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Bases históricas da Administração

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Bases históricas da administração
APRESENTAÇÃO
A Administração existe desde o início dos tempos, quando era praticada pelas civilizações mais 
primitivas, que utilizavam técnicas e ferramentas administrativas para alcançar seus objetivos. 
Com o surgimento dos agrupamentos humanos, o homem começou a administrar sua família, 
sua casa, seu clã, sua tribo e aldeias e, quando passou a viver em sociedade, viu-se diante da 
necessidade de administrar vilas, cidades, estados e países. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as origens da Administração, a sua evolução, 
desde o capitalismo mercantil até a Revolução Industrial, e seus aspectos gerais na atualidade. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar as origens da Administração.•
Identificar a evolução administrativa do capitalismo mercantil até a Revolução Industrial.•
Discutir os aspectos gerais da Administração nos tempos atuais.•
DESAFIO
O fenômeno da globalização influenciou e continua influenciando a vida das sociedades e o 
mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Sendo assim, as organizações 
necessitam de uma administração de qualidade para crescerem e se manterem com sucesso no 
mercado.
Neste Desafio, imagine o seguinte cenário:
 
Como forma de organizar o seu script, responda:
1) Que aspectos são considerados importantes para a administração das organizações nos dias 
atuais? 
2) Algumas práticas administrativas do passado já não se encaixam no perfil exigido atualmente 
aos administradores. Neste mercado turbulento, complexo e em constantes mudanças, o que é 
necessário aos gestores? 
INFOGRÁFICO
As mudanças em todos os ambientes fizeram com que surgissem novos conceitos e técnicas para 
administrar as organizações.
Acompanhe, neste Infográfico, as origens da Administração e as fases de sua evolução.
CONTEÚDO DO LIVRO
São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros administradores e que foram 
evoluindo ao longo do tempo, ajustando-se às situações da cada momento histórico. Apesar da 
semelhança dos problemas, mesmo em cada período histórico, as soluções sempre foram 
diferentes, uma vez que o contexto muda constantemente.
Muito do que você estuda hoje sobre administração é resultado de ideias e técnicas de inúmeros 
precursores que surgiam com a intenção de resolver problemas enfrentados pelas empresas. 
No capítulo Bases históricas da Administração, da obra Teorias da Administração, você vai 
conhecer as origens da Administração, identificando a sua evolução, desde o capitalismo 
mercantil até a Revolução Industrial, e seus aspectos gerais na atualidade.
Boa leitura.
TEORIAS DA 
ADMINISTRAÇÃO
Ligia Maria 
Fonseca Affonso
Bases históricas da 
administração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Explicar as origens da administração.
 Identificar a evolução administrativa do capitalismo mercantil até a
Revolução Industrial.
 Discutir os aspectos gerais da administração nos tempos atuais.
Introdução
São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros ad-
ministradores. Esses conceitos foram evoluindo ao longo do tempo, se 
ajustando a cada momento histórico. Assim, muito do que você estuda 
hoje sobre administração é resultado de ideias e técnicas de inúmeros 
precursores que buscavam resolver problemas enfrentados pelas orga-
nizações. Apesar da semelhança entre os problemas, em cada período 
histórico, as soluções sempre foram diferentes, uma vez que o contexto 
era distinto.
Neste capítulo, você vai estudar as origens da administração e sua evo-
lução desde o capitalismo mercantil até a Revolução Industrial. Além disso, 
você vai conhecer os aspectos gerais da administração na atualidade.
Origens da administração
Você já sabe que a administração existe desde o início dos tempos. Você 
mesmo, em seu dia a dia, administra seu tempo, sua casa, sua família, seus 
estudos, seu trabalho, suas finanças, etc. Já reparou que quando você não 
consegue, por exemplo, administrar seu tempo, sua vida fica complicada, 
com tarefas que acabam se acumulando?
Agora considere uma organização que lida com pessoas, materiais, equipa-
mentos, tecnologia, instalações, conhecimentos e informações. Sem a admi-
nistração, seria impossível fazer tudo isso funcionar, não é? Uma organização 
só consegue atingir seus objetivos se for bem administrada. 
