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Aula 5 -VIGILÂNCIA EM SAÚDE

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
MARIA LUIZA C. DE LIMA
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A Vigilância em saúde engloba:
Vigilância Epidemiológica
Vigilância Sanitária
Vigilância Ambiental
Vigilância do Trabalhador
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Idade Média (Ações de Saúde na Idade Média)
Separação dos doentes de seus contatos habituais visando defender as pessoas sadias.
Prática da quarentena 
Prática do isolamento 
 Afastamento e confinamento dos doentes em Lazaretos ou Asilos religiosos
 Função assistencialista/
conforto religioso
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Idade Média (Ações de Saúde na Idade Média)
Século X, no mundo árabe 
Alto grau de organização social 
São adotados princípios hipocráticos 
Registros de informações demográficas e sanitárias 
“Sistemas rudimentares” de Vigilância Epidemiológica
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Final do Século XIX
Baseado na existência de um organismo vivo, onde cada doença tem o seu agente etiológico
Consolida-se o paradigma biologicista
e o conceito de unicausalidade
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Início do Século XX (Ações de Vigilância)
Processo de Industrialização
Desenvolvimento da Microbiologia
Revolução científica
Surge em Saúde Pública o conceito de Vigilância
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Conceito de Vigilância: 
“observação contínua dos comunicantes durante o período máximo de incubação da doença, a partir da data do último contato com um caso clínico ou portador, ou da data em que o comunicante abandonou o local em que se encontrava a fonte primária da infecção”.
 (Schmid, 1956).
Início do Século XX (Ações de Vigilância)
Limitada função de observar contatos de pacientes
Conduta mais “democrática” do que a prática restritiva da quarentena (Waldman, 1998).
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Atuação da Vigilância no Brasil nas 3 primeiras décadas do século XX: 
 Ações focalizadas e emergenciais
 Exclusivamente em torno das doenças transmissíveis
 Voltada para o controle de epidemias
 Restrita às “Campanhas”
 Sem continuidade
Início do Século XX
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continuação: 
 Imposição da notificação obrigatória (1902) (tifo, cólera, febre amarela, peste, varíola, difteria, febre tifóide, tuberculose aberta e lepra ulcerada)
 Adoção de ações de imunização
1904 - Lei que obriga a Vacinação contra a varíola
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A partir da década de 50 	 ampliação do conceito de Vigilância Risco de guerra química e biológica
A Vigilância deixa de ser aplicada no sentido da: 
“observação sistemática de contatos de doentes”
“acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade, com o propósito de aprimorar as medidas de controle” (Langmuir, 1971).
Século XX (Ações de Vigilância) 
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Vigilância recebe o qualitativo “Epidemiológica” (1964). 
 Proposta de ampliação de suas ações para além das doenças transmissíveis.
 O programa de erradicação da varíola institui uma fase de VE, subseqüente à vacinação em massa (busca ativa de casos -> detecção precoce de surtos -> bloqueio imediato da transmissão)
 Deve oferecer as bases para as ações de controle “Informação para ação” (Raska, 1964)
Século XX (Ações de Vigilância) 
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Década de 70
A Vigilância passa a ser aplicada também ao acompanhamento de:
Malformações congênitas, envenenamentos na infância, leucemia, abortos, acidentes, doenças profissionais, eventos relacionados a riscos ambientais e no emprego de tecnologias médicas.
Século XX (Ações de Vigilância) 
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Século XX - Ações de Vigilância no Brasil
A campanha de erradicação da varíola (1966-1973) é o marco da institucionalização das ações de vigilância epidemiológica no País;
1969 (FSESP) - Sistema de notificação semanal de doenças selecionadas 
1975 (5ª CNS) – Ministério da Saúde institui o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Lei nº 6.259/75 e Decreto 78.231/76)
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Década de 80 - Reforma Sanitária Brasileira
“Saúde direito de todos e dever do Estado”
SUS incorporou o SNVE, definindo em seu texto legal (Lei 8.080/90) a VE como “Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qq mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos”
No Brasil
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Propósitos e funções da Vigilância Epidemiológica
Propósitos:
 Fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde -> decidir sobre a execução ações de controle de doenças e agravos
 Importante instrumento para o planejamento, organização e operacionalização dos serviços de saúde.
