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IMUNOLOGIA I - M2 GRAZZI XLIX TÉCNICAS SOROLÓGICAS PRECIPITAÇÃO: o antígeno é solúvel, na condição de molécula. A interação de anticorpo com antígeno promove a formação de um precipitado, uma malha. - para que ocorra precisa de moléculas - não é uma técnica muito sensível, por isso não se consegue detectar IgE - para se ver que houve a reação de precipitação, é necessário que haja uma enorme quantidade de moléculas, pois o teste não é muito sensível PRINCIPAIS DESVANTAGENS DESSA TÉCNICA - SENSIBILIDADE: reações pouco sensíveis, do ponto de vista de detecção -> o paciente precisa de muitos anticorpos - TEMPO DE REAÇÃO: reação demorada - PRECIPITADOS TÉCNICA DE MANCINI - técnica para se quantificar anticorpos (imunodifusão radial simples) - reação de precipitação na qual o antígeno é solúvel - detecta a reação AG-AC através da formação de um precipitado - o ágar é misturado com uma diluição apropriada do anticorpo específico, para determinado antígeno, e a mistura é colocada em uma lâmina de vidro (placa de Petri). Feito isso, em locais apropriados do gel são feitos orifícios em que se colocam volumes da solução de antígeno a ser testada. O suporte é incubado em uma câmara úmida, até que ocorra a difusão (48 a 72h), sendo determinada a área do halo de precipitação formada - a placa já contém quantidade fixa de anticorpo contra o que quer “atacar” - dosagem de imunoglobulinas séricas - IgM, IgG, IgA e C3 (IgE não da para quantificar por essa técnica porque tem pouco no sangue) - dosagem de IgG - boa técnica quando o paciente tiver suspeita de imunodeficiência - só se forma precipitação na zona de equivalência - IgG funciona como antígeno nessa técnica DDGA - imuno difusão radial dupla - antígeno e anticorpo se difundem - detectar se o paciente tem um determinado anticorpo para algum tipo de doença - diagnóstico: aspergilose, histoplasmose, doenças fungicas, micoses, lupus, doenças auto imunes - tem que ter anticorpo específico para o antígeno - feito no ágar (com dois orifícios, em um coloca o anticorpo e no outro o soro do paciente) - tem certeza do antígeno mas não se sabe se tem anticorpo - é uma técnica demorada - precisa ter muito anticorpo para funcionar - só é utilizada quando não tem outra técnica para usar técnicas baseadas na difração da luz - rápidas - muito sensíveis - automatizadas (mais caras) Nefelometria (imunoprecipitação) - mede a quantidade de luz difratada (dispersão de luz) devido à presença de complexos imunológicos ( IMUNOCOMPLEXO = antígeno + anticorpo formando precipitado) - quanto mais precipitado, mais difratada a luz - detecta 1 mg/ml com partículas Imunoturbidimetria (imunoprecipitação) - mede a diminuição de luz que consegue atravessar uma solução na presença de complexos imunológicos - utiliza o espectrofotometro - se teve turbidez, teve precipitação ENSAIOS - QUALQUER FLÚIDO: soro, plasma, urina, LCR - ex: ASLO, FR, IgG, IgM, IgA, C3 e C4, PCR ? FLOCULAÇÃO (AGLUTINAÇÃO) DE CRISTAIS DE COLESTEROL VDRL (VENERAL DISEASE RESEARCH LABORATORY) - Cardiolipina de boi é sensibilizada com cristais de colesterol e lectina - pesquisa-se a presença de anticorpos anti-lipidios na sífilis - floculação: ligação de anticorpos em várias micelas REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO (antígenos particulados) - DIRETA: a partícula já contém o epítopo. Ex: tipagem sangúinea, sorotipos de E coli(antígeno O, H e K) - INDIRETA: Ags fixados à parede das hemácias; partículas adsorvidas com uma molécula antigênica (hemácia ou látex); é passiva pois teve-se que manipular as hemácias em laboratório(artificialmente sensibilizada com anticorpo ou antigeno). - HEMAGLUTINAÇÃO: