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Prof. Adriana Manetti Fone: (53) 98418-6881 Sala atend.: Cotada sala 203 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CENTRO DE ENGENHARIAS ENGENHARIA CIVIL DIAGNÓSTICO E CONTROLE DE IMPACTOS AMBIENTAIS (1630021/Engenharia Civil /9º Semestre) RESUMO PROVA I A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável: • aproveitamento de condições naturais locais; • utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural; • implantação e análise do entorno; • não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; • qualidade ambiental interna e externa; • gestão sustentável da implantação da obra; • adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; • uso de matérias-primas que contribuam com a eco-eficiência do processo; • redução do consumo energético; • redução do consumo de água; • reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; • introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; • educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. O Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção (CIB) define a construção sustentável como “o processo holístico para restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econômica” Construções mais sustentáveis A Construção Sustentável é um conceito moderno da Engenharia Civil que pode ser aplicado ao projeto de qualquer tipo de estrutura, indo desde pequenas casas populares até a construção de grandes prédios, como fábricas ou hospitais. Na construção sustentável → procuram usar tecnologias ecológicas nas obra para preservar o meio ambiente e poupar os recursos naturais. O conceito de construção sustentável é baseado em 5 ideias básicas: Construções mais sustentáveis 1 – Projetos Inteligentes Aproveitam melhor as características do terreno e também da natureza, tais como iluminação solar natural para poupar o uso de lâmpadas quando a construção ficar pronta. 2 – Redução da Poluição Uma obra de engenharia civil sempre gera muita poluição. Esta poluição pode ser reduzida drasticamente através do melhor aproveitamento dos materiais (redução de desperdício) e também através do uso de ferramentas e estruturas inteligentes (andaimes de metal reutilizáveis ao invés dos tradicionais andaimes de madeira comuns na construção civil). Outra maneira interessante de reduzir a poluição é separar as sobras da construção pedaços de concreto, tijolos quebrados, tocos de madeira, pedaços de ferro, etc.). Reaproveitar em outras obras; Reciclar enviar para a reciclagem. Construções mais sustentáveis 3 – Materiais Ecológicos O uso de materiais ecológicos é outro princípio fundamental da construção sustentável. Plástico reciclado, madeira de reflorestamento, concreto reciclado (concreto aproveitado a partir da demolição de outros edifícios) OBJETIVO: aumentar a sustentabilidade de uma construção. 4 – Eficiência Energética Além de construir obras de maneira ecológica, a construção sustentável também busca casas e prédios que possam ser mantidos de modo econômico. Uma das formas de tornar um edifício mais econômico e sustentável é através da eficiência energética. Isso pode ser alcançado com o uso de lâmpadas e eletrodomésticos econômicos, energia solar para aquecer a água e melhor aproveitamento do calor e do frio (que evita a necessidade do uso de ar condicionado). Construções mais sustentáveis 5 – Aproveitamento da Água A água, um dos bens mais preciosos da humanidade, também pode ser aproveitada segundo os conceitos da construção sustentável. A água das chuvas, por exemplo, pode ser facilmente estocada em cisternas e caixas d’água para ser usada em tarefas como regar plantas, lavar o chão ou então nos vasos sanitários. O desperdício também pode ser evitado através do uso de encanamentos de maior resistência e de modelos de torneiras mais eficientes. SÍNTESE IMPACTO AMBIENTAL: alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou socais provocada por ação humana. ASPECTO AMBIENTAL: elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL: qquer alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou alteração adversa na qualidade ambiental; RECUPERAÇÃO AMBIENTAL: aplicação de técnicas de manejo visando tornar um ambiente degradado apto para um novo uso produtivo, desde que sustentável. SÍNTESE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL: descrição das condições ambientais existentes em determinada área no momento presente. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL: processo de exame das conseqüências futuras de uma ação presente ou proposta. A questão dos resíduos sólidos envolve a mudança de hábitos que há muito tempo estão arraigados em nossa sociedade. Para facilitar esta tarefa, a educação ambiental criou o conceito dos 3Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar –, três palavrinhas que ajudam a lembrar o que cada um de nós precisa fazer na hora de tratar do problema. O sucesso da fórmula foi tão grande que hoje já se fala em 7Rs. • Repensar - Não tomar atitudes por impulso, ou seja, analisar a necessidade da aquisição, tendo como princípio, o questionamento sobre o que é fundamental. • Recusar - Ao concluir que determinado consumo é desnecessário, a atitude mais sensata é recusar a oferta. • Reduzir - Este é o princípio do consumo racional, sem excessos. Exige que não se adquira algo que não será utilizado ou consumido, seja nas residências ou nas empresas. • • Reparar - Verificar, antes de destinar algo ao lixo, se tem conserto. A atitude pode sair mais barata e ainda contribui com a redução de resíduos. • Reutilizar - Um mesmo objeto pode ter múltiplas funcionalidades, sem agredir o meio ambiente. Há embalagens que podem ser