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Imunologia clínica Exames imunológicos ou sorológicos Exames sorológicos São exames que se destinam à pesquisa de anticorpos no soro ou plasma de pacientes. Objetivo: Diagnosticar, indiretamente, através de pesquisa de anticorpos, casos de doenças ou infecções em que os agentes etiológicos não são capazes de crescer em meios de cultura artificiais (exemplo vírus, bactéria da sífilis, etc). Soro: Proveniente de sangue coletado sem anticoagulante, espontaneamente ou após centrifugação. Foi gasto o fibrinogênio no processo de coagulação do sangue.. Plasma: Proveniente de sangue coletado com anticoagulante, espontaneamente ou após centrifugação. Mantém o fibrinogênio. Rotina médico-laboratorial PCR (proteína C reativa) Esta proteína possui atividade anti-inflamatória e ajuda o sistema imunológico a combater germes invasores. A PCR é produzida no fígado e se encontra elevada no soro de pacientes em casos de inflamação ou infecção, inclusive, infartos do miocárdio (PCR ULTRASENSÍVEL). Eleva-se rapidamente após o estímulo inflamatório (4-6 horas). Pico em 24-72 horas. Na ausência de estímulo inflamatório crônico normaliza-se em 3-4 dias. É inespecífico, isto é, não especifica a doença em questão. Fundamento do exame: Reação de aglutinação, utilizando partículas ou esfera de látex recobertas com anticorpos anti-proteína C reativa.. As partículas de látex ou hemácias usadas como suporte nas reações imunológicas promovem reações de AGLUTINAÇÃO, facilitando a visualização da reação. O valor normal de PCR é menor que 06 mg/L. Se houver aglutinação na placa, é necessário fazer a diluição do soro para se determinar o valor real do PCR.. A diluição da amostra permite detectar títulos maiores que 06 mg/L. Fator de diluição: 6,5 (multiplica o título da diluição com o fator de diluição). ARTHRI-TEST O objetivo é a detecção do fator reumatóide no soro de um paciente portador de artrite reumatóide. O fator reumatóide é uma IgM dirigida contra o fragmento Fc de uma IgG. A artrite reumatóide é uma doença autoimune e evolução lenta que tende à cronicidade. A fase final ocorre após 15-20 anos de doença caracteriza-se por um quadro de deformidades e limitações de movimento (há erosão de cartilagens, que posteriormente podem calcificar e fragmentar). Resultados do teste: As amostras reagentes com títulos superiores a 25 UI /mL devem ter valor diagnóstico.Todas as amostras reagentes devem ser diluídas para ter o seu título determinado. Fator de diluição: 8. O aumento do título reflete a progressão da doença, daí a importância da prova quantitativa. Reações falsamente positivas podem ser verificadas com outras doenças. Fundamento do exame: partículas de látex adsorvidas com IgG (este é o reagente) são misturadas ao soro do paciente. Waaler-Rose: hemácias de carneiro adsorvidas com IgG são misturadas ao soro do paciente. Nos casos positivos, há hemólise. ASO ou ASLO (anti-estreptolisina O) Uma das toxinas produzidas pelo Estreptococo beta hemolítico é a estreptolisina- O. Quando, após uma infecção de orofaringe ou pele, o paciente não é tratado adequadamente a toxina induz o organismo a produzir a antiestreptolisina-O (ASO). Após 2-3 semanas de infecção não tratada, a antiestreptolisina-O que tem estrutura semelhante a porções do miocárdio, rins e articulações, pode levar ao desencadeamento de, respectivamente: 1- Febre reumática (geralmente após infecções estreptocócicas de orofaringe). 2- Glomérulo nefrite (geralmente após infecções de pele), além das dores nas articulações. Infecção de pele por Streptococcus pyogenes Fundamento do exame: O soro em análise é colocado em contato com um reagente que contém partículas de látex revestidas com estreptolisina-O. A reação de aglutinação pode ser qualitativa e quantitativa (através da técnica de diluição). Fator de diluição: 200. Resultados: Em soros normais, sempre existe ASLO em concentração inferior a 200 UI/mL, e por esta razão não se deve expressar um resultado como negativo e sim com os valores. Valores inferiores a 200 UI/mL não são significativos para infecções estreptocócicas. Para glomérulo-nefrite, apenas valores acima de 500 UI/mL podem caracterizar a existência da doença.. ELISA (enzyme linked immunosorbent assay) Realizado para diagnosticar doenças como dengue, AIDS, hepatites, doença de Chagas, toxoplasmose, rubéola, etc. Já foi amplamente utilizado, mas hoje está sendo substituido por quimioluminescência.. Princípio do exame: Anticorpos ou antígenos podem ser ligados à enzima de maneira que, ao ser adicionado à reação o substrato da enzima, é