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O PERFIL GERENCIAL E O PAPEL DO ADMINISTRADOR SOB O PONTO DE VISTA DAS ORGANIZAÇÕES AUTOR Antonio Eustáquio Furiati Talita Ribeiro da Luz INSTITUIÇÃO FINP-FACIAC/UGMG Rua Vila Rica, 1296 – Bairro Padre Eustáquio CEP 30720-380 – Belo Horizonte Tel.: (031) 464-0531 1. Introdução A preocupação com a formação dos profissionais de Administração tem sido um tema recorrente entre os docentes da área. Tal preocupação tem-se evidenciado nas discussões sobre o currículo dos cursos, envolvendo questões que se referem desde ao equilíbrio entre disciplinas de conteúdo básico, instrumental e técnico, configurando diferentes perfis de administrador, até posições sobre o nível dos cursos em que os profissonais deveriam ser formados (graduação ou pós-graduação). Outras questões referem-se às metodologias de ensino-aprendizagem, ao papel social e à ética na prática profissional do administrador, à avaliação dos cursos, algumas vezes chegando a abordar a já existente divisão do trabalho entre organizações e agências diversas da sociedade e as universidades, no que tange à preparação de tais profissionais. Diversas pesquisas têm sido realizadas, demonstrando que a formação do administrador está a exigir um redirecionamento; muitas evidenciam deficiências e inadequações aos papéis que o profissional vem sendo chamado a exercer. Outras, propôem-se a levantar o perfil do Administrador que está sendo demandado pelas organizações, tomando por base atributos e qualificações desajáveis 9BERTUCCI, PEREIRA & CONRADI, 1993, COSTA & OLIVEIRA, 1993). Uma dificuldade inicial é a caracterização do campo profissional do Administrador. Há evidências de que esse campo é bastante diversificado, mu itas vezes fluido, e as funções exercidas pelo Administrador variam bastante (BAÊTA & LUZ, 1990, FURIATI, 1994, BERTUCCI, PEREIRA & CONRADI, 1993). Além dissohá fortes indícios para se acreditar que os cargos em nível de gerência ou de direção não sejam ocupados exclusivamente por profissionais de Administração 9BERTUCCI, PEREIRA & CONRADI, 1993; 1993, FERREIRA & SBRAGIA, 1993; COSTA & OLIVEIRA, 1993; BARBOSA & TEIXEIRA, 1989). Outros profissionais concorrem diretamente com o Administrador, tais como engenheiros, advogados, psicólogos, economistas e contadores, e é possível até encontrar cargos de gerência ocupados por pessoas com formação em nível de segundo grau (RODRIGUES, 1989). Em suma, os Administradores vêm sofrendo a concorrência de profissionais de outras áreas, que também atuam nas organizações, sem mencionar a função de direção superior, para a qual não há parâmetros profissionais para o seu exercício. De um lado, sabe-se que este fenômeno não é exclusivo da Administração, uma vez que nas Ciências Sociais as fronteiras entre as profissões são muito tênues e permitem que os profissionais transitem de um campo para outro. Por outro lado, há uma percepção bastante generalizada de que a formação dos Administradores precisa ser aprimorada de modo a conferir-lhes maior potencial de compatição no mercado de trabalho e de controle de sua área profissional. Esta necessidade é sentida não apenas por profissionais e docentes, como também por estudantes universitários e vem sendo confirmada pela prática das médias e grandes empresas, embora este fato seja conhecido de modo não sistemático. Assim é que muitas organizações não exigem o título de Administrador daqueles que irão ocupar funções que, por lei, são privativas daquele profissional. Para tais organizações o diploma universitário pode se irrelevante. O Campo profissional do Administrador está, assim, se caracterizando como uma “terra de niguém” . FWERREIRA & SBRAGIA acreditam na inadequação da formação profissiona às necessidades das organizações; BERTUCCI, PEREIRA & CONRADI (1993) sugerem que esta questão está mais ligada a atributos pessoais e domínio técnico do processo produtivo do que a conhecimentos específicos de Administração. Há evidências empíricas de que para as organizações é indiferente os profissionais possuírem diploma de Adminstrador ou não. Uma pesquisa sobre a inserção no mercado de trabalho dos egressos das escolas de Administração de Belo Horizonte entre 1989 e 1991 demonstrou que, em 69,1 % dos casos, o título de Administrador não foi exigido dutante o processo de recrutamento e seleção do profissional (FURIATI, 1994). O diploma viria, em muuitos casos, apenas legitimar uma situação de fato, quando os profissionais concluem o curso mas já se encontram exercendo atividades próprias da área. FURIATI (1994) mostra que existe uma relação estatisticamente significativa entre ter trabalhado durante a realização do curso e estar exercendo alguma atividade ligada à Administração; esta pesquisa revela ainda que aqueles que travalham como empregados atual no nível técnico das organizações, exercendo ou não supervisão, e somente atuam no nível de alta