reutilizadas com outros fins e diversos outros objetos que podem ter usos criativos. • Reciclar - Significa transformar objetos materiais usados em novos produtos para o consumo (metais, papéis e papelões, plásticos, vidros), mas depende da separação para a coleta seletiva. • Reintegrar - É uma ação relacionada a alimentos e outros produtos orgânicos, que podem retornar à natureza. Um dos principais meios é a compostagem, para a produção de adubo. Artigo 13 da PNRS como sendo os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. A gestão e manejo de resíduos da construção e demolição estão disciplinados, desde 2002. A Resolução de número 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. Resolução CONAMA 307 Art. 3°: Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma: I – Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: •a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; •b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; •c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadasem concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; nocivos à saúde. II – Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; III – Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; IV – Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307 (ALTERADA EM PARTE PELA RESOLUÇÃO CONAMA Nº 448) Art. 3º - Classificação dos resíduos da construção civil: Classe A - resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios, etc) produzidas nos canteiros de obras. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Classe B - resíduos recicláveis para outras destinações, como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. Classe C - resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Classe D: resíduos perigosos oriundos do processo de construção, como tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde, oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Art. 4 - Os geradores deverão ter como objetivo: 1- Prioritário: a não geração de resíduos e, secundariamente, 2- a redução de resíduos 3 - a reutilização e a reciclagem 4 - o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. § 1º - Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DIRETRIZES PRIORITÁRIAS PARA O SETOR REDUZIR os desperdícios e o volume de resíduos gerados; SEGREGAR os resíduos por classes e tipos; REUTILIZAR materiais, elementos e componentes que não requisitem transformações; RECICLAR os resíduos, transformando-os em matéria-prima para a produção de novos produtos. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL VANTAGENS DA REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS Diminuição do custo de produção; Diminuição da quantidade de recursos naturais e energia a serem gastos; Diminuição da contaminação do meio ambiente; Diminuição dos gastos com a gestão dos resíduos. Faz-se necessária uma mudança da cultura junto a todos os envolvidos no processo da construção, evidenciando a importância da preservação do meio em que vivemos. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Agregado para concreto não estrutural que são resíduos processados pelas usinas de reciclagem, podendo ser utilizados a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e brita); Agregado para confecção de argamassa que são originados após o processado pelas argamasseiras, que moem o entulho na própria obra, em granulometrias semelhantes às da areia. Ele pode ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e revestimento. SOLUÇÕES PARA O EMPREGO DOS RCD (RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO) RECICLADOS NO BRASIL Pavimentações que são empregadas nas reutilizações de resíduos reciclados como base, sub-base, revestimento primário, na forma de brita corrida ou em mistura de resíduo com o solo. Cascalhamento de estradas, preenchimento de vazios em construções, preenchimento de valas de instalações e reforços de aterros (gabiões). SOLUÇÕES PARA O EMPREGO DOS RCD (RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO) RECICLADOS NO BRASIL APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL A partir da lei sancionada em agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), todos os municípios brasileiros terão que pôr em prática medidas que impeçam que esses materiais cheguem aos aterros. O prazo foi até 2014. Reciclar o material excedente é a saída para a construção civil e a Política Nacional de Resíduos Sólidos estimula essa atividade. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Resolução CONAMA no 358, de 29 de abril de 2005 Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: I- caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos; II- triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas nessa Resolução III- acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem; IV- transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; V- destinação: ... Objetivo central da Política Nacional de Meio Ambiente. Estabelecer mecanismos de controle ambiental nas intervenções setoriais que possam vir a comprometer a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental ... As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas: - Lei 6.938/81 - Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97 - Lei Complementar nº 140/2011, que discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como fundamento a localização do empreendimento. O que é Licenciamento Ambiental??? O que é Licença Ambiental??? CONCEITO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL O artigo 1º, inciso I, da Resolução Conama n° 237, de 19 de dezembro de 1997 (Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimenditos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental): conceito