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Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito Introdução ao Estudo do Direito I - DFD0114 Seminários Turma 187.21 Tema 1 (25.03.14) – Teoria do Direito e Prática Jurídica Textos recomendados para leitura: VILLEY, Michel. Os meios do direito. In Filosofia do Direito. Prefácio, Preâmbulo e Cap. I (46 p.). Trechos recomendados para o ensaio: VILLEY, Michel. Os meios do direito... Preâmbulo (23 p.). Camila Pinheiro Batista. Nº USP: 8995680. ENSAIO Michel Villey no preâmbulo de sua obra “Os meios do direito” aborda em quatro artigos esses meios mencionados. Eles são definidos como “caminhos a serem seguidos para se encontrar a justa divisão”. Pode-se entender que são eficazes e tornam justas as decisões perante um tribunal. Para sucinta compreensão do trecho referido, escreverei as teses principais de cada artigo e seus respectivos desdobramentos. No Artigo I, o autor discorre sobre textos que nos informariam fontes ou meios do direito. Para tal, fala sobre a hipertrofia legislativa – geradora de textos contraditórios. No intuito de escapar da confusão, há uma ordem hierárquica entre os textos. A ordem hierárquica advém da idade das leis ou do caráter das normas. Ao falar das normas, Villey alega que a existência da jurisprudência demonstra certa independência do direito com relação aos textos legislativos. Há nesse Artigo uma crítica sobre a falta de explicação quanto à maneira de utilizar os textos legislativos. É recomendada a ida para além dos textos. Textos são considerados apenas resultados e não fontes do direito. No Artigo II, Teorias sobre as fontes do direito, Villey, sobretudo, expõe os principais sistemas metodológicos. Esses sistemas (ou doutrinas) têm origens ligadas à Alemanha no fim do século XIX. A primeira doutrina exposta é o positivismo legalista, herdada dos ideais de Hobbes, Locke e Rousseau. Seria fundada nas fontes das leis ou em suas supostas fontes. Argumenta-se que do Contrato Social decorreria o monopólio das leis estatais, e a jurisprudência seria a aplicação e o complemento dessas. A segunda doutrina é a Razão, derivada da Escola do “direito natural”. Da Razão, julgada universal, se inferiria o conteúdo das leis. A terceira doutrina, do positivismo científico, rejeita as teses das duas primeiras. Segundo essa teoria, os textos constituintes do direito positivo são impostos pela força do poder ou do costume. Acima desses textos, existem os fatos sociais considerados pelos juízes. A autonomia da jurisprudência deve ser reconhecida. A quarta doutrina expõe o direito de forma tecnicista. Segundo essa, o direito seria “instrumento de controle social, visando o bem-estar dos particulares ou do grupo”. A mistura das doutrinas pode gerar resultados diferentes. No texto, o autor menciona o Pandectismo alemão e a teoria de F. Gény. Ambos mesclam princípios das doutrinas e geram confusão na escolha dos princípios a se utilizar. O Artigo III vem mostrar as lógicas do direito demonstrando a importância dos discursos. As leis podem ser consideradas discursos e a lógica é, etimologicamente, o estudo dos discursos. As divergências entre os estudiosos da lógica do direito podem ser superadas por meio do desfrute da filosofia. A lógica relaciona-se com o estudo dos argumentos partidos de premissas fornecidas. Por fim, no Artigo IV, Villey trata das filosofias. São meios de questionamento e possíveis vias de driblar as contradições nas teses e lógicas. Progredir para além da obra é algo muito mencionado. A relação do jurista com a filosofia é demonstrada como hostil. Porém, argumenta-se que tentar discutir o sentido dos conceitos remetendo-os à realidade pode ser útil.
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