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Funções da Vigilância Epidemiológica
 Coleta e processamento de dados;
 Análise e interpretação dos dados coletados;
 Recomendação das medidas de controle;
 Promoção das ações de controle indicadas;
 Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
 Divulgação das informações pertinentes
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A informação para a VE destina-se à tomada de decisão (informação-decisão-ação);
A principal fonte de dados é a notificação compulsória de doença ou agravo à saúde;
Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenções pertinentes;
A relação das doenças de notificação compulsória é estabelecida pelo Ministério da Saúde, por meio de Portaria, entre as consideradas de maior relevância sanitária para o País;
Os dados compõem o Sistema Informação de Agravos de Notificação (SINAN);
Estados e municípios podem adicionar à lista outras doenças de interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e definidos os mecanismos operacionais correspondentes
Fontes de Dados
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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Sua fonte de dados é principalmente a Notificação das doenças
Notificação compulsória (obrigatória) ex: cólera, coqueluche, dengue, meningites, febre amarela, hanseníase, hepatites virais, HIV em gestantes e crianças, leptospirose, raiva, rubéola, sarampo, tuberculose, etc.
Notificação simples cada município tem sua lista
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Portaria nº 2.325/GM em 8 de dezembro de 2003
Parâmetros para inclusão de doenças e agravos na lista de notificação compulsória
Magnitude 
Potencial de disseminação
Transcendência (gravidade, relevância social, relevância econômica, etc)
Vulnerabilidade
Compromissos internacionais (Reg Sanitário Internacional, OMS- Cólera, febre amarela e peste)
Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saude
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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Foi criada com o objetivo de observar os casos suspeitos e confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos
Eram aplicadas medidas de isolamento e quarentena
Era uma fase após as campanhas sanitárias e as ações não eram voltadas para a prevenção
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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Hoje, a VE atua não somente em doenças transmissíveis, mas em todas as doenças e agravos à saúde
Tem a finalidade de auxiliar na adoção de medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos, ajudando também a definir prioridades das ações de saúde
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio-ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Cabe à Vigilância Sanitária avaliar e gerenciar os riscos sanitários, de modo a proteger a saúde dos consumidores, do ambiente e da população como um todo
As ações da V. San. permitem a realização de transações comerciais com o mínimo de segurança quanto à qualidade do produto que se vende e que se compra
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Qualidade e segurança são requisitos imprescindíveis de todos os objetos relacionados à saúde, assim como a eficácia, que está vinculada à finalidade e à natureza do produto ou serviço
Além disso, as ações de proteção da V. San. Também estão permeadas pela noção de nocividade como algo a ser evitado e muitas vezes punido
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VIGILÂNCIA
SANITÁRIA
A nocividade pode ser concebida em 2 sentidos:
Nocividade positiva ação criminosa em que a substância medicinal ou alimentícia destinada ao consumo tem a capacidade de causar prejuízo direto à saúde do indivíduo
Nocividade negativa o produto suprime ou diminui a sua eficácia conservadora ou restauradora da saúde ou reduz o seu valor nutritivo ou terapêutico
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
A fiscalização sanitária visa identificar, pela inspeção, falhas técnicas no processo de produção ou fraudes que possam alterar as características dos produtos, modificando os seus efeitos benéficos esperados
Inclui não só o produto, mas a matéria-prima, tecnologias, condições de produção, sistemas de controle, conservação, embalagem, rotulagem, informação, propaganda, armazenagem, transporte, comercialização e consumo
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Os profissionais da V. San. têm o poder de aplicar medidas preventivas ou repressivas necessárias, com a imposição de sanções caso as normas de proteção da saúde não sejam cumpridas
Também necessitam de uma sólida formação ética, uma vez que seu campo de atuação está exposto a variadas formas de pressão
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Abrange 7 áreas básicas:
Medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos
Controle de produtos zoossanitários, fitossanitários e agrotóxicos
Alimentos, bebidas e águas minerais
Controle de produtos de origem animal (comércio- a produção e distribuição ficam por conta do setor da agricultura)
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Vigilância de serviços direta ou indiretamente relacionados à saúde (ex: resíduos dos serviços, como materiais perfurocortantes, rejeitos radioativos, etc)
Vigilância de portos, aeroportos e fronteiras (impedir que doenças infectocontagiosas e outros agravos se disseminem e preservar as condições sanitárias dos meios de transporte)
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VIGILÂNCIA AMBIENTAL
No Brasil as questões de vigilância ambiental eram subordinadas à V. San.
Proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio-ambiente que possam interferir na saúde
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VIGILÂNCIA AMBIENTAL
Identifica medidas de prevenção e controle aos fatores de risco ambientais
Princípio da precaução é preciso antecipar os eventos pelo reconhecimento prévio do risco
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VIGILÂNCIA AMBIENTAL
Divide-se em 2 subáreas:
Vigilância e controle de fatores de risco biológicos (vetores, hospedeiros, reservatórios, animais peçonhentos, etc)
Vigilância e controle de fatores de risco não biológicos (água para consumo humano, contaminantes ambientais, desastres naturais, etc)
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Áreas Prioritárias de Atuação
Controle da qualidade de água para consumo humano;
Qualidade do ar;
Solo contaminado;
Substâncias químicas
Desastres naturais;
Acidentes com produtos perigosos
Fatores físicos (radiaçoes ionizantes e não ionizantes) e 
Ambiente de Trabalho
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VIGILÂNCIA AMBIENTAL
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VIGILANCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR - VISAT
Estudo da relaçoes entre o ambiente de trabalho, as condições e organização do trabalho e o processo saúde/ doença.
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Conceituando saúde do trabalhador
Asaúde do trabalhador visa compreender as relaçoes entre trabalho e o processo saúde/doença. 
Considera-se a saúde doença como processos dinâmicos, articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade em determinado momento histórico.
 Parte do principio de que a forma de inserçao dos homens, mulheres e crianças nos espaços de trabalho contribui decisivamente para formas especificas de adoecer e morrer. 
O fundamento de suas ações deve ser a articulaçao multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial (MS,2001)
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As doenças e óbitos relacionadas ao trabalho podem ser por consequencia direta das atividades profissionais exercidas ou pelas condiçoes adversas em que o trabalho é realizado..
Além das doenças profissionais e as relacionadas com o trabalho os trabalhadores compartilham com a populaçao geral do perfil de adoecimento e morte em funçao da faixa etária, gênero, grupo social ou inserçao em um grupo especifico de risco.
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Classificação de schilling das doenças segundo sua relação com o trabalho
Fonte: Manual de Doenças Relacionadas com o Trabalho.
* BRASIL. Ministério da Saúde. Representação no Brass! da OPAS/OMS. Doenças Relacionadas ao Trabalho: manual de procedimentos de para os serviços de saúde. Organizado por Eiizabeth Costa Dias; colaboradores Ideiberto Muniz Almeida et ai. Brasília, 2001, 580 p.
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Principais Fatores de Risco para a saúde do trabalhador
Riscos físicos: ruido, radiação ionizante e não ionizante, temperaturas extremas (frio,calor), pressão atmosférica anormal, dentre outros.
