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Manifestações Culturais Esportivas II Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Ivan Luis dos Santos Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física • Mapeamento do Patrimônio Cultural Esportivo da Comunidade • Ressignificação das Manifestações Esportivas • Aprofundamento e Ampliação dos Conhecimentos Referentes aos Esportes • Registro e Avaliação · Identificar e analisar os procedimentos didáticos de um currículo de Educação Física, capaz de promover uma educação crítica e demo- crática diante das diversas manifestações esportivas, bem de seus códigos e representantes. OBJETIVO DE APRENDIZADO Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física Contextualização Diante do vasto patrimônio cultural esportivo existente e acessado pelos alunos, qual manifestação esportiva devo escolher para compor o meu plano de ensino/ aula num dado “tempo pedagógico” (mês, bimestre, trimestre, semestre ano...)? Uma vez selecionada a prática esportiva a ser tematizada durante minhas aulas, o que posso/ devo estudar sobre ela? Qual o papel dos alunos nesse processo (de produção cultural)? E do professor? Quais são os recursos didáticos possíveis? Até onde devo caminhar com a minha tematização? O que aprofundar e ampliar? Avaliar?... Mediante quais critérios? Perguntas tais como as arroladas acima, certamente, transitam pela cabeça de qualquer professor quando da tentativa de sistematização da sua prática pedagógica. Afinal, remetem-se a pontos centrais para a organização de experiências pedagógicas em forma de procedimentos didáticos que levem a modos – de aprendizagem e de luta – mais críticos, questionadores e coletivos. Utilizamos de procedimentos para quase tudo que fazemos em nossas vidas, do momento que acordamos até o horário de dormir. Embora não paremos para pensar a respeito, quando nos alimentamos, por exemplo, estabelecemos procedimentos: onde comer, o que comer, o que beber, etc. Essas decisões estão sempre fundamen- tadas por uma dada “teoria”, mesmo que constituída a nível do senso comum. Nessa unidade, partindo da intenção declarada “teoria” de ensinar os esportes nas escolas sob uma perspectiva politizada, atenta à multiculturalidade e, também, às injustiças que caracterizam a sociedade contemporânea, debateremos sobre os procedimentos didáticos de mapeamento, ressignificação, aprofundamento e ampliação e avaliação, materializados em atividades de ensino e que evidenciam um processo pedagógico. Esperamos que, ao final dessa unidade, tenhamos desvendado algumas alter- nativas para o encaminhamento de ações didáticas junto aos esportes, quando do seu ensino em aulas de Educação Física. Não prevemos, contudo, em descrevê-los como forma de receitas de aulas prontas ou de qualquer outro modelo fixo e pré- -estabelecido de aula. Tencionamos pensar alguns encaminhamentos com vistas à garantia de uma construção curricular engajada na produção de identidades de- mocráticas e sensíveis à condição de silenciamento e opressão, que alguns grupos culturais vêm, historicamente, sendo sujeitados. 8 9 Mapeamento do Patrimônio Cultural Esportivo da Comunidade Conforme destacado por Neira (2011), a definição do que vai ser ensinado e supostamente aprendido não envolve uma simples escolha baseada nos aspectos psicológicos do educando – níveis de desenvolvimento já alcançados. Portanto, decidir quais temas e conteúdos estudar, implica em abordar, discutir e refletir a respeito de todas as determinações que recaem sobre a instituição educativa em geral e o currículo em específico. Cada grupo social acumula as experiências culturais corporais diferentes, sendo que, mesmo no interior dos grupos elas podem ocorrer de forma muito variada. Tanto as famílias socializam suas crianças em um emaranhado cultural corporal específico quanto os jovens usufruem de inúmeras oportunidades para acessar os conhecimentos vinculados às manifestações corporais. Você já perguntou para as pessoas da sua casa – fi lho/a, irmão/ã, pai/mãe, entre outros/as – ou do seu bairro – crianças, jovens ou adultos – sobre as experiências culturais esportivas acumuladas? Onde acumularam tais experiências? Ex pl or “Seja pelos meios de comunicação, local de moradia, tradições grupais, experi- ências formalizadas ou oportunidades de lazer, as pessoas constroem e reconstro- em constantemente seu patrimônio corporal” (NEIRA, 2011, p. 103). É por isso que, a tomada de decisão sobre o tema a ser estudado na escola deve se dar a partir do mapeamento do patrimônio cultural acumulado e disponível na comunidade. Para Freire (2005), mapear significa proceder um estudo da realidade não limitado à simples coleta de fatos e