Uma organização é uma unidade social, constituída por duas ou mais pessoas, cuja 
finalidade é atender às necessidades da sociedade, gerar resultados (financeiros ou não) 
e atingir objetivos estabelecidos por meio da divisão do trabalho e da coordenação 
dos recursos e esforços (MAXIMIANO, 2012).
Referências históricas demonstram que conceitos administrativos de cerca 
de 1200 a.C. ainda são utilizados hoje. Contudo, a administração surgiu ainda 
com as primeiras comunidades primitivas. Os homens, em suas expedições de 
caça e pesca, além de construírem suas próprias ferramentas, também tomavam 
decisões, planejavam e dividiam o trabalho. Eles precisavam definir a rota de 
caça, o local onde ficariam acampados, as armadilhas, etc. Assim, você pode 
considerar que as expedições já tinham características de organizações, e seus 
líderes, características de gerentes (MAXIMIANO, 2012).
Por volta de 3000 a.C., a arte de administrar já era exercida pelos 
sumerianos, quando buscavam soluções para seus problemas práticos. A 
administração foi utilizada, por exemplo, na formação de uma sociedade de 
irrigação idealizada pelos primeiros colonizadores da Mesopotâmia. Como 
a água era abundante, seu uso foi organizado por pequenas comunidades 
autossuficientes e interligadas. Os coordenadores dessas comunidades 
eram os sacerdotes, que transformaram os templos em centros adminis-
trativos, com funcionários que registravam as atividades de recebimento, 
armazenagem e pagamento de produtos escassos, como madeira e metais, 
que eram comercializados. Os funcionários e esses produtos eram pagos 
com o que sobrava da agricultura irrigada. Além da escrita e da aritmé-
tica, os sumérios criaram a administração pública com funcionários e 
práticas burocráticas. Assim, nessa época era realizada a escrituração de 
operações comerciais e surgiram os primeiros funcionários e dirigentes 
administrativos profissionais.
Em 3100 a.C., o Egito já praticava o planejamento em longo prazo quando 
se preparava para o ciclo de inundação, cultivo e seca. Além disso, man-
Bases históricas da administração2
tinha uma rede de fortes com soldados assalariados e com suprimentos 
suficientes para 12 meses. Outro exemplo de prática administrativa foi a 
construção de suas pirâmides, que exigiram dos egípcios habilidades técnicas 
e administrativas para resolver grandes problemas relacionados à mão de 
obra, aos arquitetos e à logística. Dessa forma, essa época foi marcada pela 
construção de grandes pirâmides, práticas de planejamento, organização e 
controle sofisticadas.
Em 2000 a.C., a decadência dos sumérios abre espaço para o domínio dos 
babilônios, cujo registro de transações comerciais era feito cuidadosamente 
em placas de argila, mostrando sua preocupação com o controle. As cores 
eram utilizadas para o controle da produção, dos estoques de tecidos e dos 
celeiros. O código do rei Hamurabi, com 282 regras, é outro exemplo do uso 
da administração pelos babilônios. Tal documento é um dos primeiros e talvez 
o mais famoso conjunto de leis da história. Em algumas regras, é possível 
identificar princípios de controle e de responsabilidade. Os babilônios foram 
responsáveis ainda pela criação de um sistema de incentivos salariais, como 
o pagamento destinado às mulheres encarregadas da fiação e da tecelagem, 
que recebiam de acordo com a produção individual. 
Destacam-se também os assírios, que contribuíram para o grande avanço 
na área da organização militar, servindo de modelo para exércitosposteriores, 
principalmente em relação a depósitos de suprimentos, colunas de transporte 
e companhias para a construção de pontes, demonstrando grande preocupação 
com a logística. 
Entre os anos 2350 e 2256 a.C., na China, o imperador Yao empregou o 
princípio de assessoria, que foi utilizado por outros governantes. Uma técnica 
que se tornou tradicional na administração pública da China foi a de aconse-
lhamento com os assessores, delegando a eles autoridade para a resolução de 
problemas. A constituição da dinastia de Chow (1100 a.C.) é outro exemplo 
de prática de administração pelos chineses. Essa dinastia criou um manual 
de administração com oito regulamentos e regras de administração pública 
a serem seguidos por um primeiro ministro. Assim, fica clara a tentativa de 
definir regras e princípios de administração.
