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Prof Enfermeira Obstetra :MSc ; Kelle Magalhães A operação cesariana é provavelmente uma das mais antigas cirurgias da história da medicina. Representa o procedimento cirurgico mais realizado na mulher mundialmente. No parto que acontece por cesárea, o nascimento se dá por meio de incisão cirurgica abdominal e incisão uterina. Cesáreas de Emergência: Sofrimento fetal; Anormalidades cardiotocográficas (DIP); Bradicardias prolongadas; Síndromes hemorrágicas agudas: DPP, Placenta prévia, traumas maternos (acidentes); Iminência de rotura uterina; Cesárea post-mortem: quando há morte materna, mas o feto pode ser salvo; Prolapso de cordão umbilical; Distócia funcional (não evolução do TP); Acidentes de punção (amniocentese, cordocentese); Sofrimento fetal por insuficiência placentária; Cesáreas Eletivas: Malformações fetais (xifópagos- Gêmeos siameses; Hidrocefalias; Espinha bífida; Onfalocele- hérnia umbilical; Apresentações anômalas: apresentação pélvica; Apresentação córmica; cefálica defletida de 2º e 3º grau; Macrossomia fetal; Gestações múltiplas; Aloimunização feto-materna (casos de transfusão sanguínea intra-uterina); Placenta prévia centro total e acretismo placentário. Tumores prévios obstrutivos maternos; Intercorrências gestacionais graves: Síndrome HELLP; Iminência de Eclâmpsia. Cardiopatias; Doenças infecciosas (HIV, Herpes genital com lesões ativas); Cicatriz uterina prévia; Cesáreas prévias (duas ou mais). Os preparos pré-operatórios estão diretamente relacionados a indicação de cesárea. Nos casos de emergência o foco principal é o bem estar materno-fetal. Deve ser garantido o equilíbrio hemodinâmico, controlando síndromes hemorrágicas. Nas cesáreas eletivas todos os preceitos cirúrgicos devem ser mantidos, como o jejum. É importante ter suporte de outros profissionais como cardiologista nas cardiopatas, suporte do banco de sangue e do berçário. A tricotomia supra-púbica e sondagem vesical são medidas rotineiras em alguns hospitais. Cabe ao anestesista a avaliação pré- anestésica e medidas propedêuticas e terapêuticas. Profilaxia de Infecções: Além de todos os cuidados de anti-sepsia adotados, a antibióticoprofilaxia é medida rotineira, geralmente cefalosporina E.V. 2g, logo após clampeamento do cordão umbilical. O tipo de incisão é escolhido para otimizar o acesso cirúrgico com mínima morbidade materna e máximo efeito cosmético. Incisão vertical (longitudinal): a incisão vertical, infra-umbilical, é executada com lâmina de bisturi, rapidamente. Após a abertura no sentido longitudinal, atinge-se os músculos, os separando na linha média com auxílio de tesoura, após isso é aberto o peritônio, tomando cuidado com alças intestinais. Nos casos em que for necessário rapidez na extração fetal, essa incisão é preconizada. É a técnica mais utilizada para abertura da parede abdominal. Até pouco antes do ano de 1900 a técnica utilizada era a incisão vertical, que hoje é utilizada em poucos casos. A incisão transversa confere maior conforto e menos dificuldades respiratórias. A desvantagem é a parestesia prolongada provocada pela secção dos nervos sensitivos superficiais. A incisão é transversa, supra-púbica (1-2 cm púbis), tem extensão de 10-12 cm. A hemostasia é feita por eletrocautério. Disseca-se o plano muscular, procede-se o afastamento dos músculos, chegando-se ao peritônio. É feita a incisão no miométrio uterino, chegando-se a cavidade amniótica, aspirando-se o líquido amniótico, retirando-se após isto o feto. A extração fetal nas apresentações cefálicas é feita com o uso de alavancas, o que protege a histerotomia, amenizando prolongamentos laterais. Nas apresentações pélvicas a extração é semelhante ao parto vaginal pélvico. A dequitação pode ser expontânea, mantendo- se tração controlada do cordão, ou manual, porém esta eleva o risco de endometrite. A curagem uterina também pode ser realizada. Nas pacientes Rh negativo a manipulação na dequitação deve ser mínima. A histerorrafia é efetuada por pontos separados com vicryl nº 0. O peritônio visceral deve ser suturado também com vicryl, de espessura menor (00), com pontos contínuos. As revisões das cavidades pélvica e abdominal devem ser cuidadosas. Retira-se as compressas e inspesiona-se os órgãos internos. Os músculos devem ser suturados com pontos separados também com vicryl. O tecido subcutâneo deve ser fechado com catgut 00 com pontos separados. Por fim a pele pode ser suturada com pontos separados ou intradérmicos com vicryl. A cesárea é considerada um procedimento seguro, de baixo risco, porém podem acontecer algumas complicações sérias no período intra- operatório e puerperal, bem como nas gestações subsequentes. As complicações mais comuns são: Acretismo placentário: placenta aderida ao endométrio. Placenta prévia: aumenta em casos de cesárea anterior. Lesões urológicas: lesão na bexiga e ureteres durante o procedimento. Rotura uterina em gestações subsequentes: rotura na cicatriz de cesárea anterior. Dor pélvica: Devido a incisão cirurgica. Mortalidade materna: índice pequeno de mortes maternas, porém pode acontecer. Transfusão sanguínea: para repor volêmia em caso de hemorragia devido cesárea. Deiscência: infecção de cicatriz operatória.
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