de licenciamento ambiental: “Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso” CONCEITO DE LICENÇA AMBIENTAL O artigo 1º, inciso II, Resolução Conama n° 237, de 19 de dezembro de 1997, define licença ambiental como: “Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas peloempreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental”. São avaliados impactos causados pelo empreendimento, tais como: - seu potencial ou sua capacidade de gerar líquidos poluentes (despejos e efluentes); - resíduos sólidos; - emissões atmosféricas, ruídos; - potencial de risco, como por exemplo, explosões e incêndios. É importante lembrar que: as licenças ambientais estabelecem as condições para que a atividade ou o empreendimento cause o menor impacto possível ao meio ambiente. OBS: Qualquer alteração deve ser submetida a novo licenciamento. Fases do Licenciamento Ambiental O licenciamento ambiental não é composto de uma única fase ou ato, → seqüência de fases ou atos diretamente relacionados Objetivo verificar se uma determinada atividade está efetivamente adequada aos padrões de qualidade ambiental prescritos pela legislação ou pelo órgão ambiental competente. - LP - LI - LO A etapa anterior sempre condiciona a etapa seguinte ... Licença Prévia NÃO Licença Instalação NÃO concedida Licença Operação A concessão de uma licença em uma etapa não é garantia de que as seguintes serão necessariamente concedidas. Cada uma é exigida em uma etapa específica do licenciamento Licença Prévia (LP) - O art. 19 do Decreto 99.247/90 e o art. 8º da Resolução 237/97 do CONAMA ... Definem: é a licença concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, e atestando sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. OBS: Nessa fase não se autoriza o início das obras nem o funcionamento da atividade. Concessão depende: - informações sobre a concepção do projeto, - sua caracterização e justificativa, - a análise dos possíveis impactos ao ambiente - das medidas que serão adotadas para o controle e mitigação dos riscos ambientais. LP → estabelece as condições para a viabilidade ambiental do empreendimento ou atividade, após exame dos impactos ambientais por ele gerados, dos programas de redução e mitigação de impactos negativos e de maximização dos impactos positivos. Permitindo que o local ou trajeto escolhido como de maior viabilidade tenha seus estudos e projetos detalhados. Após a análise, a discussão e a aprovação desses estudos de viabilidade a instância administrativa responsável pela gestão ambiental do caso em questão concederá a licença prévia (funciona → alicerce para a edificação de todo o empreendimento). Todo estudo de viabilidade deverá: - levar em conta o zoneamento municipal (área é tecnicamente adequada). - Estudo de impacto ambiental; - Relatório prévio de impacto ambiental; - Avaliações de impacto ambiental (conforme o que for necessário) Têm de ser Exigidos, Elaborados, Aprovados antes da concessão da LP, até porque se trata de um pré-requisito Depois de analisados os impactos ambientais o órgão ambiental competente deverá se decidir por uma das três opções: - não conceder a licença para a atividade requerente, ; - conceder a licença para a atividade pretendida nos moldes em que foi requerida; - conceder a licença para a atividade pretendida desde que sejam cumpridos determinados direcionamentos da Administração Pública. A licença prévia possui extrema importância no atendimento ao princípio da precaução (inciso IV do artigo 225 da Constituição Federal), pois é nessa fase que: • são levantados os impactos ambientais e sociais prováveis do empreendimento; • são avaliados tais impactos, no que tange à magnitude e abrangência; • são formuladas medidas que, uma vez implementadas, serão capazes de eliminar ou atenuar os impactos; • são ouvidos os órgãos ambientais das esferas competentes; • são ouvidos órgãos e entidades setoriais, em cuja área de atuação se situa o empreendimento; • são discutidos com a comunidade (caso haja audiência pública) os impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras. Licença de Instalação (LI) – O art. 19 do Decreto 99.247/90 e o art. 8º da Resolução 237/97 do CONAMA definem a LI como a licença ambiental que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental. Ao conceder a licença de instalação, o órgão gestor de meio ambiente terá: • autorizado o empreendedor a iniciar as obras; • concordado com as especificações constantes dos planos, programas e projetos ambientais, seus detalhamentos e respectivos cronogramas de implementação; • estabelecido medidas de controle ambiental, com vistas a garantir que a fase de implantação do empreendimento obedecerá aos padrões de qualidade ambiental estabelecidos em lei ou regulamentos; • fixado as condicionantes da licença (medidas mitigadoras); • quando não forem cumpridas na forma estabelecida, a licença poderá ser suspensa ou cancelada (inciso I do artigo 19 da Resolução Conama nº237, de 1997). Após aprovação do projeto Executivo se expede a licença de instalação, contendo as especificações de natureza legal e técnica para a efetiva proteção do meio ambiente. Somente a partir daí que o órgão administrativo ambiental competente autoriza a implantação da atividade. OBS: Qualquer alteração na planta ou nos sistemas instalados deve ser formalmente enviada ao órgão licenciador para avaliação. Licença de Operação (LO) – O art. 19 do Decreto 99.247/90 e o art. 8º da Resolução 237/97 do CONAMA definem a licença de operação como a licença ambiental que autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Logo depois de instalada ou edificada a atividade o órgão administrativo ambiental deve vistoriar a obra ou