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Prof. Elsa Maria L S. Ferreira Pepino 
OAB-ES 4.962 
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_____________________________________________________________________________________________ 
E-mail: elsapepino@hotmail.com 
Tel: 9 9989 3003 
1
 DIREITO DO TRABALHO I 
 
Programa: (em separado) 
 
UNIDADE 1: ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
O termo Trabalho, segundo parte da doutrina, deriva do vocábulo tripalium que designava um 
instrumento feito de três paus aguçados, por vezes com pontas de ferro, usado pelos agricultores 
para bater as espigas de trigo ou de milho, para debulhar as espigas. Ganhou sentido moral de 
sofrimento, de encargo, de esforço, enfim de trabalhar. 
Acreditam alguns que no latim vulgar se tenha desenvolvido o infinitivo tripaliare, depois 
trapaliar e, finalmente, trabalhar. 
 
1.1 CONCEITO E OBJETO DO DIREITO DO TRABALHO 
Na tentativa de conceituar o Direito do Trabalho encontram-se três correntes distintas: 
- A subjetivista que leva em conta os destinatários, ou seja, os sujeitos a quem se 
destina, os tipos de trabalhadores a que se aplica. O direito do trabalho é o direito 
especial dos trabalhadores, para uns, de todos os trabalhadores, para outros, somente 
o trabalhador subordinado (Cesarino Junior. Direito Social); 
- A objetivista leva em conta o objeto, ou seja, a matéria sobre que versa o direito do 
trabalho, tal como na subjetivista não há uma coincidência de definições, para uns 
ocupa-se de todas as relações de trabalho, enquanto para outros se aplica somente à 
relação de emprego (Messias Pereira Donato. Tratado elementar de direito do 
trabalho); 
- A mista que na conceituação de direito de trabalho leva em consideração tanto as 
pessoas como o objeto. É a corrente mais aceite (entre outros, são adeptos desta 
corrente: Amauri Mascaro Nascimento, Sérgio Pinto e Maurício Godinho Delgado). 
Sem dúvida de que o objeto principal do Direito Individual do Trabalho é o estudo do trabalho 
subordinado. Não é todo o trabalhador que é amparado pelo direito do trabalho, o servidor 
público e o trabalhador autônomo, por exemplo, não o são. Interessa principalmente o 
empregado, o trabalhador subordinado ao empregador, ou seja, aquele que não tem autonomia. 
Todavia, outros tipos de trabalhadores (avulso e eventual, por exemplo) também são estudados 
pelo Direito do Trabalho. Além disso, o Direito do Trabalho também é permeado de normas que 
se destinam aos sindicatos e associações representativas (Direito do Trabalho Coletivo), bem 
como à estabilização da economia social e melhoria das condições humanas e sociais. 
 
1.1.1 Denominação 
Ao longo dos tempos, várias foram as expressões usadas para denominar esse novo ramo da 
ciência jurídica. Inicialmente, devido à Revolução Industrial denominou-se direito industrial 
(não vingou, as questões trabalhistas não dizem respeito apenas à industria – hoje o direito 
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industrial faz parte do direito comercial, estuda marcas, patentes, invenções etc); Direito 
operário (droit ouvrier) outra das expressões utilizadas, é hoje rejeitada por restringir a 
abrangência do direito do trabalho a um único trabalhador, o ouvrier (trabalhador braçal); 
Direito Corporativo foi a expressão utilizada nos países totalitários, diz respeito à organização 
sindical, objetivando a unidade de toda a economia; Direito social no sentido de que o direito 
social se destina à proteção dos hipossuficientes (Cesarino Júnior); direito sindical, diz respeito 
ao sindicato e finalmente Direito do Trabalho é a expressão mais aceita, por melhor 
individualizar a matéria. É a expressão usada mundialmente: Labor Law (inglês); Droit du 
travail (francês); derecho del trabajo (espanhol); Dirito Del Laboro (italiano). 
 
1.1.2 Natureza jurídica 
Não há unanimidade doutrinária quando se trata da natureza jurídica do Direito do Trabalho. Há 
autores que defendem que pertence ao Direito Público, por sua feição estatutária, a 
irrenunciabilidade das normas (Ives Gandra), outros o enquadram no Direito Privado, pela sua 
origem no direito civil e porque surge de um contrato cujas partes são dois particulares que agem 
em interesse próprio (Amauri Mascaro Nascimento, Sérgio Pinto Martins). Há aqueles que 
defendem ser um Direito Misto, constituído de normas de direito público e de direito privado, 
pois concomitantemente há a coexistência de normas públicas e de normas privadas (Orlando 
Gomes), e aqueles que o vem como Direito Unitário, onde se fundem as normas de direito 
público e de direito privado, aparecendo uma nova realidade (Evaristo de Morais Filho, Arnaldo 
Sussekind). Hoje a tendência dominante é que tem natureza privada. 
 
1.1.3 Relação com outras ciências 
Tal qual as demais ciências, o direito do trabalho não é um compartimento estanque, relaciona-se 
com os demais ramos da ciência jurídica. Sobretudo com o Direito Constitucional (temos hoje 
um verdadeiro direito constitucional do trabalho – art. 7º e ss.), com o Direito Civil (o contrato 
de trabalho teve origem no direito civil, começou por ser uma locação de serviços), com o 
Direito Penal (do qual busca determinados conceitos, por exemplo, culpa e dolo), com o Direito 
Internacional (normas da OIT), com o Direito Tributário (incidência de tributos, base de cálculo, 
etc), com o Direito administrativo (as normas de medicina e segurança do trabalho, bem como as 
de fiscalização do trabalho pertencem à administração do Estado), com o Direito Processual do 
Trabalho (que é o que assegura o cumprimento do direito do trabalho), etc. 
O Direito do Trabalho relaciona-se, também, com outros ramos do saber como a Sociologia, a 
Biologia, Física e Química (medicina e segurança do trabalho), a Economia, a Contabilidade 
(cálculos trabalhistas), etc. 
 