Você pode considerar também Sun Tzu, que escreveu sobre estratégia militar 
e que, no tratado A Arte da Guerra, apresenta teorias para evitar batalhas e 
intimidar psicologicamente os inimigos utilizando o tempo, em vez da força, 
para desgastá-los e atacá-los quando estivessem desprevenidos. As Muralhas 
da China são outro exemplo da adoção de práticas administrativas. A obra 
empregou milhares de pessoas para a construção de 1.500 quilômetros ao 
longo de quase 10 anos.
3Bases históricas da administração
A Arte da Guerra é um manual de recomendações que trata dos princípios fundamentais 
de planejamento, comando, doutrina e outros. Esse manual atravessou os séculos e é 
muito utilizado na administração de todos os tipos de organização (MAXIMIANO, 2012).
A Grécia também marcou significativamente a administração de organi-
zações de todos os tipos. Fez isso por meio da produção de ideias e da solução 
de problemas com debates e proposições sobre temas como democracia, 
estratégia, igualdade de todos diante da lei, ética na administração pública, 
planejamento urbano, entre outros. 
Por fim, você pode considerar Roma, já que princípios e técnicas de admi-
nistração construíram e mantiveram o Império Romano por muitos anos. Entre 
as contribuições dos romanos para a administração, estão: o planejamento e o 
controle das finanças públicas; a autoridade formal e as regras de convivência 
definidas legalmente; os diversos tipos de executivos, como senadores, ma-
gistrados e imperadores; a criação de empresas privadas; a divisão dos povos 
para governar, entre outros (MAXIMIANO, 2012).
Grandes filósofos da Antiguidade também contribuíram para a administra-
ção moderna. Sócrates enxergava a administração como habilidade pessoal; 
Platão, filósofo grego, expôs em sua obra A República sua percepção sobre 
democracia e administração dos negócios públicos; Aristóteles, também 
filósofo grego, em sua obra A Política, se preocupou com a organização do 
Estado, dividindo a administração em monarquia, aristocracia e democracia; 
Confúcio, pensador e filósofo chinês, defendia a ideia da meritocracia e do 
ingresso na burocracia por meio do mérito; Mêncio, também filósofo chinês e 
fiel seguidor de Confúcio, defendia a meritocracia e a democracia, o povo como 
o elemento mais importante de uma nação e a sistematização para a condução 
dos negócios públicos, além de que se preocupava com o profissionalismo na 
administração pública (SILVA, 2013).
Nomes como Francis Bacon, René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl 
Marx e Maquiavel também contribuíram significativamente para a ciência 
administrativa, bem como a Igreja Católica Romana. Assim, grande parte da 
história da administração é a história de cidades, governos, exércitos, países e 
organizações religiosas. Foi somente a partir do final do século XIX e início do 
século XX que a administração começou a ser tratada como ciência, tornando-
-se um corpo organizado de conhecimentos e teorias (MAXIMIANO, 2012).
Bases históricas da administração4
Teoria é uma palavra ampla. Além de compreender proposições que explicam a 
realidade prática, compreende também princípios, doutrinas e técnicas que orientam 
os administradores na solução de problemas práticos.
As teorias da administração estão organizadas em escolas ou enfoques, que significam 
uma linha de pensamento sobre as organizações e a sua administração (MAXIMIANO, 2011).
Evolução da administração: do capitalismo 
mercantil à Revolução Industrial
A administração passou por várias fases e vem evoluindo ao longo dos 
tempos, infl uenciando o mundo todo. Como prática inerente ao homem, ela 
sempre existiu. No entanto, conforme foram surgindo e se complexifi cando 
as organizações, ela precisou ser estudada, estruturada e se tornou ciência. 
Cada momento da história da administração se caracterizou por acrescentar 
diferentes experiências ao processo de gerir as organizações. E, quando se 
fala em evolução do estudo da administração, não pode fi car de lado a Re-
volução Industrial, fenômeno que revolucionou a produção e a aplicação de 
conhecimentos administrativos.
