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Resumo_Penal

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Direito penal é um conjunto de normas que determinam quais as ações são consideradas crimes e lhes imputa a pena 
como consequência. 
É o único que tem a pena corporal e da liberdade. Tem um poder desencorajador maior, consequentemente. Só pode ser 
invocado quando os outros códigos não se fazem suficientes para a proteção de determinado direito. 
 
Direito penal: 
 Parte geral: artigo 1º até 120 - são normas penais explicativas (ex. Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. 
Não há pena sem prévia cominação legal). 
 Parte especial: a partir do artigo 121 - são normas incriminadoras e não-incriminadoras. 
Bem jurídico penal: interesse passível e merecedor da proteção do direito penal (ex. A vida, o patrimônio, a honra, 
liberdade sexual, inviolação do domicílio, etc.) 
 
Conceito de crime 
1. Formal: toda conduta que colidisse frontalmente contra a lei penal editada pelo Estado. 
2. Material: todo o fato humano lesivo de um interesse capaz de comprometer as condições de existência, de 
conservação e de desenvolvimento da sociedade. Aquela conduta que viola os bens jurídicos mais importantes. 
3. Analítico: ação típica, ilícita ou antijurídica e culpável. 
Obs. Crime 
Fato típico: 
• Conduta - dolosa/culposa e comissiva/omissiva 
• Resultado 
• Nexo de causalidade 
• Tipicidade - formal e conglobante 
Antijurídico: 
• Quando o agente não atua em: 
• Estado de necessidade 
• Legítima defesa 
• Estrito cumprimento do dever legal 
• Exercício regular de direito 
• Quando não houver consentimento do ofendido como causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
Culpável: 
• Imputabilidade (amadurecimento pessoal que torna o agente de entender o caráter ilícito de sua conduta) 
• Potencial consciência sobre a ilicitude do fato 
• Exigibilidade da conduta diversa 
 
"Assim concluindo, podemos considerar o Direito Penal Objetivo e o Direito Penal Subjetivo como duas faces de uma 
mesma moeda. Aquele, como o conjunto de normas que, de alguma forma, cuida da matéria de natureza penal; este, como 
o dever-poder que tem o Estado de criar os tipos penais, e de exercer o seu direito de punir caso as normas por ele editadas 
venham a ser descumpridas" - GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral, volume 1, p. 7. 
 
"O direito penal subjetivo, isto é, o direito de punir, é limitado pelo próprio Direito Penal objetivo, que estabelece os seus 
limites, e pelo direito de liberdade assegurado constitucionalmente a todos os indivíduos" - BITENCOURT, Cezar Roberto. 
Tratado de Direito Penal, volume 1, p. 7. 
 
Obs. Não existe direito penal subjetivo sem o direito penal objetivo. 
 