dados, mas que, acima de tudo, permite ao professor mergulhar na cultura dos educandos e emergir com um conhecimento maior de seu grupo. Giroux e Simon (2005) afirmam que: “[...] nenhuma pedagogia germina em solo infértil. [...] um bom ponto de partida seria considerar a cultura popular como um terreno de imagens, formas de conhecimento e investimentos afetivos que definem as bases para se dar oportunidade à voz de cada um, dentro de uma experiência pedagógica”. (Giroux e Simon, 2005, p. 105) Mapear também significa levantar os conhecimentos que os alunos possuem sobre uma determinada prática esportiva. Ou seja, se num primeiro momento o mapeamento (“mais geral”) permite reconhecer a ocorrência social das manifestações esportivas na comunidade, num segundo momento, é o mapeamento “mais específico” sobre a prática esportiva já selecionada como tema de estudo, que oferecerá ao professor – e aos alunos – a possibilidade de socialização das experiências acumuladas. 9 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportesnas Aulas de Educação Física Recentemente, a professora Dayne Portapilla tematizou o futebol com seus alunos do 3° ano do Ensino Fundamental. A partir do relato de experiência produzido (PORTAPILLA; ESCUDERO, 2015), a professora contou-nos que, dada a necessidade de mapear a cultura corporal presente nos arredores da escola, “[...] procedeu uma leitura inicial da realidade e ao fazê-la, constatou que as práticas mais presentes na comunidade eram o futebol e a pipa, e ainda, que um de seus alunos faz escolinha de futebol e os demais participam do CJ (Centro de Juventude) onde realizavam atividades diversas”. (PORTAPILLA; ESCUDERO, 2015, p. 2) Ainda com o intuito de acumular mais dados com o mapeamento geral, a professora reuniu os alunos numa roda de conversa e perguntou quais jogos ou brincadeiras eles faziam fora da escola. As informações foram listadas na lousa e, “[...] considerando que as respostas ratificaram a leitura da professora e tendo ainda por base, o mapeamento do entorno, dos recursos materiais e observando o que já foi feito ao longo dos três anos em que está com essa turma, a professora optou pelo estudo do futebol”. (PORTAPILLA; ESCUDERO, 2015, p. 2) Uma vez selecionada a prática corporal a ser tematizada – o futebol – a professora Dayane realizou um mapeamento específico dos saberes dos alunos sobre essa manifestação esportiva. Para tal, “distribuiu um questionário que deveria ser respondido em casa, tencionando envolver também os pais no estudo”. Nesse questionário constavam perguntas, tais como: Como você joga o futebol e onde? Na região, onde podemos jogar o futebol? Alguém pode vir à escola ensinar algo sobre o futebol? Corroborando as proposições de Paulo Freire, Giroux e Simon (2005) apontam para a urgência de um processo educativo que ratifique a realidade concreta da vida cotidiana e, consequentemente, torne-se a base para uma pedagogia crítica da possibilidade. Para os autores, “[...] estamos avançando em direção a uma posição segundo a qual se poderia investigar a cultura popular como um campo de práticas que constituem a indissolúvel tríade do conhecimento, do poder e do prazer. Muito da luta pedagógica consiste exatamente nisso: testar as formas pelas quais produzimos significados e representamos a nós mesmos, nossas relações com os outros e com o ambiente em que vivemos. Assim procedendo, fazemos uma avaliação do que nos tornamos e do que não mais desejamos ser. Também nos capacitamos a reconhecer as possibilidades ainda não concretizadas e a lutar por elas”. (GIROUX; SIMON, 2005, p. 107) Não há um padrão ou roteiro obrigatório a ser seguido; durante o mapeamen- to, os professores podem empreender variadas atividades. As informações obtidas através de questionários, observações dos horários de recreio, conversas informais, 10 11 rodas de conversa etc., constituem elementos fundamentais para dimensionar o tema de estudo e as possibilidades que este apresenta para o desenvolvimento das aulas. Para Neira (2011, p. 114), “o mapeamento é a porta de entrada para uma abordagem equitativa da diversidade dentro da escola, questão de honra quando se objetiva um projeto educacional sensível às diferenças”, configurando-se como a primeira ocasião para leitura e interpretação dos gestos e dos discursos dissemina- dos sobre as práticas esportivas. Dessa forma, não há degraus que organizem os “temas esportivos” a serem ensinados na escola. Estes ficam condicionados aos contextos sócio-histórico- cultural, biográfico e institucional. Os conteúdos de ensino não são definidos a priori no planejamento, uma vez que decorrem da relação dialógica entre os sujeitos envolvidos na aprendizagem, diante dos