administração os que pertencem ao grupo de proprietários. Tais informações são coerentes com a afirmação de BAÊTA & LUZ (1990), de que a prática administrativa se caracteriza, além da amplitude de atividades, pela diversidade de níveis na qual ela se manifesta, estando os cursos de Administração formando tanto empregados para as grandes empresas quanto proprietários de pequenos e médios negócios. O Administrador ou executivo pode exercer suas funções em diversos níveis a hierarquia organizacional. Pretende-se neste trabalho obter informações sobre o tipo de profissional que as empreas estão recrutanto para exercer funções gerenciais. Parte-se do pressuposto que os Administradores não exercem tais funções com exclusividade, nem mesmo são ogrupo profissiona majoritário. Por outro lado, pretende´se também conhecer como as organizações percebem os profissionais de Administração que, em princípio, são preparados para exercer esse papel, Considerando-se a impossibilidade prática de se conhecer a estutura organizacional das empresas que se pretende pesquisas e ainda a falta de padronização na denominação dos cargos, pretende-se tomas neste trabalho três níveis, a saber: o nível de direção superior, no qual são considerados os cargos de presidente, diretor e superintendente, o nível mais baixo da hierarquia, em que se tomam os cargos de supervisor, gerente, coordenador e outras denominações semelhantes, sendo os demais cargos considerados como intermediários na linha hierárquica das empresas. Para a construção do perfil profissional, pretende-se tomar neste trabalho três características principais: a) habilidades técnicas; b) habilidades humanas/sociais/comportamentais e c) habilidades conceiturais. Segundo HERSEY & BLANCHARD (1986:06), “Habilidade técnica é a capacidade de aplicar conhecimentos, técnicas, métodos e equipamentos necessários à execução de tarefas específicas; é adquirica através da experiência, da educação e do treinamento. Habilidade humana é a capacidade e o discernimento para trabalhar com e por meio de pessoas, cluindo o conhecimento do processo de motivação e a aplicação eficaz da liderança. Habilidade conceitual é a capacidade de compreender a complexidade da organização como uma todo e onde cada área especifica se enquadra nesse complexo; permite agir de acordo com os objetivos globais da organização, e não em função de metas e necessidades imediatas do próprio grupo”. Além da habilidades citadas, o perfil compôem-se também de informações sobre o sexo, a faixa etária, a experiência, e a formação acadêmica dos profissionais recrutrados pelas empresas. Retomando a questão do campo de atuação do Administrador e da concorrência de outros profissionais, é pertinente então indagar se realmente as empresas estão requerendo os profissionais de Administração para a ocupação de cargos gerenciais. E seo Administrador não está ocupando os espaços organizacionais, quem está? E ainda, se este profissional não satisfaz, por motivos diversos, as exigências das organizações, quem satisfaz? Atinal, como as empresas percebem os egressos dos cursos de Administração? São estas questões que constituem o objeto deste trabalho. 2. Metodologia O presente trabalho tem caráter exploratório e é resultado de duas pesquisas. A primeira parte constou de pesquisa de campo realizada na região metropolitana de Belo Horizonte entre médias e grandes empresas. Foram pesquisadas 69 empresas de natureza diversas, através de questinário enviado pelo correio, no período de fevereiro a abril de 1995. Essa pesquisa objetivou pesquisar o perfil do executivo demandado pelas referidas organizações. A segunda parte da pesquisa foi constituída de levantamento de dados realizado em periódicos de maior circulação nas cidades de São Paulo (Folha de São Paulo), Rio de Janeiro ( O Globo), e Belo Horizonte (Estado de Minas). Foram considerados os anúncios publicados aos domingos, durante o período de outubro de 1995 a março de 1996. Foram coletadas informações em 1452 anúncios, sendo 773 na Folha de Sâo Paulo, 450 em O Globo e 229 no Estado de Minas, tendo-se o cuidade de eliminar os anúncios repetidos. Na primeira pesquisa conseguiu -se levantar informações sobre natureza, porte e ramo de atividade das organizações, além de informações sobre o nível hierárquico dos cargos gerenciais. Na segunda pesquisa isto não foi possível, principalmente porque os anúncios são muitas vezes pouco específicos, impossibilitando o controle sobre a fonte de dados. No entanto, conseguiu-se levantar informações sobre as áreas funcionais da Administração e o perfil profissional exigido. 