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01 INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

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Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
1. INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 
 
ANOS AUTORES EVENTOS 
4.000 a.C. Egípcios Necessidade de planejar, organizar e controlar 
2.600 a.C. Egípcios Descentralização na organização 
2.000 a.C. Egípcios Necessidade de ordens escritas. Uso de consultoria 
1.800 a.C. Hamurábi (Babilônia) Uso de controle escrito e testemunhal; estabelecimento do salário mínimo 
1.491 a.C. Hebreus Conceito de organização; princípio escalar 
600 a.C. Nabucodonosor 
(Babilônia) 
Controle de produção e incentivos salariais 
500 a.C. Mencius (China) Necessidade de sistemas e padrões 
400 a.C. 
Sócrates (Grécia) Enunciado da universalidade da Administração. Arranjo físico e manuseio 
de materiais. 
Platão (Grécia) Princípio da especialização 
175 a.C. Cato (Roma) Descrição de funções 
284 Dioclécio (Roma) Delegação de autoridade 
1436 Arsenal de Veneza Contabilidade de custos; balanços contábeis; controle de inventários 
1525 
Nicolló Machiavelli 
(Itália) 
Princípio do consenso na organização; liderança; táticas políticas. 
1767 
Sir James Stuart 
(Inglaterra) 
Teoria da fonte de autoridade; especialização. 
1776 Adam Smith (Inglaterra) Princípio de especialização de operários; conceito de controle. 
1799 Eli Whitney (Estados 
Unidos) 
Método científico; contabilidade de custos e controle de qualidade. 
1800 Mathew Boulton 
(Inglaterra) 
Padronização das operações; métodos de trabalho; gratificações natalinas; 
auditoria. 
1810 Robert Owen (Inglaterra) Práticas de pessoal; treinamento de operários; planos de casas para os 
operários. 
1832 Charles Babbage 
(Inglaterra) 
Abordagem científica; divisão do trabalho; estudo de tempos e 
movimentos; contabilidade de custos. 
1856 Daniel C. McCallum 
(Estados Unidos) 
Organograma; administração em ferrovias. 
1886 Henry Metcalfe (Estados 
Unidos) 
Arte e ciência da Administração 
1900 Frederick W. Taylor 
(Estados Unidos) 
Administração Científica; estudo de tempos e movimentos; racionalização 
do trabalho; ênfase no planejamento e controle. 
 
 
 
1.1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
 
1.1.1. Influência dos Filósofos 
A Administração recebeu influência da Filosofia 
desde os tempos da Antigüidade. 
 
Sócrates (470a.C.- 399a.c.), 
 
Filósofo grego, em sua discussão com Nicomaquides, 
expõe seu ponto de vista sobre a Administração como 
uma habilidade pessoal separada do conhecimento 
técnico e da experiência. 
 
“Só sei que nada sei.” 
Sócrates 
 
Platão (429 a.c.- 347a.c.), 
 
Filósofo grego, discípulo de Sócrates, analisou os 
problemas políticos e sociais e correntes do 
desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em 
sua obra, A República, expõe a forma democrática de 
governo e de administração dos negócios públicos. 
 
Aristóteles (384 a.c.- 322a.c.), 
 
Discípulo de Platão, deu o impulso inicial a Filosofia, 
Cosmologia, Nosologia, Metafísica, Lógica e Ciências 
Naturais abrindo as perspectivas do atual 
conhecimento humano. No livro Política, que versa 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
sobre a organização do Estado, distingue as três 
formas de administração pública: 
1. Monarquia ou governo de um só (que pode 
redundar em tirania). 
2. Aristocracia ou governo de uma elite (que 
pode descambar em oligarquia). 
3. Democracia ou governo do povo (que pode 
degenerar em anarquia). 
 
“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. 
Excelência, então, não é um modo de agir, mas um 
hábito.” 
Aristóteles 
 
Durante os séculos que vão da Antiguidade ao início 
da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma 
variedade de preocupações distanciadas dos 
problemas administrativos. 
 
 
Francis Bacon (1561-1626) 
 
Filósofo e estadista inglês, 
fundador da Lógica Moderna 
baseada no método 
experimental e indutivo, mostra 
a preocupação prática de se 
separar experimentalmente o 
que é essencial do que é 
acidental ou acessório. Bacon antecipou-se ao 
princípio conhecido em Administração como princípio 
da prevalência do principal sobre o acessório. 
 
René Descartes (1596-1650) 
 
Filósofo, matemático e 
físico francês, considerado 
o fundador da Filosofia 
Moderna, criou as 
coordenadas cartesianas e 
deu impulso à Matemática 
e à Geometria da época. 
Na Filosofia, celebrizou-se 
pelo livro O Discurso do Método no qual descreve seu 
método filosófico denominado método cartesiano, 
cujos princípios são: 
 
1. Princípio da dúvida sistemática ou da 
evidência. 
Consiste em não aceitar como verdadeira coisa 
alguma enquanto não se souber com evidência- clara 
e distintamente- aquilo que é realmente verdadeiro. 
Com essa dúvida sistemática evita-se a prevenção e a 
precipitação, aceitando-se apenas como certo o que 
seja evidentemente certo. 
2. Princípio da análise ou de decomposição. 
Consiste em dividir e decompor cada dificuldade 
ou problema em tantas partes quantas sejam 
possíveis e necessárias à sua adequação e solução e 
resolvê-las cada uma, separadamente. 
3. Princípio da síntese ou da composição. 
Consiste em conduzir ordenadamente nossos 
pensamentos e nosso raciocínio, começando pelos 
objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se 
conhecer, para passarmos gradualmente aos mais 
difíceis. 
4. Princípio da enumeração ou da verificação. 
Consiste em fazer recontagens, verificações e 
revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver 
omitido ou deixado à parte. 
O método cartesiano teve influência decisiva na 
Administração: a Administração Científica, as Teorias 
Clássica e Neoclássica tiveram muitos de seus 
princípios baseados na metodologia cartesiana. 
 