Princípios limitadores do Poder Punitivo Estatal. 
1. Princípio da legalidade (ou da reserva legal) - Estabelece que não há crime sem lei anterior que o defina, 
limitando, assim, o poder punitivo estatal. O princípio da reserva legal é um imperativo que não admite desvios 
nem exceções e representa uma conquista da consciência jurídica que obedece a exigências de justiça, que 
somente os regimes totalitários o têm negado. 
2. Princípio da intervenção mínima (ultima ratio) - Impõe como princípio aos operadores do Direito a mínima 
invocação do Direito Penal como solucionador e, consequentemente, a mínima intervenção na liberdade de 
alguém. Esse princípio orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de 
uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. 
3. Princípio da fragmentariedade - É corolário do princípio da intervenção mínima e da reserva legal. Faz-se uma 
tutela seletiva do bem jurídico, limitada àquela tipologia agressiva que se revela dotada de indiscutível 
relevância quanto à gravidade e intensidade da ofensa. Limita o Direito Penal em castigar as ações mais graves 
praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, pois ocupa o Direito Penal somente de uma parte dos 
bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica. Em resumo, pode-se afirmar que o caráter fragmentário do 
Direito Penal significa que o Direito Penal não deve sancionar todas as condutas lesivas dos bens jurídicos, mas 
tão-somente aquelas condutas mais graves e mais perigosas praticadas contra bens mais relevantes. 
4. Princípio da culpabilidade - É de extrema relevância, pois impossibilita a imposição de uma responsabilidade 
objetiva/responsabilidade sem culpa. Miguel Reale Júnior afirma, sobre o assunto, que "reprova-se o agente por 
ter optado de tal modo que, sendo-lhe possível atuar de conformidade com o direito, haja preferido agir 
contrariamente ao exigido pela lei". O princípio da culpabilidade possui três sentidos fundamentais: 
culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime, culpabilidade como princípio medidor 
da pena e culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, o da 
responsabilidade penal sem culpa. 
5. Princípio da humanidade (ou limitação das penas) - Esse princípio sustenta que o poder punitivo estatal não 
pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição físico-psíquica 
dos condenados. É o maior entrave para a adoção da pena capital e da prisão perpétua. 
6. Princípio da irretroatividade da lei (ou princípio da extra-atividade da lei penal) - É importante, pois sem ela não 
haveria nem segurança e nem liberdade na sociedade. Uma boa definição para tal princípio é a de Claus Roxin 
ao afirmar que "todo legislador pode cair na tentação de introduzir ou agravar a posteriori as previsões de pena 
sob a pressão dos fatos especialmente escandalosos, para aplacar estados de alarme e excitação politicamente 
indesejáveis. Pois bem, impedir que se produzam tais leis ad hoc, feitas na medida do caso concreto e que em 
sua maioria são também inadequadas em seu conteúdo como consequência das emoções do momento, é uma 
exigência irrenunciável do Estado de Direito". Entretanto, como se é previsto na Constituição Federal, é 
absolutamente impossível a lei penal retroagir para, de qualquer modo, prejudicar o agente; a exceção é a 
retroatividade in mellius, quando a lei vier, também, de qualquer modo, favorecê-lo, conforme se ressume do 
inciso XL de seu art. 5º, assim redigido: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
7. Princípio da adequação social - Uma formidável definição para tal princípio é a de Luiz Regis Prado ao afirmar 
que "a teoria da adequação social, concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se submeter 
ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de 
acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada". Entende-se que o Direito Penal tipifica apenas 
as condutas que tenham uma relevância social, aquelas condutas "socialmente adequadas" pela sociedade não 
podem ser reconhecidas como delitos e, por isso, não se revestem de tipicidade. Apesar de sua importância, 
esse princípio é relativamente inseguro, por isso deve ser utilizado somente em ultima instância. 
8. Princípio da insignificância (ou irrelevância) - Não se pode aplicar as leis penais a um crime que não 
tem significância à sociedade. Um exemplo disso seria o roubo de uma caneta. Esse princípio deixa exposto que 
condutas que se amoldam a determinado tipo penal, sob o ponto de vista formal, não apresentam nenhuma 
relevância material. Nessas circunstâncias, pode-se afastar liminarmente a tipificada penal porque em verdade o 
bem jurídico não chegou a ser lesado. 
9. Princípio da proporcionalidade - Uma excelente definição para esse princípio pode ser encontrada na 
dissertação feita por Alberto Silva Franco sobre o assunto: "O princípio da proporcionalidade exigeque se faça 
um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou posto em perigo (gravidade 
do fato) e o bem de que pode alguém ser privado (gravidade da pena). Toda vez que, nessa relação, houver um 
desequilíbrio acentuado, estabelece-se, em consequência, inaceitável desproporção. O princípio da 
desproporcionalidade rechaça, portanto, o estabelecimento de combinações legais (proporcionalidade em 
abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade em concreto) que careçam de relação valoraria com o fato 
cometido considerado em seu significado global. Tem, em consequência, um duplo destinatário: o poder 
legislativo (que tem de estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, à gravidade do delito) e o juiz (as penas 
que os juízes impõem ao autor do delito tem de ser proporcionadas à sua concreta gravidade)". Deve haver uma 
proporcionalidade entre o desvalor do resultado e a pena proposta, por exemplo, não se deve condenar alguém 
por 10 anos de reclusão por injúria. 
10. Princípio da reciprocidade - Está presente, principalmente, no ramo do Direito Internacional Público e de 
Relações Internacionais. 
11. Princípio da proteção - Em determinados casos, tendo em vista a importância do objeto jurídico para a nação, o 
Estado projeta a sua lei além do território afim de punir o autor de infrações. Trata-se de expressão de 
soberania, sem consultar o país onde se deu o fato e movimenta seu sistema repressivo para ser aplicada a 
sanção. 
12. Princípio da territorialidade - Diz respeito a aplicação da lei no espaço e tem uma excelente definição nas 
palavras de Nélson Hungria ao afirmar que "o Código criou um temperamento à impenetrabilidade do direito 
interno ou à exclusividade da ordem jurídica do Estado sobre o seu território, permitindo e reconhecendo, em 
determinados casos, avalizes da lei de outro Estado. É obséquio à boa convivência internacional, e quase sempre 
sob a condição de reciprocidade, que o território do Estado se torna penetrável pelo exercício da alheia 
soberania". Pode-se ilustrar tal situação no art. 5º, caput, do CP que determina a aplicação da lei brasileira, sem 
prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
13. Princípio da justiça universal - É aplicado quando o crime lesa o interesse da humanidade, e não apenas de um 
ou outro país. 
O Direito Penal é verdadeiro instrumento de proteção do cidadão, e não punitivo, como se apresenta no senso comum. 
Pois é ele, e somente ele, que impõe limites ao poder estatal, o direito de punir do Estado. 
 
