Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumão Cálculo IV – AP2 Integral de linha de um campo vetorial Seja 𝐶 ⊂ ℝ³, uma curva regular, dada por uma parametrização 𝛾: [𝑎, 𝑏] → ℝ³ de classe 𝐶¹, tal que 𝛾′(𝑡) ≠ 0, para todo 𝑡 ∈ ]𝑎, 𝑏[. Seja �⃗� = (𝑃, 𝑄, 𝑅) um campo vetorial contínuo sobre C. A integral de linha no campo �⃗� ao longo de C, é definida por: ∫�⃗�𝑑𝑟 𝐶 = ∫ �⃗� 𝑏 𝑎 (𝛾(𝑡) ∗ 𝛾′(𝑡))𝑑𝑡 = ∫ [𝑃(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡))𝑥′(𝑡) + 𝑄(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡))𝑦′(𝑡) 𝑏 𝑎 + 𝑅(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡))𝑧′(𝑡)]𝑑𝑡. Observações: i. Seja C uma curva regular 𝐶 = 𝐶1 ∪ 𝐶2 ∪ …∪ 𝐶𝑛. Então: ∫ �⃗�𝑑𝑟 𝐶 = ∫ �⃗�𝑑𝑟 + ⋯+ 𝐶1 ∫ �⃗�𝑑𝑟 𝐶𝑛 ; ii. A integral de linha de um campo vetorial �⃗�, ∫ �⃗�𝑑𝑟 𝑐 , não depende da parametrização de C, desde que não se inverta sua orientação. Denotando por 𝐶− a curva C percorrida em outro sentido, então ∫ �⃗�𝑑𝑟 = −∫ �⃗�𝑑𝑟 𝐶𝐶− ; iii. Se C é uma curva fechada (𝛾(𝑎) = 𝛾(𝑏)) e está orientada no sentido anti-horário, denotamos a integral de linha ∮ �⃗�𝑑𝑟 𝐶+ . Caso contrário, denotamos por ∮ �⃗�𝑑𝑟 𝐶− ; iv. Podemos escrever ∫ 𝑃𝑑𝑥 + 𝑄𝑑𝑦 + 𝑅𝑑𝑧 𝐶 ; v. O trabalho de um campo F em uma curva C é: 𝑊 = ∫ �⃗�𝑑𝑟 𝐶 . Campo Conservativo: um campo vetorial �⃗�: 𝐷 ⊂ ℝ𝑛 → ℝ𝑛 onde haja existência de um campo escalar diferenciável 𝜑:𝐷 → ℝ tal que ∇𝜑 = �⃗� em D. Uma condição Passo a passo 1. Parametrizar a curva �⃗�(𝑡) (encontrando o intervalo 𝑎 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏); 2. Calcular �⃗�′(𝑡); 3. Aplicar a fórmula que demos lá em cima, trazendo os valores encontrados dos passos anteriores e lembrando-se de escrever o campo vetorial �⃗�(𝑥, 𝑦, 𝑧) nas variáveis da parametrização; 4. Fazer o produto escalar �⃗�(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡) ∗ �⃗�′(𝑡); 5. Resolver a integral! necessária para �⃗� ser conservativo é que 𝑟𝑜𝑡 �⃗� = 0⃗⃗ em D. Consequentemente, se 𝑟𝑜𝑡 �⃗� ≠ 0⃗⃗ em D, então �⃗� não é conservativo em D. Teorema Fundamental do Cálculo para Integrais de Linha: Seja �⃗�: 𝐷 ⊂ ℝ𝑛 → ℝ𝑛, (𝑛 = 2,3) de classe C². Se �⃗� é conservativo, isto é, �⃗� = ∇𝜑 em D, e se C é qualquer curva regular por partes com ponto inicial A e ponto final B, então: ∫ �⃗�𝑑𝑟 = ∫∇𝜑𝑑𝑟 = 𝜑(𝐵) − 𝜑(𝐴) 𝐶𝐶 Donde concluímos que a integral de linha de um campo conservativo só depende dos pontos A e B e não depende da trajetória que os une. Se �⃗�: 𝐷 ⊂ ℝ𝑛 → ℝ𝑛, (𝑛 = 2,3) é conservativo, então ∮ �⃗� 𝐶 𝑑𝑟 = 0 qualquer que seja o caminho fechado. Consequentemente, se ∮ �⃗�𝑑𝑟 ≠ 0 𝐶 para alguma curva fechada C, então �⃗� não é conservativo. Existência de Função Potencial: Quando uma integral independe do caminho, esse campo é chamado de conservativo, e podemos definir o que chamamos de função potencial 𝑓, para a qual: �⃗� = ∇𝑓 O campo vetorial �⃗� = (𝑃, 𝑄) é igual ao gradiente da função potencial 𝑓, logo: (𝑃, 𝑄) = ( 𝜕𝑓 𝜕𝑥 , 𝜕𝑓 𝜕𝑦 ) 𝑓 = ∫𝑃𝑑𝑥 = ∫𝑄𝑑𝑦 Integrando a equação �⃗� = ∇𝑓 em ambos os lados ao longo de uma curva C, temos: ∫ �⃗� 𝐶 𝑑𝑟 = 𝑓(𝐵) − 𝑓(𝐴). ∫𝐹1𝑑𝑥 = 𝑓 + 𝑃(𝑦) ∫𝐹2𝑑𝑦 = 𝑓 + 𝑄(𝑥) Passo a passo – Campos Conservativos – Função Potencial 