discursos produzidos socialmente sobre o tema em questão. Quando da tematização do tênis de mesa, por exemplo, o que poderíamos estudar (quais conteúdos)? Suas regras, história, locais de competição, sujeitos (atletas e não atletas), os golpes. Assumimos que todos esses conteúdos do tênis de mesa ganham legitimidade e importância no currículo escolar a medida que emanam das leituras e problematizações encaminhadas pelo professor e, também, pelos alunos ao longo do trabalho pedagógico. Concordando com Santos (2016), o que está sendo proposto é a ruptura com qualquer “perspectiva apostilada” de ensino das manifestações culturais esportivas, num movimento de recusa ao propedêutico, ao modular, ao capitular ou a outras formas de blindagem do conhecimento pelas vozes da cultura hegemônica. Como um exercício de mapeamento, sugerimos que preencham o quadro abaixo. Após o preenchimento, observe as inúmeras e diferentes experiências esportivas que você sele- cionou. Quantas dessas já foram tematizadas em suas aulas de Educação Física no tempo em frequentou a escola? Será que a escola mantém-se atenta ao patrimônio cultural corporal de seus alunos nos dias de hoje? Busque refl etir criticamente sobre essas questões. Ex pl or 1. Práticas esportivas acessadas durante a infância? 2. Práticas esportivas presentes no bairro onde mora? 3. Práticas esportivas realizadas nos intervalos (recreios) da escola? 4. Práticas esportivas cultivadas pelos membros da família? 5. Práticas esportivas identificadas nos desenhos, filmes ou games? 6. Práticas esportivas experimentadas durante viagens ou visitas? 11 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física Ressignificação das Manifestações Esportivas Diante das condições que diferenciam a prática social da manifestação esportiva no seu locus original e a realidade da escola (número de alunos, espaço, tempo, material etc.), os professores devem oportunizar ao grupo de alunos condições para a reelaboração das formas de praticar o esporte, “com a intenção de facilitar a compreensão da plasticidade da cultura e do processo de transformação vivido por quase todos os produtos culturais” (NEIRA, 2011, p. 123). Para esse autor: “As peculiaridades de cada grupo e de cada escola são consideradas por ocasião da reconstrução coletiva da prática corporal objeto de estudo, proporcionando aos alunos uma experiência bastante concreta da dinâmica cultural. Apesar da relevância das vivências corporais como ponto de partida para análise situacional e remodelação das práticas, a participação dos alunos enquanto leitores e intérpretes da gestualidade, sugerindo modificações, é tão relevante quanto a execução propriamente dita. Essas posições podem se alternar ao longo das atividades de ensino”. (NEIRA, 2011, p. 123). Em seu relato de experiência, o professor Leandro de Souza conta-nos sobre a tematização do tênis junto a um grupo de alunos do 5° ano do Ensino Fundamental (SOUZA, 2016). Dentre as atividades de ensino propostas, o professor apresentou vídeos de jogos de tênis. “[...] enquanto os educandos assistiam aos jogos, provoquei-os pergun- tado: quanto está o jogo? Como é que lê os resultados do placar? [...] conversamos na aula seguinte sobre as observações que eles realizaram dos vídeos e anotamos algumas delas no quadro para planejar as aulas subsequentes [...] conhecendo as observações e as dúvidas dos educandos, na aula seguinte solicitei que alguns educandos desenhassem no quadro, uma quadra de tênis tendo como base as quadras de tênis vistas nos víde- os e logo após fomos para a quadra demarcarmos o espaço de jogo [...] Durante a vivência do jogo os educandos decidiram contar os pontos da seguinte forma: 1, 2 e 3, e logo após entrava o próximo educando para jogar”. (SOUZA, 2016, p. 7-10). Continua o professor Leandro de Souza: “[...] solicitei que para aula seguinte, eles pesquisassem na regra do tênis, qual era o valor de cada ponto do game e quantos pontos eram necessários para concluir um game. Conforme a regra do tênis, vimos que o game é composto por quatropontos 11, o 1º e o 2º ponto valem 15 pontos cada, o 3º apenas 10, já o 4º ponto é chamado “game”, sendo assim o(a) jogador(a) que fizer 4º ponto (60 pontos) ganha o game. [...] Os estudantes negociaram que, nas próximas vivências, os jogos 12 13 teriam a duração de um game, para que a maioria dos educandos pudesse participar e experimentar a contagem dos pontos descrita nas regras”. (SOUZA, 2016, p. 11-12). Ressignificar implica atribuir novos significados a um artefato produzido em outro contexto, com base na própria experiência cultural. Tal como percebido pelos frag- mentos extraídos do relato de experiência do professor Leandro de Souza, trata-se