o empreendimento a fim de constatar se todas as exigências de controle ambiental feitas nas fases anteriores foram devidamente cumpridas. De acordo com o artigo 8º, inciso III, da Resolução Conama nº 237, de 1997, a licença de operação possui três características básicas: 1. é concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo cumprimento das condicionantes estabelecidas nas licenças anteriores (prévia e de instalação); 2. contém as medidas de controle ambiental (padrões ambientais) que servirão de limite para o funcionamento do empreendimento ou atividade; 3. especifica as condicionantes determinadas para a operação do empreendimento, cujo cumprimento é obrigatório sob pena de suspensão ou cancelamento da operação. A quem compete conceder o Licenciamento Ambiental ? IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis órgão federal FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental Órgão estadual SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE órgão municipal OBS: Na esfera federal, o IBAMA é o responsável pelo licenciamento de atividades desenvolvidas em mais de um estado e daquelas cujos impactos ambientais ultrapassem os limites territoriais. Se este não é o caso da empresa, é importante saber que a Lei federal 6.938/81 atribuiu aos ESTADOS a competência de licenciar as atividades localizadas em seus limites regionais. IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis órgão federal FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental Órgão estadual SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE órgão municipal Órgãos estaduais, de acordo com a Resolução CONAMA 237/97, podem delegar esta competência, em casos de atividades com impactos ambientais locais ao município. É importante ressaltar que a Resolução CONAMA 237/97 determina que o licenciamento deve ser solicitado em uma única esfera de ação. O licenciamento ambiental exige as manifestações do município, representado pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente. -Identificação do órgão ambiental competente para licenciar De acordo com o artigo 23, incisos VI e VII, da Constituição Federal, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “proteger o meio ambiente, combater a poluição em qualquer de suas formas e preservar as florestas, a fauna e a flora”. Na forma do artigo 4º da Resolução Conama nº 237, de 1997, compete ao Ibama o licenciamento de empreendimentos ou atividades enquadrados nos seguintes casos de significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional (artigo 4º da mesma Resolução): - localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União; Zona Econômica Exclusiva (ZEE) é a “parte da plataforma continental definida como a que se estende por 320 quilômetros a partir da costa de um país. Dentro dessa zona, o país tem jurisdição da pesca de recursos marinhos, inclusive minerais do fundo do mar, bem como peixes e moluscos. As ZEEs foram estabelecidas pela Conferência sobre a Lei do Mar” - localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados; - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar ou armazenar material radioativo ou dele dispor, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); - bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica; Compete aos órgãos estaduais, licenciar as atividades e empreendimentos (artigo 5º da Resolução Conama nº 237, de 1997): - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual; - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios; - delegados pela União aos Estados, por instrumento legal ou convênio. Compete aos órgãos ambientais municipais, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daqueles sobre os quais houve delegação pelo Estado, por instrumento legal ou convênio (artigo 6º da Resolução Conama nº 237, de 1997). Características dos empreendimentos que necessitam de licenciamento ambiental As licenças são exigidas para empreendimentos e atividades que se enquadrem em pelo menos um dos dois requisitos apresentados a seguir: • utilizam recursos ambientais (“a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera” (inciso V do artigo 3º da Lei nº 6.938, de 1981); • são capazes de causar degradação ambiental (“é a alteração adversa das características do meio ambiente” (inciso II do artigo 3º da Lei nº 6.938, de 1981). Resolução Conama nº 237, de 1997, listou os tipos de atividades e empreendimentos que necessitam de licença ambiental. Medição dos impactos ambientais de um empreendimento, e, conseqüentemente, a previsão do tempo e dos custos respectivos dependem de fatores: - sensibilidade ambiental e social da área em que será implementado; - nível de organização da sociedade diretamente responsável e das condições do órgão ambiental em termos de recursos materiais e de capacitação técnica; Ex.: Existem órgãos ambientais que disponibilizam na Internet os critérios adotados para classificação dos empreendimentos de acordo com o tipo de atividade, o porte ou o potencial poluidor. * Exemplo da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – RS http://www.fepam.rs.gov.br Hipótese ... Órgão ambiental não disponibilizar a classificação ... O QUE FAZER?? Empreendedor deve considerar os seguintes fatores como relevantes para o processo de LP: - ter, o empreendimento, potencial poluidor e/ou o grau de utilização de recursos naturais muito elevado; A classificação ... é dada pelo inciso VIII do artigo 3º da Lei nº 6.938, de 1981, introduzido pela Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000. - localizar-se ou interferir em unidade de conservação ou em sua zona de amortecimento; espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção” (inciso I