3. A apresentação dos resultados 3.1. Pesquisa com as médias e grandes empresas da região metropolitada de Belo Horizonte Do total de empresas da amostra, 53 (80,3%) são empresas privadas nacionais. Empresas públicas e multinacionais comparecem com pequeno percentual (1,5 % e 7,6%, respectivamente). Em relação ao porte das organizações, 76,9% possume mais de 200 empregados. Os setores da economia predominantes são o industrial (45,6%) e o de serviços (35,3). O setor comercial comparece com 17,6%. Para conhecer a linha gerencial das médias e grandes empresas da região metropolitana de Belo Horizonte, questionou-se sobre os cargos existentes na estrutura das organizações, desde a presidência até os de supervisão. Investigou-se também a formação acadêmica dos profissionais, que ocupam tais cargos, explicitando-se as seguintes áreas do conhecimento; Administração, Contabilidade, Economia, engenharia, Direito, Psicologia, Pedagogia e outras. Foram assinalados 2560 cargos gerenciais. A TAB. 1 discrimina esses cargos em relação à formação acadêmica dos gerentes. Observa-se que 38,8% do total de gerentes se graduaram em Engenharia. A categoria “outros” também foi bastante representativa (33,5%), apesar de algumas empresas terem discriminado a formação do profissional enquadrado nesse grupo, supôe-se que a grande maioria das pessoas com “outra” habilitação possui apenas formação de segundo grau. Os gerentes com formação em Administração representam 16,7% do total de respondentes. Os 11% restantes se distribume em pequenas proporções, conforma mostra a TAB. !. Tabela 1: Formação acadêmica dos ocupantes de cargos gerenciais Área do conhecimento Freqüência Porcentagem Administração 594 16,7 Contabilidade 115 3,2 Economia 138 3,9 Engenharia 1380 38,8 Direito 102 2,9 Psicologia 33 0,9 Pedagogia 5 0,1 Outras 1193 33,5 TOTAL 3560 100,0 Fonte: dados de pesquisa Nota: 4 organizações não discriminaram a área do conhecimento e/ou número de gerentes. Solicitou também às organizações que discrimeinassem os profissionais da linha gerencial de acordo com o cargo ocupado. O primeiro dado observado é a falta de padronização na denominação dos cargos. Um cargo que dentro da linha hierarquica de uma empresa está colocado numa posição superior, aparece, na hierarquia de outra organização, num nível inferior. Deste modo, a análise não pretende fazer alguma afirmação conclusiva sobre esta variável, mas fornecer informações que auxiliem o aumento da compreensão do perfil dos executivos das organizações da amostra. Dentre os profissionais situados no nível organizacional mais elevado, o agrupamento dos engenheiros se destaca, representando 50,0% do total de executivos desse nível. Verifica-se ainda que os administradores ocupam 20,0% dos cargos de nível mais elevado. Nos intermediários, os engenheiros detêm 43,7% dos cargos, seguidos em proporção bem menor por profissionais com outra formação(21,1%) e pelos administradores (20,2). Por outro lado, as pessoas com “outra” formação profissional representam 51,6% dos cargos gerenciais de nível mais baixo nas organizações pesquisadas; isto sugere que grande part e das pessoas desse grupo possui apenas escolaridade em nível de segundo grau. Nesse último nível, é interessante destacar que os engenheiros ocupam 30,8% dos cargos. Esta categoria predomina, portanto, nos níveis alto e intermediário das organizações, e comparece em segundo lugar nos níveis mais baixos. Esses dados são apresentados na TAB. 2. Tabela 2: Linha gerencial das médias e grandes empresas da região metropolitana de Belo Horizonte Área do conhecimento Nível hierárquico Adm Contab Econ Engen Direito Psicol Pedag Outros Total Presidente, diretor, superintendente 79 (20,0) 11 (2,8) 31 (7,9) 197 (50,0) 24 (6,1) 0 (0,0) 1 (0,3) 51 (12,9) 394 (100,0) Níveis intermediários 325 (20,2) 77 (4,8) 80 (5,0) 705 (43,7) 58 (3,6) 22 (1,4) 4 (0,2) 341 (21,1) 1612 (100,0) Supervisão de primeiro nível 190 (12,2) 27 (1,7) 27 (1,7) 478 (30,8) 20 (1,3) 11 (0,7) 0 (0,0) 801 (51,6) 1554 (100,0) Total 594 115 138 1380 102 33 5 1193 3560 Fonte: dados de pesquisa Nota: 4 organizações não discriminaram a área do conhecimento e/ou número de gerentes Valores entre parênteses são porcentagens em relação à linha Considerando-se a distribuição pelos níveis hierarquicos dentro de cada grupo ocupacional verifica- se, entretanto, que a colocação dos engenheiros e administradores não difere muito. Ambas profissões se concentram mais nos níveis intermediário e de supervisão. Por outro lado, entre profissionais das áreas de Economia e Direito encontram-se as menores porcentagens de ocupação de cargos de supervisão de primeiro nível (exclui-se desta análise os profissionais com formação em Pedagogia, já que a amostra dessa categoria profissional foi bastante pequena). Percebe-se também que 23,5% dos advogados e 22,5% dos economistas que ocupam cargos gerenciais nas empresas assinaladas, exercem atividades nos níveis mais elevados nas respectivas organizações. Todas as profissões consideradas na amostra estão representadas mais fortemente no nível intermediário, com exceção de “outros”, que se concentra no nível de supervisão de primeiro nível(67,1%). Estes dados estão representados