 
Riscos Químicos: agentes e substâncias químicas sob as formas de líquido, vapor, gases, particulas e poeiras minerais e vegetais etc
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Principais Fatores de Risco para a saúde do trabalhador
Riscos Biológicos: vírus, bactérias, parasitas em geral
Riscos Organizacionais (ergonômicos) e Psicossociais: decorrem da gestão e da organização do trabalho ( trabalho em turnos e noturno, monotonia ou ritmo de trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho conflituosas, insatisfação/frustação, falhas de treinamento e supervisão, et)
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Principais Fatores de Risco para a saúde do trabalhador
Riscos mecânicos e de acidentes: está ligado à proteção das máquinas, arranjo físico do espaço, ordem e limpeza do ambiente de trabalho, falta de sinalização, rotulagem de produtos inadequada e outros que podem predispor os acidentes de trabalho 
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Objetivos da VISAT
Conhecer a realidade de saúde da população trabalhadora independente do vínculo trabalhista e da forma de inserção no mercado de trabalho;
Intervir nos fatores determinantes
Avaliar o impacto das medidas adotadas para a eliminação e controle dos fatores determinantes;
Subsidiar a tomada de decisões dos órgão competentes;
Estabelecer sistemas de informação em saúde do trabalhador
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Assim, no Brasil:
O modelo de vigilância nas três primeiras décadas do século XX se pauta exclusivamente nas doenças transmissíveis, com ações voltadas, principalmente, para o controle de epidemias e à adoção de ações de imunização. 
Em 1902, com a eclosão da epidemia de peste no RJ, é imposta notificação obrigatória: tifo, cólera, febre amarela, peste, varíola, difteria, febre tifóide, tuberculose aberta e lepra ulcerada.
“Ficariam sob ameaça dos rigores do Código Penal (multa e prisão) aqueles que não fizessem a notificação dessas enfermidades”(Costa, 1986).
Medidas generalizadas de imunização – vacinação obrigatória contra varíola
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A partir da década de 50 	 ampliação do conceito de Vigilância
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e início da “Guerra Fria” havia um nível de tensão internacional alto e consequentemente um risco pontecial de desenvolvimento de uma guerra biológica. Assim os EUA, através do CDC procuram investir no desenvolvimento de tecnologias que possam detectá-la precocimente.
A Vigilância deixa de ser aplicada no sentido da: 
“observação sistemática de contatos de doentes”
“acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade, com o propósito de aprimorar as medidas de controle” (Langmuir, 1971).
 
Conceito aplicado pela primeira vez pelo CDC em 1955 na epidemia de poliomielite causada pela vacina tipo Salk 
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Em 1964: 
Vigilância recebe o qualitativo “Epidemiológica”. 
Proposta de ampliação de suas ações para além das doenças transmissíveis.
Deve oferecer as bases científicas para as ações de controle
(Raska, 1964)
Karel Raska epidemiologista tcheco considerado, juntamente com Alexander Langmuir, como um dos principais responsáveis pela ampla difusão da vigilância como instrumento de saúde pública.
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Década de 70
A Vigilância passa a ser aplicada também ao acompanhamento de:
Malformações congênitas,
envenenamentos na infância, leucemia, abortos, acidentes, doenças profissionais, eventos relacionados a riscos ambientais (poluição por substâncias radioativas, metais pesados, utilização de aditivos em alimentos) e no emprego de tecnologias médicas (medicamentos, equipamentos, procedimentos cirúrgicos e hemoterápicos).
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Década de 80
O termo Vigilância Epidemiológica é substituído pela denominação Vigilância em Saúde Pública, como forma de evitar confusões a respeito da precisa delimitação dessa prática.
(Thacker e Berkelman, 1989)
Para esses autores:
“a Vigilância não abrange a pesquisa nem as ações de controle; essas três práticas de saúde pública são relacionadas mas independentes”.
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Durante toda a década de 80, travou-se, no país, intenso debate em torno de novos modelos organizacionais para o setor saúde e, principalmente em torno de uma composição política das forças atuantes no setor. Esse movimento, conhecido como Reforma Sanitária, teve na VIII Conferência Nacional de Saúde um de seus pontos altos, culminando com a elaboração do capítulo da saúde na Constituição Federal de 1988 e na promulgação da Lei Orgânica da Saúde em 1990.
(RS não pode ser confundida com a criação do SUS)
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