do artigo 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000). o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade” (inciso XVIII do artigo 2º da mesma Lei). - fazer parte de setor ou atividade econômica incompatível com o Zoneamento Ecológico Econômico da área geográfica, ou não recomendável em Avaliação Ambiental Estratégica da área, do setor, de programa ou política governamental. O zoneamento ecológico-econômico divide o território em zonas que podem ser denominadas de zonas ecológico-econômicas, delimitadas segundo critérios ecológicos e ambientais, e socioeconômicos. É uma avaliação estratégica dos recursos naturais, socioeconômicos e ambientais, fundamentada no inventário integrado desses recursos em um território determinado, com a finalidade de prover o Poder Público e a sociedade de informações georreferenciada para orientar o processo de gestão territorial AAE é um processo sistemático para avaliar as conseqüências ambientais de uma política, plano ou programa, de forma a assegurar que elas sejam integralmente incluídas e apropriadamente consideradas no estágio inicial e apropriado do processo de tomada de decisão, juntamente com as considerações de ordem econômica e social” A AIA não é ► um instrumento de decisão ► é instrumento de subsídio ao processo de tomada de decisão Análise/Avaliação de impactos ambientais Fases AIA: • identificação - são caracterizados a ação proposta e o ambiente a ser· afetado. Nesta fase deve ser feita a identificação das ações e dos impactos a serem investigados, a análise das relações entre os fatores ambientais, a definição de indicadores ambientais e a medição dos impactos; • predição - é feita a predição das interações entre fatores e da magnitude dos impactos; • avaliação - é feita a interpretação, a análise e a avaliação. Nesta fase são atribuídos aos impactos, ou efeitos, parâmetros de importância ou de significância, sendo comparadas e analisadas algumas alternativas. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS Surgimento e Principals Características 1950 – 1960 → necessidade urgente da criaçãode novos instrumentos; complementar e ampliar a eficiência dos já utilizados no licenciamento ambiental ; Década de 60 → consolidação do conceito de Imp. Amb.; mostrando aceitação e representatividade social, transformar-se em instrumento do processo de tomada de decisão no Licenciamento Amb. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS O QUE É EIA?? AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS O QUE É RIMA?? As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos ... de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto conseqüências ambientais de sua implementação INTRODUÇÃO Os métodos de avaliação de impactos ambientais são ferramentas de que dispomos para identificar e avaliar os impactos causados ao ambiente pelo desenvolvimento de um projeto. São instrumentos usados para coletar, comparar e organizar informações qualitativas e quantitativas sobre os impactos ambientais, cuja origem esteja em uma atividade modificadora do meio. Portanto, como cada um tem uma aplicação definida, o método deve ser escolhido de acordo com o caso. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS Qualquer que seja o método utilizado, é necessário que a sua aplicação seja complementada com uma descrição detalhada dos impactos sobre os meios físico, biológico e antrópico. 66 © A le x a n d e r L im b a c h | D re a m s ti m e .c o m AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Escolha do método deve atender: ❖ requisitos e normas legais estabelecidos para a execução dos estudos; ❖ o tempo; ❖ os recursos técnicos e financeiros disponíveis para a execução do estudo. 67 “Não existe um único método que possa ser adotado para a avaliação de impacto de qualquer tipo de proposta ou que sirva para todas as fases de um estudo.” AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Embora sejam métodos pré-definidos, é possível se fazer adaptações e adequações ao longo do processo no sentido de se conformar às peculiaridades dos sistemas ambientais afetados e aos impactos potenciais do projeto, podendo ser classificados: ❖ Quantitativos: quando representados por escala numérica. ❖ Qualitativos: quando organizados segundo categorias ou níveis. 68 © L ib u x 7 7 | D re a m s ti m e .c o m AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Método AD HOC - Reunião de especialistas. ❖ Utiliza a prática de reuniões entre especialistas de diversas áreas para obter dados e informações em tempo reduzido. ❖ Dificuldade que há em identificar em que situações devam ser empregadas, pensando no tempo disponível para a execução do estudo e pela disponibilidade de profissionais. ❖ Alto grau de subjetividade, ainda que seja rápido e tenha baixo custo quando as condições são favoráveis. 69 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Método Checklist - Listagens de controle. ❖ Diagnóstico por comparação de alternativas. ❖ Vantagem: favorecimento na visualização dos fatores, ainda que não identifiquem a dinâmica entre as características e os impactos. Existem quatro tipos de listas: ❖ Descritiva; ❖ Comparativa; ❖ Em questionário; ❖ Ponderável . 70 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Método Matrizes de Interação - Listagem de controle bidimensional. ❖ Método de identificação de impactos diretos; ❖ Representado por um gráfico que relaciona os impactos de cada ação com o fator ambiental a partir de quadrículas definidas pelo cruzamento de linhas e colunas; ❖ As linhas podem representar as ações impactantes e as colunas, os fatores ambientais impactados. 