Thomas Hobbes (1588-1679), 
 
Filósofo político inglês, defende o 
governo absoluto em função de 
sua visão pessimista da 
humanidade. Na ausência do 
governo, os indivíduos tendem a 
viver em guerra permanente e 
conflito interminável para 
obtenção de meios de 
subsistência. No livro Leviatã, assinala que o povo 
renuncia a seus direitos naturais em favor de um 
governo que, investido do poder a ele conferido, 
impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz. 
O Estado representa um pacto social que ao crescer 
alcança as dimensões de um dinossauro ameaçando 
a liberdade dos cidadãos. 
 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) 
 
Desenvolveu a teoria do Contrato 
Social: o Estado surge de um 
acordo de vontades. Contrato 
social é um acordo entre os 
membros de uma sociedade pelo 
qual reconhecem a autoridade 
igual sobre todos de um regime 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
político, governante ou de um conjunto de regras. 
Rousseau assevera que o homem é por natureza bom 
e afável e a vida em sociedade o deturpa. 
 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels 
(1820-1895) 
 
Propõem uma 
teoria da origem 
econômica do 
Estado. O poder 
político e do 
Estado nada mais 
é do que o fruto 
da dominação 
econômica do 
homem pelo 
homem. O Estado 
vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe 
social exploradora. No Manifesto Comunista, afirmam 
que a história da humanidade é uma história da luta 
de classes. Homens livres e escravos, patrícios e 
plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, em 
uma palavra, exploradores e explorados, sempre 
mantiveram uma luta, oculta ou manifesta. Marx 
afirma que os fenômenos históricos são o produto das 
relações econômicas entre os homens. O marxismo 
foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis 
objetivas do desenvolvimentoeconômico da 
sociedade, em oposição aos ideais metafísicos. 
Com a Filosofia Moderna, a Administração deixa de 
receber contribuições e influências, pois o campo de 
estudo filosófico passa a se afastar dos problemas 
organizacionais. 
 
1.1.2. Influência da Organização da Igreja 
Católica 
Através dos séculos, as normas administrativas e os 
princípios de organização pública foram se 
transferindo das instituições dos Estados (como era o 
caso de Atenas, Roma etc.) para as instituições da 
Igreja Católica e da organização militar. Essa 
transferência se fez lentamente porque a unidade de 
propósito se objetivos-princípios fundamentais na 
organização eclesiástica e militar- nem sempre é 
encontrada na ação política que se desenvolvia nos 
Estados, movida por objetivos contraditórios de cada 
partido, dirigente ou classe social. 
 
 
 
 
 
1.1.3. Influência da Organização Militar 
A organização militar influenciou o aparecimento das 
teorias da Administração. 
 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
A Arte da Guerra de Sun Tzu 
 
Há 2.500anos, Sun Tzu, um 
general filósofo chinês - ainda 
reverenciado nos dias de hoje – 
escreveu um livro sobre a arte da 
guerra no qual trata da preparação 
dos planos, da guerra efetiva, da 
espada embainhada, das 
manobras, da variação de táticas, 
do exército em marcha, do terreno, 
dos pontos fortes e fracos do inimigo e da organização 
do exército. As lições de Sun Tzu ganharam versões 
contemporâneas de muitos autores e consultores. 
 
Dos Exércitos Medievais a Napoleão 
 
A organização linear tem suas origens na organização 
militar dos exércitos da Antiguidade e da época 
medieval. O princípio da unidade de comando (pelo 
qual cada subordinado só pode ter um superior) é o 
núcleo das organizações militares. A escala 
hierárquica - ou seja, os escalões hierárquicos de 
comando com graus de autoridade e responsabilidade 
- é um aspecto típico da organização militar utilizado 
em outras organizações. Com o passar dos tempos, 
na medida em que o volume de operações militares 
aumenta, cresce também a necessidade de se delegar 
autoridade para os níveis mais baixos da organização 
militar. Ainda na época de Napoleão (1769-1821), 
cada general, ao chefiar seu exército, cuidava da 
totalidade do campo de batalha. Com as guerras de 
maior alcance e de âmbito continental, o comando das 
operações exigiu novos princípios de organização e 
planejamento e controle centralizado sem paralelo 
com operações descentralizadas, ou seja, passou-se 
à centralização do comando e à descentralização da 
execução. 
 
Outra contribuição da organização militar é o princípio 
de direção, que preceitua que todo soldado deve 
saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que 
ele deve fazer. Mesmo Napoleão Bonaparte, o general 
mais autocrata da história militar, nunca deu uma 
ordem sem explicar seu objetivo e certificar- se de que 
o haviam compreendido corretamente, pois estava 
convencido de que a obediência cega jamais leva a 
uma execução inteligente. 
 
Estratégias de Guerra 
 
O general prussiano Karl von Clausewitz (1780-1831) 
é considerado o pai do pensamento estratégico. No 
início do século XIX, escreveu um tratado sobre a 
guerra e os princípios de guerra e sobre como 
administrar os exércitos em períodos de guerra. 
Definiu a guerra como uma continuação da política por 
outros meios. A guerra sempre fora um jogo. Embora 
cruel e destruidora, um pecado, a guerra sempre 
constituiu uma instituição normal da sociedade 
humana e um instrumento racional de política. 
Clausewitz considerava a disciplina um requisito 
básico para uma boa organização. Para ele, a 
organização requer um cuidadoso planejamento, no 
qual as decisões devem ser científicas e não apenas 
intuitivas. O administrador deve aceitar a incerteza e 
planejar de maneira a minimizar seus efeitos. 
 
1.1.4. I Revolução Industrial 
 
A Primeira Revolução Industrial foi gerada pela 
Revolução Comercial, que ocorreu na Europa, entre 
os séculos XV e meados do século XVIII. A expansão 
do comércio internacional e o aumento da riqueza, 
permitiu o financiamento do progresso técnico e a 
instalação de indústrias. 
Na revolução industrial inglesa a principal manufatura 
era a tecelagem de lã. Mas foi na produção dos 
tecidos de algodão que começou o processo de 
mecanização, isto é, da passagem da manufatura 
para o sistema fabril. A matéria prima vinha das 
colônias (Índia e Estados Unidos). Cerca de 90% dos 
tecidos ingleses de algodão eram vendidos no 
exterior, o que teve papel determinante na arrancada 
industrial da Inglaterra. 
A mecanização se estendeu do setor têxtil para a 
metalurgia, para os transportes, para a agricultura e 
para outros setores da economia. Diversos inventos 
revolucionaram as técnicas de produção e alteraram o 
sistema de poder econômico. A grande fonte de 
riqueza deslocou-se da atividade comercial para a 
industrial. 
Quem desenvolvesse a capacidade de produzir 
mercadorias passaria a ter a liderança econômica no 
mundo. E foi isso o que aconteceu com a Inglaterra, 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
foi o primeiro país a se industrializar utilizando a 
máquina na produção. 
 