Porém, antes de você estudar a Revolução Industrial, é importante conhecer 
resumidamente outro momento que a antecedeu, o capitalismo mercantil ou 
mercantilismo. Ele teve sua expansão a partir do século XV e influenciou 
profundamente as práticas administrativas dos negócios. 
O mercantilismo é um conjunto de práticas econômicas que surgiu na Europa a partir 
do século XV, após o período feudal. Ele se caracteriza principalmente pelo fato de 
a riqueza de uma nação ser obtida por meio da comercialização de ouro e prata 
extraídos de suas colônias. Nesse processo, se destacaram Inglaterra, França, Portugal 
e Espanha (MAXIMIANO, 2011).
O mercantilismo foi um momento de transição entre o feudalismo e o ca-
pitalismo que abriu o caminho para a Revolução Industrial. Os barões feudais 
perdiam seu poder, fazendo com que muitas terras europeias ficassem livres 
5Bases históricas da administração
de seu domínio e se transformassem em cidades, chamadas burgos — seus 
habitantes eram chamados burgueses. Os burgueses começaram a se organizar 
livremente, definindo seus papéis sociais na comunidade, o que fez surgir 
uma atividade econômica e profissionais autônomos, que buscavam atender 
às necessidades das cidades.
A liberdade dos burgueses fez o comércio se expandir e ultrapassar 
as fronteiras europeias, dando início às grandes navegações, em busca 
de novos mercados e fornecedores de matéria-prima. Isso estimulou a 
exploração de novas terras; o descobrimento de novos povos e produtos; 
o aparecimento de vendedores e agenciadores de matéria-prima e mão de 
obra; e o acúmulo de metais oriundos de suas colônias, concedendo o status 
de potência mercantilista à metrópole (MAXIMIANO, 2012; BRESSER-
-PEREIRA et al., 2016). 
Nessa fase, as cidades-estado eram a base do comércio de longa distância, 
ou seja, da compra e da venda de metais preciosos, especiarias e outros bens 
de luxo, realizadas por meio de camelos, mulas e navios à vela. Apesar de o 
comércio de longa distância possibilitar aos comerciantes o acúmulo de capital 
e grande lucro, esses fatores eram instáveis, por isso eles começaram a investir 
em manufatura. No entanto, o modo de produção era bastante rudimentar 
e os produtos eram feitos de forma artesanal, ou seja, com a utilização de 
ferramentas básicas, pois não havia máquinas complexas. Isso fazia com que 
a produção fosse lenta e cara (BRESSER-PEREIRA et al., 2016).
Com o aumento da demanda, as antigas e tradicionais oficinas precisa-
ram ser ampliadas e aos poucos foram se transformando em fábricas, com 
produção em uma escala maior e ritmo intenso. Isso criou a necessidade de 
máquinas para aumentar a produtividade. Nesse contexto, muitas tarefas 
realizadas de forma manual passaram a ser mecanizadas, ou seja, parte da 
mão de obra foi substituída por máquinas, gerando a divisão no trabalho e 
a criação de novas categorias de trabalhadores, uma vez que os artesãos, 
além de serem poucos, eram limitados à produção em pequena escala. Os 
capitalistas passam então a dominar a produção e a comercializaçãode bens, 
bem como a tomar decisões sem a participação dos trabalhadores, como 
era feito no período medieval. Dessa forma, além das mudanças nos meios 
de produção e comercialização de bens, houve também uma mudança de 
valores (MAXIMIANO, 2012).
Você deve estar se perguntando: e as práticas de administração, onde 
estavam? Estavam no controle contábil-financeiro da movimentação de merca-
dorias entre regiões; na organização da demanda da produção artesanal e dos 
ganhos e garantias resultantes da comercialização dos produtos; e na divisão 
Bases históricas da administração6
e na especialização do trabalho. Pode-se dizer, então, que o mercantilismo 
foi marcado pela supremacia naval, pela fartura de recursos naturais e pelo 
acúmulo de capital. 