1. Ver que não é muito simples resolver a integral de linha pela definição e achar 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 = 0; 2. Como o campo é conservativo, definimos uma função potencial 𝑓 e calculamos as integrais: 3. Comparamos os resultados e descobrimos quem são as constantes de integração 𝑃(𝑦) e 𝑄(𝑥) e a função potencial 𝑓; 4. Descobrimos quem são os pontos inicial e final da curva e aplicamos ∫ �⃗�𝑑𝑟 = 𝑓(𝐵) − 𝑓(𝐴) 𝐶 . PS: Às vezes, vemos que o campo é conservativo, mas não conseguimos calcular uma função potencial. Nesses casos, podemos lembrar que a integral de linha independe do caminho e simplesmente escolhemos outra curva mais simples que tenha os mesmos pontos inicial e final da curva da questão. Campos Conservativos no ℝ𝟑: Vamos definir o rotacional de um campo F como: 𝑟𝑜𝑡(�⃗�) = ∇ × �⃗� = || 𝑖 𝑗 𝑘 𝜕 𝜕𝑥 𝜕 𝜕𝑦 𝜕 𝜕𝑧 𝑃 𝑄 𝑅 || = ( 𝜕𝑅 𝜕𝑦 − 𝜕𝑄 𝜕𝑧 , 𝜕𝑃 𝜕𝑧 − 𝜕𝑅 𝜕𝑥 , 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 ) Os campos conservativos tem rotacional igual a (0,0,0)! Veja que a última componente do rotacional é 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 , por isso, no caso especial em que F só tem componentes 𝑥 e 𝑦 (pertence ao ℝ2), só calculamos esse termo – as outras componentes do rotacional sempre são zero. Mas quando a curva não é plana (o campo pertence ao ℝ3), calculamos o rotacional por esse determinante para ver se o campo é conservativo. Caso seja, podemos calcular a função potencial da mesma forma que já vimos! Teorema de Green Basicamente, o Teorema é um recurso que temos para “fugir” das integrais de linha (vetoriais) quando é muito complicado calcular pela definição. Ele diz o seguinte: Sendo D uma região fechada no plano 𝑥𝑦, que possui fronteira 𝜕𝐷 orientada positivamente, percorrida apenas uma vez, onde 𝐹(𝑥, 𝑦) = (𝑃(𝑥, 𝑦), 𝑄(𝑥, 𝑦)) é um campo vetorial que possui derivadas de 1ª ordem em D, então: ∮ �⃗� 𝜕𝐷 𝑑𝑟 = ∬ ( 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 )𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 Importante: o campo F deve estar definido em toda região D! Ok, mas e aquela parte da fronteira C estar orientada positivamente? Uma fronteira está orientada positivamente quando, “andando” sobre ela, nós vemos a região D à nossa esquerda. Se liga: Pense em usar Green quando: O campo vetorial tiver uma expressão bizarra; A curva for difícil de parametrizar; Você não conseguir resolver a integral de linha pela definição; A questão não der a equação da curva. Nesse caso, a questão vai te dar a área de D e o termo ( 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 ) com certeza vai ser um número. Aplicando Green: ∮ �⃗� 𝜕𝐷 𝑑𝑟 = ∬ 𝑛𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑛∬ 𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 = ∮ �⃗�𝑑𝑟 = 𝑛(Á𝑟𝑒𝑎 𝐷) 𝜕𝐷𝐷 . Teorema das Quatro Equivalências: Seja �⃗� = (𝑃, 𝑄):𝐷 ⊂ ℝ2 → ℝ2 um campo de classeC¹ em D. Se 𝐷 ⊂ ℝ2 é um conjunto simplesmente conexo, então as seguintes informações são equivalentes: a. 