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Direito do Trabalho 1 - Aula 1

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Direito do Trabalho 1
Aula 1: 01/03/2018.
Plano de Aula 1: Introdução ao Direito do Trabalho
Surgimento do Direito do Trabalho
	O Direito do Trabalho surgiu como consequência da questão social que foi precedida pela Revolução Industrial do século XVIII e da reação humanista que se propôs a garantir ou preservar a dignidade do ser humano ocupado no trabalho das indústrias, que, com o desenvolvimento da ciência, deram nova fisionomia ao processo de produção de bens na Europa e em outros continentes. A necessidade de dotar a ordem jurídica de uma disciplina para reger as relações individuais e coletivas de trabalho cresceu no envolvimento das “coisas novas” e das “ideias novas”.
Diferença entre História do Trabalho e História do Direito do Trabalho
Na história do trabalho é a infraestrutura social e o modo como o trabalho, nos diferentes sistemas de produção de bens e prestação de serviços, desenvolveu-se. Na história do direito do trabalho objeto é a superestrutura normativa e o fim, o conhecimento e a aplicação das normas em cada período, as causas que as determinaram e os valores sob os quais as normatizações se deram.
A Questão Social
	Expressão que só vem surgir no século XIX, em virtude dos efeitos do capitalismo e das condições da infraestrutura social, que se fizeram sentir com muita intensidade com a Revolução Industrial. Destaque-se o empobrecimento dos trabalhadores, inclusive dos artesãos, a insuficiência competitiva da indústria que florescia, os impactos sobre a agricultura, os novos métodos de produção em diversos países e as oscilações de preço. Os desníveis entre classes sociais fizeram-se sentir de tal modo que o pensamento humano não relutou em afirmar a existência de uma séria perturbação ou problema social.
	A questão social é analisada da seguinte forma:
a) uma perturbação do corpo social em si;
b) devido a essa perturbação, surgem prejuízos a um ou a diversos grupos sociais;
c) não pode ser tratado como um fenômeno individual e passageiro, mas sim como coletivo e prolongado de irrealização do bem comum;
d) é a luta para encontrar os meios necessários para superar a desigualdade social.
	Com a Revolução Industrial na Inglaterra, os ofícios mecânicos se aperfeiçoaram. A eletricidade foi utilizada como fonte de energia ao lado do vapor. O emprego da máquina, que era generalizado, trouxe problemas desconhecidos, principalmente pelos riscos de acidente que comportava. A prevenção e a reparação de acidentes, a proteção de certas pessoas (mulheres e menores), constituíam uma parte importante da regulamentação do trabalho. De outro lado, o maquinismo modificava as condições de emprego da mão de obra. Suas possibilidades técnicas davam ao empresário, não muito exigente quanto à qualidade dos assalariados, possibilidades de interromper essa aprendizagem, substituindo o trabalhador especializado por uma mão de obra não qualificada e o trabalho dos adultos pelo das mulheres e menores.
O Surgimento do Termo Proletariado no Estado Moderno
	O termo proletário designava, em Roma, os cidadãos da classe mais baixa.
	Proletário é um trabalhador que presta serviços em jornadas que variam de 14 a 16 horas, não tem oportunidades de desenvolvimento intelectual, habita em condições subumanas, em geral nas adjacências do próprio local da atividade, tem prole numerosa e ganha salário em troca disso tudo.
	A educação e a vida social têm como fim essencial a conservação e o desenvolvimento da pessoa humana em todas as suas dimensões. A condição proletária, de uma maneira habitual, não alcançou estes fins e chegou a resultados contrários: à desumanização e à despersonalização. O proletário não é um ser acabado, senão um ser diminuído. Registra-se no proletário uma instabilidade psicológica. É um desajustado, sem patrimônio, sem casa, sem cidade, às vezes longe da Pátria. É dependente e passivo. São outras pessoas que dizem e escolhem o lugar que vai ocupar. O trabalho diário é recebido como necessidade vital e familiar. À medida que se afasta da especialização profissional, aumenta a passividade do seu trabalho. Esta passividade impregna a consciência individual e acaba por amortecer e ainda por matar toda resistência interior.
