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EXISTENCIALISMO: conceitos, contexto histórico- filosófico e principais representantes Profº Flávio Lima flaviopsicopb@yahoo.com.br Séc. XIX – Kierkegaard Séc. XX – Emerge como movimento Reação ao paradigma cartesiano e positivista, que entende a psicologia como ciência natural; Cenário do pós-guerra; O mundo vivia a esperança de ser mais livre e mais justo; Mobilização - Guerras, revolução sexual, anseio de liberdade dos povos; Falta de crença – busca do sentido da existência; Contexto Histórico A Filosofia passa a incorporar as discussões – éticas, sociais... Se estruturou com mais força no entre guerras (1918-1940) devido ao sofrimento, ao desespero e experiências traumáticas. Sua divulgação maior se deu na década de 50. Teve suas origens históricas no pensamento de Kierkegaard. Contexto Histórico Que sentido têm a vida? Para que existe o ser? Existe a liberdade total? Desenvolvimento do Século XX Existencialismo nasceu como uma reação às tradições filosóficas imperantes (Racionalismo e Empirismo), as quais tentavam descobrir uma ordem legítima dentro da estrutura do mundo observável com o intuito de obter um significado universal para as coisas. Nos anos 40 e 50 – literatura existencialista, textos acadêmicos e/ou de ficção. Temas: a liberdade, o nada, o absurdo, o pessimismo, entre outros. O existencialismo surge como recusa em pertencer a qualquer escola de pensamento, um repúdio a qualquer organismo de crenças e sistemas, uma insatisfação para com a filosofia tradicional (superficial, longe da vida). Filosofia da existência: movimento filosófico e humanista europeu, concebe que a existência precede a essência (Sartre). Se popularizou através da crise e crítica social e moral, resultado da destruição e dramas social e filosófico, causado pelas guerras europeias do século XX, especialmente, a Segunda Guerra Mundial. Discute e propõe soluções para os problemas mais inerentes à condição humana, como o absurdo de viver, a significância e insignificância do ser, o dilema da guerra, o tempo, a liberdade, a relação homem-Deus, ateísmo, a natureza do homem, a vida e a morte. Compreensão própria que possa dar sentido ou encontrar uma justificativa para sua existência humana. Desenvolvimento do Século XX Princípios Filosóficos O próprio homem é sua existência; Prioriza a existência sobre a essência; O homem é um ser livre; O homem é um ser responsável; O homem é um ser de possibilidades; O homem como ser no mundo; O homem é um ser temporal e finito. Passou a ser identificado com um estilo de vida Comportamentos contrários aos padrões tradicionais • O Existencialismo surge como uma tomada de posição de alguns pensadores frente ao cientificismo que se desenvolvia na época. A psicologia não pode mais explicar o homem como um ser possuidor de um mecanismo psíquico determinado por forças inconscientes. Resgata-se então não apenas sua singularidade e originalidade, mas acima de tudo sua individualidade. • A existência humana a partir de então não pode ser reduzida à definição e classificação da substância orgânica que compõe o corpo do homem. O Existencialismo não nega os fatores biológicos e sociais O Existencialismo declara a importância de se levar em conta outros aspectos da constituição do homem, além daqueles considerados pela Ciência O homem não é um ser apenas dotado de racionalidade, de inteligência e de sensação. Quebra de paradigma não só na arte, na literatura, na filosofia, na psicologia, mas também na ciência e na cultura como um todo. ESSÊNCIA X EXISTÊNCIA • Historicamente essência é anterior à existência • Com o existencialismo há uma inversão ESSÊNCIA: • Natureza íntima das coisas; aquilo que faz com que uma coisa seja o que é, aquilo que constitui a natureza de um objeto. • esse, ser (aquilo que é). A essência se refere ao “sendo” da coisa. • Ex. saber a essência de um pássaro é saber quais os elementos fundamentais para a experiência de se estar “sendo” um pássaro. Existência • Derivada de existere, que significa sair de uma casa, de um domínio, de um esconderijo. • Sinônimo de mostrar-se, exibir-se; é um movimento para fora. PRINCIPAIS CONCEPÇÕES O homem é um ser, cuja