de posicionar os alunos na condição de sujeitos históricos e produtores de cultura em condições semelhantes ao que ocorre em grande parte das experiências humanas. Na vida cotidiana, a atribuição de novos significados a objetos, posturas, discursos, conceitos, etc., é algo constante. A ressignificação não tem qualquer controle, pois não há como pressupor quais serão os significados atribuídos quando os sujeitos se deparam com os artefatos culturais oriundos de outros grupos (NEIRA, 2011). Entendemos aqui, que qualquer tentativa de fixar técnicas esportivas conside- radas corretas ou comportamentos socialmente valorizados no/pelo esporte só podem levar à aceitação passiva ou à transgressão, dado que os alunos não neces- sariamente partilham dos mesmos referenciais culturais que lhes são apresentados. Adverte-nos Neira (2011) que as manifestações esportivas foram produzidas em contexto sócio-histórico-político específico com determinadas intenções, sentidos e significados. “[...] Com o passar do tempo, ressignificaram-se, sofrendo inúmeras transformações devido à inter-relação com a cultura” (p. 129). Garcia Canclini (2009) aponta que não há inocência no processo de ressignificação, uma vez que a presença das relações de poder podem favorecer aqueles que dispõem de maior força para modificar a significação dos objetos. Tomemos como exemplo, o caso das mudanças das regras do voleibol ao final da década de 1990. Santos Neto (2004) faz alguns destaques a esse respeito. É uma época de adequação do jogo ao formato televisivo. Partidas com uma duração menor para adequação à grade televisiva, bolas coloridas permitindo uma melhor visualização pelos telespectadores, um jogador especialista na defesa para aumentar o tempo do rally, maior interatividade dos técnicos junto aos atletas e o tempo técnico foram algumas das mudanças propostas para a melhoria do espetáculo junto à TV, que com todo o seu poderio econômico, constituiu-se como forte propagadora de ressignificações desse esporte. Não à toa, na escola, é fundamental que o estudo das manifestações culturais esportivas inclua a análise das razões que impulsionam as ressignificações. Destaca Neira (2011) que, nessa operação, os marcadores sociais de etnia, classe social, gênero, entre outros, são obrigatoriamente iluminados e, ao mesmo abre-se espaço para novas produções culturais (novas ressignificações) das práticas esportivas, respeitado o contexto sócio-cultural no qual se encontram. O que está em jogo são as relações de poder entre os grupos. Pense sobre o que acontece com a organização dos torneios esportivos escolares. Geralmente 13 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física ficam destinados a poucas modalidades coletivas, cuja garantia de participação dos alunos aparece clivada pelo nível de habilidade motora. Enquanto aqueles que desfrutam de condições socialmente favoráveis negligenciam ou dissimulam o valor dos produtos culturais alheios. Enquanto isso, os grupos subordinados são convidados a se apropriarem das práticas sociais hegemônicas, acessando a sua linguagem em busca de reconhecimento. Em consonância com as proposições de um currículo culturalmente orientado – divulgado nos trabalhos recentes de Marcos Garcia Neira – as aulas de Educação Física na escola precisam valorizar a vivência dos diversos formatos das manifestações esportivas conhecidas pelos alunos, bem como, oferecer condições para que estes experimentem todas as alterações possíveis, a fim de que possam desfrutar de diferentes papeis sociais e elaborar seus próprios produtos culturais. Na sociedade, por meio de um percurso não linear, as manifestações esportivas vão sendo elaboradas e reelaboradas, ocupando sempre a condição de produtos da cultura. Sugerimos que assista ao vídeo sobre o bossaball disponível em: https://youtu.be/abeGcPV2NLU. A partir do vídeo, faça a leitura dessa prática esportiva.Ex pl or Em seguida, navegue pelo site https://goo.gl/dGqyP6 buscando interpretar como se deu o processo de ressignificação cultural em torno dessa prática.Ex pl or Não é difícil pensar que, uma vez na escola, os alunos reelaborariam o bossaball às suas maneiras – em relação as técnicas corporais, as regras, os espaços, etc. – assumindo a condição de sujeitos produtores de cultura. Ao valorizar as atividades de ressignificação, as aulas de Educação Física favorecem a construção de identidades democráticas por meio da troca entre alunos, entre alunos e professor, da aceitação das diferenças e do respeito ao Outro. Aprofundamento e Ampliação dos Conhecimentos Referentes aos Esportes Compartilhamos com Neira (2011) a ideia de que aprofundar significa conhecer melhor a manifestação esportiva que está sendo tematizada. Implica “procurar desvelar aspectos que lhe pertencem, mas que não emergiram nas primeiras leituras e interpretações” (p. 135). 