Máquina de Fiar 
 
Que transforma em fios as fibras têxteis de algodão, 
seda e lã, para o fabrico de tecidos. Essa invenção 
revolucionou a técnica de produção, transformando a 
Inglaterra no maior produtor de fios para tecidos. Essa 
invenção substituiu a roca, um dos mais simples e 
antigos instrumentos de fiar. 
 
Tear Mecânico 
 
Inventado em 1785, em substituição ao tear manual, 
aumentou de forma considerável a produção de 
tecidos, colocando a Inglaterra na liderança mundial 
da época. 
 
 
Máquina a Vapor 
 
Cujo uso na indústria de tecido, nas usinas de carvão 
mineral, na industrialização do ferro, nas embarcações 
(navios a vapor), nas estradas de ferro (locomotiva a 
vapor), entre outras, representou uma revolução no 
transporte de passageiros e cargas. 
 
Observação: O motor a vapor pode ser considerado 
uma das 5 invenções mais importantes da história. Ele 
foi o precursor dos demais motores e tornou viável a 
produção e a distribuição em larga escala. 
 
Cenário Pós I Revolução Industrial 
 
A invenção de máquinas, o aproveitamento da energia 
calorífica do carvão mineral e sua transformação em 
energia mecânica para fazer funcionar as máquinas 
representaram um grande avanço nas técnicas 
empregadas para a fabricação de mercadorias e, 
consequentemente no aumento da produção. 
A Inglaterra passou, assim, da manufatura para 
a maquinofatura. Produzia e vendia seus produtos 
industriais em todo o mundo, graças, entre outros 
fatores, à expansão do sistema colonial. Dessa forma, 
no século XVIII, o pais tornou-se a maior nação 
capitalizada do mundo, sendo Londres a capital 
financeira internacional. 
 
1.1.5. II Revolução Industrial 
A Segunda Revolução Industrial nasceu com o 
progresso científico e tecnológico ocorrido na 
Inglaterra, França e Estados Unidos, por volta da 
segunda metade do século XIX. 
Entre 1850 e 1950, a busca por descobertas e 
invenções foi longa, o que representou maior conforto 
para o ser humano, e a dependência dos países que 
não realizaram a revolução científica e tecnológica ou 
industrial. O mundo todo passou a comprar, consumir 
e utilizar os produtos industrializados fabricados na 
Inglaterra, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, 
Bélgica e Japão. 
Entreas várias descobertas e invenções realizadas 
durante a Segunda Revolução Industrial estão: 
 novos processos de fabricação do aço, 
permitindo sua utilização na construção de pontes, 
máquinas, edifícios, trilhos, ferramentas etc; 
 desenvolvimento técnico de produção 
da energia elétrica; 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
 invenção da lâmpada incandescente; 
 surgimento e avanço dos meios de transporte 
(ampliação das ferrovias seguida das invenções 
do automóvel e do avião; 
 invenção dos meios de comunicação 
(telégrafo, telefone, televisão e cinema); 
 avanço da química, com a descoberta de 
novas substâncias; a descoberta do múltiplo 
aproveitamento do petróleo e seus derivados como 
fonte de energia e lubrificantes; o surgimento 
dos plásticos; desenvolvimento de armamentos como 
o canhão e a metralhadora; a descoberta do poder 
explosivo da nitroglicerina etc; 
 na medicina surgiram os antibióticos, 
as vacinas, novos conhecimentos sobre as doenças e 
novas técnicas de cirurgia. 
 
Observação: A eletricidade foi na época e ainda é uma 
das fontes de energia mais importantes para a 
sociedade moderna, mas a grande invenção da época 
foi a lâmpada incandescente que fez com que as 
fábricas pudessem produzir durante o turno da noite 
aumentando ainda mais os níveis de produção. 
 
1.1.6. Influência dos Economistas Liberais 
A partir do século XVII desenvolveu-se uma variedade 
de teorias econômicas centradas na explicação dos 
fenômenos empresariais (microeconômicos) e 
baseadas em dados empíricos, ou seja, na 
experiência cotidiana e nas tradições do comércio da 
época. 
Ao término do século XVIII, os economistas clássicos 
liberais conseguem aceitação de suas teorias. 
Essa reação para o liberalismo culmina com a 
ocorrência da Revolução Francesa. As ideias liberais 
decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem 
mais perfeita. Os bens naturais, sociais e econômicos 
são os bens que possuem caráter eterno. 
Os direitos econômicos humanos são inalienáveis e 
existe uma harmonia preestabelecida em toda a 
coletividade de indivíduos. Segundo o liberalismo, a 
vida econômica deve afastar-se da influência estatal, 
pois o trabalho segue os princípios econômico se a 
mão-de-obra está sujeita às mesmas leis da economia 
que regem o mercado de matérias-primas ou o 
comércio internacional. Os operários, contudo, estão à 
mercê dos patrões, que são os donos dos meios de 
produção. A livre concorrência é o postulado principal 
do liberalismo econômico. 
 
