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Técnicas Comportamentais

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Cap 2 Analise Experimental do comportamento 
A análise experimental do comportamento busca a explicação do comportamento de um sujeito (ou organismo) com base na descrição das relações que tal
comportamento mantém com outros comportamentos, presentes ou passados. O
que defne a análise do comportamento é essa investigação dos efeitos (consequências) cumulativos (dimensão histórica) de contingências ou interações (antecedentes passados ou atuais) sobre o desempenho atual do organismo.
O objeto de estudo da análise experimental do comportamento é o comportamento de organismos, sendo este o produto das interações entre o organismo e
seu meio.
No caso de seres humanos, considera-se não somente o mundo público,
formado por comportamentos observáveis por todos, mas também o mundo privado do sujeito, o qual é vivenciado apenas pelo indivíduo (como suas emoções,
desejos e preocupações) e relatado ao mundo externo por diversos meios, da fala
sistemática à arte. O mundo privado é entendido, por alguns, como a subjetividade humana.
análise científca do comportamento começa pelo isolamento das partes
simples de um evento complexo, de modo que essas partes possam ser melhor
compreendidas, com o auxílio de experimentos. Os resultados dos experimentos podem ser verifcados independentemente, repetidos por outros analistas, e
suas conclusões podem ser confrontadas com os dados registrados, para confrmação de sua validade.
A análise experimental do comportamento utiliza-se de contingências e de relações
funcionais como instrumentos para o estudo de interações organismo-ambiente. O
experimentador manipula contingências em busca de relações funcionais e das condi-
ções (variáveis de contexto) nas quais podem ser observadas. Um sistema de relações
funcionais constituirá uma teoria útil se vier acompanhado de especificações de onde
e quando, no ambiente externo, as variáveis de contexto devem ser encontradas.
O objeto de estudo da análise do comportamento é o comportamento, sendo
este o produto da relação entre o organismo e seu meio.
Para os analistas do comportamento, explicar signifca estabelecer relações entre eventos
Analisar o comportamento é, portanto, selecionar um desempenho de um
organismo em particular e procurar suas relações com o ambiente imediato (físico
e social), levando em consideração variáveis históricas, como por exemplo a “experiência” que o organismo já teve com aquele tipo de situação em particular e com
situações similares. Ao analisarmos o comportamento é, portanto, fundamental
identifcar as interações que ocorrem, num determinado período de tempo, entre
um organismo e seu ambiente. A palavra interação é muito importante aqui porque estamos falando de uma dupla influência: mudanças no ambiente produzindo
mudanças de comportamento e o comportamento dos organismos produzindo
mudanças no ambiente que podem repercutir sobre o comportamento. Assim, o
comportamento de um organismo não só é afetado por alterações que ocorrem
nesse ambiente, mas também altera as condições do ambiente
Eventos ambientais e eventos comportamentais
Os eventos ambientais são as alterações que ocorrem no ambiente. O escurecimento ou iluminação de uma sala, som de uma campainha, o cheiro de uma
flor, pessoas trabalhando, uma dor de cabeça são exemplos de eventos ambientais.
Eles antecedem e/ou seguem os eventos comportamentais no tempo e no espaço.
Os eventos comportamentais são as ações promovidas pelo organismo cujo comportamento estamos analisando/observando; são os eventos comportamentais que
nós queremos explicar
Para a análise científca do comportamento os eventos podem ser classifcados
em função da sua localização, em função da sua disponibilidade à observação
ou, quanto à sua natureza. Quanto à sua localização, os eventos podem ser externos ou internos, conforme ocorram dentro ou fora do corpo do indivíduo cujo
comportamento está em estudo
Quanto ao acesso à observação, os eventos podem ser públicos, quando mais
de um observador pode ter acesso a eles, ou privados, quando não podem ser
observados por outros.
Quanto à natureza, os eventos podem ser físicos ou sociais. Assim, a função
dos eventos sobre o comportamento pode decorrer estritamente de suas características físicas ou pode decorrer de aspectos sociais e culturais envolvidos no evento
em questão.
As medidas feitas no laboratório nos permitem detectar, em condições controladas, processos comportamentais, ou seja, relações entre variáveis ambientais
especifcadas e os comportamentos dos organismos. Entretanto, em condições
normais, essas relações são mais complexas, com muitas variáveis e processos interagindo simultaneamente, de forma que o conhecimento dos processos básicos
(muitas vezes obtido em estudos feitos em laboratório) é importante para a interpretação das situações complexas da vida comum, apesar deste grau de imprecisão.
análise funcional do comportamento
A análise funcional do comportamento, diferentemente da análise experimental do comportamento, ocorre em situações do cotidiano, onde o comportamento
do indivíduo em questão não está submetido a procedimentos experimentais para
fns de pesquisa. Em geral, a análise funcional do comportamento tem como objetivo propor estratégias de mudanças do comportamento alvo, visando diminuir
as difculdades experimentadas pelo indivíduo
dentifcar um comportamento signifca compreender sua função, que pode
variar de um indivíduo para outro, entre situações e no tempo. De forma geral,
as funções dizem respeito à obtenção de estímulos prazerosos ou à evitação de
estímulos aversivos.