14 15 Sendo assim, as atividades de ensino voltadas para o aprofundamento possibili- tam um entendimento maior dos significados atribuídos à prática corporal objeto de estudo: visitas aos espaços onde a manifestação esportiva acontece no seu formato mais conhecido, aulas demonstrativas com estudantes praticantes das modalidades, análise e interpretação de vídeos, leitura e interpretação de textos pertencentes aos diversos gêneros literários, realização de pesquisas orientadas previamente, entre outras experiências pedagógicas. Conforme aponta Neira (2011): “Ao problematizarem determinados aspectos da manifestação corporal, as situações mencionadas promovem desafios que estimulam os estudantes à busca de respostas e a uma melhor compreensão da prática social em foco. Os conhecimentos veiculados e a duração dos trabalhos variam em função das características do tema, dos posicionamentos dos alunos e do nível de aprofundamento provocado”. (NEIRA, 2011, p. 136). Continua o autor destacando o fato de que o interesse pelas temáticas corresponde às experiências culturais dos alunos e as atividades de ensino sofrem influência das condições da escola, do trabalho docente e das características da manifestação cultural esportiva em foco. Dessa forma, enquanto certos temas podem provocar grande curiosidade e necessidade de saber mais, levando os professores a elaborarem mais atividades de ensino e reorientarem suas ações didáticas, outros comportaram possibilidades de aprofundamento mais limitadas. Por exemplo, a professora Beatriz ao tematizar o futebol com os seus alunos, conta-nos que: “Durante as vivências do futebol de rua, alguns alunos vieram comentar comigo sobre a possibilidade de conhecermos um pouco do showbol (outro tipo de futebol). Os alunos se interessaram por essa prática após acompanhar na TV alguns jogos de um campeonato que estava acontecendo no momento. Como o comentário sobre essa prática partiu de vários alunos e alguns já identificaram algumas características que lembravam o futebol de rua, resolvi propor algumas situações de ensino para que pudéssemos aprofundar os nossos conhecimentos acerca dessa prática. Fiz algumas pesquisas na internet para conhecer mais sobre o showbol e tambémhavia solicitado àqueles alunos que pesquisassem sobre a modalidade, que trouxessem seus conhecimentos para o resto do grupo. [...] Nas aulas seguintes, os alunos explicaram as regras básicas do jogo, as condições físicas em que ele acontece e propuseram algumas vivências com os fundamentos. Eu expliquei um pouco sobre o contexto de origem dessa manifestação trazendo para a discussão quem são os sujeitos dessa prática esportiva”. (ANDRADE, 2012, p. 13-4). Saiba mais sobre o relato de experiência escrito pela professora: https://goo.gl/TqU1XN Ex pl or 15 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física Como observado no excerto acima, os aspectos destacados pelos alunos ou pelo professor durante o aprofundamento fomentam novas vertentes de análise, vivências e pesquisas. Nesses casos, tanto o olhar dos estudantes sobre as práticas esportivas tematizadas, como também seus níveis iniciais de conhecimento são enriquecidos (NEIRA, 2011). Além disso, dado que as práticas esportivas disseminadas na sociedade estão entremeadas pelas relações de poder, que resultam na existência de preconceitos e discriminações de várias origens, é o aprofundamento que poderá ajudar os alunos a compreenderem as condições dos grupos dominantes e dominados, as quais tem contribuído para preservar (ou não) situações de privilégios (para os dominantes) e de opressão (para os subalternizados). Retomando a tematização do futebol expressa no relato de experiência da professora Beatriz, é possível verificar como as atividades de ensino voltadas ao aprofundamento promoveram a desconstrução de alguns estereótipos de gênero historicamente edificados nessa manifestação cultural esportiva. “Durante o aprofundamento do Showbol, verificamos que é comum vermos ex-jogadores de futebol de campo – jogadores considerados aposentados – como os principais praticantes desta modalidade. Quando comentei sobre isso com os alunos, retomamos a discussão sobre a profissão jogador de futebol, a história da modalidade e mais, especificamente, sobre a ausência feminina nessa prática. [...] ao perceber como o espaço da mulher no futebol (campo, futsal, Showbol, dentre outros) é muito menor comparado ao do homem, os alunos/as começaram a entender certas afirmações que são reproduzidas como verdades: “futebol não é coisa de mulher” (ANDRADE, 