Normas penais 
Incriminadoras: 
É reservada a função de definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de pena. São 
consideradas normas penais em sentido estrito, proibitivas ou mandamentos porque quando se pensa em Direito Penal, se 
pensa, imediatamente, naquela que proíbe ou impõe condutas sob a ameaça de sanção. 
 Preceito primário (preceptum iuris) - É o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se 
preocupa proibir ou impor. A descrição abstrata da conduta proibida. 
 Preceito secundário (sanctio iuris) - Cabe a tarefa de individualizar a pena, cominando-a em abstrato. Encontra-se a 
consequência jurídica advinda da realização do delito. 
Um exemplo desses dois preceitos é o art. 155 do CP, no qual há o preceito primário em "Subtrair, para si ou para outrem, 
coisa alheia móvel", e o preceito secundário em "Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa". 
 
Não incriminadoras: 
Em vez de conterem proibições ou mandamentos os quais, se infringidos, levarão à punição do agente, possuem um 
conteúdo explicativo, ou mesmo têm a finalidade de excluir o crime ou isentar o réu de pena. 
 Complementares (servem para fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal - ex. Definição do tempo do 
crime) 
 Permissivas (excepcionalmente autorizam a prática de um ato que em regra constitue um crime - ex. Matar alguém por 
legítima defesa) 
 Explicativas (são utilizadas para explicar o conteúdo de uma outra norma penal - ex. art. 150 - §4: Definição de "casa" 
para o crime de violação de domicílio) 
Fontes do direito penal 
Fontes são todas as formas pelas quais são criadas, modificadas ou extintas as normas de determinante ordenamento 
jurídico. 
 Materiais (ou de produção) - art. 22, inc. I, CF 
 Formais (ou de conhecimento) 
 imediatas = lei 
 mediatas = costumes • jurisprudência • doutrina 
"Em matéria penal, em nosso regime institucional, não existe outra fonte do direito a não ser a lei. Os costumes, a 
jurisprudência e a doutrina podem ter influencia mais ou menos direta na sanção e modificação das leis, mas não são 
fontes do Direito Penal" - Fontán Balestra 
 
Crime é toda ação anti-jurídica culpável. 
 
Interpretação e aplicação da lei penal 
Interpretar a lei é revelar o pensamento que anima as suas palavras. 
 
1. Quanto ao autor 
A) Autêntica (se caracteriza por não dar espaço a outras interpretações, pois o conteúdo é interpretado pelo próprio 
legislador, ex. Quando se descreve domicílio na norma que condena a invasão de domicílio) - pode ser contextual 
(realizada no mesmo momento em que é editado o diploma legal que se procura interpretar, como o art. 327 do CP ao 
definir o conceito de funcionário público) ou posterior (realizada depois da edição de um diploma legal anterior) 
B) Doutrinária (quando ela é realizada pelos estudiosos do direito, os juristas, e embora seja extremamente importante 
não é de obediência obrigatória) 
C) Jurisprudência (realizada pelos representantes do poder judiciário, porém apenas em um processo judicial, se um 
ministro do STF, por exemplo, emitir sua opinião interpretando a lei em palestras, congressos etc., jamais poderemos 
considerar esse tipo de interpretação como de natureza judicial, caso contrário, mesmo que seja procedida pela maior 
autoridade judiciaria, se for realizada extra-autos, sendo documentada, serão uma interpretação doutrinária) 
 
2. Quanto aos meios 
A) Gramatical ou literal (a gramatical parte da letra da lei, respeitando o vernáculo da língua brasileira - não se pode, por 
exemplo, entender o que venha a ser homicídio sem que se conheça o significado da palavra "alguém", no art. 121 do CP) 
B) Lógica-sistemática: a norma é parte de um todo, e busca a realização da justiça (a lei está inferida em um sistema, um 
ordenamento, e ao interpretá-la não se pode fazer a interpretação de forma isolada, mas sim obedecer todo o sistema e 
tentar extrair dela a sua vontade) 
O professor Guilherme Colen abordou aqui a interpretação lógica (ou teleológica) e a interpretação sistêmica em um 
mesmo item, entretanto o autor Rogério Greco as define de forma separada, sendo a lógica, como dito por Nélson Hungria 
em Comentários ao código penal na página 75, definida como aquela que consiste na indagação da vontade ou intenção 
realmente objetivada na lei e para cuja revelação é, muitas vezes, insuficiente a interpretação gramatical; 
e sistêmica como aquela em que o exegeta analisa o dispositivo legal no sistema no qual ele está contido, e não de forma 
isolada, consiste, segundo Bobbio, em esclarecer uma norma deficiente recorrendo ao chamado "espírito do sistema", 
mesmo indo contra aquilo que resultaria de uma interpretação meramente literal. 
C) Histórica: motivos ocasionais que marcaram efetivamente a gênese da norma (o intérprete, segundo Rogério Greco, 
volta ao passado, ao tempo em que foi editado o diploma que se quer interpretar, buscando os fundamentos de sua 
criação, o momento pelo qual atravessava a sociedade etc., com vista a entender o motivo pelo qual houve a necessidade 
de modificação do ordenamento jurídico,facilitando, ainda, a interpretação de expressões contidas na lei) 
 