na TAB.3. Tabela3: Linha gerencial das médias e grandes empresas da região metropolitana de Belo Horizonte, segundo a área do conhecimento Área do conhecimento Nível hierárquico Adm Contab Econ Engen Direito Psicol Pedag Outros Total Presidente, diretor, superintendente 79 (13,3) 11 (9,6) 31 (22,5) 197 (14,3) 24 (23,5) 0 (0,0) 1 (20,0) 51 (4,3) 394 (11,0) Níveis intermediários 325 (54,7) 77 (66,9) 80 (58,0) 705 (51,1) 58 (56,9) 22(66,7) 4 (80,0) 341 (28,6) 1612 (45,3) Supervisão de primeiro nível 190 (32,0) 27 (23,5) 27 (19,5) 478 (34,6) 20 (19,6) 11 (33,3) 0 (0,0) 801 (67,1) 1554 (43,7) Total 594 (100) 115 (100) 138 (100) 1380 (100) 102 (100) 33 (100) 5 (100) 1193 (100) 3560 (100) Fonte: dados de pesquisa Nota: 4 organizações não discriminaram a área do conhecimento e/ou números de gerentes Valores entre parênteses são porcentagens em relação à coluna O tipo de recrutamento mais utilizado para os cargos de gerência nas organiza ções pesquisadas é o recrutamento interno (63,3%), seguido em menor proporção pelo recrutamento externo (20,5%). Neste caso, as empresas priorizam a contratação de profissionais com experiência, ficando evidente que os recem-formados têm poucas chances de emprego nos níveis gerenciais. Nas organizações pesquisadas predomina a utilização de treinamento interno e externo (78,0%), sendo poucos os casos em que prevalesce apenas um dos tipos. Um pequeno percentual não oferece treinamento, confirmando a percepção de que as organizações e outras agências da sociedade complementam a formação dada pelas universidades. O tipo de treinamento oferecido privilegia a aquisição de habilidades técnicas, conceituais e humanas/sociais/comportamentais (33,3%). A segunda opção mais utilizada refere -se à aquisição de habilidades técnicas (24,7%) e a terceira opção diz respeito às habilidades técnicas e humanas (18,9%). Questionadas sobre a importância atribuída a diversas habilidades necessárias ao desempenho da profissão de administrador as empresas colocaram a iniciativa em primeiro lugar, seguida por capacidade de trabalho em equipe, capacidade de liderança, capacidade de comunicação/redação/criatividade e habilidade para identificar oportunidades(nesta ordem). 3.2. Pesquisa com periódicos Entre os periódicos analisados foram levantados 1452 anúncios solicitando profissionais para cargos de chefia nos diversos níveis hierarquicos, de acordo com várias áreas profissionais próprias do administrador. A TAB.4 mostra que a área funcional mais procurada é a de Marketing/vendas, seguida pelas áreas de Administração Geral, de Administração da Produção , de Administração Financeira e de Administração de Recursos Humanos. Tabela 4: Distribuição dos anuncios para cargos de chefia, segundo área funcional e periódico Área Funcional Folha de São Paulo O Globo Estado de Minas TOTAL Marketing/Vendas 233 (30,1) 148 (32,9) 59 (25,8) 440 (30,3) Recursos Humanos 55 (7,1) 50 (11,1) 19 (8,3) 124 (8,5) Produção 119 (15,4) 80 (17,8) 50 (21,8) 249 (17,2) Finanças 120 (15,5) 63 (14,0) 34 (14,8) 217 (14,9) Organização e Métodos 6 (0,8) 1 (0,2) 0 (0) 7 (0,5) Materiais/Logistica/Compras 37 (4,8) 24 (5,3) 11 (4,8) 72 (5) Comércio Exterior 19 (2,5) 4 (0,9) 2 (0,9) 25 (1,7) Geral 184 (23,8) 80 (17,8) 54 (23,6) 318 (21,9) TOTAL 773 (100) 450 (100) 229 (100) 1452 (100) Fonte: dados de pesquisa Nota: valores entre parênteses referem-se a porcentagens em relação à coluna Com relação à formação acadêmica, 53,6% dos anúncios exigem escolaridade de nível superior, e 2,3% ainda solicitam curso de pós-graduação. No entanto, 38,7% não fazem exigência quanto à formação acadêmica. Estes dados são apresentados na TAB.5. Tabela 5: Distribuição dos anúncios para cargos de chefia, segundo exigência de formação acadêmica e periódico Formação Acadêmica Folha de São Paulo O Globo Estado de Minas Total Curso superior, com pós-graduação 12 (1,6) 16 (3,5) 6 (2,6) 34 (2,3) Curso superior (completo/incompleto) 370 (47,8) 273 (60,7) 135 (59,0) 778 (53,6) Segundo grau 38 (4,9) 23 (5,1) 14 (6,1) 75 (5,2) Primeiro grau 3 (0,4) 0 (0) 0 (0) 3 (0,2) Sem exigência 350 (45,3) 138 (30,7) 74 (32,3) 562 (38,7) Total 773 (100) 450 (100) 229 (100) 1452 (100) Fonte: dados de pesquisa Nota: valores entre parênteses referem-se a porcentagens em relação à coluna 93,4 dos anúncios exigem experiência prévia, sendo que 31,5% do total exigem mais de 5 anos de experiência. Por outro lado, 36,9% exigem experiência sem discriminar o tempo. 