relação com o mundo, o amarra e o compromete (é um ser comprometido); A existência é instável, incerta, contraditória; O homem não é algo pronto e sim um conjunto de possibilidades que vai se atualizando no decorrer de sua existência; É livre para escolher (com inquietação); Conceito de liberdade – ser passível de criar possibilidade para adquirir sua liberdade (não lhe outorga tranquilidade, sossego, bem estar). Existencialismo e Fenomenologia • Os filósofos existencialistas utilizaram o método fenomenológico para elaborar a filosofia da existência. • União da fenomenologia com o existencialismo. • Não são movimentos contrários, se complementam. Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo, e que só depois se define. O homem de início é nada, apenas posteriormente será alguma coisa, e será aquilo que fizer de si mesmo A existência precede a essência • O ser humano possui apenas a sua realidade • A essência é um ato construtivo e está como uma soma de suas ações. • O homem é nada e passa a ser na medida em que se faz. • Consequência: O indivíduo como único responsável por si mesmo (fracassos e vitórias). Essência humana • Tem condições de se desenvolver e se transformar segundo projetos de vida previamente estabelecidos pelo próprio homem. • A essência, ao ser determinada pela existência, torna-se a própria dimensão da vida em sua forma mais exuberante. • Não é estática ou uma mera repetição de fenômenos a partir de fatos ocorridos no passado. • Essa condição assegura ao homem a peculiaridade de poder transformar-se e, se necessário, recomeçar e reconstruir a cada instante uma vida quedada diante do sofrimento e das agruras da existência. Funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. A existência é algo em aberto, sempre em mudança, e não há nenhum tipo de determinismo ou fatalismo. O homem é como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência. Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição: LIVRE ARBÍTRIO Religiosos Existência não tem origem no nada, como para os ateus. Algo origina essa existência, e esse algo é Deus. As pessoas são responsáveis pelas suas próprias ações . O homem é um projeto em construção e o seu único juiz. Ateus Cada pessoa é aquilo em que se torna Existência é predeterminada por uma intencionalidade/funcionalidade Principais Existencialistas Søren Kierkegaard Friedrich Nietzsche M. Buber Merleau-Ponty J.P. Sartre Martin Heidegger Soren Aabye Kierkegaard Biografia: • Nasceu em 1813 em Copenhague, na Dinamarca. • Ficou noivo de Regine Olsen (bela moça de 17 anos), mas rompeu o noivadopara dedicar a vida à religiosidade. • Morreu em 1855, com 42 anos. • Filósofo francês, do século XIX, primeiro escritor considerado existencialista. • Reagiu contra a tradição, ao insistir que o bem mais elevado para o individuo é encontrar a sua própria e única vocação. • Poeta, religioso fervoroso, amante das artes, especialmente o teatro. • • A verdade está na subjetividade e nas escolhas éticas do sujeito. • O homem é livre. Seu comportamento não é determinado. • Crucial: conhecer as motivações da existência. • Conhecimento depende de interpretação, que depende de um ato de vontade, que por sua vez, é ato decisório de existir. • Kierkegaard coloca o homem em evidência. • Nasce aqui uma angústia existencial do homem, órfão dos grandes sistemas dogmáticos, com a possibilidade do vazio. Pressuspostos O homem é sujeito que escolhe viver... (Kierkegaard) • Existir é tornar-se consciente de si (como um ser total). • Ser total indissolúvel: razão, emoções e imaginação. • Imaginação como criação de valores. • Sentimento tão importante quanto o intelecto. • 3 dimensões da existência: 1. Estética (auto-satisfação física) 2. Ética (nível das escolhas, na qual se vivencia o problema da liberdade e da contradição entre o prazer e o dever) 3. Religiosa (marcada pela fé). Religião: superação dos dilemas éticos pela entrega da existência a Deus, como fonte da vida singular. “Tenho que encontrar uma verdade que seja verdadeira para mim... A ideia pela qual eu possa viver ou morrer.” Kierkegaard Friedrich Wilhelm Nietzsche • Nasceu na cidade de Röcken (na Prússia) atual Alemanha. Filho de um culto