1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
Antes de adentrarmos no estudo do Direito do Trabalho, e para que possamos compreendê-lo, 
devemos lembrar suas origens e um pouco da sua história. 
a) a escravidão. 
A primeira forma de trabalho existente foi a escravidão. O escravo era considerado uma coisa, 
não tinha qualquer direito, muito menos trabalhista (vinculação do homem ao homem). 
b) a servidão. 
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À escravidão seguiu-se a servidão (feudalismo), em troca de proteção militar e política e pelo 
uso da terra os servos entregavam parte da produção rural aos senhores. O trabalho era 
considerado um castigo razão porque os nobres não trabalhavam (vinculação do homem à terra). 
c) as corporações de ofício. 
Nas corporações de ofício existiam três tipos de trabalhadores: os mestres, os companheiros e os 
aprendizes. Os mestres eram os donos das oficinas, os companheiros eram trabalhadores que 
recebiam pagamento pelo trabalho efetuado e os aprendizes eram menores que recebiam do 
mestre o ensino da profissão (ficavam sob a responsabilidade deste). Em 1789, as corporações de 
ofício foram suprimidas pela Revolução Francesa por serem consideradas incompatíveis com os 
ideais de liberdade do homem. 
d) a Revolução Industrial do séc. XVIII. 
A revolução industrial desencadeou todo o processo que levou ao surgimento efetivo do Direito 
do Trabalho. Três fatores contribuírampara o seu desenvolvimento, um econômico resultante da 
utilização da máquina a vapor e do tear mecânico à produção, tornando-a mais rápida e lucrativa; 
um fator social ou jurídico, resultante do desemprego provocado pelos novos métodos de 
produção, que levou os trabalhadores a reunirem-se para reivindicarem melhores condições de 
trabalho e de salários; um político, resultado da necessidade de intervenção do Estado nas 
relações de trabalho (transformação do Estado Liberal, abstencionista, em Estado Neoliberal – 
intervenção estatal na relação de emprego). 
e) a idéia de justiça social e de proletariado. 
Às causa elencadas acima se somou a idéia de justiça social defendida pela Igreja Católica 
(Encíclica Rerum Novarum – 1891) e do marxismo, preconizando a união do proletariado. 
f) constitucionalismo social. 
Ao término da 1ª Guerra Mundial surgiu o chamado constitucionalismo social, ou seja, a 
inclusão nas constituições de normas destinadas à proteção social da pessoa e de garantia de 
certos direitos fundamentais, incluindo de Direito do Trabalho. 
- Constituição do México – 1917: 
• delimitou a jornada de trabalho (8 horas); 
• proibiu o trabalho de menor de 12 anos; 
• limitou a jornada de trabalho de menores de 16 anos a 6 horas; 
• estabeleceu um salário mínimo, dentre outros direitos. 
- Constituição de Weimar (Alemanha) – 1919; 
- Tratado de Versalhes – 1919 – prevendo a criação da OIT; 
- Carta Del Lavoro – 1927; 
- Declaração Universal dos Direitos do Homem – 1948 
No Brasil o surgimento do Direito do trabalho sofreu influência de fatores externos e internos. 
Externamente foi influenciado pelas transformações que vinham ocorrendo na Europa com a 
proliferação de normas de proteção ao trabalhador e o aparecimento da OIT (1919). 
Internamente os imigrantes deram origem a movimentos operários reivindicando melhores 
condições de trabalho (final de 1800 e início de 1900). 
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Em 1930 surgiu a política trabalhista de Getúlio Vargas. A Constituição de 1934 foi a 1ª a 
tratar especificamente do Direito do Trabalho, garantindo a liberdade sindical, a isonomia 
salarial, salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas etc. 
Em 1939 foi criada a Justiça do Trabalho. 
Em 1943 existiam normas esparsas sobre os diversos direitos trabalhistas daí a necessidade de 
reunir essas regras e, assim, surgiu a CLT. 
Desde 1934 que o direito do trabalho tem base constitucional. Atualmente é regulado nos arts. 7º 
a 11: 
- O art. 7º trata dos direitos individuais e tutelares do trabalho; 
- O art. 8º trata do sindicato e suas relações; 
- O 9º trata da greve; 
- O 10º dispõe sobre a participação dos trabalhadores em colegiados e 
- O 11º impõe que nas empresas com mais de 200 trabalhadores seja eleito um 
representante dos trabalhadores para entendimento com o empregador. 
Em suma, na evolução do direito do trabalho podem distinguir-se 3 fases principais: 
a) a de formação e intensificação – mais ou menos de 1802 a 1890 
b) consolidação, autonomia e constitucionalização – 1890 [Conferência de Berlin (1890), 
Encíclica Rerum Novarum (1891), Constituição mexicana (1917) e alemã (1919), criação 
da OIT (1919), constituições dos países europeus após a queda dos regimes totalitários 
(Itália, Portugal e Espanha) aos finais do séc. XX (Constituição brasileira de 1988)]; 
c) relativização e questionamento do direito do trabalho.

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