Desde a Antiguidade até cerca de 1780 (início da Revolução Industrial), os produtos 
eram fabricados em pequenas oficinas, de forma artesanal e sem padronização. Era 
a chamada fase artesanal, marcada pelo artesanato rudimentar e pela mão de obra 
intensiva e não qualificada na agricultura, com predomínio de oficinas, granjas e 
agricultura e sistema comercial baseados em trocas nos mercados locais (SILVA, 2013).
Com o surgimento das primeiras fábricas, com a divisão do trabalho e a 
invenção das máquinas a vapor, surge a Revolução Industrial no século XVIII. 
A partir daí, o desenvolvimento da administração passa a ser influenciado 
pelo surgimento de empresas industriais, com maquinários que possibilitavam 
aumento acelerado do processo produtivo, com padronização e maior quali-
dade. Surgem também a hierarquia, a disciplina, a vigilância e o controle de 
tarefas e dos trabalhadores. 
Nesse período, muita riqueza foi gerada, novos empregos surgiram, houve 
crescimento de cidades e regiões, tiveram início novas relações de poder e 
foram criados novos interesses comerciais. Houve também o surgimento do 
comércio exterior, da pesquisa e do desenvolvimento de novos produtos. 
A Revolução Industrial teve duas fases (MAXIMIANO, 2012), como você 
pode ver a seguir.
  Primeira Revolução Industrial (1780 a 1860): marcada pela mecani-
zação das oficinas e da agricultura, ou seja, foi o período de adaptação 
das oficinas à nova tecnologia da máquina a vapor. O carvão como fonte 
de energia e o ferro como material básico da indústria passam a ser os 
principais recursos para o desenvolvimento dos países. As oficinas se 
transformam em fábricas e usinas; as máquinas substituem o trabalho 
humano e há o desenvolvimento do sistema fabril, o crescimento nos 
setores de transporte e comunicação. Surgem as locomotivas a vapor 
e o crescimento da navegação. 
  Segunda Revolução Industrial (1860 a 1914): marcada pelo desenvol-
vimento da indústria. O aço e a eletricidade passam a ser os principais 
7Bases históricas da administração
recursos para o desenvolvimento do país, substituindo o carvão e o 
ferro. Há grande e crescente influência da ciência e da tecnologia na 
indústria. Nessa época, surgem o automóvel, o avião, o telefone e o 
telégrafo sem fio. Com o desenvolvimento crescente das indústrias, 
surgem também os grandes bancos e instituições financeiras, substi-
tuindo o capitalismo industrial pelo capitalismo financeiro, provocando 
grande ampliação do mercado. Houve também a invenção do motor a 
combustão, a substituição do vapor pela eletricidade, o surgimento de 
máquinas automáticas, etc. 
A Revolução Industrial substituiu o artesão pelo operário; contribuiu 
para a criação das fábricas e a evolução dos maquinários; fez surgir as 
organizações sindicais; e contribuiu para o crescimento das cidades. Ou 
seja, proporcionou mudanças econômicas, políticas, sociais, ambientais e 
culturais que se refletem até hoje. 
A Revolução Industrial trouxe também alguns transtornos, como o êxodo rural. As 
pessoas que moravam no campo deixavam suas famílias e iam para as cidades, sedu-
zidas pela possibilidade de trabalhar nas indústrias. No entanto, isso nem sempre dava 
certo, especialmente pela falta de qualificação da mão de obra e pela substituição 
desta pelas máquinas (MOTTA; VASCONCELOS, 2008).
Administração nos tempos atuais
Após a fase da segunda Revolução Industrial, veio a fase do gigantismo in-
dustrial, de 1914 e 1945, época entre as duas grandes guerras mundiais. Nesse 
período, a organização e a tecnologia eram utilizadas na indústria bélica. As 
empresas encontravam-se em franca expansão, passando a atuar também no 
mercado internacional. Houve uma signifi cativa aplicação tecnocientífi ca nas 
indústrias, principalmente com ênfase em materiais petroquímicos, o que 
contribuiu para o aperfeiçoamento dos setores de transporte e comunicação 
(SILVA, 2013).