2012, p. 14). O aprofundamento, enquanto procedimento didático, faz valer o fato de que as práticas esportivas estão socialmente ancoradas e, dessa forma, atua no alargamento dos quadros de referência pelos quais compreendemos as relações entre conhecimento, pluralidade e poder, analisando as presenças e ausências nos discursos históricos, políticos e culturais. Assim, ao trabalhar com determinada manifestação cultural esportiva, é importante que o professor promova análises do contexto social em que ela é produzida, instigando os estudantes a adotarem um olhar crítico para os diferentes discursos (muitos vezes fantasiosos) que os rodeiam. Para além das atividades de aprofundamento, propõe-se, também, que as situações de ensino propostas ao longo da tematização das manifestações culturais esportivas possibilitem à ampliação dos conhecimentos. De acordo com Neira (2011), a ampliação é o procedimento didático fundamental para a superação da visão sincrética inicial, que prioriza perspectivas de análise raramente acessadas pelos alunos. Dessa forma, ampliar implica recorrer a outros discursos e fontes de informação diferentes daquelas acessadas num primeiro momento. Ou seja, implica localizar outros discursos culturais que, por vezes, trazem representações contrárias àquelas apresentadas durante as atividades de aprofundamento. 16 17 Durante a tematização de uma prática esportiva (por exemplo, o voleibol), por vezes, apro- fundamos os conhecimentos valendo-se de explicações científi cas ou “consagradas” sobre determinados conteúdos (por exemplo, sobre os métodos de treinamento utilizados pelos atletas de voleibol), acessadas, principalmente, na literatura disponível sobre o desporto de alto rendimento. Mas, você já parou para pensar quais são os métodos de treinamento utilizados por um time de voleibol amador do bairro? Ou aquele utilizado pelo professor de Educação Física do centro esportivo da cidade, que trabalham com crianças e adolescentes? O que esses sujeitos têm a falar da maneira como organizam / sistematizam os seus treinos? Que tal convidar esses sujeitos para irem à escola conversar com os alunos? Ex pl or A ampliação visa desafiar os discursos comumente aceitos como “verdade”, fazendo com que os estudantes entendam que o conhecimento (verdade) é so- cialmente construído, culturalmente mediado e historicamente situado, proporcio- nando a eles elementos fundamentais para a construção de uma reflexão crítica e permitindo que estabeleçam relações com outros saberes e formas culturais. É im- prescindível esclarecer aos estudantes que não existem “verdades absolutas”. O que hoje é “verdadeiro” para a maioria das pessoas, tornou-se hegemônico em meio às disputas discursivas e tentativas de validação dos significados culturais, sendo, portanto, fruto das relações de poder. Em seu relato de experiência sobre a tematização do futebol de várzea (SANTOS JÚNIOR, 2009), o professor Flávio aponta que, após a exibição de vídeos que retratavam as condições dos campos de várzea na comunidade local, convidou representantes de uma ONG (Organização não governamental) atuante na região para conversar com os alunos na escola. Com o objetivo de ampliar os conhecimentos, o professor solicitou que, previamente à visita dos convidados, os alunos organizassem questões, mediante as dúvidas que ainda carregavam sobre o tema. Dentre outras coisas que foram faladas, “... o Claudio, um dos representantes da ONG AIIH (Associação Internacional de Interesse à Humanidade), citou a participação do ex- atleta Cafu na comunidade do Jardim Irene. A maioria dos estudantes, assim como eu, e em função de alguns vídeos que havíamos acessado, acreditávamos que ele colaborava com o bairro e com a manutenção do campo. Para nossa surpresa, descobrimos a enganação bem armada com o recurso da mídia. A ONG AIIH se mantém com recursos do governo e mediante uma parceria com a Adidas, cujo apoio foi disputado com a própria fundação do jogador. A informação chocou a todos porque acreditávamos que a presença da Adidas na instituição estava estritamente ligada ao Cafu”. (SANTOS JÚNIOR, 2009, p. 9). Nesse sentido, tal como pode ser notado na proposta do professor Flávio, as ati- vidades de ampliação podem ser compreendidas como uma forma de “hibridização discursiva”, aos moldes proposto por Canen e Oliveira (2002). Na compreensão das autoras, a linguagem híbrida “cruza as fronteiras culturais, incorpora discursos 17 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física múltiplos, reconhece a pluralidade e provisoriedade de tais discursos, implica uma rein- terpretação das culturas, buscando promover sínteses interculturais criativas” (p. 64). Tencionando alcançar esse objetivo, o professor poderá convidar representantes da manifestação esportiva em estudo (como ocorreu, no caso do professor Flávio, ao tematizar o futebol de várzea), propor visitas a locais onde ela acontece, realizar a leitura de textos argumentativos, assistir a documentários, comparar os diferentes pontos de vista entre os alunos e o professor, etc. Neira (2011) aponta que o emprego frequente de outros textos como recurso para ampliação dos conhecimentos implica também a submissão desses produtos à aná- lise cultural. Assim, um filme ou qualquer outro artefato cultural, ao falar sobre uma prática esportiva, age na instituição e produção da manifestação esportiva narrada.