𝜕𝑄 𝜕𝑥 = 𝜕𝑃 𝜕𝑦 em D; b. ∮ �⃗�𝑑𝑟 𝐶 = 0 qualquer que seja a curva fechada C de D; c. ∫ �⃗�𝑑𝑟 𝐶 não depende do caminho C de D; d. �⃗� é conservativo. Superfícies Parametrizadas Para descrever uma superfície, nós teremos dois parâmetros (pois temos uma “área”). As superfícies podem ter mais de uma parametrização. Então, cabe a nós Passo a passo – Teorema de Green 1. Ver que a integral de linha em 𝐶1 é difícil de resolver pela definição e calcular o termo ( 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 ); 2. Definir qual é a fronteira 𝜕𝐷 e a região D (é bom fazer o esboço). Se a curva não estiver fechada, fechar; se algum ponto não estiver definido, isolar ele com uma curva auxiliar 𝐶2; 3. Aplicar o teorema, prestando atenção à orientação da curva; 4. Escrever a região D matematicamente (se for preciso, usar coordenadas polares) e montar as integrais iteradas; 5. Resolver a integral dupla; 6. Se a fronteira for composta por mais de uma curva, resolver a integral de linha na curva auxiliar 𝐶2 pela definição; 7. Encontrar a integral em 𝐶1. escolher a que for melhor para a questão. Vamos usar notação aqui para a superfície parametrizada: 𝜑(𝑢, 𝑣) = (𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣)). Dicas: Isolar uma variável: é a forma mais simples de parametrizar,você escolhe, entre (𝑥, 𝑦, 𝑧), duas variáveis como parâmetros e a terceira fica em função delas. Os intervalos dependerão dos dados da questão. Esfera 𝑥² + 𝑦² + 𝑧² = 𝑎²: utilizamos as coordenadas esféricas para parametrizar. Temos: { 𝑥 = 𝑎 sin𝜙 cos 𝜃 𝑦 = 𝑎 sin𝜙 sin 𝜃 𝑧 = 𝑎 cos 𝜃 com 0 ≤ 𝜙 ≤ 𝜋 e 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋. Então: 𝜑(𝜙, 𝜃) = ( 𝑎 sin 𝜙 cos 𝜃 , 𝑎 sin 𝜙 sin 𝜃 , 𝑎 cos 𝜃) com (𝜙, 𝜃) ∈ 𝐷: { 0 ≤ 𝜙 ≤ 𝜋 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 . Verificamos que: �⃗⃗⃗� = 𝜕𝜑 𝜕𝜙 × 𝜕𝜑 𝜕𝜃 = (𝑎2 sin2𝜙 cos 𝜃 , 𝑎2 sin2𝜙 sin 𝜃, 𝑎² sin𝜙 cos 𝜃) ‖�⃗⃗⃗�‖ = 𝑎² sin𝜙. Logo, �⃗⃗� = (𝑥,𝑦,𝑧) 𝑎 é o vetor unitário normal exterior à esfera. Cilindro 𝑥² + 𝑦² = 𝑎²: utilizamos coordenadas cilíndricas para parametrizar. Temos: { 𝑥 = 𝑎 cos 𝜃 𝑦 = 𝑎 sin 𝜃 𝑧 = 𝑧 . Então: 𝜑(𝜃, 𝑧) = ( 𝑎 cos 𝜃 , 𝑎 sin 𝜃, 𝑧) com (𝜃, 𝑧) ∈ 𝐷: 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 𝑧 ∈ ℝ é uma parametrização de S. Verificamos que �⃗⃗⃗� = 𝜑𝜃 × 𝜑𝑧 = (𝑎 cos 𝜃 , 𝑎 sin 𝜃, 𝑧) . Logo, �⃗⃗⃗� = (𝑥, 𝑦, 0) é um vetor normal exterior a S em cada (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑆, donde �⃗⃗� = (𝑥,𝑦,0) 𝑎 é o vetor unitário normal exterior a S. Plano S: uma parametrização de S é dada por: 𝜑(𝑢, 𝑣) = 𝑃0 + 𝑢�⃗� + 𝑣�⃗⃗� com (𝑢, 𝑣) ∈ ℝ². Um vetor normal a S em 𝑃0 é: �⃗⃗⃗� = �⃗� × �⃗⃗�. 𝑆 = gráfico de 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), com (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷 e 𝑓(𝑥, 𝑦) de classe 𝐶¹ Uma parametrização de 𝑆 = 𝐺𝑓 é dada por: 𝜑(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦)), com (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷. Um vetor normal é dado por: �⃗⃗⃗� = 𝜕𝜑 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) × 𝜕𝜑 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = 𝜑𝑥(𝑥, 𝑦) × 𝜑𝑦(𝑥, 𝑦) = (−𝑓𝑥(𝑥, 𝑦), −𝑓𝑦(𝑥, 𝑦), 1). Superfícies de revolução: sendo 𝛾 uma curva do plano 𝑥𝑦 parametrizada