Em seguida, começou a fase moderna, entre 1945 e 1980, com o apare-
cimento de produtos e processos mais sofisticados decorrentes dos avanços 
Bases históricas da administração8
tecnológicos. Surgiram também as primeiras empresas de grande porte no 
Brasil, bem como problemas econômicos, gerando incerteza e imprevisibi-
lidade no mercado. Após 1980, se inicia a fase da globalização ou incerteza, 
marcada por grandes e novos desafios, dificuldades, oportunidades e ameaças, 
gerando um ambiente complexo e dinâmico. Foi uma época caracterizada por 
escassez de recursos, concorrência cada vez mais acirrada, dificuldade de 
compreensão do mercado e de informações, mudança brusca no modelo de 
gestão das organizações e revolução dos computadores, que passam a substituir 
o ser humano em termos físicos e intelectuais (SILVA, 2013). 
A globalização influenciou e continua influenciando a vida das socieda-
des e o mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Com as 
mudanças cada vez mais rápidas, novas necessidades são geradas, fazendo 
com que as organizações se tornem mais complexas e sem fronteiras, depen-
dendo de uma administração de qualidade que garanta seu crescimento e seu 
sucesso no mercado. A globalização tornou o mercado altamente competitivo 
e alvo de rápidas transformações políticas, sociais, ambientais e tecnológicas, 
originando novos perfis de atores sociais, novos concorrentes, novos padrões 
de consumo, etc. (SOBRAL; PECI, 2013). 
Dessa forma, as organizações precisam estar preparadas para todo tipo de 
mudanças. Elas devem adotar novas estratégias e novas formas de administrar 
que as ajudem a enfrentar o mercado cada vez mais competitivo, encontrando 
respostas para as exigências que se impõem e garantindo sua sobrevivência. Ou 
seja, o mercado é dinâmico e está em constante transformação, fazendo com que 
as organizações convivam permanentemente com a necessidade de adaptação. 
Isso exige delas a capacidade de realizar mudanças em seus processos, relacio-
namentos, modelos de gestão, estruturas, cultura, etc. (SOBRAL; PECI, 2013).
O conhecimento e a informação são outros aspectos fundamentais na admi-
nistração atual. São considerados uma das principais vantagens competitivas da 
organização. Saber administrá-los é fator crítico de sucesso para as empresas. 
Os fatores críticos de sucesso (FCS) são aspectos fundamentais para a organização, que 
precisam ser bem executados para garantir seu desenvolvimento, seu crescimento e o 
alcance dos objetivos. São aspectos que, se mal executados, podem levar a organização 
ao fracasso (MAXIMIANO, 2012).
9Bases históricas da administração
Na sociedade contemporânea, o acesso às informações é cada vez mais 
amplo, e a comunicação independe do tempo e da distância. Por isso, as infor-
mações precisam ser administradas para que cumpram seu papel. É importante 
compreender os fluxos de informação como processos que agregam valor à 
informação e que podem ser explorados para promover melhorias. Uma das 
funções do administrador é tomar decisões. Para tal, ele precisa estar bem 
informado e conhecer o ambiente em que a organização está inserida, não 
só o ambiente interno, mas os fatores externos que influenciam sua gestão. 
Nesse contexto, a informação é essencial (SIQUEIRA, 2005). 
O conhecimento, por sua vez,é o conjunto de informações valiosas da mente 
humana (argumentos, reflexão e síntese), que precisa ser bem gerenciado. A 
informação e o conhecimento são essenciais nas organizações, pois são a base 
de todas as atividades desenvolvidas, desde o planejamento até a execução 
das ações planejadas, assim como o processo de decisão. Por isso, devem ser 
geridos para a busca de novas fontes de vantagem competitiva, melhorando o 
funcionamento da organização e tornando-a mais eficiente (SIQUEIRA, 2005). 
