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16/09/2015 1 Urgências e Emergências – Aula VI Queimaduras Conceito • São lesões causadas nos tecidos, ou seja, no tecido cutâneo, provocadas geralmente pelo calor, mas também podem ser provocadas pelo frio, pela eletricidade, por certos produtos químicos, por radiações e até fricções, por exemplo. • A pele pode ser destruída parcialmente ou totalmente, atingindo desde pelos até músculos e ossos. • As lesões variam de acordo com a extensão e a profundidade da área lesada, o que determinará também a gravidade da área queimada. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica • A pele é formada por três camadas bem unidas: epiderme, derme e hipoderme. Todas são importantes para o corpo, e cada uma tem características e funções diferentes. • Epiderme: é a camada mais externa da pele. A principal função é formar a barreira protetora do corpo, protegendo contra danos externos e dificultando a saída de água e a entrada de substâncias e de micróbios no organismo. Na epiderme estão os melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. A epiderme também origina os anexos da pele: unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas . Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica • Derme: é a camada intermediária da pele, formada por fibras de colágeno, elastina e gel coloidal, que dão tonicidade, elasticidade e equilíbrio à pele, e por grande quantidade de vasos sanguíneos e terminações nervosas. • Essas terminações nervosas recebem os estímulos do meio ambiente e os transmitem ao cérebro, através dos nervos. Estes estímulos são traduzidos em sensações, como dor, tato, temperatura e pressão. É na derme que estão localizados os folículos pilosos, os nervos sensitivos, as glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de sebo, e as glândulas sudoríparas, responsáveis pelo suor. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 16/09/2015 2 Revisão anatomo-fisiológica • Hipoderme: é a terceira e última camada da pele, formada basicamente por células de gordura. Sendo assim, sua espessura é bastante variável, conforme a constituição física de cada pessoa. Ela apoia e une a epiderme e a derme ao resto do seu corpo. • Além disso, a hipoderme mantém a temperatura do seu corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica • Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. • Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. • Não obstante, alguns podem captar estímulos de natureza distinta. Porém na epiderme não existem vasos sanguíneos. • Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica • Receptores de Krause: são receptores térmicos de frio. • Receptores de Ruffini: são receptores térmicos de calor. • Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. • Receptores de Vater-Pacini: pressão – captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. • Receptores de Meissner: tato e estão nas saliências da pele sem pelos. • Terminações Nervosas Livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 16/09/2015 3 Classificação • As queimaduras se classificam de acordo com a profundidade e a extensão. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Profundidade • Estão subdivididas em: • 1° grau: a lesão atinge a epiderme. Apresenta vermelhidão na área e é acompanhada de dor. • 2° grau: a lesão atinge a epiderme e a derme. Apresenta vermelhidão na área e é acompanhada de dor e aparecimento de bolhas. • 3° grau: a lesão atinge as camadas mais profundas do tecido subcutâneo, ossos e músculos. É a forma mais grave. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Extensão • É conhecida como “regra dos nove”, que divide o corpo humano em áreas. Cada uma delas equivale a 9%. Com essa regra, podemos ter noção da extensão e da gravidade da área lesada. • A gravidade da queimadura depende mais da extensão apresentada do que da própria profundidade. • O somatório das áreas atinge 100%: • Cabeça e pescoço 9%; tronco anterior 18%; tronco posterior 18%; braço direito 9%; braço esquerdo 9%; perna direita 18%; perna esquerda 18%; região perineal 1%. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Grande Queimado • Podemos considerar um paciente portador de “grande queimado” quando: • Adultos: > 55 anos, com 10% de área corporal lesada/queimada, de acordo com a “regra dos nove”; • Crianças: < 10 anos, também com 10% de área corporal lesada/queimada, de acordo com a “regra dos nove”. • Demais faixas etárias, ou seja, entre 10 e 55 anos, apresentando 20% ou mais de área corporal lesada/queimada, de acordo com a “regra dos nove”. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 16/09/2015 4 Agente causador • Queimadura térmica: causadas por líquidos (água é o mais comum) em temperatura extremamente alta, fogo e vapor; • Queimadura solar: causada por radiação solar em excesso; • Queimadura elétrica: causada por fonte de energia elétrica, tanto de baixa como alta tensão; • Queimadura radioativa: causada por agentes radioativo como césio e cobalto. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Queimadura solar • Caracterizada pela exposição prolongada ao sol em horários críticos. • São sinais e sintomas mais comuns: pele hiperemiada, podendo ou não estar acompanhada de bolhas, quente e seca; mal-estar geral; cefaleia; tontura, náuseas e vômito; taquicardia; temperatura acima de 39° C; perda de consciência; desmaios. • As queimaduras solares aparecem sem ser percebidas e podem causar graves danos ao indivíduo. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção extra-hospitalar • Nas queimaduras solares: • Manter a vítima deitada com os membros inferiores ligeiramente elevados, que auxilia no retorno venoso; • Manter a vítima em local fresco e arejado; • Mantê-lo com pouca vestimenta; • Controlar pulso e a respiração; • Dar bastante líquido para a vítima; • Procurar socorro médico. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção extra-hospitalar • Nas demais queimaduras: • Afastar a vítima do agente causador; • No caso de a vítima estar em chamas, envolvê-la em um cobertor, deixando livre a região da cabeça, evitando assim que ela se sufoque com a fumaça; • Resfriar a área com água em abundância; • Retirar as vestimentas que não aderiram à área queimada; • Se estiver consciente, dar bastante água para beber, evitando desidratação súbita. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 16/09/2015 5 Intervenção extra-hospitalar • Retirar joias como anéis, pulseiras, relógios e outros; • No caso de queimadura química ou ácidos, lavar a área com água em abundância por mais ou menos 10 minutos; • No caso de queimadura por pó químico, retirar primeiramente o excesso e lavar com água em abundância, pois o excesso de pó em contato com a água pode aderir ao tecido subcutâneo; • No caso de queimadura por choque elétrico, interromper a corrente desligando a chave geral. Não tentar puxar a vítima sem antes “cortar” a corrente, pois há possibilidade de ficar “preso” à vitima. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção extra-hospitalar • Nas queimaduras por soda cáustica,tirar a soda com um tecido limpo, e, em seguida, lavar, pois o contato da soda com a água provoca reação química com aumento de calor. • Providenciar transferência da vítima para um posto médico ou hospital mais próximo. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Considerações gerais • Não dar líquidos para a vítima ingerir, caso esteja inconsciente; • Não ultrapassar o tempo de 10 minutos lavando a área queimada, pois pode provocar hipotermia; • Se houver “bolhas”, não perfurar, pois o risco de infecção pode aumentar consideravelmente; • Não aplicar nenhum tipo de loção, creme, infusão caseira, pasta de dente, pó de café, produto gorduroso como graxa e óleo, pois só complica e interfere no tratamento. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Considerações gerais • Não remover roupas ou acessórios que aderiram ao tecido cutâneo lesado. • Não tentar puxar a vítima que está sob descarga elétrica. Desligar a chave geral primeiramente. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 16/09/2015 6 Intervenção hospitalar • Manter o paciente em maca própria; • Instalar O² se for necessário, sob cateter nasal, até 3 litros/minuto, ou sob máscara; • Verificar sinais vitais e instalar oxímetro de pulso; • Lavar as áreas queimadas com S.F. 0,9% e mantê-las cobertas com gaze ou compressa úmida; • Retirar vestimentas que estejam aderidas, com orientação médica, pois as vezes é necessária a administração de analgésicos anteriormente. • Puncionar acesso venoso de grosso calibre, colher amostras de sangue e manter hidratação C.P.M. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção hospitalar • Fazer uma análise da extensão queimada; • Sondar o paciente se houver necessidade para controle do débito urinário; • Manter material de intubação de fácil acesso, assim como o respirador; • Dar continuidade ao plano de cuidados traçado pelas equipes médica e de enfermagem; • Providenciar transferência do paciente da sala de emergência para outro local predestinado. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Observações • O curativo do queimado deve ser feito diariamente, com técnica rigorosamente asséptica; • O tratamento do grande queimado requer cuidados específicos, elaborados por médicos e enfermeiros, em local exclusivo para o tratamento de queimados; • As queimaduras não tratadas adequadamente levam ao estado de choque. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira
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