25% exigem de 1 a 4 anos de experiência . No que se refere à idade mínima, 85% dos anúncios exigem candidatos com idade até 30 anos. Com relação à idade máxima, 69,4% das solicitações requerem pessoas com idade entre 31 e 40 anos e, em 10,9% dos casos, a idade máxima requerida é de 30 anos. Acima de 45 anos, apenas 3,4% do total de anúncios aceitam candidatos nesta faixa. Procurou-se também verificar outras exigências feitas aos candidatos aos cargos de chefia. Uma delas refere-se à proficiência em língua estrangeira. No jornal Folha de São Paulo, 17,9% dos anúncios a exigem, no periódico O Globo 23,6% e no jornal Estado de Minas, 14,8%. Com relação a conhecimentos de informática, os percentuais são, respectivamente, 17,3%, 33,6% e 28,4%. Quanto a exigências sobre o gênero dos candidatos,apenas 134 anúncios fizeram referência a este aspecto. Deste total, 69,9% requerem pessoas do sexo masculino. Quanto à questão ds habilidades técnicas, conceituais e humanas/sociais/comportamentais, 71,4% das referências feitas a essas nos anúncios solicitam habilidades técnicas, 24,6% habilidades humanas/sociais/comportamentais e 4% habilidades conceituais. Consideram-se entre os anúncios publicados as áreas funcionais da Administração, procurando-se realizar cruzamentos com a formação acadêmica exigida. O objetivo deste procedimento é procurar conhecer as áreas de conhecimento que possue interface com a Administração no que se refere às exigencias para a ocupação de cargos de chefia nos periódicos pesquisados. Embora se disponham de dados para as áreas funcionais de Marketing/Vendas , Administração Financeira, Administração da Produção, Administração de Recursos Humanos, Organização e Métodos, Comércio Exterior, Administração de Materiais/Logística/Compras e de Administração Geral, publicam-se apenas os dados referentes às áreas mais solicitadas. A área funcional mais solicitada pelos anúncios nos três periódicos pesquisados é a de Marketing/Vendas, representando 30,3% dos casos. 44,3% do total de anúncios não fazem exigência quanto à formação acadêmica para esra área, enquanto 34,3% dos anúncios exigem curso superior, sem discriminação. 2,9% dos anúncios exigem formação em Engenharia, enquanto que 0,9% solicitam engressos dos cursos de Administração. 5,7% fazem exigência de formação em nível de 2o grau. Os 12,8% restantes se distriburm entre as diversas profissões, incluindo-se a Administração. A área de Administração Geral também foi bastante requisditada (21,9% dos anúncios), mas em 44,7% dos casos não se exige curso superior para preenchimento dos cargos e 9,5% dos anúncios só exigem formação em nível de 2o grau. 23,9% dos anúncios fazem exigência de escolaridade superior sem discriminar. Apenas 4,7% dos anúncios exigem formação em Administração, enquanto 4,4% solicitam formação em Engenharia. Outras profissões, incluido-se aí também a Administração, se distribuem pelos 12,8% restantes. Na área funcional de Administração da Produção, 37,0% dos anúncios requerem formação em Engenharia, enquanto que somente 0,4% solicitam formação em Administração. Em 24,9% dos casos não se faz exigência de curso superior e em 20,9% dos anúncios exige-se curso superior sem especificar. Somente 4,4% dos anúncios exigem formação em nível de segundo grau. Os 12,4% restantes se distribuem entre as diversas profissões, incluindo-se a Administração. No que se refere à área funcional de Administração Financeira, predomina a tenência de não se exigir o curso superior (38,7% dos casos) embora em 36,0% dos anúncios haja exigência deescolaridade superior, sem discriminação. Entretanto, em 6,5% dos casos, há exigência de curso de pós-graduação. Somente 0,9% exigem formação em Administração. Em 8,2% dos casos, solicita-se formação em Administração , Ciências Contábeis ou Economia. Outras profissões, incluindo-se aí tambem a Administração, se distribuem pelos 9,7% restante. No que tange à área funcional de Recursos Humanos, verifica-se que 42,0% dos anúncios fazem exigência de curso superior sem discriminação, e 34,7% dele não exigem formação superior. Em 1,6% dos casos exige-se apenas formação em nível de 2o grau. A formação em Administraçaõ é exigida em 3,2% dos anúncios par esta área. Os 18,5% restantes se distribuem por diversas áreas de conhecimento, incluindo também a Administração. As áreas funcionais de Materiais/Logísticas/Compras, de Comércio Exterior e de Organização e Métodos apresentaram pequena procura entre anúncios de jornal (5,0%, 1,7% e 0,5%, e respectivamente). Na área funcional de Materias/Logística/Compras, 31,9% dos anúncios não exigem curso superior, e 40,3% fazem a exigencia, sem discriminar o curso. Na área de Comércio exterior, os resultados obtidos são basante próximos dos da área de Materiais/Logistica/Compras. Na área de Organização e Métodos, 71,4% dos anúncios não exigem curso superior, e os restantes fazem a exigência sem a discriminação do curso. Os dados referentes às áreas funcionais de Marketing/Vendas, Administração Geral, Administração da Produção, Administração Financeira e Administração de Recursos Humanos, de acordo com a exigência de formação acadêmica, recolhidos nos periódicos pesquisados, são apresentados na TAB. 6. Tabela 6: Exigência de formação acadêmica nas áreas funcionais da Administração Área Funcional Formação Acadêmica Marketing/ Vendas Admin. Geral Admin. Produção