71 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Método Redes de Interação (networks) - Gráfico ou diagrama da cadeia de impacto. ❖ Estabelece a sequência de impactos ambientais desencadeados por uma ação, através de gráficos ou diagramas, permitindo traçar o conjunto de ações que o causaram direta e indiretamente, assim como permite avaliar medidas mitigadoras. 72 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ❖ Representação: em geral através de fluxogramas e gráficos. Vantagens: ❖ faz uma abordagem integrada dos impactos, determinando-os enquanto diretos e indiretos. 73 © I v e lin r | D re a m s ti m e .c o m AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Vantagens: ❖ Auxilia na identificação de impactos adversos, mas não faz associações com critérios de importância. 74 © I v e lin r | D re a m s ti m e .c o m AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Método Superposição de Cartas (overlay mapping) - Cartas geradas por superposição de mapas de recursos e usos. ❖ Método associado à técnica de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), permite aquisição, armazenamento, análise e representação de dados ambientais, produzindo a síntese da situação ambiental de uma área geográfica. ❖ Confecção de cartas temáticas, uma para cada fator ambiental. ❖ Sobreposição de cartas: apresentação dos mapas em mesma escala e mesmo padrão de detalhamento. 75 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Atualmente: ❖ A técnica dispõe de softwares avançados para a obtenção de mapas temáticos, tornando mais ágil o uso; ❖ Boa visualização dos dados, embora não avalie a magnitude do impacto. 76 © L u k a s z B a rt c z a k | D re a m s ti m e .c o m AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Método de Simulação - Modelos matemáticos automatizados. ❖ Representa o que há de mais moderno em termos de métodos de AIA, sendo usado para diagnósticos e prognósticos da qualidade ambiental. ❖ Alto custo. ❖ São modelos matemáticos que representam a estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais, explorando as relações entre os fatores físicos, biológicos e socioeconômicos a partir de um conjunto de hipóteses ou pressupostos. ❖ Ex.: Programa KSIM (computer simulator). 77 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Combinação de Métodos - Utilização de dois ou mais métodos. ❖ Tendência à adoção de uma combinação de dois ou mais dos tipos básicos de métodos, adaptando-os às especificidades dos projetos e das áreas a serem afetadas. ❖ O mais indicado para avaliar impactos negativos de projetos; é um procedimento rápido, que apresenta baixo custo e boa visualização. 78 AIA – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO A escolha do método pode depender de vários fatores e incluir: Tipo e tamanho do projeto; Qual o objetivo da avaliação; Alternativas que também devem ser avaliadas; Natureza dos impactos prováveis; Natureza e a conveniência do método de identificação do impacto; Experiência da equipe de AIA com o método escolhido; Recursos disponíveis: custo, informação, tempo, pessoal; Tipo de envolvimento público no processo; Experiência do empreendedor com o tipo de projeto e tamanho dele. 79 A definição do sistema de gerenciamento de efluentes deve considerar: -os custos de investimentos, - custos operacionais, - clima, - direção de ventos, - estabilidade do terreno, -recursos humanos disponíveis.Obs: A avaliação e a análise da eficiência dos processos de tratamento proporcionam o funcionamento adequado de uma ETE, evitando: o descumprimento dos padrões legais, atenuação da empresa e um impacto maior no ambiente. processo é dependente da natureza dos poluentes a serem removidos. As operações unitárias podem ser classificadas de acordo com critérios variados. Podemos, por exemplo, classificá-las em grupos de acordo com a sua finalidade dentro do processo produtivo. • Operações/Tratamento Preliminares: objetivo ↔ remoção dos sólidos grosseiros. Operações: GRADE→ DESARENADOR. OBS: deve existir em todos as estações de tratamento. • Operações/Tratamento Primário: objetivo ↔ sólidos sedimentáveis (parte da matéria orgânica). Operações: TANQUES DE DECANTAÇÃO. • Operações/Tratamento secundário: objetivo ↔ remoção de matéria orgânica e eventual nutrientes (N, P). Operações: LAGOAS; REATORES. • Operações/Tratamento Terceário: objetivo ↔ poluentes específicos (tóxicos, não biodegradáveis. Operações: MEMBRANAFILTRANTE. Seleção de um processo de tratamento de águas residuárias → seqüência de processos depende: - Características da água residual: DBO, % SS, pH, materiais tóxicos; - Qualidade do efluente exigida; - Custo e disponibilidade de terra; - Possível reuso desta água residuária. Assim, Processos e OPERAÇÕES UNITÁRIAS cuja utilização e seqüência são definidos: 1) Lagoas de estabilização e suas variantes; 2) Processos de disposição sobre o solo; 3) Reatores anaeróbios; 4) Lodos ativados; 5) Reatores aeróbios Existem diversas classificações para as lagoas de estabilização, mais simples é o que se baseia na natureza dos processos de degradação da matéria orgânica que são mais importantes no interior do líquido das lagoas. Assim, de acordo com este critério as lagoas classificam-se em: a) Anaeróbias: são lagoas profundas, com cerca de 3 metros de altura útil de líquido, no qual não existe oxigénio dissolvido e onde predominam bactérias anaeróbias. Apresentam um pH entre 7 e 8. Necessitam ser descarregadas periodicamente (mais ou menos de 2 em 2 anos). 