Adam Smith (1723-1790) 
 
As ideias básicas dos 
economistas clássicos liberais 
constituem os germes iniciais 
do pensamento administrativo 
de nossos dias. Adam Smith 
(1723-1790) é o fundador da 
economia clássica, cuja ideia 
central é a competição. 
Embora os indivíduos ajam apenas em proveito 
próprio, os mercado sem que vigora a competição 
funcionam espontaneamente, de modo a garantir (por 
algum mecanismo abstrato que Smith chamava de a 
mão invisível que governa o mercado) a alocação 
mais eficiente dos recursos e da produção, sem que 
haja excesso de lucros. Por essa razão, o papel 
econômico do governo (além do básico, que é garantir 
a lei e a ordem) é a intervenção na economia quando 
o mercado não existe ou quando deixa de funcionar 
em condições satisfatórias, ou seja, quando não 
ocorre competição livre. 
Smith já visualizava o princípio da especialização dos 
operários sem uma manufatura de agulha se já 
enfatizava a necessidade de se racionalizar a 
produção. o princípio da especialização e o princípio 
da divisão do trabalho aparecem em referências em 
seu livro A Riqueza das Nações, publicado em 1776. 
Para Adam Smith, a origem da riqueza das nações 
reside na divisão do trabalho e na especialização das 
tarefas, preconizando o estudo dos tempos e 
movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam 
desenvolver como a base fundamental da 
Administração Científica. Adam Smith reforçou a 
importância do planejamento e da organização dentro 
das funções da Administração. 
 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engel (1820-1895) 
 
Criadores do socialismo científico e do materialismo 
histórico, publicaram em 1848 o Manifesto Comunista, 
no qual analisaram os diversos regimes econômicos e 
sociais e a sociedade capitalista, concluindo que a luta 
de classes é o motor da história: o capitalismo é um 
modo de produção transitório e sujeito a crises 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
econômicas cíclicas devido às suas contradições 
internas e constitui uma etapa do desenvolvimento da 
sociedade em direção ao modo de produção socialista 
e ao comunismo. O Estado é um órgão a serviço da 
classe dominante, cabendo à classe operária lutar por 
sua conquista e implementar a ditadura do 
proletariado.Em1867, Marx publica O Capital e mais 
adiante suas teorias a respeito da mais-valia com 
base na teoria do valor-trabalho. 
O socialismo e o sindicalismo obrigaram o capitalismo 
do início do século XX a enveredar pelo caminho do 
aperfeiçoamento de todos os fatores de produção 
envolvidos e sua adequada remuneração. Quanto 
maior a pressão exercida pelas exigências proletárias, 
menos graves se tornaram as injustiças e mais 
acelerado se configurou o processo de 
desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa 
situação, surgíramos primeiros esforços nas empresas 
capitalistas para a implantação de métodos e 
processos de racionalização do trabalho, cujo estudo 
metódico e exposição teórica coincidiram com o início 
do século XX. 
 
1.1.7. Influência dos Pioneiros e Empreendedores 
O século XIX assistiu a um monumental desfile de 
inovações e mudanças no cenário empresarial. O 
mundo estava mudando. E as empresas também. As 
condições para o aparecimento da teoria 
administrativa estavam se consolidando. 
 
As Ferrovias Americanas Impulsionavam o 
Crescimento Econômico 
 
Nos Estados Unidos, por volta de 1820 o maior 
negócio empresarial foram as estradas de ferro, 
empreendimentos privados e que constituíram um 
poderoso núcleo de investimentos de toda uma classe 
de investidores. Foi a partir das estradas de ferro que 
as ações de investimento e o ramo de seguros se 
tornaram populares. As ferrovias permitiram o 
desbravamento do território e provocaram o fenômeno 
da urbanização que criou novas necessidades de 
habitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento, o 
que se traduziu em um rápido crescimento das 
empresas voltadas para o consumo direto. 
 
 
Marcos Importantes 
 
 Em1871, a Inglaterra era a maior potência 
econômica mundial. 
 Em1865, John D. Rockefeller (1839-1937) 
funda a Standard Oil. 
 Em1890, Carnegie funda o truste de aço, 
ultrapassando rapidamente a produção de toda a 
Inglaterra. Swifte e Armour formam o truste das 
conservas. 
 Guggenheim forma o truste do cobre e Mello, 
o truste do alumínio. 
 
 
 
Os Impérios Industriais 
 
Logo a seguir, teve início integração vertical nas 
empresas. Os "criadores de impérios"(empire builders) 
passaram a comprar e a integrar concorrentes, 
fornecedores ou distribuidores para garantir seus 
interesses. Juntamente com as empresas e 
instalações vinham também os antigos donos e os 
respectivos empregados. Surgiram os primitivos 
impérios industriais, aglomerados de empresas que se 
tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos 
pequenos grupos familiares. Logo apareceram os 
gerentes profissionais, os primeiros organizadores que 
se preocupavam mais com a fábrica do que comvendas ou compras. As empresas manufaturavam, 
comprando matérias-primas e vendendo produtos por 
meio de agentes comissionados, atacadistas ou 
intermediários. Até essa época, os empresários 
achavam melhor ampliar sua produção do que 
organizar uma rede de distribuição e vendas. 
 
 
Profº Túlio de Almeida 
Administração e Organização 
 
Westinghouse VS General 
 
Na década de 1880, a Westinghouse e a General 
Electric dominavam o ramo de bens duráveis e 
criaram organizações próprias de vendas com 
vendedores treinados, dando início ao que hoje 
denominamos "marketing". Ambas assumiram a 
organização do tipo funcional que seria adotada pela 
maioria das empresas americanas, a saber: 
1. Um departamento de produção para cuidar da 
manufatura de fábricas isoladas. 
2. Um departamento de vendas para administrar 
um sistema nacional de escritórios distritais 
com vendedores. 
3. Um departamento técnico de engenharia para 
desenhar e desenvolver produtos. 
4. Um departamento financeiro. 
5. Por volta de 1889, o capital da Westinghouse 
Electric e da General Electric já ultrapassava a 
marca dos 40 milhões de dólares em cada 
uma delas. 
 
