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Resenha crítica do capítulo 07 - Psicologia do Desenvolvimento - do livro da BOCK e outros

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Resenha crítica do capítulo 07 – Psicologia do Desenvolvimento do livro
BOCK, Ana Mercês Bahia Bock & Outros – Psicologias- Uma introdução ao estudo da psicologia. Saraiva, São Paulo. 2009. 492 páginas. 
Elaboração: Walter Vieira Poltronieri.
Estrutura do capítulo que está nas páginas 97 a 113: 
CAPÍTULO 7 – A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Uma área da Psicologia 97
O desenvolvimento humano 98
Aspectos do desenvolvimento humano 100
A teoria do desenvolvimento humano de Jean Piaget 101
O enfoque interacionista do desenvolvimento humano: Vygotsky 107
Vygotsky e Piaget 110
Texto complementar: As diferenças dos irmãos – Elias José 111
Filme indicado: Esperança e glória 113
O capítulo está bem claro e objetivo, uma vez que o livro foi escrito para ter aplicações didáticas para o ensino superior. Já na introdução do capítulo, os autores deixam evidente a crença de que as crianças não são adultos em miniatura, o que lembra a argumentação histórica de que Philippe Ariès (1914– 1984) já havia descrito: as crianças sempre existiram, mas não a infância. Para o autor francês medievalista, a infância foi uma construção social dos tempos modernos e hoje as crianças são consideradas pequenos consumidores ávidos por novidades nas áreas dos jogos eletrônicos. Assim é também para a adolescência que só passou a ser objeto de estudo científico após a revolução industrial.
A pergunta que a psicologia do desenvolvimento deseja responder é: “Por quais razões um indivíduo com idade X se comporta de forma Y na situação Z?”. Então, para responder objetivamente essa pergunta fundamental, genérica e até algébrica, partem do pressuposto que a motivação esteja presente durante toda a vida dos seres humanos. Nos dois primeiros anos de vida, a contagem da idade é em meses, pois há mudanças qualitativas fundamentais: engatinhar, sentar e dar os primeiros passos são tarefas que os bebês realizam em épocas específicas com poucas variações. Não há como negar o pressuposto motivacional, então ele pode ser compreendido como um axioma. Mesmo quando o indivíduo não apresentar nenhum comportamento para ser analisado, pois nesse caso específico, há a crença de que ele não esteja motivado para a ação visível, mas poderá estar motivado para ficar calmo, relaxado e recuperar energia para agir no futuro. 
Os autores apresentaram que há pelo menos quatro áreas para se compreender a psicologia do desenvolvimento: 1) Físico-motor (agir); 2) Intelectual (inteligência); 3) Afetivo-emocional (sentir); e 4) Social-interativo (relações humanas). Cada autor importante da psicologia do desenvolvimento priorizou uma área para suas pesquisas e elaboração das teorias. É importante esclarecer que todas essas áreas são interativas, o que permite a inferência de que sejam influenciadas reciprocamente. 
Outro pressuposto importante para a psicologia do desenvolvimento é que há fases para que as crianças se tornem um adulto, então a visão é processual e interativa com o ambiente. Argumentaram que as fontes evidentes dessa área são as observações empíricas, relatos de casos, experimentações filmadas com as crianças e sobretudo a busca de uma teoria que abarque a diversidade ou matizes do desenvolvimento humano. No capítulo, há exemplos fortes e o que mais esclarece a premissa maior do interacionismo é um caso de surdez diagnosticada em tempo de reverter o atraso no desenvolvimento. Tal exemplo ilustra claramente que muitos problemas de aprendizagem podem ter como causa fundamental problemas orgânicos, daí a importância de ser um alerta para futuros educadores compromissados com a resolução efetiva das dificuldades em sala de aula. Assim, nunca se pode subestimar a importância das áreas corporais-sinestésicas para a compreensão e efetiva ajuda aos alunos “problemáticos”. 
Os dois autores escolhidos pelos autores são Jean Piaget (1896–1980) e Levy Vygotsky (1896–1934), cujas fases e conceitos foram didaticamente esclarecidos. O suíço Piaget criou a epistemologia genética e privilegiou a gênese da inteligência nos seres humanos. O russo Vygotsky trabalhou os aspectos sócio interacionistas para a internalização de aspectos da cultura e nos brindou com o conceito original de zona de desenvolvimento proximal (ou imediata). 
Finalmente, a leitura e também elaboração dessa resenha são tarefas que ajudam não apenas na internalização dos conceitos de psicologia do desenvolvimento, pois os exemplos são fortes e claros, mas também na compreensão da importância dessa disciplina para quem deseja ser educador. No entanto, autores consagrados, tais como Henri Paul H. Wallon (1879–1962) – afetos nos campos funcionais; Lawrence Kohlberg (1927–1987) que estabeleceu três níveis de desenvolvimento moral e o psicanalista inglês, sr. Donald W. Winnicott (1896–1971), com a recomendação de “mãe suficientemente boa” não estão presentes nesse importante capítulo. Assim, parodiando Winnicott, o capítulo é suficientemente bom para ótimo, uma vez que não pretendeu abranger toda a psicologia do desenvolvimento, mas sim apresentar dois autores consagrados e até cobrados de forma muito frequente em concursos públicos para pedagogos: Piaget e Vygotsky.

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