aglutinação de hemácias de agregados de hemácias de acordo com as inúmeras reações de diluição diluídas. - Ex: pesquisa de Ac de toxoplasmose - anti-toxoplasma gondi. - Hemaglutinação indireta: toxoplasmose, sífilis, chagas (se usa muito titulação porque o paciente pode apresentar anticorpos de reação cruzada, o que alteraria Não reativo Reativo o teste. Logo fazer a diluição/titulação torna o antígeno mais purificado, e a cada diluição deve-se fazer a aglutinação) - AGLUTINAÇÃO DO LÁTEX (indireta): partículas de látex são esferas de poliestireno que podem ser utilizadas como suportes na adsorção de proteína solúvel - Ex: pessoas com febre reumática - procurar anticorpos anti estreptolisina O ajuda no diagnóstico (ASLO) - Ex 2: saber se na urina da mulher tem BetaHCG - PCR: • A PCR é detectada em inúmeros processos inflamatórios, inclusive não infecciosos, neoclássicos e em processos que há destruição do tecido como infarto agudo do miocárdio. • Comumente aplicado no monitoramento de doenças como a artrite reumatoide e a febre reumática. • A titulação das amostras é importante porque há uma relação direta entre o aumento do título e a piora do quadro clínico. • Reagente do látex - contém partículas de látex revestidas com anti-PCR obtido por imunização animal. • Determinação qualitativa. DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO DE SÍFILIS AG ETIOLÓGICO: Treponema pallidum 1) Sífilis primária - lesão primária (desaparece depois de um tempo) - cancro duro (cicatriza dentro de 15 dias) - soropositivo no final da sífilis primária: na maioria das mulheres é assintomática 2) Sífilis secundária - algumas semanas após a primária - microorganismos são disseminados - “rash” (roséola sifilítica) - desaparece depois de um tempo - tratamento com benzetacil 3) Sífilis latente - soropositivo sem manifestações clínicas - pode durar vários anos a décadas - encurtada em pacientes HIV positivos - cardiovascular: aneurisma aórtico - “tabes dorsalis”: dano na raiz do ganglio dorsal, paralisia, perda de sensação 4) Sífilis terciária - não há mais regressão - vários meses a 30 anos mais tarde - vários órgãos podem ser afetados: ossos, juntas, cavidade oral, sist cardiovascular, sist nervoso 5) Sífilis congênita - feto é infectado no útero - mãe com sífilis primária, secundária e latente recente - prevalência de 1,6% no momento do parto - previnida com tratamento da mãe - fatal em 40% dos infectados (morte fetal ou perinatal) - nascimento com sintomas de sífilis secundária ou terciária - nasce no estado latente mas mostra sinais de infecção durante a infância (especialmente ossos e sistema cardiovascular) - manifestação radiada na criança - dente de hutchinson no adulto DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE SÍFILIS Sorologia: 2 tipos de teste 1) Não treponêmico (VDRL) - Quando reagente de ser realizado o teste quantitativo -> título - se negativa após a cura do paciente - o antígeno não tem molécula de treponema - o VDRL consegue monitorar a terapia diminuindo o título - EFEITO PROZONA: excesso de anticorpo em relação ao “meu” antígeno de VDRL • falso negativo porque não da pra ver a rede de anticorpos • diluição 1/8 para arrumar Paciente 3 tem pouco anticorpo Paciente 4 é o que mais tem anticorpo e o fato de ter dado negativo no VDRL puro é o efeito prozona PACIENTE VDRL (PURO) VDRL (1/8) 1 + + REAGENTE 2 - - NÃO REAGENTE 3 + - REAGENTE 4 - + REAGENTE 2) Treponêmico (hemaglutinação, ELISA, FTA-Abs) FTA-Abs: teste de anticorpos treponêmicos fluorescentes com absorção. É mais rápido e mais sensível ELISA: imunoenzimático. Quantidade de anticorpos é proporcional a cor. Anti-TP se ligam aos antigenos MANUAL TÉCNICO PARA