por 𝛾(𝑡) = (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)), 𝑎 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏, a parametrização da superfície gerada quando rotacionamos 𝛾 em torno do eixo y é: 𝜑(𝜃, 𝑡) = (𝑥(𝑡) cos 𝜃, 𝑦(𝑡), 𝑥(𝑡) sin 𝜃), 𝑎 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏; 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋. Em resumo: a variável 𝑦, paralela ao eixo de rotação não se altera: 𝑦 = 𝑦(𝑡). As outras duas variáveis serão escritas em função de 𝑥(𝑡), a coordenada da parametrização da curva que nos restou. Como 𝑥 é pertencente ao plano da curva, apresentará cos 𝜃; e 𝑧, não pertencente, apresentará sin 𝜃. Esse raciocínio pode ser seguido para rotação em torno dos eixos 𝑥 e 𝑧 também. Área de Superfície 𝐴(𝑆) = ∬ ‖ 𝜕𝜑 𝜕𝑢 (𝑢, 𝑣) × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 (𝑢, 𝑣)‖𝑑𝑢𝑑𝑣 𝐷 Se o gráfico de S for o de uma função de classe C¹, 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷, onde D é um conjunto compacto que tem área, então: 𝐴(𝑆) = ∬ √1 + (𝑓𝑥)² + (𝑓𝑦)²𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 . Integral de Superfície de um Campo Escalar Da mesma forma que, nas integrais duplas, nós “somamos” os valores de uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) em áreas planas 𝑑𝐴 = 𝑑𝑥𝑑𝑦, podemos fazer algo semelhante quando temos áreas não planas, superfícies no espaço. A integral de uma função 𝑓 escalar ao longo de uma superfície S é calculada pela seguinte fórmula: ∬𝑓𝑑𝑆 =∬𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑓(𝜑(𝑢, 𝑣)) ‖ 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 ‖𝑑𝑢𝑑𝑣 ⏟ 𝑑𝑆 𝐷𝑆𝑆 Onde: 𝜑(𝑢, 𝑣) é a parametrização de S, D é o domínio dos parâmetros u e v, 𝑓(𝜑(𝑢, 𝑣)) é o campo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) escrito em função da parametrização de S e 𝑑𝑆 = ‖ 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 ‖𝑑𝑢𝑑𝑣 é o elemento de área. Observações: i. Temos que, se S é o gráfico da função 𝑧 = 𝑧(𝑥, 𝑦), com (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷, então: ∬ 𝑓𝑑𝑆 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧(𝑥, 𝑦))√1 + (𝑧𝑥)² + (𝑧𝑦)²𝑑𝑥𝑑𝑦⏟ 𝑑𝑆 𝐷𝑆𝑆 , onde 𝑑𝑆 é o elemento de área; ii. Se 𝑆 = 𝑆1 ∪ 𝑆2 ∪ …∪ 𝑆𝑛, então ∬ 𝑓𝑑𝑆 = ∑ ∬ 𝑓𝑑𝑆𝑆𝑖 𝑛 𝑖=1𝑆 ; iii. Se 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 1, em S, então ∬ 1 𝑑𝑆 𝑆 = ∬ 𝑑𝑆 = 𝐴(𝑆) 𝑆 . Aplicações à Física: Massa: ∬ 𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆; 𝑆 Momento de inércia: ∬ 𝑟2(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 𝑆 , onde 𝑟(𝑥, 𝑦, 𝑧) = distância de (𝑥, 𝑦, 𝑧) ao eixo E. Se o eixo 𝐸 = eixo 𝑧, então 𝑟(𝑥, 𝑦, 𝑧) = √𝑥² + 𝑦² e 𝐼𝑧 = ∬ (𝑥 2 + 𝑦2)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 𝑆 . Se o eixo 𝐸 = eixo 𝑦, então 𝑟(𝑥, 𝑦, 𝑧) = √𝑥² + 𝑧² e 𝐼𝑦 = ∬ (𝑥 2 + 𝑧²)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 𝑆 . Se o eixo 𝐸 = eixo 𝑥, então 𝑟(𝑥, 𝑦, 𝑧) = √𝑦² + 𝑧² e 𝐼𝑦 = ∬ (𝑥 2 + 𝑧²)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆. 