Adm. Financeira Admin. R. Hum. Sem exigência de form. Acadêmica 195 (44,3) 142 ( 44,7) 62 (24,9) 84 (38,7) 43 (34,7) Exige curso superior sem discriminar 151 (34,3) 76 (23,9) 52 (20,9) 78 (36,0) 52 (42,0) Curso Superior+ Pós Graduação 9 (2,0) 0 (0) 2 (0,8) 14 (6,5) 4 (3,2) Administração 4 (0,9) 15 (4,7) 1 (0,4) 2 (0,9) 4 (3,2) Engenharia 13 (2,9) 14 (4,4) 92 (37,0) 1 (0,5) 0 (0) Ciências Contábeis 1 (0,2) 3 (0,9) 0 (0) 4 (1,8) 0 (0) Administração/Engenharia 7(1,6) 5 (1,6) 1 (0,4) 1 (0,5) 0 (0) Administração/Economia 3 (0,7) 4 (1,3) 0 (0) 5 (2,3) 0 (0) Admin./C. Contábeis/Economia 0 (0) 5 (1,6) 0 (0) 9 (4,1) 0 (0) Administração/Ciências Contábeis 0 (0) 0 (0) 0 (0) 9 (4,1) 0 (00 Administração ou outros 17 (3,9) 11 (3,4) 4 (1,6) 7 (3,2) 14 (11,3) Outros cursos 14 (3,3) 11 (3,4) 24 (9,6) 2 (0,9) 5 (4,0) 2º grau 25 (5,7) 30 (9,5) 11 (4,4) 1 (0,5) 2 (1,6) 1º grau 1 (0,2) 2 (0,6) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Total 440 (100) 318 (100) 249 (100) 217 (100) 124 (100) Fonte: Dados de pesquisa Nota: Valores entre parênteses referem-se a porcentagens em relação à coluna 4. Análise e conclusões A pesquisa sobre o perfil dos executivos das mé dias e grandes empresas da região metropolitana de Belo Horizonte constatou que os cargos gerenciais das organizações da amostra são ocupados por profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, e que esta não parece ser uma variável significativa para o ingresso em atividades profissionais desse tipo. Este dado é plenamente coerente com os levantados pela pesquisa realizada em periódicos das três maiores capitais da Região Sudeste, que demonstra que o campo profissional da Administração é caracterizado pela diversidade de papéis e pela interface com outras profissões. Segundo BAÊTA & LUZ (1990:153), a Administração, “enquanto área do conhecimento, encontra-se em uma interseção para onde convergem conhecimentos de diversas disciplinas das ciências sociais, constituindo-se como uma atividade de busca do conhecimento científico a respeito das organizações e seus processos”. De acordo com a análise de CHERRY (1975), as organizações, enquanto um fenômeno bastante complexo, utilizam o saber produzido por diversas áreas do conhecimento para melhor compreensão de sua dinâmica. Esse caráter interdisciplenar da Administração provoca a ocorrencia de inúmeros conflitos profissionais de áreas mais correlatas. Esta assertiva concorda com a afirmação de COSTA (1987), segundo a qual economistas, advogados, contadores, engenheiros, psicólogos e publicitários estão entre os grupos proffisionais que disputam lugar com os administradores na gerência de divisões e organizações. Constatou-se, nas duas pesquisas, que o administrador concorre com vários outros profissionais. No caso da pesquisa em periódicos, em nenhuma das áreas funcionais predomina a exigência de formação em Administração. Outro aspecto que se salienta na pesquisa é o grande número de casos (38,7% do total) em que não se faz exigência quanto à escolaridade dos candidatos. Dentre as médias e grandes empresas pesquisadas na região metropolitana de Belo Horizonte, também prevalece a não existencia de cargos designados exclusivamente a pessoas com formação em Administração. Esta situação decorre, muito provavelmente, da falta de monopólio das atividades desse grupo profissional, já que a base científica da Administração é compartilhada com profissionais de diversas áreas do conhecimento A contratação de pessoas para cargos em nível de gerência nas médias e grandes empresas da Grande BH é feita, principalmente, mediante recrutamento interno, e em menor proporção, mediante recrutamento externo, exigindo, neste caso, experiência prévia. Isto parece verdadeiro me smo para cargos de supervisão de primeiro nível, para os quais o administrador recém-formado estaria em princípio preparado para preencher. O fato de optarem pelo recrutamento interno indica em princípio preparado para preencher. O fato de optarem pelo recrutamento interno indica que as empresas consideram mais importante a experiência prévia e comprovada do que propriaamente a formação em determinada área de conhecimento. No caso dos anúncios veículados pela Folha de São Paulo, O globo e Estado de Minas para cargos de nível de chefia, em 93,4% deles exige-se alguma experiência, o que reforça a tese de que a experiência prévia e comprovada é fator determinante para a ocupação de posições gerenciais. Importante ressaltar que na presente pesquisa 31,5% dos anúncios exigem mais de 5 anos de experiência. Nas atividades de treinamento oferecidas pelas empresas da Grande BH busca-se a aquisição de habilidades técnicas, conceituais e humanas pela terça parte dos casos pesquisados, seguida de aquisição de habilidades técnicas, em 24,7% dos casos, e depois por habilidades técnicas e humanas 18,9%. As habilidades técnicas estão presentes em todas as profissões; já as habilidades