristaliano.
A Via das Pentoses não envolve muitas reações, nela acontecem rearranjos do esqueleto carbônico. E acontece por meio de duas fases: a oxidativa e a não-oxidativa.
Na fase oxidativa ocorre a formação de uma ribose 5-fosfato e de 2 NADPH, estes NADPHs são utlizados tanto para reações de biossíntese de ácidos graxos, esterois, quanto para a atividade da enzima glutationa peroxidase que degrada o peróxido de hidrogênio. E a ribose 5-fosfato está relacionada com a biossíntese de nucleotídeos, coenzimas e DNA.
A fase não-oxidativa envolve as enzimas transcetolase e transaldolase, que são bastante estimuladas em tecidos que precisam de mais NADPH do que ribose 5-fosfato, como tecido adiposo, fígado e glândulas mamária, possuem esta fase oxidativa mais ativa. Então, nestes tecidos a ribose 5-fosfato formada não é utilizada para biossíntese de ácidos nucleicos, sendo convertida novamente à glicose 6-fosfato para gerar mais NADPH devido a maior necessidade desta molécula no tecido.
Se no tecido houver grande e eficiente biossíntese de ácidos graxos, haverá a participação mais acelerada da fase não-oxidativa do que a oxidativa da Via das Pentoses.
Os rearranjos dos esqueletos carbônico citado, acontecem na fase não oxidativa da Via das Pentoses, em tecidos que requerem mais NADPH. É um mecanismo de reciclagem de pentoses fosfato à glicose 6-fosfato para posterior geração de NADPH com função antioxidante ou para biossíntese de ácidos graxos. Nesta fase ocorre o desvio da ribulose 5-fosfato formada na fase oxidativa e sua conversão em xilulose 5-fosfato pela enzima ribose 5-fosfato epimerase dando início a fase não oxidativa.
Uma molécula de xilulose 5-fosfato reage com uma de ribose 5-fosfato pela catálise da enzima transacetolase auxiliada pelo cofator TPP gerando uma molécula de gliceraldeído 3-fosfato e uma de sedoeptulose 7-fosfato, que reagem pela catálise da transaldolase formando eritrose 4-fosfato e frutose 6-fosfato. A eritrose 4-fosfato reage com uma xilulose 5-fosfato catalisada pela transacetolase com o cofator TPP gerando frutose 6-fosfato e gliceraldeído 3-fosfato, que são moléculas utilizadas em várias vias do metabolismo de carboidratos. A frutose 6-fosfato gerada é convertida em glicose 6-fosfato pela fosfohexose isomerase, que é o precursor da fase oxidativa da Via das Pentoses.
Já em células em constante divisão, a fase oxidativa é mais ativa para geração de ribose 5-fosfato e envolve a atuação de enzimas, como a glicose 6-fosfato desidrogenase com auxílio do cofator Mg2+ produz NAPH através da oxidação da glicose 6-fosfato à 6-fosfogliconolactona, que é oxidado pela enzima lactonase com o cofator Mg 2+ formando 6-fosfoglicato e então, ocorre a reação catalisada pela 6-fosfogliconato desidrogenase com o cofator Mg 2+ formando NADPH e liberando CO2 na formação da D-ribulose 5-fosfato, que é isomerizada pela ação da fosfopentose isomerase à D-ribose 5-fosfato.
FASE OXIDATIVA:
glicose 6-fosfato + 2NADP+ + H2O → ribose 5-fosfato + CO2 + 2NADPH + 2H+
Como mencionado, frutose 6-fosfato e gliceraldeído 3-fosfato são moléculas que também fazem parte da Via Gliconeogênica, havendo então, possibilidade de desvio destas moléculas para a Via Gliconeogênica dependendo da necessidade do organismo, para formação de glicose em situação de jejum, por exemplo.
Em momentos pós-alimentares, pode haver conexão da Via das Pentoses com a Via Glicolítica, onde as moléculas geradas através dos rearranjos carbônicos podem participar da Glicólise para geração de energia para o tecido.
A regulação da Via das Pentoses é feita basicamente por NADP+, altas concentrações de NADP+ estimula a ação da glicose 6-fosfato desidrogenase e isso estimula a Via das Pentoses. Já a presença de grandesconcentrações de NADPH inibe a ação da glicose 6-fosfato desidrogenase, consequentemente, inibindo a Via das Pentoses.
Deficiência na glicose 6-fosfato desidrogenase
Populamente conhecida como favismo, a anemia hemolítica: hemólise 24-48h, icterícia ,
insuficiência renal, morte.
Doença recessiva ligada ao cromossomo X;
•  400 milhões de pessoas;
•  25% da população da África tropical, regiões do Oriente Médio e sudeste da Ásia
A deficiência nesta enzima impede a reação que transforma glicose 6-fosfato em 6-fosfogliconolactona e a formação do NADPH que ocorre nela, sendo assim, deficiente em defesa antioxidante adequada. No caso de ingestão de favas, a degradação dos carboidratos vincina e convincina no intestino produziam divicina e isouramil, que são moléculas extremamente pró-oxidativas, gerando H2O2 no intestino. Então, deficientes nesta enzima que consumiam favas não tinham condições adequadas para que o organismo degradasse a grande quantidade de H2O2 produzida, sofrendo consequências como hemólise dos eritrócitos e morte. Sua condição já era normalmente elevada em nível oxidativo, porém, ainda possível para sobrevivência, mas em super produção causada por ingestão de falafel por exemplo, causavam danos mais graves.
O H2O2 é gerado por reações onde há O2 livre, formado o radical superóxido e em seguida o peróxido na célula. Então, é comum que haja esta formação de H2O2 no organismo, pois temos mecanismos de antioxidantes/de detoxificação, como a presença da glutationa peroxidase que converte o H2O2 em H2O. Para que a glutationa peroxidase possa agir é necessário que esteja reduzida, necessitando da atividade da glutationa redutase que converte a forma oxidada da glutationa peroxidase (que são duas moléculas desta enzima ligadas por pontes dissulfeto) na forma reduzida.
O alto nível de H2O2 no sangue dos deficientes em glicose 6-fosfato desidrogenase faz com que sejam quase imunes a malária, devido ao fato do parasita causador desta doença ser muito sensível à danos oxidativos, sendo morto pela pressão oxidativa do sangue destes indíviduos, mas que são toleráveis a estes portadores.
Acredita-se que a droga antimalárica primaquina atue provocando aumento da tensão oxidativa no parasita. A divicina também pode agir como droga antimalárica e a ingestão de feijões-fava pode proteger as pessoas dessa doença.

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