O DIAGNÓSTICO DA SÍFILIS Testes não treponêmicos tem que ser confirmados em treponêmicos porque o não treponêmico pode ter falsos negativos Resultado REAGENTE no teste não treponêmico: realizar um teste treponêmico Teste treponêmico reagente: realizar a titulação -> testes não treponêmicos e incluir o título encontradono laudo final AMOSTRA REAGENTE PARA SÍFILIS Resultado NÃO REAGENTE no teste não treponêmico: paciente não tem sífilis Laudo: AMOSTRA NÃO REAGENTE PARA SÍFILIS (se persistir a suspeita de clínica de sífilis, deve-se repetir o fluxograma após 30 dias para a exclusão do diagnóstico) TESTE REVERSO - teste treponêmico é feito primeiro É feito o segundo treponêmico porque pode ser um erro (sífilis primária ou o paciente não tem sífilis) Resultado REAGENTE no teste treponêmico: realizar um teste não treponêmico Teste não treponêmico REAGENTE: realizar a titulação e incluir o título encontrado no laudo final AMOSTRA REAGENTE PARA SÍFILIS Resultado NÃO REAGENTE no teste treponêmico: paciente não tem sífilis Laudo: AMOSTRA NÃO REAGENTE PARA SÍFILIS (se persistir a suspeita de clínica de sífilis, deve-se repetir o fluxograma após 30 dias para a exclusão do diagnóstico) Resultados discordantes entre o teste treponêmico e o não trepanemico: realizar um terceiro teste(quando for possível) e esse teste deve ser um teste treponêmico com metodologia diferente do primeiro teste treponêmico realizado - Possibilidades: • REAGENTE no primeiro teste treponemico e não reagente nos outros dois testes: primeiro teste apresentou resultado falso-positivo Laudo: AMOSTRA NÃO REAGENTE PARA SÍFILIS • REAGENTE nos 2 testes treponêmicos e não reagente no teste não treponêmico Laudo: AMOSTRA REAGENTE PARA SÍFILIS (incluir o resultado não reagente no teste não treponêmico) UTILIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS Teste rápido: não reagente Laudo: AMOSTRA NÃO REAGENTE PARA SÍFILIS Teste rápido e teste não treponêmico: reagentes realizar titulação e incluir o título encontrado no laudo final Laudo: AMOSTRA REAGENTE PARA SÍFILIS Resultados discordantes: teste rápido treponêmico reagente e não treponêmico não reagente Laudo: AMOSTRA COM RESULTADO INDETERMINADO PARA SÍFILIS COMPROVAÇÃO DE CURA DA SÍFILIS APÓS TRATAMENTO COMPLETO - VDRL a cada 3 meses no primeiro ano - VDRL a cada 6 meses no segundo ano - Gestantes: VDRL mensal REDUÇÃO DE 2 OU MAIS TÍTULOS DO VDRL OU A NEGATIVAÇÃO APÓS 6 A 9 MESES DO TRATAMENTO DEMONSTRA CURA DA INFECÇÃO A INFECÇÃO POR Treponema pallidum NÃO CONFERE IMUNIDADE, POR ISSO UM INDIVÍDUO PODE CONTRAIR SÍFILIS TANTAS VEZES QUANTAS FOR EXPOSTO À BACTÉRIA PORQUE A CEPA PODE SER DIFERENTE SISTEMA COMPLEMENTO - Conjunto de proteínas presente no sangue sob forma inativa - Ativando-se em cascata - Participam da resposta imune específica e inespecífico a) lise do antígeno b)facilitam e intensificam o processo de fagocitose - Normalmente cada componente é simbolizado pela letra C - C seguida de um número serve para identificar o componente - Está sob forma inativa - Ativação: clivagem enzimática => dois peptídeos: maior (B) na membrana e menor (A) fica livre no meio VIAS DO SISTEMA COMPLEMENTO - C3 está presente em todas as vias e a todo momento o ser humano hidrólise C3 VIA CLÁSSICA - Resposta Imune específica (depende de IgG e IgM) - a proteína do sistema complemento tem que se ligar ao FC - C1 - primeira proteína (tem que se ligar em dois FC ao mesmo tempo) - chega um momento no qual a pessoa está apta a clivar C5 - acaba a via clãssica VIA ALTERNATIVA E LECTINA - se ativam primeiro VIA ALTERNATIVA - RI inespecífica - C3 é o primeiro componente - Fator D e properdina ajudam na ativação da via VIA LECTINA - RI inespecífica - Ligação lectina que se liga a manose (ser humano não tem manose) - Lectina: proteína que tem capacidade a se ligar em um carboidrato VIA LÍTICA - das duas RI - C5b é o primeiro - inserção do composto lítico na membrana - se for até o final ocorre lise do organismo (complexo de ataque a membrana) - depende das outras 3 vias para ser ativada - geração de C5 convertase ativa a via FUNÇÕES DO SISTEMA COMPLEMENTO BENEFÍCIOS PARA O HOSPEDEIRO: - Opsonização - Atração e ativação de fagócitos (os fagócitos tem receptores para C3b e C4b) - Lise de bactérias e células infectadas MALEFÍCIOS - Inflamação PROPRIEDADES BIOLÓGICAS DOS PRODUTOS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO - C3b(opsonina): opsonização - ativação de fagócitos (é mais potente) - C4b(opsonina): opsonização - fagocitose - C3a(anafilatoxina): degranulação de mastócito, aumento da permeabilidade vascular, anafilaxia - C4a(anafilatoxina): como a C3a, mas menos potente - C5a(fator quimiotático): anafilático como C3a, mas muito mais potente, atrai e ativa PMN causa agregação de neutrófilo, estimulação do metabolismo oxidativo - C5b67: quimiotaxia REGULAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO - C1q liga-se aos anticorpos complexados com o antígeno, resultando na ativação de C1r2s2 - C1-INH impede que C1r2s2 se torne proteoliticamente ativo - Angioedema hereditário: deficiência de C1 inibidor Controle da ativação espontânea de C3 (via alternativa) - DAF: impede a ligação do fator B com C3b - DAF = CD55 - Microorganismos não tem DAF GPI(glicosil, fosfatidil e inusitol) estão na superfície das células e servem para ancorar outras moléculas, não só do sistema complemento A regulação pelo DAF está ancorado no GTI - Fator H e fator I também inibem a via alternativa - CD59: também está ancorado no GPI e inibe a montagem do poli-C9 - Hemoglobunúria paroxística noturna: • hemólise intravascular crônica • mutação somática de um gene PIG-A • gene é essencial para a síntese do GPI • tratamento: hemodiálise, tranfusões sanguíneas, pressiona e eculizumabe (soliris) - anticorpo monoclonal que se liga a porção C5 do complemento (logo o C5 não se liga as células do humano) • CD55/DAF e CD59 não conseguem se ligar • resultado: hemácias ficam vulneráveis a ação do sistema complemento - hemólise • a pessoa elimina muita hemoglobina pela urina porque está ocorrendo lise de hemácias DEFICIÊNCIAS DO COMPLEMENTO E DOENÇA VIA/COMPONENTE DOENÇA MECANISMO VIA CLÁSSICA C1INH ANGIOEDEMA HEREDITÁRIO superprodução de C2a (procinina) C1, C2, C4 PREDISPOSIÇÃO AO SLE(lúpus) leva a fadiga, erupção malar e dor nas articulações A pessoa fica com muito imunocomplexo opsonização de complexos imunes ajuda a mantê-los solúveis, a deficiência resulta no aumento da precipitação em tecidos e inflamação VIA LECTINA (MBL) susceptibilidade a infecções bacterianas em bebês ou imunodeprimidos inabilidade de iniciar a via lectina EVASÃO DO COMPLEMENTO POR MICROORGANISMOS - recrutamento de proteínas reguladoras do complemento do hospedeiro - expressam ácidos siálicos (não tem ativação) - produzem proteínas específicas que imitam as proteínas reguladoras do complemento humano TESTES RÁPIDOS Teste de gravidez Teste dengue VIA ALTERNATIVA FATORES B OU D susceptibilidade a infecções bacterianas piogênicas insuficiência de opsonização da bactéria C3 susceptibilidade a infecções bacterianas ausência de opsonização e diminuição em utilizar a via do ataque a membrana C5, C6, C7, C8 E C9 susceptibilidade a infecções gram negativas incapacidade de atacar a membrana externa de bactéria gram negativa PROPERDINA - LIGADA AO X susceptibilidade a meningite meningocócica ausência de opsonização da bactéria (móvel)