pastor protestante ascendia à uma linhagem de pastores. • Possuía um gênio brilhante, tendo estudado grego, latim e hebraico (tendo lido os evangelhos nessas línguas) foi professor de teologia e filosofia. • Em 1869, tornou-se professor titular de Filosofia na Universidade da Basiléia. • Nietzsche foi, sem dúvida alguma, um dos maiores gênios da humanidade, embora muito incompreendido, ele foi um homem a frente do seu tempo. Pressupostos • Crítica veemente aos valores morais, propondo uma nova abordagem: a da averiguação genealógica da moral, isto é, o estudo da formação histórica dos valores morais. • Não existem as noções absolutas de BEM e MAL. As concepções morais são elaboradas pelos homens, a partir dos interesses humanos. • As religiões, principalmente o judaísmo e o cristianismo, impõem esses valores humano como se fossem produtos da „vontade de Deus‟. • Grande parte das pessoas acomoda-se a uma „moral de rebanho‟, baseada na submissão irrefletida aos valores dominantes da civilização cristã e burguesa. Pressupostos • Crítica profunda e impiedosa à civilização ocidental. Crítica à massificação, à visão de mundo burguesa e ao conservadorismo cristão. • Segundo Nietzsche, quando o cristianismo deixou de ser a „única verdade‟ para se tornar uma das interpretações possíveis do mundo, toda a civilização ocidental e seus valores absolutos foram postos em xeque. • Niilismo = desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “porquê”. Pressupostos • Niilismo moderno: afirmação da morte de Deus, rejeição à crença num ser absoluto e transcendental. • Por meio do niilismo, o homem moderno vivencia a perda de sentido dos valores superiores de nossa cultura. • O niilismo seria o sentimento coletivo de que nossos sistemas tradicionais de valoração ficaram sem consistência e já não podem mais atuar como instâncias doadoras de sentido e fundamento para o conhecimento e a ação. "Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!". "Há homens que já nascem póstumos.“ "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade.” Nietzsche Maurice Merleau-Ponty A fenomenologia da existência torna-se linguagem • Nasce em 4 de março em Rochefort-sur-Mer, França. • 1945 - Doutora-se em filosofia com Fenomenologia da Percepção. • Junto com Sartre, funda a revista Temps Modernes. • 1961 - Falece em Paris, com 53 anos, vítima de embolia. • Formou, junto com Sartre, S. de Bouvoir e Paul Nizan, a geração existencialista dos anos 40 e 50. Pressupostos • A linguagem como ato de significar - dimensão expressiva. • O real transborda sempre a percepção e seus sentidos ultrapassam os “dados” e os “conceitos”. • M.M.Ponty conecta definitivamente o ser e o mundo, a essência e a existência, o corpo e a mente. • Ele estabelece a empiria para a compreensão fenomenal humana: a linguagem. • O ser não atribui sentido às percepções. • Mas as percepções só são possíveis porque o sentido está dado previamente. Não no mundo, mas na linguagem e na atribuição que a linguagem reserva ao homem e ao mundo. “Quando percebo, não penso o mundo, ele organiza-se diante de mim.” Merleau-Ponty Jean Paul Sartre • Nasceu em 21 junho de 1905 na França. • Fez seus estudos secundário em París, Lycee Henri IV, em 1924 ingressou na École Normale Supérieure (Escola Normal Superior). • Estudou fenomenologia na Alemanha. • Não acreditava em força divina (ateu). • A frase: a existência precede a essência; • Sartre não foi criado sem religião, mas por causa da 2° guerra mundial e por muitos sofrimentos o levaram para longe da fé. • Passou seus últimos dias de vida explorando assuntos de fé. • Morreu em 15 de abril de 1980, seu funeral foi acompanhado por mais de 50.000 pessoas. Pressupostos • Em-si: o mundo é povoado de seres em-si, podemos entender um em-si como qualquer objeto existente no mundo e que possui uma essência definida, ele apenas é. • Para-si: o para-si não tem uma essência definida. Ele é um resultado de uma idéia pré- existente. Como o existencialismo sartriano é ateu, ele não admite a existência de um criador que tenha predeterminado a essência e os fins de cada pessoa. Pressupostos A LIBERDADE • O ser humano está condenado à liberdade. Isso significa que cada pessoa