gerado um produto colorido que poderá ser medido por espectrofotometria. A reação é desenvolvida em placas de plástico contendo séries de pocinhos onde são depositados os reagentes. Antígenos ou anticorpos, dependendo do objetivo do método, são adsorvidos à placa que, usualmente, é feita de poliestireno ou polivinil, materiais que possibilitam à maioria dos antígenos, adsorção adequada; De acordo com o antígeno adsorvido na placa para ELISA, o exame pode ser considerado de: - 1ª geração: lisado viral - 2ª geração: peptídeo sintético - 3ª geração: uso de antígenos ligados a enzimas (sanduíche) - 4ª geração: antígenos e anticorpos ligados à fase sólida (placa) Resultados dos testes ELISA: Cada marca de Kit de ELISA define um valor, acima (ou abaixo) do qual o paciente é considerado reagente ou positivo e abaixo (ou acima) do qual o paciente é não reagente ou negativo. Os resultados do ELISA podem ser: - POSITIVO - NEGATIVO - ZONA CINZENTA: A zona cinzenta geralmente é determinada como zona de segurança para Hemocentros que pode variar de 10-30% para cima e para baixo do valor considerado normal, ou seja, o valor de corte (“cut off”). Nos hemocentros, o exame que cair na zona cinzenta é considerado positivo e o sangue daquele doador não é transfundido. Testes rápidos (TR) Os Testes Rápidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, cujas execução, leitura e interpretação podem ser realizados em até 20 minutos. Formatos: a- Dispositivos (ou tiras) de Imunocromatografia (ou fluxo lateral) para pesquisa de anticorpo total Na área A, há antígenos do agente infeccioso investigado ligados a ouro coloidal. A amostra de sangue do paciente é depositada sobre a membrana na área A. Os anticorpos, se presentes na amostra do paciente, se ligam ao antígeno formando um imunocomplexo Antígeno-Anticorpo. Com a adição do tampao, o imunocomplexo migra até a área teste (T) onde será visualizada uma linha vertical devido ao ouro coloidal. A reação será válida se houver o aparecimento de uma linha colorida, na área de controle (C). Na linha controle tem um anticorpo fixado que recebe o antígeno com ouro coloidal, confirmando que o teste está funcionando bem. b-Testes rápidos para pesquisa de IgG e IgM (Covid-19) 1. Ags conjugados com ouro coloidal fixados na fita – Anticorpos do paciente se ligam – Formam complexo Ag-Ac. 2. Complexo migra por capilaridade na membrana de nitrocelulose e são capturadas por anticorpos anti IgM e anti IgG imobilizadas em duas regiões distintas da linha teste, formando banda colorida. 3. O antígeno não ligado ao anticorpo, irá reunir- se aos reagentes da área controle onde irá encontrar anticorpo (já fixados na área controle) produzindo uma linha colorida e demonstrando que os reagentes estão funcionando bem. Amostras para TR: amostra utilizada no testes rápido pode ser: - Soro - Plasma - Sangue total: EDTA lanceta ( desprezar 1ª gota) Testes complementares Embora os testes rápidos e os IE sejam sensíveis e específicos, resultados falso-positivos podem ocorrer. Por esta razão, os testes complementares foram desenvolvidos. Os testes complementares utilizam diferentes formatos e princípios. Estão incluídos nessa categoria: Western blot (WB)e imunofluorescência indireta (IFI). A IFI foi muito utilizada como teste complementar durante a primeira década da epidemia de HIV, mas atualmente foi substituída pelo WB e PCR. Imunofluorescência A técnica de imunofluorescência combina corantes fluorescentes, como o isotiocianato de fluoresceína, com anticorpos para que fluoresçam quando expostos à luz ultravioleta; 1. Imunofluorescência indireta 2. Imunofluorescência direta WESTERN- BLOT Método padrão confirmatório de positividade; O DNA ou RNA de um agente etiológico é tratado com endonucleases para criar fragmentos de tamanhos diferentes; Os fragmentos do ácido nucléico são separados por eletroforese em gel e depois transferidos para papel de nitrocelulose; Este papel depois é colocado em contato com o soro do paciente suspeito de apresentar anticorpos contra um determinado microrganismo e, após corado, aparece um “borrão” no local onde o anticorpo do paciente se fixou. Outros testes: Teste de Dick ( Escarlatina): A injeção de uma dose de teste cutâneo da toxina eritrogênica resulta em um resultado positivo em pessoas que não produziram a antitoxina (aparecimento de edema e eritema após 8 - 24 horas). Teste de Widal (febre tifóide): É a pesquisa de anticorpos dirigidos contra os antígenos O e H de Salmonella typhi ou Salmonella parapyphi A e B através de reação de aglutinação.
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