𝑆 Centro de massa: �̅� = ∬ 𝑥𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 𝑆 𝑀 �̅� = ∬ 𝑦𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 𝑆 𝑀 𝑧̅ = ∬ 𝑧𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 𝑆 𝑀 Passo a passo – Integrais de Superfície (caso escalar) 1. Parametrizar S como 𝜑(𝑢, 𝑣), encontrando D; 2. Calcular as derivadas parciais 𝜕𝜑 𝜕𝑢 𝑒 𝜕𝜑 𝜕𝑣 ; 3. Calcular a normal à superfície �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣) = 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 ; 4. Tirar o módulo desse vetor: ‖�⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣)‖ = ‖ 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 ‖ ; 5. Montar a integral usando a fórmula dada, trazendo os valores encontrados nos passos anteriores e integrar! Integral de Superfície de um Campo Vetorial Para calcular a integral de superfície de um campo vetorial 𝐹 ao longo de uma superfície 𝑆, usamos a seguinte fórmula: ∬�⃗� �⃗⃗� 𝑆 𝑑𝑆 = ∬�⃗�(𝜑(𝑢, 𝑣)) 𝐷 ( 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 )𝑑𝑢𝑑𝑣 Basicamente, a diferença com o que acabamos de ver é que não tiramos o módulo da normal à superfície. Por esse motivo, a orientação dada à superfície importa agora. Temos que lembrar que existem dois campos de vetores normais à 𝑆: �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣) = 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 e �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣) = 𝜕𝜑 𝜕𝑣 × 𝜕𝜑 𝜕𝑢 Em geral, o problema vai nos dizer a orientação que devemos tomar. Fluxo O fluxo de um campo �⃗� sobre uma superfície S é: Φ = ∬ �⃗� 𝑆 �⃗⃗� 𝑑𝑆. Teorema de Gauss (Teorema do Divergente) Ele relaciona uma integral tripla sobre um volume W com uma integral de superfície sobre a sua fronteira, que chamamos de 𝜕𝑊. Precisamos nos preocupar com a orientação de S: para uma superfície que limita um sólido estar orientada positivamente, seu vetor normal deve sempre apontar para fora do sólido. Assim, sendo 𝜕𝑊 uma superfície orientada positivamente, fronteira de uma região sólida W, e �⃗� um campo vetorial que tenha derivadas parciais contínuas em W: ∬ �⃗� �⃗⃗� 𝜕𝑊 𝑑𝑠 =∭ 𝑑𝑖𝑣(�⃗�) 𝑊 𝑑𝑉 Onde o divergente 𝐹 = (𝑃, 𝑄, 𝑅) é dado por: 𝑑𝑖𝑣(�⃗�) = ∇�⃗� = 𝜕𝑃 𝜕𝑥 + 𝜕𝑄 𝜕𝑦 + 𝜕𝑅 𝜕𝑧 Passo a passo – Integrais de Superfície (caso vetorial) 1. Parametrizar 𝑆 como 𝜑(𝑢, 𝑣), encontrando 𝐷; 2. Calcular as derivadas parciais 𝜕𝜑 𝜕𝑢 𝑒 𝜕𝜑 𝜕𝑣 ; 3. Calcular a normal à superfície �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣) = 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 e verificar a orientação pedida pelo problema; caso seja a contrária, escolher como normal o vetor oposto, trocando o sinal de �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣); 4. Montar a integral usando a fórmula que dada, trazendo os valores encontrados nos passos anteriores; 5. Fazer o produto escalar �⃗�(𝜑(𝑢, 𝑣)) × �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣); 6. Integrar! Em outras palavras, trocamos a integral de superfície por uma integral tripla do divergente do campo no sólido limitado por essa superfície. Pensaremos em Gauss quando: A superfície da integral é difícil de parametrizar; O campo tem uma expressão complicada; S é formada por várias superfícies. Teorema de Stokes