humanas devem ser desenvolvidas principalmente pelos cursos de ciências sociais e humanas, tais como Psicologia, Pedagogia, Administração, Economia e Direito, e as habilidades conceituais são desenvolvidas nos cursos de Administração, Engenharia e Economia. Com relação às habilidades citadas como as mais importantes para o desempenho da profissão do administrador destacam-se: iniciativa, capacidade de trabalho em equipe, capacidade de liderança, capacidade de comunicação/redação criatividade e habilidade para identificar oportunidades. Estes dois aspectos poderiam fazer a balança pender para as profissões das áreas sociais e humanas. No entanto, os engenheiros continuam tendo uma posição bastante expressiva em todos os níveis gerenciais das empresas pesquisadas, o que indica a força da cultura técnica em nossas organizações. Esta tendência é confirmada também na pesquisa com periódicos. Os anúncios publicados, além de exigências quanto à formação acadêmica, experiência prévia, proficiência em língua estrangeira, conhecimentos de informáticae sexo, apresentam exigência de outras habilidades, consideradas aqui como habilidades técnicas, habilidades humanas e habilidades conceituais, conforme HERSEY & BLANCHARD (1986). A exigência de habilidades técnicas foi preponderante em todos os três periódicos consultados, chegando a representar 81,8% das solicitações referentes a estes tipos de habilidades no jornal Folha de São Paulo. Estes dados parecem demonstrar que o crescente nível de complexidade dos negócios, a globalização da economia, a velocidade da informação e o aumento da competitividade ainda não têm repercutido, em boa parte das empresas nacionais, no sentido da redefinição do perfil do profissional requerido para a ocupação dos cargos gerenciais. Outros dados são bastante expressivos em relação à importânci da formação acadêmica na presente pesquisa. Do total de anúncios publicados nas duas áreas mais solicitadas, cerca de 50,0% deles não fazem exigência quanto ao nível de escolaridade ou exigem formação escolar em nível de 1o ou 2o graus. Na área funcional de Marketing/Vendas, 44,3% dos anúncios não se referem à formação acadêmica, e 5,9% exigem escolaridade até o 2o grau. No caso da área de Administração Geral, os percentuais são ainda mais elevados, perfazendo 44,7% e 10,1% respectivamente. O atual contexto de globalização da economia gerou uma expectativa de que seria maior a procura por profissionais da área de Comércio Exterior pelas organizações, o que não foi demonstrado pelo presente estudo. No entanto, esta pesquisa não dispõe de informações suficientes que possibilitem uma análise mais profundada deste fato, mas é possivel que os profissionais da ára de Marketing/Vendas estejam, em boa parte, assumindo a responsabilidade por esta área. Conforme mencionado anteriormente, os parâmetros par aa contratação de profissionais em nível de chefia parecem não considerar a formação acadêmica dos candidatos. No entanto, uma exceção pode ser notada. A área funcional de Administração da Produção foi a que apresentou o menor índice de anúncios sem exigência de escolaridade( 24,9%), e a que melhor especificou uma área do conhecimento para exercício das atividades profissionais, neste caso, a Engenharia. A hegemonia dos engenheiros na área funcional de Administração da Produção é evidente, mas esta categoria profissional foi também solicitada nos anúncios para todas as outras áreas funcionais da Administração, exceto a de Recursos Humanos. Estes dados são coerentes com os apresentados pela pesquisa sobre o perfil dos executivos das médias e grandes empresas da região metropolitana de Belo Horizonte, que revela a grande participação dos profissionais de Engenharia nos cargos executivos das organizações pesquisadas. Estas informações confirmam as afirmações de MARQUES (1993), de que a valorização da cultura técnica no Brasil favoreceu a ascenção dos engenheiros aos níveis de gerência fazendo prevalescer a ideologia do engenheiro como gerente, e não apenas como trabalhador técnico. Outro dado importante referente à formação acadêmica pode ser destacado das informações fornecidas pelas médias e grandes empresas da região metropolitana de Belo Horizonte. Analisando-se a trajetória dos respondentes, dentro de cada área do conhecimento, percebe-se que os economistas e advogados não têm uma participação quantitativamente expressiva nos cargos gerenciais das organizações. No entanto 23,5% do total de advogados da amostra e 22,5% do total de economistas ocupam cargos nos níveis hierarquicos mais elevados das organizações. Isto quer dizer que , nas empresas pesquisadas, um em cada quatro advogados, aproximadamente, ocupa algum cargo nos níveis de topo da hierarquia funcional. No caso dos administradores, esta relação é cerca de um em cada sete. Estes resultados são coerentes com o trabalho de BONELLI (1994), que afirma que ser fraca