“As concepções que perpassam os textos culturais acessados nas atividades de ensino são analisadas no sentido de expressarem pontos de vista do autor e do grupo cultural que representam. Com isso, a noção veiculada aos alunos é que qualquer conhecimento pode ser analisado como um produto histórico, pois contém nada mais do que uma interpretação num determinado momento (MIZUKAMI, 1986, apud NEIRA, 2011, p. 141). Vale destacar que atividades de ensino voltadas à ampliação dos conhecimentos requerem do professor uma cuidadosa organização e planejamento. Desde a formulação de questões que subsidiarão uma entrevista ou conversa com um convidado (tal como pudemos constatar no relato de experiência do professor Flávio), até a preparação para uma atividade externa, com previsão de debate coletivo no retorno à escola. Em suma, espera-se que, somada às atividades de ressignificação e aprofun- damento, a ampliação promova novas possibilidades de vivências e leituras das manifestações culturais esportivas, tensionando para análises de cunho histórico, político, filosófico e sociológico. Conforme destacou Neira (2011), o acesso a uma noção mais ampla dos significados que circunscrevem as práticas esportivas apre- senta um vínculo bastante estreito com o potencial que as atividades elaboradas pe- los docentes possuem de transcender as dimensões meramente sensoriais. Advém daí a necessidade de elaborar com grande rigor as experiências pedagógicas. Registro e Avaliação A avaliação constitui-se em um dos pilares no qual o professor necessita atentar- -se quando tematiza as manifestações culturais esportivas na escola. O ato de avaliar deve ser um momento privilegiado de diálogo entre estudantes e professores, no qual a ênfase se dá no caminho percorrido e não, exclusivamente, no produto final. Entendida dessa forma, a avaliação deve ser contínua e formativa, sendo compreendida como um instrumento para problematização, questionamento e reflexão constante sobre a ação pedagógica. 18 19 Nesse sentido, no decorrer das atividades de ensino, as anotações das observações e análises do cotidiano das aulas possibilitam a reunião das informações necessárias para a avaliação do trabalho pedagógico. Neira (2011) ainda ressalta que, “[...] para além da observação, os professores registram as ações didáticas desenvolvidas, os encaminhamentos efetuados e as respostas dos educando. Também recolhem e arquivam exemplares dos materiais produzidos pelos alunos durante as aulas ou a partir delas. A coleta de dados sobre o processo subsidia a reflexão a respeito da prática educativa e acumula indícios tanto dos acertos quanto dos possíveis equívocos pedagógicos cometidos no decorrer do processo (NEIRA, 2011, p. 158). Uma vez que o mapeamento tenha diagnosticado a cultura esportiva de chegada dos alunos, os registros elaborados pelos docentes facilitam a identificação das in- suficiências e dos alcances das atividades de ensino desenvolvidas. Muitas situações didáticas merecem um olhar atento, especialmente para as relações estabelecidas entre os sujeitos envolvidos e entre eles e os conhecimentos abordados. “[...] os ques- tionamentos, interesses e conflitos identificados pelos docentes assinalam a necessi- dade de planejar e desenvolver novas atividades de ensino” (NEIRA, 2011, p. 159). Portanto, a avaliação é contemplada durante todo o processo de estudo da prática esportiva selecionada para ser tematizada, implicando num acompanhamento contínuo dos conteúdos e das atividades desenvolvidas no currículo posto em ação. Para tal, é fundamental que o professor utilize diferentes forma de registro: vídeos, fotografias, anotações em diário de campo, produções dos estudantes, etc. De acordo com Müller (2016), as situações que acontecem durante as aulas de Educação Física são muito dinâmicas (lembrando sempre que as possibilidades são infinitas a partir das situações proporcionadas pelas problematizações) e dessa forma, o docente precisa garantir a maior quantidade de fontes de registros a fim de enriquecer