Quando se vai proceder à analise funcional de um comportamento, de todas
as informações que se tem sobre a vida atual e passada do indivíduo, tem-se que
selecionar aquelas variáveis que parecem ter relação causal com o comportamento
analisado e, na verdade, somente se tem certeza da escolha das variáveis corretas
após sua manipulação
Exemplo de análise funcional: análise funcional da fobia sócia
Defnição de Fobia Social de acordo com o DSM-V (p.242): “Medo ou
ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo
é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações
sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares),
ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de
outros (p. ex., proferir palestras). ”
Análise Funcional: “As variáveis externas, das quais o comportamento é
função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional.
Tentamos prever e controlar o comportamento de um organismo individual. Esta
é a nossa ‘variável dependente’ - o efeito para o qual procuramos causa. Nossas ‘variáveis independentes’ - as causas do comportamento - são as condições externas
das quais o comportamento é função. Relações entre as duas - as ‘relações de causa
e efeito’ no comportamento - são as leis de uma ciência. ” (Skinner, 1994
Esquema SD R SR, onde:
SD (situação social, percepção dos sinais de ansiedade),
R (evitação/ fuga) e
SR (diminuição temporária da ansiedade)
Contingências que favorecem o surgimento da fobia social:
a) restrições de oportunidades de experiências em diferentes grupos culturais devido à pobreza (Luthar & Zigler, 1991) ou a normas e valores da
subcultura grupal (grupos fechados) que difcultam os contatos sociais).
b) Relações familiares empobrecidas, com pais agressivos ou pouco empá-
ticos que fornecem modelos inapropriados de interações (Eisenberg et al.,
1991);
c) Difculdades para resolver problemas (Arón & Milicic, 1994);
d) Práticas parentais que premiam dependência e obediência e que punem
ou restringem iniciativas de contato social pela criança (Del Prette & Del
Prette, 2001).
e) Presença de difculdades nas habilidades sociais.
Contingências punitivas:
Quais foram os eventos punitivos na história de vida familiar e social do
meu cliente?
SD R SRAs situações sociais se tornaram SD (antecedentes) paraSR- (consequências)
críticas, humilhação, julgamento, retaliação, etc
Aspectos éticos da análise experimental do comportamento
No Brasil, os aspectos éticos envolvidos em atividades de pesquisa que envolvam seres humanos são regulados pelas Diretrizes e Normas de Pesquisa em Seres
Humanos, através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, estabelecida em outubro de 1996
objetivo maior da avaliação ética de
projetos de pesquisa é garantir os seguintes princípios básicos:
Não maleficência 
Beneficência
Respeito a autonomia 
Justiça
Na defesa destes princípios devem ser incluídas todas as pessoas que possam
vir a ter alguma relação com a pesquisa, seja o participante da pesquisa, o pesquisador, o trabalhador das áreas onde a mesma se desenvolve e, em última análise, a
sociedade como um todo. A avaliação ética de um projeto de pesquisa na área da
saúde baseia-se, pelo menos, em quatro pontos fundamentais: na qualifcação da
equipe de pesquisadores e do próprio projeto; na avaliação da relação risco-benefício; no consentimento informado e na avaliação prévia por um Comitê de Ética. 
A obtenção de consentimento informado de todos os indivíduos pesquisados
é um dever moral do pesquisador. O consentimento informado é um meio de
garantir a voluntariedade dos participantes, isto é, busca preservar a autonomia
de todos os participantes. 
A sua
redação deve ser adequada ao nível de compreensão dos indivíduos. É sempre registrado em um documento por escrito, denominado de Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução 196/96, que deve ter sua redação
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. 
O último ponto fundamental é a avaliação prévia por um Comitê de Ética em
Pesquisa independente 
A análise experimental refere-se à análise de comportamentos emitidos em situações
de pesquisas experimentais. Já a análise funcional do comportamento refere-se à análise de
comportamentos que ocorrem na vida cotidiana. Em ambas o ponto de vista teórico utilizado
é o defendido por Skinner.
Em qualquer tipo de pesquisa científica, é importante que uma série de aspectos éticos sejam levados em consideração. Estes aspectos já se encontram definidos em resolu-
ções específicas.

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