1) Lagoas de estabilização e suas variantes; b) Facultativas: são lagoas onde se distinguem três zonas: a zona superior, com elevado teor de oxigénio dissolvido e onde abundam as algas e as bactérias aeróbias; a zona inferior, onde se acumulam as lamas, não existe oxigénio e proliferam as bactérias anaeróbias; a zona intermédia, situada entre as anteriores, onde vivem bactérias ditas facultativas, funcionam como aeróbias ou como anaeróbias consoante existe ou não algum oxigénio dissolvido. Estas lagoas podem atingir 1,5 m de profundidade. c) Aeróbias: são lagoas pouco profundas; nestas lagoas a luz solar penetra até ao fundo e existe oxigénio dissolvido em toda a massa do líquido. d) Maturação: são lagoas destinadas à afinação do efluente anteriormente tratado, em termos de remoção de microrganismos patogénicos. Lodos Ativados O lodo ativado é formado, principalmente de bactérias, algas, fungos e protozoários, sendo as bactérias os microrganismos de maior importância, uma vez que são responsáveis pela degradação da M.o. e pela formação de flocos. Conceito do Processo O processo de tratamento por Lodos Ativados é estritamente biológico e aeróbio, no qual o esgoto bruto do afluente e o lodo ativado são misturados intimamente, agitados e aerados, após este procedimento, o lodo formado é enviado para o decantador secundário, onde a parte sólida é separada do esgoto tratado, sendo este último descartado. FILTRAÇÃO MEMBRANA 95 Nos últimos anos os processos de separação com membranas (PSM) têm conquistado um importante espaço como técnica de separação viável e segura. Nesses processos, utiliza-se uma membrana que atua como barreira que separa duas fases, restringindo a passagem total ou parcial de uma ou várias espécies presentes nas fases. Usualmente, são geradas duas correntes, uma denominada “concentrado”, mais rica na espécie menos permeável, e outra, chamada “permeado”, mais diluída em relação a esta mesma espécie FILTRAÇÃO MEMBRANA A membrana age como uma barreira semipermeável e o fluido passa por a ela através de pressão. A filtração por membrana é uma técnica utilizada para separações de solutos (partículas) de diferentes pesos moleculares da solução. 96 97 FILTRAÇÃO MEMBRANA 98 “Na filtração convencional ou direta, todo o fluxo de solvente que alimenta a membrana permeia através dela”. “Na filtração tangencial, parte do fluxo que alimenta a membrana é permeado e parte é eliminado em uma corrente denominada concentrado. Utilizada em sistemas que lidam com uma quantidade elevada de sólidos que podem obstruir os poros das membranas bloqueando o fluxo” Resíduos também são classificados de acordo com o estado físico em: resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões gasosas. RESÍDUOS SÓLIDOS Definição Definição legal Resolução Conama 5, de 05/08/93: “Resíduo em estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição”. Aplica aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviço de saúde. Separação e acondicionamento dos resíduos sólidos A empresa geradora dos resíduos deve ser responsável pela separação entre resíduos perigosos e resíduos comuns. Após a identificação e a sua separação, os resíduos devem ser colocados em recipientes adequados, para que se possa ter a sua: -coleta, - tratamento, - destinação final, de acordo com suas características. Coleta, armazenagem e transporte Coleta interna É aquela realizada, dentro do local gerador do resíduo, que consiste no recolhimento do lixo da lixeira, no fechamento dos recipientes e no transporte até o local determinado para armazenagem, até que se faça a coleta externa. Armazenagem O termo armazenagem refere-se à guarda temporária dos resíduos, até que seja feita a coleta externa Coleta externa Consiste no recolhimento do resíduo armazenado, até o veículo transportador, trabalho este realizado pelo profissional da empresa de coleta de lixo. Transporte Os veículos utilizados para o transporte também dispõem de certas especificações e autorizações dos órgãos competentes, inclusive com vistorias regulares, para que não haja problemas até a destinação final dos resíduos. Paulella & Scapim (1996), “... tanto nos países industrializados, como nos países em desenvolvimento, aumenta, ano após ano, a quantidade de resíduos e de produtos que se tornam lixo, e apenas o Japão e a Alemanha têm diminuído a quantidade de lixo por habitante”. Gerenciamento de resíduos sólidos A US EPA – United States Environmental Protection Agency (1989), define: “Um gerenciamento integrado de resíduos sólidos é aquele que completa o uso de práticas administrativas de resíduos, com manejo seguro e efetivo, fluxo de resíduos sólidos urbanos, com o mínimo de impactos sobre a saúde pública e o ambiente”. Gerenciamento Integrado ... Deve conter ... - Redução de resíduos (incluindo reuso dos produtos); - Reciclagem de materiais (incluindo compostagem); - Recuperação de energia por resíduo combustível; - Disposição final (aterros sanitários). Solucionar ou minimizar os problemas resultantes da geração do lixo, será necessário que a sociedade adote cinco princípios básicos: – Minimização da geração de resíduos; – Maximização da reutilização e reciclagem ambiental adequadas; – Seleção de processosindustriais de produção de materiais menos agressivos ao meio ambiente; – Adoção de formas de destinação final ambientalmente adequadas; – Expansão dos serviços relacionados ao lixo para toda a população. Formas de tratamento e disposição final para resíduos sólidos 1. Aterros; 2. Compostagem; 3. Co-processamento em fornos de cimento; 4. Incineração; 5. Reciclagem. Forma de disposição de resíduos no solo que, fundamentada em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, garante um confinamento seguro em termos de poluição ambiental. 