A gestão do conhecimento é um conjunto de atividades cuja finalidade é promover 
o conhecimento dentro da organização, possibilitando que ela e seus colaboradores 
utilizem as melhores informações e os melhores conhecimentos disponíveis. Nesse 
sentido, são fundamentais uma visão estratégica e a promoção da aquisição, da criação, 
da codificação e da transferência de conhecimentos para o alcance dos objetivos 
organizacionais e a maximização da competitividade (ALVARENGA NETO, 2002).
Outros aspectos importantes para a administração nos dias atuais é a 
mudança de estratégias de gestão e a adoção de práticas de descentralização, 
que incentivem a criatividade e a inovação. Contar com trabalhadores esti-
mulados, comprometidos e envolvidos com a missão da organização de forma 
a realizar as mudanças necessárias também é fundamental. É nesse contexto 
que surge a necessidade de aprimoramento da gestão. Ou seja, além de possuir 
conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte e a ciência da administração, 
os administradores precisam estar atualizados, acompanhando as mudanças 
que ocorrem não somente no ambiente que envolve as organizações, mas 
nos conhecimentos produzidos no campo da administração. Além disso, é 
necessário compreender o universo que envolve as relações interpessoais e 
Bases históricas da administração10
as motivações das pessoas. Ou seja, o administrador precisa estar em cons-
tante processo de aprendizagem, uma vez que o mundo da administração é 
altamente complexo.
Veja, a seguir, alguns dos desafios que se colocam à administração e aos 
administradores (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
  Desafios tecnológicos: necessidade e capacidade de introduzir no-
vas tecnologias para agilizar, flexibilizar e modernizar os processos 
administrativos.
  Desafios sociais e humanos: dirigir pessoas e grupos com competên-
cias, experiências e culturas diferentes e particulares. Capacidade de 
lidar com a diversidade.
  Desafios de mercado: conhecer os clientes, a concorrência, os clientes 
potenciais, o ambiente interno e externo da organização. Satisfazer as 
necessidades e desejos dos clientes, agregando valor ao produto ou serviço.
  Desafios de negócio: gerar lucros e dividendos para os stakeholders.
  Desafios comunitários: manter um bom relacionamento com a comu-
nidade em que está inserida e contribuir para o seu desenvolvimento.
  Desafios ambientais: adotar produção consciente, ou seja, respeitar 
as leis e normas ambientais, não causando danos ao meio ambiente e 
buscando a sustentabilidade do negócio.
  Desafios globais: administrar global e localmente ao mesmo tempo.
  Desafios de inovação: criar produtos, processos e sistemas inovadores, 
agregando valor aos clientes e desenvolvendo produtos personalizados.
  Desafios da concorrência: buscar continuamente meios de alcançar 
vantagem competitiva e superar a concorrência.
  Desafios éticos e sociais: dirigir o negócio com ética e transparência e ser 
uma empresa socialmente responsável com seu público interno e externo.
A administração é uma combinação de arte e ciência. Ciência porque 
tem por base princípios, técnicas e conhecimentos; e arte porque exige do 
administrador a capacidade de lidar com o inesperado, usando sua intuição 
e sua sensibilidade. Dessa forma, o administrador deve estudá-la cientifica-
mente, mas também estar atento a aspectos aos quais teorias não podem ser 
aplicadas, como é o caso do relacionamento interpessoal. O maior desafio do 
administrador é estimular a motivação nas pessoas para um desempenho de 
excelência, criando um clima organizacional adequado para o trabalho em 
equipe, incentivando comportamentos de cooperação, criando propósitos 
comuns e transformando-os em ação (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
11Bases históricas da administração
ALVARENGA NETO, R. C. D. Gestão da informação e do conhecimento nas organizações: 
análise de casos relatados em organizações públicas e privada. 2002. 235 f. Dissertação 
(Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da 
Informação, Escola de Ciência da informação, Universidade Federal de Minas Gerais, 
Belo Horizonte, 2002.
BRESSER-PEREIRA, L. C.; NASSIF, A. FEIJÓ, C. A reconstrução da indústria brasileira: a 
conexão entre o regime macroeconômico e a política industrial. Revista de Economia 
Política 36 (3), p. 493-513, 2016.
LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 8. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas, 2011.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução 
digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MOTTA, F. C. P.; VASCONCELOS, I. F. G. Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2008.