 
 
A Reestruturação das Organizações 
 
Para dominar novos mercados, as empresas 
acumulavam instalações e pessoal além do 
necessário. Os custos das várias unidades 
precisavam ser reduzidos por meio da criação de uma 
estrutura funcional que coordenasse fabricação, 
engenharia, vendas e finanças para reduzir os riscos 
de flutuação do mercado. 
Os lucros iriam depender da organização e da 
racionalização dessa estrutura funcional. 
Entre 1880 e1890, as indústrias passaram a controlar 
as matérias-primas através de seus departamentos de 
compras, adquirindo firmas fornecedoras e 
controlando a distribuição para vender seus produtos 
diretamente ao varejista ou ao consumidor final. 
Procurava-se maior eficiência em produção, compras, 
distribuição e vendas. Os meios de reduzir custos 
diminuíram, as margens de lucro baixaram, o mercado 
foi-se tornando saturado e as empresas passaram a 
procurar novos mercados por meio da diversificação 
de produtos. A velha estrutura funcional começou a 
emperrar. Assim surge a empresa integrada e 
multidepartamental. A etapa seguinte foi o controle do 
mercado de distribuição, eliminando os intermediários 
para vender mais barato ao consumidor final e 
deixando de depender dos atacadistas. Entre1890e 
1900, ocorreu uma onda de fusões de empresas- a 
mais famosa foi a criação da U.S. Steel Corporation, 
um negócio de bilhões de dólares- como meio de 
utilização racional das fábricas e de redução de 
preços. 
 
Os Primeiros Empreendedores 
 
Um dos empreendedores da época, Gustavus Swift, o 
pioneiro da indústria frigorífica, criou uma estratégia 
que consistia em: consolidar a fabricação, avançar 
para a distribuição própria e voltar atrás até o controle 
da matéria-prima. Por volta de 1895,com o 
crescimento da integração vertical, a indústria 
frigorífica tornou-se um oligopólio. Os departamentos 
funcionais centrais controlavam as unidades de campo 
e os Big Five cobriam a totalidade do mercado, 
utilizando filiais, um sistema de transporte frigorificado, 
escritório central e departamentos funcionais. Todos 
os pioneiros da indústria manufatureira- como Andrew 
Preston da United Fruit, Duke da American Tobacco, 
William Clark da Singer, McCormick das máquinas 
agrícolas – seguiram os passos de Swift na 
sistematização de seus impérios industriais. 
Na virada do século XX, grandes corporações 
sucumbiram financeiramente. É que dirigir grandes 
empresas não era apenas uma questão de habilidade 
pessoal, como muitos empreendedores pensavam. 
Estavam criadas as condições para o aparecimento 
dos grandes organizadores da empresa moderna. 
Os capitães das indústrias-pioneiros e 
empreendedores- cederam seu lugar para os 
organizadores. 
 
 
 
Estava chegando a era da competição e da 
concorrência como decorrência de fatores como: 
1. Desenvolvimento tecnológico, que 
proporcionou um crescente número de 
empresas e nações concorrendo nos 
mercados mundiais. 
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2. Livre-comércio. 
3. Mudança dos mercados vendedores para 
mercados compradores. 
4. Aumento da capacidade de investimento de 
capital e elevação dos níveis de ponto de 
equilíbrio 
5. Rapidez do ritmo de mudança tecnológica que 
rapidamente torna obsoleto um produto ou 
reduz drasticamente seus custos de produção. 
6. Crescimento dos negócios e das empresas. 
 
Todos esses fatores completariam as condições 
propícias para a busca de bases científicas para a 
melhoria da prática empresarial e para o surgimento 
da teoria administrativa. A Revolução Industrial abriu 
as portas para o início da Era Industrial que passou a 
dominar o mundo econômico até o final do século 
XX e que foi o separador de águas entre os países 
industrializados (os mais avançados) e os países não-
industrializados (emergentes e subdesenvolvidos). E 
igualmente, as organizações mais bem administradas 
e aquelas precariamente administradas. 
 
1.2. A ADMINISTRAÇÃO E SUAS 
PERSPECTIVAS 
 
 
 
1.2.1. O Estado Atual da TGA 
Todas as teorias administrativas são válidas, embora 
cada qual valorize uma ou algumas das seis variáveis 
básicas. Na realidade, cada teoria administrativa 
surgiu como uma resposta aos problemas 
empresariais mais relevantes de sua época. E, nesse 
caso, todas elas foram bem-sucedidas ao 
apresentarem soluções específicas para tais 
problemas. De certo modo, todas as teorias 
administrativas são aplicáveis às situações atuais e o 
administrador precisa conhecê-Ias bem para ter à sua 
disposição um naipe de alternativas adequadas para 
a situação. 
A TGA estuda a Administração das organizações e 
empresas do ponto de vista da interação e da 
interdependência entre as seis variáveis principais: 
 tarefa, 
 estrutura, 
 pessoas, 
 tecnologia, 
 ambiente e, 
 competitividade. 
Elas constituem os principais componentes no estudo 
da Administração das organizações e empresas. O 
comportamento desses componentes é sistêmico e 
complexo: cada um influencia e é influenciado pelos 
outros. Modificações em um componente provocam 
modificações em maior ou menor grau nos demais. O 
comportamento de seu conjunto é diferente da soma 
dos comportamentos de cada componente 
considerado isoladamente. A adequação e a 
integração entre essas seis variáveis constituem o 
desafio fundamental da Administração. 
 