1. Aterro Disposição de resíduos no solo pode causar: - poluição do ar, pela exalação de odores, - fumaça, gases tóxicos ou materiais particulados, - poluição das águas superficiais pelo escoamento de líquidos percolados ou carreamento de resíduos pela ação das águas de chuva - poluição do solo e das águas subterrâneas pela infiltração de líquidos percolados. Porque da importância do aterro?? Aterro controlado: é o aterro comum com algumas adaptações. - Os resíduos recebem diariamente uma cobertura de material inerte. obs: Esta cobertura não resolve os problemas de poluição gerados pelos resíduos, pois, não são levados em conta os mecanismos de formação de gases e líquidos. Aterro Sanitário: de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (1984), NBR 10004, consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança. Vantagem: causa menos impacto ao meio ambiente e é uma solução economicamente viável; Desvantagem: vida útil de curta duração, controle e manutenção constante e utilização de grandes extensões de terra. Compostagem Processo controlado de decomposição microbiana de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea de matéria orgânica, no estado sólido e úmido. Dois estágios podem ser identificados nessa transformação: 1º estágio: denominado digestão, e corresponde à fase inicial da fermentação, na qual o material alcança o estado de bioestabilização 2º estágio: denominado maturação. A massa em fermentação atinge a humificação, estado em que o composto apresenta melhores condições como melhorador do solo e fertilizante. Pode ser classificada, segundo quatro fatores: -aeração; - temperatura; - ambiente; - tipo de processamento. Vantagem: transforma matéria orgânica em adubo ou ração animal e reduz o envio de resíduos para os aterros Desvantagem: produção de mau cheiro, insetos e roedores. Co-processamento em fornos de cimento Técnica que permite a queima de resíduos em fornos de cimento mediante dois critérios básicos: - reaproveitamento de energia, para que o material seja utilizado como substituto ao combustível, - ou reaproveitamento como substituto da matéria-prima. Temperatura na entrada é da ordem de 1200 °C, sendo que na chamada zona do maçarico a temperatura chega até 2000 °C. Altas temperaturas nos fornos + tempo de detenção e a alta turbulência, resultam na destruição de quase toda carga orgânica. Por essa técnica são proibidas as queimas de organoclorados, lixo urbano, radioativo e hospitalar. Incineração A incineração é considerada uma forma de disposição final, e constitui método de tratamento que se utiliza da decomposição térmica, com o objetivo de tornar um resíduo menos volumoso e menos tóxico. As unidades de incineração variam desde instalações pequenas, projetadas e dimensionadas para um resíduo específico, até grandes instalações de propósitos múltiplos, para incinerar resíduos de diferentes fontes. OBS:Materiais tóxicos e perigosos, estas instalações requerem equipamentos adicionais de controle de poluição do ar, com conseqüente demanda de maiores investimentos. T 1200 a 1400 °C e o TDH entre 0,2 a 0,5 segundos. As principais características dos resíduos que apresentam maior potencial para o processo de incineração são: • Resíduos orgânicos constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e/ou oxigênio; • Resíduos que contêm carbono, hidrogênio, cloro com teor inferior a 30 % em peso e/ou oxigênio; • Resíduos que apresentam seu poder calorífico inferior (PCI) maior que 4.700 Kcal/Kg (não necessitando de combustível auxiliar para queima). Vantagens: redução dos resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original; bom funcionamento, independentemente das condições metereológicas; possibilidade de recuperação da energia contida nos resíduos; redução do impacto ambiental. Desvantagens: investimento elevado; alto custo de operação e manutenção; exigência de mão de obra especializada na operação. O lodo é o sedimento composto por uma mistura de substâncias que apresentam minerais, colóides e partículas vindas de matéria orgânica decomposta em suspensão no meio aquoso. ETA é um resíduo constituído de água e sólidos suspensos somados a produtos dos reagentes aplicados nos tratamento da água. ETE, é uma mistura sólida e semi-sólida de substâncias orgânicas e inorgânicas, tem aspecto desagradável e mau cheiroso, elevada concentração de água (95%) e trata-se do principal subproduto do tratamento de efluentes. O que é lodo gerado no trat de esgotos?? São subprodutos sólidos no tratamento de efluentes: -Material gradeado; - areia; - escuma; - lodo primário; - lodo secundário; - lodo químico. Características do lodo: Tenham valor agregado potencial, alto teor de matéria orgânica, macro e micro nutrientes Deve ser encarado como insumo e não como resíduo perigoso. Ex.: Adubos orgânicos, substratos, tijolos cerâmicos, concretos, óleos, combustível estão entre os vários produtos que podem ser produzidos pelo uso dos lodos de água e esgoto como matéria-prima. Sobre a importância da higienização do lodo, os principais patógenos que podem colocar em risco a saúde humana e animal são os ovos de helmintos, bactérias e cistos de protozoários. Reciclagem Produção industrial estão baseadas no desenvolvimento nos 3 erres: redução, reaproveitamento e reciclagem - Redução é a introdução de novas tecnologias na exploração, transporte e armazenamento das matérias-primas para reduzir ou, se possível, eliminar o desperdício dos recursos naturais, retirados da natureza. - Reaproveitamento é a reintrodução no processo produtivo, de produtos não mais apropriados para o consumo, visando a sua recuperação, e recolocação no mercado, evitando assim, o seu encaminhamento para o lixo. - Reciclagem constitui a reintrodução de um resíduo, produto usado, para que possa ser reelaborado gerando um novo produto. OBRIGADO!
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