A Indignidade das Condições de Trabalho Subordinado
	Se o patrão estabelecia as condições de trabalho a serem cumpridas pelos empregados, é porque, principalmente, não havia um direito regulamentando o problema. O contrato de trabalho podia resultar do livre acordo das partes, mas, na realidade, era o patrão quem fixava as normas; e, como jamais existiu contrato escrito, o empregador podia dar por terminada a relação de emprego à sua vontade ou modificá-la ao seu arbítrio. A pretensão do empresariado, de melhorar a vida, também determinou essa atitude. Às vezes eram impostos contratos verbais a longo prazo, até mesmo vitalícios; portanto, uma servidão velada, praticada especialmente em minas nas quais se temia pela falta de mão de obra. É o que acontecia na indústria escocesa, na qual os trabalhadores eram comprados ou vendidos com os filhos, tanto assim que se fizeram necessários os decretos parlamentares de 1774 e 1799 suprimindo a servidão vitalícia dos mineiros escoceses.
	A liberdade de fixar a duração diária do trabalho não tinha restrições. Os empregadores tomavam a iniciativa de, segundo os próprios interesses, estabelecer o número de horas de trabalho que cabia aos empregados cumprir. Não havia distinção entre adultos, menores e mulheres ou mesmo entre tipos de atividades, penosas ou não.
Surgimento do Direito do Trabalho
	O Direito do Trabalho surge com a Revolução Industrial e a crescente exploração do trabalho. 
	O trabalho é ação, significando todo esforço físico ou intelectual, na intenção de realizar ou fazer qualquer coisa. A origem da palavra trabalho vem do latim tripalium, espécie de cruz de três hastes. Ele é um bem de ordem econômica e jurídica.
	Na época da Revolução Industrial, o Estado nada fazia quanto às relações entre empresa e trabalhador.
	Uma das funções do Direito do Trabalho é servir de instrumento do Estado para proteção e tutela dos direitos do trabalhador. Essa proteção se manifesta até mesmo no próprio contrato individual do trabalho, que não depende da vontade dos contratantes (empregado e empregador), mas tem seu conteúdo básico definido pelas leis trabalhistas.
	A OIT é a agência das Nações Unidas, que tem por missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.
Conceito de Direito do Trabalho
	Direito do Trabalho é um conjunto de princípios, normas e instituições aplicáveis às relações e coletivas de trabalho subordinado e situações equiparáveis, tendo em vista a melhoria das condições sociais do trabalho.
- Natureza Jurídica do Direito do Trabalho
a) Direito Público: quando um dos sujeitos da relação jurídica está investido no poder de impor sua vontade ao outro que, por sua vez, acha-se relegado a plano inferior e de desigualdade. 
b) Direito privado: quando os dois sujeitos da relação jurídica se enfrentam em igualdade de condições. Nesta situação, o Estado legisla sobre pessoas entre si e figura, eventualmente, na relação jurídica disciplinada como uma pessoa comum, e não como Estado.
	O Direito do Trabalho seria pertencente ao ramo do Direito Privado porque as normas que lhe correspondem nasceram nos Códigos Civis, sendo que o instituto básico do novo ramo da ciência jurídica é o contrato de trabalho, cuja natureza jurídica é, indubitavelmente, de Direito Privado. Assim, o fato de consubstanciar inúmeras normas irrenunciáveis, por serem de ordem pública, não tem força suficiente para deslocá-lo para o Campo do Direito Público, embora o coloque na fronteira com esta zona, mas, ainda, em território de Direito Privado.
- Relação do Direito do trabalho com outros ramos, acentuando a relação com o Direito das obrigações
	O Direito do Trabalho relaciona-se, como não poderia deixar de ser, com outros ramos da ciência do Direito,que são Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Comercial, Direito Internacional, Direito Penal, Direito da Seguridade Social, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Econômico, e, Direito Processual do Trabalho.
	 O contrato de trabalho tem origem no Direito Civil. Como uma espécie do gênero contrato, o contrato de trabalho começa a ser desenvolvido com base na locação de serviços, encontrada nos arts. 593 e seguintes do Código Civil. Mesmo do conceito de empreitada, podem-se notar certas relações com o contrato de trabalho, que podem, inclusive, dar origem a discussões na Justiça de Trabalho. O Direito do trabalho utiliza-se, subsidiariamente, do Direito Civil, principalmente da parte de obrigações e contratos previstos no Código Civil, pois o parágrafo único do art.8º, §1º, da CLT, determina que o Direito comum será fonte subsidiária do Direito do Trabalho, naquilo que não for incompatível com seus princípios fundamentais.
	
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