1.2.2. A Administração na Sociedade Moderna 
 
A Administração é um fenômeno universal no mundo 
moderno. Cada organização requer o alcance de 
objetivos em um cenário de concorrência acirrada, a 
tomada de decisões, a coordenação de múltiplas 
atividades, a condução de pessoas, a avaliação do 
desempenho dirigido a metas previamente 
determinadas, a obtenção e a alocação de recursos 
etc. Numerosas atividades administrativas 
desempenhadas por vários administradores, 
orientadas para áreas e problemas específicos, 
precisam ser realizadas e coordenadas de maneira 
integrada e coesa em cada organização ou empresa. 
Como o administrador não é executor, mas o 
responsável pelo trabalho as pessoas a ele 
subordinadas, ele não pode cometer erros ou arriscar 
apelando para estratagemas de ensaio e erro, já que 
isso implicaria conduzir seus subordinados pelo 
caminho menos indicado. O administrador é um 
profissional cuja formação é ampla e variada: precisa 
conhecer disciplinasheterogêneas (como Matemática, 
Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística etc.); precisa 
lidar com pessoas(que executam tarefas ou que 
planejam, organizam, controlam, assessoram, 
pesquisam etc.) que lhe estão subordinadas ou que 
estão no mesmo nível ou acima dele; ele precisa estar 
atento aos eventos passados e presentes, bem como 
às previsões futuras, pois seu horizonte deve ser mais 
amplo, já que ele é o responsável pela direção de 
outras pessoas que seguem suas ordens e 
orientações; precisa lidar com eventos internos 
(localizados dentro da empresa) e externos 
(localizados no ambiente que envolve externamente a 
empresa); precisa ver mais longe que os outros pois 
deve estar ligado aos objetivos que a empresa 
pretende alcançar por meio da atividade conjunta de 
todos. Não que o administrador seja um herói que 
pretendamos consagrar, mas ele é uma gente não só 
de condução, mas também de mudança e de 
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transformação das empresas, levando-as a novos 
rumos, novos processos, novos objetivos, novas 
estratégias, novas tecnologias e novos patamares; ele 
é um agente educador e orientador no sentido de que, 
com sua direção e orientação, modifica 
comportamentos e atitudes das pessoas; ele é um 
agente cultural na medida em que, com o seu estilo de 
Administração, modifica a cultura organizacional 
existente nas empresas. Mais do que isso: o 
administrador deixa marcas profundas na vida das 
pessoas, na medida em que lida com elas e com seus 
destinos dentro das empresas, e na medida em que 
sua atuação na empresa influi também no 
comportamento dos consumidores, fornecedores, 
concorrentes e demais organizações humanas. Sua 
influência é, portanto, interna e externa. 
 
1.2.3. Perspectivas Futuras na Administração 
 
Nos próximos anos, o mundo verá o fim da forma 
organizacional de hoje (a organização burocrática que 
ainda predomina em muitas organizações) e o 
surgimento de novas arquiteturas organizacionais 
adequadas às novas demandas da era pós-industrial. 
Essa previsão se baseia no princípio evolucionário de 
que cada época desenvolve uma forma organizacional 
apropriada às suas características e exigências. As 
fraquezas da tradicional organização burocrática serão 
os germes dos futuros sistemas organizacionais, 
devido a três aspectos: 
1. Mudanças rápidas e inesperadas no mundo 
dos negócios nos campos do conhecimento e 
da explosão populacional, impondo novas e 
crescentes necessidades a que as atuais 
organizações não têm condições de atender. 
2. Crescimento e expansão das organizações, 
que se tornam complexas e globalizadas. 
3. Atividades que exigem pessoas de 
competências diversas e especializadas 
envolvendo problemas de coordenação e, 
principalmente, de atualização em função das 
rápidas mudanças. 
 
Como Será Daqui em Diante? 
 
A tarefa administrativa nos próximos anos será incerta 
e desafiadora, pois deverá ser atingida por uma 
infinidade de variáveis, mudanças e transformações 
carregadas de ambiguidades e de incertezas. O 
administrador se defrontará com problemas 
multifacetados e cada vez mais complexos do que os 
anteriores. 
Sua atenção será disputada por eventos e por grupos, 
situados dentro e fora da organização, que lhe 
proporcionarão informações contraditórias que 
complicarão seu diagnóstico perceptivo e sua visão 
dos problemas a resolver ou das situações a 
enfrentar: são as exigências da sociedade, dos 
clientes, dos fornecedores, das agências 
regulamentadoras; são os desafios 
dos concorrentes, as expectativas da alta 
administração, dos subordinados, dos acionistas etc. 
Porém, essas exigências, desafios e expectativas 
sofrem mudanças que ultrapassam a capacidade de 
compreensão do administrador. Essas mudanças 
tendem a aumentar com a inclusão de novas 
variáveis, na medida que o processo se desenvolve 
criando uma turbulência que perturba e complica a 
tarefa administrativa de planejar, organizar, dirigir e 
controlar uma empresa eficiente e eficaz. E o futuro 
parece complicar cada vez mais essa realidade. 
 
Fatores de Impacto nas Organizações 
 
Vários fatores deverão provocar profundos impactos 
sobre as organizações e empresas, como: 
1. Crescimento das organizações. 
As organizações bem-sucedidas tendem ao 
crescimento e à ampliação de suas atividades, seja 
em termos de tamanho e de recursos, seja na 
expansão de mercados, seja no volume de operações. 
O crescimento é uma decorrência inevitável do êxito 
organizacional. Na medida em que a organização 
cresce, ocorre uma subdivisão interna (divisão do 
trabalho) e especialização dos órgão se, em 
decorrência, maior necessidade de coordenação e 
integração das partes envolvidas para garantir a 
eficiência e a eficácia. O mundo externo é 
caracterizado por mudanças rápidas e frequentes e, 
para acompanhar com sucesso essas mudanças, os 
administradores "generalistas" dotados de habilidades 
genéricas e variadas terão perspectivas mais 
promissoras do que os administradores "especialistas" 
e concentrados em poucas habilidades gerenciais. 
 
 
2. Concorrência mais aguda. 
Na medida em que aumentamos mercados e os 
negócios, crescem também os riscos da atividade 
empresarial. O produto ou o serviço que demonstra 
ser melhor ou superior será o mais procurado. O 
desenvolvimento de produtos ou serviços exigirá 
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maiores investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento, aperfeiçoamento de tecnologias, 
dissolução de velhos e criação de novos 
departamentos, busca incessante de novos mercados 
e competição com outras organizações para 
sobreviver e crescer. 
 
 
 
3. Sofisticação da tecnologia. 
Como uso das telecomunicações, do computador e do 
transporte, as organizações estão internacionalizando 
suas operações e atividades. A tecnologia proporciona 
eficiência maior, precisão maior e a liberação da 
atividade humana para tarefas mais complicadas que 
exijam planejamento e criatividade. A tecnologia 
introduzirá novos processos e instrumentos que 
causarão impactos sobre as organizações. 
 
 
4. Taxas elevadas de inflação. 
Os custos de energia, matérias-primas, trabalho 
humano e dinheiro estão se elevando continuamente. 
A inflação exigirá, cada vez mais, maior eficiência da 
administração das organizações para que possam 
obter melhores resultados com menos recursos e 
programas de redução de custos operacionais. A 
inflação imporá novas pressões e ameaças sobre as 
organizações: elas deverão lutar pelo lucro e pela 
sobrevivência por meio de maior produtividade. 
 