pode a cada momento escolher o que fará de sua vida, sem que haja um destino previamente concebido. • Sartre considerava que todas as pessoas são movidas por um projeto fundamental, o projeto de auto-realização, da transcendência. • Um ser que realizou tudo o que podia, esgota suas potencialidades, torna um em-si. Isso pode acontecer, por exemplo quando morremos. Pressupostos A ESCOLHA • É o assunto mais destacado da filosofia existencialista. • A primeira característica do ser humano, de acordo com a maioria dos existencialistas, é a liberdade para escolher. • Os seres humanos não têm uma natureza imutável como têm outros animais ou plantas; o ser humano faz escolhas que confirmam a sua própria natureza. Pressupostos RESPONSABILIDADE • Cada escolha carrega consigo uma responsabilidade. Se escolho ir a algum lugar, falar alguma coisa, escrever um artigo, tenho que ter consciência de que qualquer consequência desses atos terá sido resultado de minha própria escolha. • Não posso atribuir a responsabilidade por estes atos a nenhuma força externa ao destino ou a Deus. • Eis a essência da responsabilidade: eu, por minha vontade e escolha eu ajo no mundo e afeto o mundo todo. É uma responsabilidade da qual não podemos fugir. Pressupostos A ANGÚSTIA • A angústiaexistencial decorre da consciência de que são as escolhas dessa pessoa que definem o que ela é ou se tornará. E também por saber que estas escolhas podem afetar, de maneira irreparável, o próprio mundo. • A “angústia” decorre portanto, da consciência da liberdade e do receio de usar essa liberdade de forma errada. Pressupostos A MÁ FÉ • A má-fé é uma defesa contra a angústia e o desalento, mas uma defesa equivocada. Pela má-fé renunciamos à nossa própria liberdade, fazendo escolhas que nos afastam do projeto fundamental, atribuindo confortadamente estas escolhas a fatores externos, ao destino, a Deus, aos astros, a um plano sobre humano. • A má-fé, no existecialismo, não é mentir para outras pessoas, mas mentir para si mesmo e permitir-se fugir de sua própria auto-determinação. Pressupostos O OUTRO • O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outra pessoa é que alguém se ver como parte do mundo. • O ser para-si só é para-si através do outro. • Só através dos olhos dos outros posso ter acesso a minha própria essência ainda que temporária. “Não importa o que faremos de nós. O que importa é o que faremos daquilo que fizeram de nós.” Sartre MARTIN BUBER, O FILÓSOFO DO DIÁLOGO Martin Buber construiu toda sua obra em torno do diálogo. O momento mais essencial e decisivo da existência humana. Para Buber o ser humano é um ser de relações, originalmente inter-ligado, existencialmente conectado ao outro, a natureza e aos demais seres. MARTIN BUBER, O FILÓSOFO DO DIÁLOGO - É através dessas relações que o ser humano torna-se pessoa e aprende a ser social. - Afirma que é através de duas palavras-princípio que homens e mulheres, enquanto seres-em- relação, constroem seus modos de existir: a relação EU-TU e a relação EU-ISSO. A RELAÇÃO EU-TU - Fundamenta o mundo da relação pessoal, do encontro de mulheres e homens que se dirigem entre si enquanto realidades pessoais, dimensões existenciais. Dá-se em um movimento recíproco de aceitação e confirmação, sendo através dessa que ambos acolhem o mundo como celeiro da alteridade. EU é uma pessoa que se encontra com o TU – o/a outro/a, os objetos, a natureza ou mesmo Deus, o TU Eterno – de maneira sempre pessoal. A RELAÇÃO EU-TU -No encontro entre EU e o TU há o olhar face a face, momento único. - Para Buber (2001) o eu se torna EU na relação com o TU ou seja, a totalidade da existência se constrói na relação EU-TU. -Entretanto, não se pode viver unicamente em presença, pois, homem e mulher nenhum suportaria manter um envolvimento tão intenso constantemente. - Daí a NOSTALGIA pelo encontro... pois a semente do TU habita o ISSO ansiando apenas à renovação do encontro. A RELAÇÃO EU-ISSO - Fundamenta o mundo da relação objetal, da atitude cognoscitiva, da requisição utilitária. - Quando homens ou mulheres procuram controlar suas realidades existenciais unicamente a partir desse modo de relação que ela se torna nociva. A RELAÇÃO EU-ISSO -Na