seu material empírico para que, posteriormente, possa se debruçar sobre esses documentos, identificando discursos, ações, posicionamentos, silêncios, olhares, enfim, todas os indícios para um novo planejamento das ações futuras. Ao relatar sobre a tematização do futebol encaminhada junto aos alunos dos sétimos anos de uma escola da rede municipal de São Paulo (COLOMBERO, 2010), a professora Rose nos conta que: “Numa das turmas enquanto um grupo de alunos fazia um jogo misto, outro grupo registrava, utilizando os seus celulares para produção de vídeos e fotos. Na aula seguinte, ao olharmos para os registros em sala de aula, alguns estudantes disseram: ‘[...] as meninas não estão se movimentando, só os meninos’, ‘[...] elas precisam se movimentar mais para receber a bola...’. [...] Ao mesmo tempo, um garoto sugeriu: [...] então precisamos tocar mais a bola para elas”. (COLOMBERO, 2010, p. 4) A partir do excerto acima, podemos reconhecer que a avaliação, mediante aos registros produzidos durante a tematização da prática esportiva, deve garantir um processo interativo de fazer-criticar-fazer-criticar. Segundo Doll Junior (1997), esse 19 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportes nas Aulas de Educação Física processo recursivo de fazer privado e crítica pública é essencial para a transformação da experiência. Nessa linha de compreensão da avaliação podemos situar o trabalho realizado pelo professor Arthur que também tematizou o futebol, buscando, dentre outras coisas, problematizar as relações de gênero. O professor aponta que, “[...] como forma de aprofundar os conhecimentos das crianças, organizamos um passeio para o Museu do Futebol. [...] Durante nossa visita, as crianças viram e anotaram muitos dados sobre o futebol feminino. [...] Nas aulas seguintes, solicitei que as crianças retomassem os registros elaborados durante à visita ao museu. Pedi que, em pequenos grupos, os alunos e alunas confeccionassem cartazes sobre os pontos mais relevantes (na opinião deles e delas) sobre o futebol feminino. [...] Algumas crianças resolveram escrever palavras de reinvindicação por uma abertura e apoio maior ao futebol feminino. Esses cartazes, por ideia das crianças, foram espalhados pela escola. E nas aulas seguintes, eles e elas se organizaram para passarem em todas as salas, explicando os principais pontos pesquisados”. (MÜLLER, 2015, p. 8-9). A preocupação com o que acontece durante a tematização, enfatizada no relato de experiência do professor Arthur, corrobora aos achados de Escudero (2011). Para essa autora, a avaliação é constante tecida por alunos e professores, que ao puxarem e desembaraçarem os fios da tematização, cada um ao seu jeito, vão atribuindo sen- tido para as aulas, para as práticas esportivas e para os seus representantes. Saiba mais sobre o relato de experiência, acessando: https://goo.gl/uuES5u Ex pl or 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar Das produções – experiências pedagógicas – com a Educação Física cultural: Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar (GPEF). https://goo.gl/sB9zTL Vídeos Cap. 1.9 - Ensinar Exige o Reconhecimento e a Assunção da Identidade Cultural (Parte 1) Da importância do mapeamento para o reconhecimento e valorização do patrimônio cultural da comunidade – Paulo Freire. https://youtu.be/EYeDfYEttug D-19: Didática da Educação Física: Avaliação Da discussão sobre a avaliação nas aulas de Educação Física. https://youtu.be/Grket2uAscU Avaliação em EF Escolar na Perspectiva da Abordagem Cultural - Nyna Taylor G. Escudero https://youtu.be/7BE6lrfFSKo 21 UNIDADE Procedimentos Didáticos para o Ensino dos Esportesnas Aulas de Educação Física Referências ANDRADE, B. C. Jogo de hoje: Meninos x Meninas. Quem ganha essa partida? EMEF Zona Sul. São Paulo, SP. In: Relatos de Experiência. Grupo de Pesquisas em Educação Física Escolar. Faculdade de Educação, USP/ SP, p. 1-17, 2012. Disponível em: <http://www.gpef.fe.usp.br/teses/beatriz_03.pdf>. Acesso em mar. 2017. CANEN, A.; OLIVEIRA, A. M. A. Multiculturalismo e currículo em ação: um estudo de caso. Revista Brasileira de Educação, n. 21, p. 61-74, 2002. COLOMBERO, R. M. M. P. Futebol e representações sociais na escola. EMEF Ministro Synésio Rocha. São Paulo, SP. In: Relatos de Experiência. Grupo de Pesquisas em Educação Física Escolar. Faculdade de Educação, USP/ SP, p. 1-8, 2010. Disponível em: <http://www.gpef.fe.usp.br/teses/rose_01.pdf>. Acesso em fev. 2017. DOLL JÚNIOR, W. E. Currículo: uma perspectiva pós-moderna. Porto Alegre: Artmed, 1997. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. GARCÍA CANCLINI, N. Diferentes, desiguais e desconectados. 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