 
5. Globalização da economia e 
internacionalização dos negócios. 
O esforço de exportação e criação de subsidiárias 
para deixar raízes em outros territórios estrangeiros é 
um fenômeno que influenciará as organizações do 
futuro e sua administração. A globalização e o 
intercâmbio planetário fazem com que a competição 
se torne mundial. 
 
6. Visibilidade maior das organizações. 
Enquanto crescem, as organizações tornam-se 
competitivas, sofisticadas, internacionalizam-se e, com 
isso, aumentam sua influência ambiental, ou seja, as 
organizações chamam mais a atenção do ambiente e 
do público e passam a ser mais visíveis e percebidas 
pela opinião pública. A visibilidade da organização- a 
sua capacidade de chamar a atenção dos outros- 
pode ocorrer de maneira positiva (imagem positiva da 
organização perante o público) ou negativa 
(imagem negativa). De qualquer forma, a organização 
jamaisserá ignorada pelos consumidores, 
fornecedores, imprensa, sindicatos, governo etc., e 
isso influenciará seu comportamento. 
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Administração e Organização 
 
 
 
Tendências para o Futuro 
 
Antes Agora Alteração 
Sociedade 
industrial 
Sociedade da 
Informação 
Inovação e 
Mudança 
Tecnologia 
Simples 
Tecnologia 
Sofisticada 
Maior Eficiência 
Economia 
Nacional 
Economia 
Mundial 
Globalização e 
Competitividade 
Curto Prazo Longo Prazo Visão do 
Negócio e do 
Futuro 
Democracia 
Representativa 
Democracia 
Participativa 
Pluralismo e 
Participação 
Hierarquia Comunicação 
Bilateral 
Democratização 
e Empowerment 
Opção Dual ou 
Binária 
Opção Múltipla Visão Sistêmica 
e Contingencial 
Centralização Descentralização Incerteza e 
Imprevisibilidade 
Ajuda 
Institucional 
Auto-Ajuda Autonomia e 
Serviços 
Diferenciados 
 
 
1.3. O PAPEL DO ADMINISTRADOR 
 
1.3.1. O que é Administração? 
Ação! 
Administração significa, em primeiro lugar, ação. A 
administração é um processo de tomar decisões e 
realizar ações que compreende quatro processos 
principais interligados: planejamento, organização, 
execução e controle . 
Os processos administrativos são também 
chamados funções administrativas ou funções 
gerenciais. Outros processos ou funções 
importantes, com a coordenação, direção, 
comunicação e participação, contribuem para a 
realização dos quatro processos principais. 
 
 
Entender a administração como processo que se 
compõe de outros processos ou funções é a 
essência do chamado enfoque funcional, ou 
abordagem funcional da administração, criado por 
Henri Fayol, no início do século XX. O mais 
importante do enfoque funcional proposto por Fayol 
está em separar a tarefa da administração das tarefas 
operacionais e técnicas, como fazer as máquinas 
funcionar ou prestar serviços aos consumidores. Essa 
distinção é particularmente importante para as 
pessoas que administram organizações. 
 
Um Grupo de Pessoas 
 
As pessoas que administram qualquer conjunto de 
recursos são administradores ou gerentes. São os 
gerentes que fazem o processo administrativo 
funcionar. Alguns gerentes são chefes de outras 
pessoas. Os chefes têm autoridade sobre outros 
funcionários (equipe de funcionários). A autoridade 
é um tipo especial de recurso, que dá aos 
gerentes a capacidade ou poder de tomar 
decisões e acionar o trabalho/de seus funcionários 
e outros recursos. A responsabilidade é um 
atributo que permite a outros gerentes, acionistas, 
clientes, seus funcionários ou a sociedade, cobrar 
os gerentes pela forma como os recursos são 
utilizados e pelos resultados de suas decisões e 
ações. 
Os gerentes formam um grupo, chamado a 
administração ou a gerência. As pessoas que 
integram esse grupo desempenham um mandato 
(têm autoridade e responsabilidade durante um 
período ), também chamado administração ou 
governo (exemplo: administração Kennedy). 
 
Uma Arte que Exige Habilidades 
 
A administração é uma arte, no sentido de profissão 
ou área de ação humana. Toda arte depende de 
Planejamento 
Organização 
Direção 
Controle 
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habilidades. O desempenho dos gerentes depende 
de suas competências gerenciais, que incluem 
diversas habilidades gerenciais. As habilidades, 
assim como as demais competências, podem ser 
adquiridas ou aprimoradas por meio de experiência 
e estudo. Algumas pessoas revelam talento 
excepcional com o administradores, nos mais 
variados tipos de organizações e empreendimentos 
humanos. Henry Ford, Bill Gates e Taiichi Ohno são 
algumas pessoas que, neste século, demonstraram 
essa habilidade em alto grau. As grandes 
organizações despersonalizam as realizações 
individuais, mas sempre há talentos, muitas vezes 
anônimos, por trás das realizações coletivas. 
 
Uma Disciplina 
 
Embora seja uma arte ou prática antiga, a 
administração tem uma história recente como corpo 
organizado de conhecimentos. Desde a mais remota 
antigüidade chegam ao presente os registros das 
tentativas de formular princípios de administração. 
Nos dois últimos séculos, tornou-se necessário 
profissionalizar a formação de gerentes, para 
aprimorar o processo administrativo e tornar as 
organizações mais eficazes. Surgiram livros, escolas, 
pesquisadores e consultores de administração. O 
processo de administrar organizações transformou-se 
em disciplina. A administração é objeto de estudo 
sistemático, que produz um corpo de 
conhecimentos organizados, chamados teorias. 
 
1.3.2. Quais as Funções do Administrador 
Moderno? 
 
1. Tomar decisões e resolver problemas 
 
O fornecedor deixa de fazer a entrega e é preciso 
encontrar um substituto; um cliente importante 
pediu concordata e o caixa da empresa será 
afetado. 
 
2. Processar informações 
 
Ler a correspondência, as notícias de economia e 
finanças, os resumos providenciados pela empresa, 
os relatórios de atividades dos funcionários, 
escrever um relatório para apresentar aos 
superiores. 
 