relação EU-ISSO, o EU é um egótico e o ISSO seu objeto. Segundo Buber (2001) o mundo do Isso é o da coordenação, da ordem e utilização. Esse inspira confiança entre homens e mulheres, pois, representa a densidade e a duração, a coerência no espaço e no tempo. Também diz respeito à esfera do conhecimento que assegurou a continuidade da vida humana por meio de toda construção e desenvolvimento das atividades técnico-instrumentais. - • PRESENÇA (estar-com numa relação sem meios ou interposições); • IMEDIATEZ (relação é direta, imediata; mutualidade); • TOTALIDADE (envolve o ser na sua globalidade); • RECIPROCIDADE (abertura à realidade do outro; afetação de um sujeito sobre o outro, a partir da sua alteridade. Relação é reciprocidade); • RESPONSABILIDADE (habilidade, disponibilidade, prontidão a dar respostas; ação de um Eu para com um Tu; encontro inter-humano). PARA QUE O DIÁLOGO AUTÊNTICO OCORRA: “Toda vida atual é encontro.” Martin Buber Martin Heidegger • Nasceu na Alemanha em 1889. • Filósofo, escritor, professor universitário, reitor... • Católico: inicialmente quis ser padre e chegou mesmo a estudar em um seminário. • Abandonou para se dedicar à filosofia. • Casou-se em 1919 com Elfriede Petri e teve 2 filhos. • Foi o pensador de uma única questão: a do ser. • Morre em 1976. Principais idéias Fenomenologia como ontologia hermenêutica; Analítica da existência (Dasein: Ser-aí); trabalho de caráter interpretativo segundo a perspectiva da experiência humana. Hermenêutica: verbo grego hermeneuein (interpretar) e do subst. hermeneia (interpretação); Filosofia hermenêutica: existência de uma ligação entre o objeto a ser interpretado e o intérprete; compreensão e interpretação da existência humana; explicitar o sentido (contextualizado); interrogar o dado que aparece. • A existência passa a ser vista com ênfase, em detrimento da essência (eidos). • O homem está “constantemente se projetando para fora de si mesmo, construindo-se, realizando-se no mundo”. • A nova análise fenomenológica deve partir da existência humana, do Ser-aí. Principais idéias • EXISTÊNCIA E SER-NO-MUNDO: ASPECTOS PRINCIPAIS Somos entes diferenciados dos outros entes. DASEIN = Ser - Aí Característica do ente que pode se comportar de várias formas diante das situações. Possibilidade. Atribuir sentido. EXISTÊNCIA - Existente só pode se compreender em sua relação com o mundo, relação na qual cria o mundo e ao mesmo tempo é criado por ele. • MUNDANIDADE: Ser-no-mundo-com-os-outros; submetido às contingências sócio-político-histórico-culturais. Analítica da existência: estrutura de um momento constitutivo do ser no mundo (afetividade, compreensão e linguagem); • PROJETO: „lançado no modo de ser do projeto‟ – possibilidades que o fazem ultrapassar incessantemente seus limites; ASPECTOS PRINCIPAIS ASPECTOS PRINCIPAIS Tempo • As relações das coisas existentes é provisória e atrelada ao tempo em que elas ocorrem. • O fenômeno, ao manifestar-se no tempo, portaria o sentido do ser. • Tempo é posto em evidência. • Compreender o ente é projetá-lo em direção ao seu ser e compreender o ser é projetá-lo em direção à temporalidade. ASPECTOS PRINCIPAIS A Angústia • Na disposição da angústia, o dasein fica finalmente suspenso no nada e torna-se possível entrar em relação com o homem como ser-no-mundo. • “Estar suspenso no nada” é possibilidade de revelação ou desocultação do Dasein. Por isso, o Dasein precisa estar em suspenso dentro do nada para que lhe seja revelado o ente que ele mesmo é. • Angústia de saber-se para o nada e para a morte, e somente a angústia nos retira da existência banal e nos insere na existência autêntica. • Um projeto existencial cuja bússola é, tão-somente, a angústia. O existencialismo é um humanismo, mas rejeita a idéia de uma natureza humana. A humanidade e a dignidade do homem estão em seu poder-ser e poder ser é esperança e liberdade. O ser-ativo-no-mundo consiste na criação de espaços que implica em um arrumar e desarrumar. O arrumar e desarrumar dependem da cultura e dos interesses da pessoa. Para Heidegger a humanidade e a dignidade do homem estão em poder-ser e poder-ser é esperança e liberdade.
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