SILVA, R. O. Teorias da administração. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
SIQUEIRA, M. C. Gestão estratégica da informação. Rio de Janeiro: Brasport, 2005.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São 
Paulo: Pearson, 2013.
Leitura recomendada
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a infor-
mação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: 
Senac, 2003.
Bases históricas da administração12
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
A Administração passou por diversas fases e vem evoluindo ao longo do tempo, marcando e 
influenciando o mundo. Cada momento da história da Administração se caracterizou por 
acrescentar diferentes experiências ao processo de gerir as organizações.
Nesta Dica do Professor, você verá aspectos da fase artesanal e da produção industrial. 
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EXERCÍCIOS
1) São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros administradores e 
que foram evoluindo ao longo do tempo, ajustando-se às situações da cada momento 
histórico. Como é chamado o documento que possui 282 regras e é considerado um 
dos primeiros e, talvez, o mais famoso conjunto de leis da história, contendo os 
princípios da administração?
A) Dinastia de Chow.
B) Código do Rei Hamurábi.
C) Código de Sun Tzu.
D) Pensamento de Sócrates.
E) Manual de Confúcio.
Foram muitos os povos a demonstrarem práticas administrativas quando a 
administração ainda não existia como ciência. O princípio de assessoria, que consistia 
no aconselhamento com assessores e o exercício da delegação de autoridade, foi 
2) 
empregado por quem?
A) Mêncio.
B) Maquiavel.
C) Francis Bacon.
D) Chow.
E) Imperador Yao.
3) A Administração passou por diversas fases e vem evoluindo ao longo do tempo, 
marcando e influenciando o mundo. Qual foi o momento de transição entre o 
feudalismo e o capitalismo que abriu o caminho para a Revolução Industrial?
A) Renascimento.
B) Período Medieval.
C) Mercantilismo.
D) Revolução Urbana.
E) Reforma.
4) O administrador tem como um de seus desafios estimular seus funcionários, para um 
desempenho de excelência. Outros desafios também se apresentam no cenário atual. 
Criar mercadorias, processos e sistemas, agregando valor aos clientes e 
desenvolvendo produtos personalizados diz respeito a que desafio?
A) Desafio ambiental.
B) Desafio de inovação.
C) Desafio de padronização.
D) Desafio de negócio.
E) Desafio tecnológico.
5) A globalizaçãoinfluenciou e continua influenciando a vida das sociedades e o mundo 
organizacional, bem como as formas de administrar. Dessa forma, são muitos os 
desafios do administrador. Conhecer os clientes (potenciais ou não), a concorrência, o 
ambiente interno e externo da organização e satisfazer as necessidades e desejos do 
consumidor, agregando valor ao produto ou serviço, diz respeito a que desafio?
A) Desafio de mercado.
B) Desafio de negócio. 
C) Desafio social e humano.
D) Desafio global.
E) Desafio da concorrência.
NA PRÁTICA
A produção em série foi a inovação mais importante da era industrial e continua a ser 
aperfeiçoada continuamente. As formas de produzir e de administrar vêm evoluindo ao longo 
do tempo, adaptando-se às mudanças sociais, políticas, econômicas, ambientais e culturais.
Na produção de automóveis, por exemplo, há mais de 100 anos, Henry Ford aperfeiçoou a 
fabricação de carros mais baratos, que fossem acessíveis aos cidadãos comuns. Para isso, 
estudou métodos de produção e chegou à conclusão de que estes deveriam ser todos iguais, ou 
seja, ele iria massificar a produção.
Para tanto, desenvolveu um sistema de esteiras, em que o veículo era movimentado e cada 
operário era responsável por uma fase da montagem. A linha foi inaugurada em 1913 e construía 
o Ford T em 84 etapas – percebe-se, aqui, a divisão do trabalho (um dos princípios da 
Administração elaborados por Fayol) e o princípio da produção em massa e linha de montagem 
de Taylor.
Conheça, Na Prática, mais detalhes dessa evolução de automóveis no decorrer das décadas e 
perceba a forma como a Administração contribui para o sucesso das empresas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
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capitalismo
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