3. Representar a empresa 
 
Fazer um discurso durante uma comemoração, 
comparecer ao Tribunal em nome da empresa, fazer 
contatos com autoridades para defender interesses 
da empresa, assinar correspondência e documentos 
em nome da empresa. 
 
4. Administrar pessoas 
 
Selecionar novos funcionários, autorizar um 
funcionário a frequentar um curso, resolver conflitos e 
tomar decisões sobre demissões e admissões. 
 
5. Cuidar da própria carreira 
 
Estudar, adquirir novas habilidades e informações, 
procurar estabelecer e manter relações com 
pessoas importantes da empresa, manter-se 
atualizado com as inovações. 
 
Categoria Papel Atividade 
In
te
rp
e
s
s
o
a
l 
Representação Assume deveres 
cerimoniais e 
simbólicos, 
representa a 
organização, 
acompanha 
visitantes, assina 
documentos legais. 
Liderança Dirige o motiva 
pessoas, treina, 
aconselha, orienta se 
comunica com os 
subordinados. 
Ligação Mantém redes de 
comunicação dentro 
e fora da 
organização, usa 
malotes, telefonemas 
e reuniões. 
In
fo
rm
a
c
io
n
a
l 
Monitoramento Manda e recebe 
informação, lê 
revistas e relatórios, 
mantém contatos 
pessoais 
Disseminação Envia informação 
para os membros de 
outras organizações, 
envia memorandos e 
relatórios, 
telefonemas e 
contatos. 
Porta Voz Transmite 
informações para 
pessoas de fora, 
através de 
conversas, relatórios 
e memorandos. 
D
e
c
is
o
ri
a
l Empreendimento Inicia projetos, 
identifica novas 
ideias, assume 
riscos, delega 
responsabilidades de 
ideias para outros. 
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Resolução de 
Conflitos 
Toma ação corretiva 
em disputas ou 
crises, resolve 
conflitos entre 
subordinados, 
adapta o grupo a 
crises e mudanças. 
Alocação de 
Recursos 
Decide a quem 
atribuir recursos. 
Programa, orça e 
estabelece 
prioridades. 
Negociação Representa os 
interesses da 
organização em 
negociações com 
sindicatos, em 
vendas, compras ou 
financiamentos. 
 
1.3.3.Habilidades e Competências de um 
Administrador 
 
Muitas empresas, principalmente no ramo de 
engenharia, tratam muitas vezes os administradores 
com um conhecimento mais técnico como Analista de 
OS&M (Organização, Sistemas e Métodos). O 
Administrador tem uma visão geral do todo, o 
profissional de OS&M tem uma visão mais centrada 
nos processos e na gestão dos sistemas. Por isso, é 
importante explorar também esta outra vertente. 
 
1. Ser eterno pesquisador; 
 
O profissional de administração e/ou OS&M trabalha 
com diversas áreas e o mesmo deve integra-las. 
Devido a essa multidisciplinaridade, é necessário 
manter-se atualizado tanto sobre as áreas de 
conhecimento, quanto principalmente o mercado, o 
fluxo de caixa da empresa, a satisfação dos operários, 
dos acionistas, enfim: não dá pra ficar parado. 
 
 
2. Ser versátil e possuir uma visão empresarial; 
 
Não há necessidade de exímio conhecimento técnico, 
mas sim uma visão holística do negócio. 
É importante ter uma visão do todo e de longo prazo, 
pois o profissional que atua na administração de uma 
ou de OS&M auxiliará na tomada de importantes 
decisões em qualquer empresa. 
 
 
3. Ter forte capacidade de análise e síntese; 
 
Um profissional que usa de um grande volume de 
informações tem de saber usa-las de maneira correta. 
Há momentos em que é necessário decompor 
(análise), ou seja, detalhar um problema para 
encontrar sua causa raiz e soluciona-lo; e em 
contrapartida, há momentos em que é necessário 
compor (síntese), ou seja, sintetizar um problema 
priorizando as informações mais importantes. 
O conhecimento de softwares, estatística e 
matemática auxiliam muito para tais feitos. 
 
4. Ser altamente criativo; 
 
Solucionar problemas é uma arte que requer além de 
conhecimento e experiência, a criatividade. 
Para produzir grandes quantidades, a custos baixos, 
no menor tempo possível e com a maior qualidade 
possível tem que ser muito criativo. 
 
 
5. Saber promover a integração interdepartamental; 
 
O conhecimento multidisciplinar, a visão holística, a 
grande capacidade de solucionar problemas e a 
criatividade precisam de dois catalisadores. 
O primeiro é a capacidade de comunicação, a relação 
interpessoal e interdepartamental é primordial para o 
desempenho do trabalho de um administrador ou de 
analista de OS&M. 
Um administrador ou analista de OS&M, pode fazer 
sua gestão em qualquer nível hierárquico. 
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6. Ter capacidade de liderança para processar 
negociações. 
 
O segundo catalisador é a liderança. Ser líder é antes 
de tudo ser exemplo, motivar, inspirar as pessoas. 
Hoje em dia não funciona aquela lei do: 
“Manda quem pode e obedece quem tem juízo.” 
Um profissional com todas as qualidades listadas 
anteriormente será um líder com altíssima capacidade 
de negociação. 
 
 
1.4. BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS 
 
[1] CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria 
Geral da Administração. 7ª edição, revisada. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2003. 6ª Reimpressão. 
[2] MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à 
Administração. 5ª edição, revisada e ampliada. São 
Paulo: Atlas, 2000. 
[3] TZU, Sun. A Arte da Guerra. Tradução de Sueli 
Barros Cassal. Porto Alegre: LM&P, 2006. 
[4] DE ARAÚJO, L.C.G. Organização, Sistemas e 
Métodos e as Tecnologias de Gestão 
Organizacional. Volume 1. 9ª edição. São Paulo: 
Editora Atlas, 2011. 
[5] CURTO JÚNIOR, Renato Mendes. Organização, 
Sistemas e Métodos. Apostila do Instituto Federal do 
Paraná.. Curitiba: e-Tec Brasil, 2011.

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