O Teorema de Stokes vai nos dar uma relação entre a integral de superfície sobre uma superfície𝑆 com a integral de linha sobre a sua fronteira, que é uma curva no espaço. Para aplicar Stokes, precisamos de uma curva orientada positivamente. Com base na orientação de 𝑆, podemos orientar sua fronteira usando a Regra da Mão Direita. Fique atento a isso porque se você orientar ao errado vai dar treta. O conceito é o seguinte: quando seu polegar direito apontar no sentido da curva C, seus outros dedos, que vão “furar” a superfície S devem estar no sentido de �⃗⃗�. Dessa forma, a curva estará orientada positivamente. Então, sendo 𝑆 uma superfície orientada, se 𝐹 = (𝑃, 𝑄, 𝑅) é um campo vetorial de classe 𝐶¹ (sua primeira derivada é contínua) e se a fronteira de 𝑆, 𝜕𝑆 está orientada positivamente, pelo Teorema de Stokes: ∬(𝑟𝑜𝑡(�⃗�)�⃗⃗�)𝑑𝑆 = ∮ �⃗�𝑑𝑟 𝜕𝑆𝑆 Isso quer dizer que a integral de superfície do rotacional de 𝐹 em 𝑆 é igual à integral de linha de 𝐹 na sua fronteira. E o rotacional de 𝐹 é dado pelo produto vetorial: 𝑟𝑜𝑡(�⃗�) = ∇ × �⃗� = || 𝑖 𝑗 𝑘 𝜕 𝜕𝑥 𝜕 𝜕𝑦 𝜕 𝜕𝑧 𝑃 𝑄 𝑅 || = ( 𝜕𝑅 𝜕𝑦 − 𝜕𝑄 𝜕𝑧 , 𝜕𝑃 𝜕𝑧 − 𝜕𝑅 𝜕𝑥 , 𝜕𝑄 𝜕𝑥 − 𝜕𝑃 𝜕𝑦 ) Lendo o teorema da direita para a esquerda: a integral de linha de 𝐹 sobre uma curva 𝜕𝑆 é igual à integral de superfície do rotacional de 𝐹 sobre uma superfície que Passo a passo – Teorema de Gauss 1. Ver que não é fácil resolver a integral de superfície pela definição e calcular 𝑑𝑖𝑣 (�⃗�); 2. Fazer um esboço para identificar a região 𝐷 e aplicar Gauss (se 𝑆 não formar uma região fechada, fechar com uma superfície auxiliar); 3. Escrever matematicamente a região 𝐷 (se for preciso, fazer mudança para coordenadas cilíndricas ou esféricas) e resolver a integral tripla; 4. Se você tiver usado uma superfície auxiliar, resolver a integral nela pela definição e encontrar a integral em 𝑆. tenha 𝜕𝑆 como fronteira. Isso quer dizer que podemos escolher 𝑆 dada uma curva! Claro, a boa é escolher 𝑆 de uma forma que simplifique o problema! Pensaremos em Stokes quando: A curva da integral de linha é difícil de parametrizar; O campo F tem uma expressão bizarra. Passo a passo – Teorema de Stokes 1. Ver que não conseguimos calcular a integral de linha pela definição e calcular 𝑟𝑜𝑡(�⃗�) (torcendo para ser uma expressão tranquila); 2. Escolher uma superfície 𝑆 que tenha a curva do problema como fronteira (o campo 𝐹 deve estar definido ao longo dela); 3. Parametrizar 𝑆 como 𝜑(𝑢, 𝑣), encontrando o domínio dos parâmetros 𝐷; 4. Calcular sua normal �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣) = 𝜕𝜑 𝜕𝑢 × 𝜕𝜑 𝜕𝑣 e usar a Regra da Mão Direita para ver se a orientação está de acordo com a da curva; se não, trocar o sinal de �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣); 5. Montar a integral de superfície pela seguinte forma: ∬ (𝑟𝑜𝑡(�⃗�)�⃗⃗�)𝑑𝑆 = 𝑆 ∬ 𝑟𝑜𝑡 (�⃗�(𝜑(𝑢, 𝑣))) . �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣)𝑑𝑢𝑑𝑣 𝐷 , trazendo o que encontramos nos passos anteriores e escrevendo 𝑟𝑜𝑡(𝐹 ⃗⃗⃗⃗ ) em função das variáveis da parametrização; 6. Fazer o produto escalar 𝑟𝑜𝑡(�⃗�(𝜑(𝑢, 𝑣))). �⃗⃗⃗�(𝑢, 𝑣); 7. Integrar!
Compartilhar