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AULA 7 CONTEUDO,METODOLOGIA E PRATICA

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AULA 7
VARIEDADES DE GENEROS DISCURSIVOS COMO OBJETIVO DE ENSINO
A diversidade de textos escritos que circulam, antes de ser um empecilho e uma dificuldade para o professor em apresentar e elaborar atividades significativas ao aluno, deve ser um estímulo e uma fonte de pesquisa tanto da parte do professor como do aluno, pois ao longo do tempo tem surgido novas práticas textuais em nosso ambiente.
Com o advento da Internet, todos nós podemos acessar diversos tipos de informações através de janelas que se abrem denominadas homepages, dentro desta janela qualquer pessoa pode acessar textos, parágrafos, trechos, páginas, ou apenas palavras num processo que vai formando uma cadeia ou links que tecem o caminho para mais informações e vamos, assim, ampliando as informações num encadeamento de textos no qual denominamos a todo este processo de hipertexto. Ou seja, o hipertexto permite produzir e interpretar as informações de modo não linear, pois simultaneamente acessamos uma diversidade de textos a partir de um único e primeiro texto que foi o ponto de partida para esta série de operações e de interações pela Internet.
Aliás, nesses novos espaços, muito tem se discutido o nível e a forma de se escrever a língua portuguesa. Muitos gramáticos, estudiosos, professores, além de pessoas comuns criticam o formato e dizem que muitas crianças e jovens estão desaprendendo o “português”, pois escrevem de modo “errado”.
O que devemos levar em consideração no trabalho com a produção de gêneros discursivos é criar condições necessárias e ambiente adequado para que os textos surjam em cada fase do aprendizado do aluno de modo que este possa construir a partir das diversas leituras de textos e da sua produção uma maior e melhor capacidade linguística e ter uma visão de mundo mais ampla e crítica.
Para tal fim, é necessário que o professor seja um leitor efetivo, que goste de ler e produzir textos, que estude e conheça os diversos gêneros textuais e saiba o lugar de cada um conforme a necessidade de comunicação.
Este professor tem que ser um atuante pleno do que chamamos de “práticas de letramento”, ou seja, mais do que apenas alfabetizar por códigos e sinais gráficos de letras, palavras e através dos sons, ou ainda, de apenas transmitir as regras gramaticais na construção de frases e períodos, faz-se necessário a divulgação, apresentação e produção dos diversos gêneros textuais que circulam em nosso cotidiano. Gêneros estes que, muitas vezes, já fazem parte do mundo da criança e do jovem, e que somente cabe ampliar a produção, organizar as estruturas discursivas adequadas ao ambiente e  aumentar o olhar crítico e reflexivo na produção de textos autorais.
De acordo com Koch (2002: 53): 
O contato com os textos da vida cotidiana, como anúncios, avisos de toda a ordem, artigos de jornais, catálogos, receitas médicas, prospectos, guias turísticos, literatura de apoio à manipulação de máquinas, etc., exercita a nossa capacidade metatextual para a construção e intelecção de textos.(Grifos nossos). 
KOCH, Ingedore G. Villaça. Os gêneros do discurso e a produção textual na escola. Campinas: UNICAMP, [mimeo].
Nessa perspectiva, é função do professor, enquanto agente de letramento, criar situações de familiarização ou inserção dos alunos nas práticas de usos da escrita que informam ou integram esses mais diversos espaços ou situações interativas da vida diária.
O escritor russo Mikhail Bakhtin foi o primeiro autor a fazer uso do conceito de “gênero” com o objetivo de definir todas as práticas orais e escritas da linguagem. Num de seus textos, Bakhtin apresentou a seguinte definição para os “gêneros discursivos”:
DESTE MODO:
Para cada momento da comunicação, seja verbal ou escrito, o indivíduo precisa saber que há uma especificidade, um gênero discursivo que determina os contextos interacionais.
ESCOLA
Ainda com relação à produção do texto, deve-se entender que a palavra isolada, a oração pura e simples não formam um sentido, um enunciado, ou seja, não se constituem um ato comunicativo em si, pois para que tal ato ocorra é necessário que haja uma intencionalidade, tem que haver uma situação discursiva, uma resposta na interlocução para que as especificidades da palavra, da oração sejam carregadas de sentido e provoquem uma atitude, um enunciado concreto e completo.
Importante deixar claro que toda produção discursiva na escola não pode ser apenas um mero processo de avaliação e de atividades escolarizadas sem que se atinjam o objetivo maior que é o ato comunicativo pleno. Afinal, produzir linguagem significa produzir discursos que não podem ser compreendidos sem que se considerem  seus vínculos com a situação concreta de produção.
Assim, como iniciei nossa aula, também gostaria de finalizá-la com mais um trecho dos PCNs:
“Interagir pela linguagem significa realizar uma atividade discursiva: dizer alguma coisa a alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto histórico e em determinadas circunstâncias de interlocução. Isso significa que as escolhas feitas ao produzir um discurso não são aleatórias, ainda que possam ser inconscientes, mas decorrentes das condições em que o discurso é realizado. Quer dizer: quando um sujeito interage verbalmente com outro, o discurso se organiza a partir das finalidades e intenções do locutor, dos conhecimentos que acredita que o interlocutor possua sobre o assunto, do que supõe serem suas opiniões e convicções, simpatias e antipatias, da relação de afinidade e do grau de familiaridade que têm, da posição social e hierárquica que ocupam. Isso tudo determina as escolhas do gênero no qual o discurso se realizará, dos procedimentos de estruturação e da seleção de recursos linguísticos. É evidente que, num processo de interlocução, isso nem sempre ocorre de forma deliberada ou de maneira a antecipar-se à elocução. Em geral, é durante o processo de produção que as escolhas são feitas, nem sempre (e nem todas) de maneira consciente.
O discurso, quando produzido, manifesta-se linguisticamente por meio de textos. O produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo significativo, qualquer que seja sua extensão, é o texto, uma sequência verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Em outras palavras, um texto só é um texto quando pode ser compreendido como unidade significativa global. Caso contrário, não passa de um amontoado aleatório de enunciados.
A produção de discursos não acontece no vazio. Ao contrário, todo discurso se relaciona, de alguma forma, com os que já foram produzidos. Nesse sentido, os textos, como resultantes da atividade discursiva, estão em constante e contínua relação uns com os outros, ainda que, em sua linearidade, isso não se explicite. A esta relação entre o texto produzido e os outros textos é que se tem chamado intertextualidade.
Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, as quais geram usos sociais que os determinam. Os gêneros são, portanto, determinados historicamente, constituindo formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura.” (págs. 20-21)

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