é uma característica da maioria das profissões, e que no caso das profissões de nível superior, somente o Direito e a Medicina podem ser consideradas bem estabelecidas. Argumenta ainda que nem as engenharias possuem os instrumentos de controle do mercadoque têm as duas citadas. Isto significa ainda que há para as demais oportunidades de interagir no sistema profissional, na tentativa de conquistar espaços nos embates com outras profissões. A maior carência no processo de formação do administrador, citada pelas médias e grandes empresas pesquisadas, refere-se à vivências prática do estudante durante a graduação. Muitas empresas afirmaram que “o curso é muito teórico” e que “falta integração entre a universidade e a empresa”. Em relação ao oferecimento de condições para as primeiras experiências profissionais, reafirma -se a importância das organizações, enquanto geradoras dessas oportunidades de trabalho. No entanto, na prática o que se observa é que as organizações não estão cumprindo esse importante papel. Do total de empresas pesquisadas, apenas 20 afirmaram estar utilizando estagiários. Somente as facultades de Administração de Belo Horizonte forman cerca de 900 administradores por ano, o que denota as reduzidas oportunidades encontradas pelos estudantes para a aquisição das primeiras experiências profissionais. Os dados sobre a idade requerida dos candidatos a emprego nos periódicos das três maiores cidades da Região sudeste mostram que em 86,5% dos casos exige-se idade até 30 anos para ingresso nos cargos de chefia. Demonstram também que a idade máxima solicitada em 44,9% dos casos é até 35 anos. Estes dados, comparados com os relativos à experiência profissional sugerem que os candidatos devem iniciar muito cedo a sua vida profissional, de modo a acumular “solida” experiência em cargos de chefia para ingresso em atividades próprias do administrador. Segundo LORD (1993), a busca de satisfação pessoal, que impulsionava os estudantes nos anos 80, dá o lugar ao pragmatismo nos anos 90. Assim a possibilidade de aplicar os conceitos aprendidos em sala de aula e a preocupação em saber se os programas das escolas abrem mais oportunidades de trabalho passam a nortear os alunos, e impõem às escolas maior sintonia com seu meio circundante, como forma de satisfazer as necessidades de sua clientela. Assim, recomenda-se às escolas que desenvolvam cada vez mais mecanismos que possibilitem a aproximação com o meio produtivo, buscando analisae as demandas apresentadas por esse, avaliando de forma crític a realidade apresentada, e instrumentalizando seus alunos para uma efetiva inserção nesse meio, com capacidade não só de se adaptar a ele, mas também de desencadear processos de mudança. Sugere-se também que haja um estreitamento de laços entre as instituições formadoras e as entidades de classe, visando desenvolver a sensibilidade dos empresários no sentido de absorver um profissional devidamente qualificado para o gerenciamento das organizações. Seria ainda viável que os Conselhos Regionais promovessem o monitoramento dos recém-formados, no sentido de apoiar a sua inserção no mercado de trabalho, bem como acompanhar seu exercício profissional, visando desenvolver mecanismos de aperfeiçoamento da prática administrativa. Além de contribuir efetivamente para a formação profissional d o estudante, o estágio nas organizações é um meio de inserção do futuro administrador no mercado de trabalho. A conquista desse espaço deve, no entanto, ser empreendida não só pelos alunoss, mas também pelas escolas de Administração que precisam adotar uma posição mais proativa em relação ao estágio. É necessário, ainda, que as instituições de ensino, em estreita colaboração com as empresas, promovam a reformulação do estágio, para que ele cumpra este relevante papel na formação do estudante, devendo ainda atuar como feedback para as escolas em relação ao ensino ministrado e ao desempenho de seusalunos. O estreitamento das relações entre a escola e a empresa pode ser tentado também através da abertur de oportunidades aos empresários para relato de experiências, reciclagem e intercâmbio com professores, apoio às pequenas e médias empresas por meio de consultória oferecida pelos professores e alunos; enfim, uma gama de atividades podem ser desenvolvidas nesse sentido. 5.Referências bibiográficas BAÊTA, Adelaide Maria Coelho, LUZ, Talita Ribeiro da. Administração brasileira: na tentativa de acertar o passo com a realidade. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 14, 1990,Forianópolis. Anais... Belo Horizonte: Associação Nacional dos Programas de P´s -Graduação em Administração, 1990. v3, p.151-157. BARBOSA, Jenny Dantas, TEIXEIRA, Rivanda Meira. Formação de Administradores: uma análise sob a perspectiva do mercado de trabalho. In: ENCONTRO ANUAL DA ANAPAD, 13, 1989, Águas de São Pedro. Anais... 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