3. Quanto ao resultado 
A) Declamatória: não retira e nem acrescenta ideia ou sentido expresso no textos lei, apenas declara a vontade da lei (ex. 
Art. 141, III, do CP ao usar o termo "várias pessoas" para definir quando a pena deve ser aumentada em um terço para os 
crimes de calunia, difamação e injúria; o termo "várias" se refere a três ou mais pessoas, pois quando a lei se contenta com 
apenas duas ela o diz expressamente, como no caso do art. 155, § 4º, da mesma forma que quando exige um mínimo de 
quatro pessoas, como nos artes. 146, § 1º, e 288, utiliza a expressão "mais de três pessoas") 
B) Restritiva: o interprete diminui, restringe o alcance da lei, uma vez que esta, à primeira vista disse mais do que 
efetivamente pretendia dizer, buscando, dessa forma, aprender o seu verdadeiro sentido 
C) Extensiva: o interprete alarga seu alcance, haja vista ter aquela dito menos do que efetivamente pretendia (ex. Art. 130, 
o legislador quis punir quem realmente contagiou alguém, não apenas expôs, ou quando se proibiu a bigamia, o autor, 
claramente, também se referia a poligamia, cabe ao jurista interpretar tal lei de forma correta) 
 
Obs. Ao praticar um crime, não se transgride a lei, e sim a norma (ex. Matar alguém, se age de acordo com a lei, pois as leis 
descrevem de forma completa exatamente a conduta, logo, se age de acordo com sua deformidade) 
 Interpretação analógica: é uma extensão do conteúdo da norma aos casos análogos correspondentes à vontade da lei 
(ex. Art. 28, inc. II CP) - quer dizer que a uma formula casuística, que servira de norte ao exegeta, segue-se uma formula 
genérica, para abranger hipóteses não previstas expressamente pelo legislador, mas que por ele foram também 
desejadas 
 Analogia: aplica-se, por semelhança, a lei à hipótese por ela não prevista (não poder ser aplicada pois vai contra o 
princípio da legalidade) - como o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro que diz que "quando a lei 
for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito". Porém, 
alguns dizem que ela pode ser usada quando favorece o réu. 
 In malam partem (desfavorecer) - segundo Vicente Cernicchiaro e de Roberto Lyra Filho, a analogia malam 
partem "significa a aplicação de uma norma que define o ilícito penal, sanção, ou consagre ocidentaliza 
delicti (qualificadora, causa especial de aumento de pena e agravante) a uma hipótese não contemplada, 
mas se assemelha ao caso típico. Evidentemente, porque prejudica e contrasta o principio da reserva legal, é 
inadmissível". 
 In bonam partem (favorecer) - é viável para que ao interpretarmos a lei penal não se chegue a soluções 
absurdas (ex. O legislador, no art. 181, inciso I, estabelece que fica isento de pena quem pratica qualquer dos 
crimes contra o patrimônio, em prejuízo do cônjuge durante a constância da sociedade conjugal, ou seja, o 
legislador não punirá uma esposa que, sem a autorização do marido, por exemplo, subtraia, sem violência ou 
grave ameaça um bem pertencente ao outro, como uma quantidade de dinheiro, pois considera-se como 
uma situação comum no dia a dia do casal. 
Lei penal no tempo 
 Regra geral: tempus regit actum (princípio da atividade) 
 Princípio da legalidade 
 Direito interromperam (conflito de leis penais no tempo) 
Irretroatividade da norma penal ("nullum crimen, nulla poena sine praevia lege") - As normas que regulam as infrações 
penais não podem modificar-se após as suas execuções, em prejuízo ao cidadão. É isso que traz a segurança jurídica para a 
sociedade. 
Retroatividade da lei mais benigna - Admite-se, no Direito transitório, a aplicação retroativa da lei mais benigna, portanto 
em um conflito do Direito intertemporal, a lei mais benigna ao acusado deve ser aplicada. 
 
Regra Geral: Tempus Regit Actum 
 
A lei penal mais benéfica é a única que tem extra-atividade: é retroativa quando posterior e ultra-ativa quando anterior. 
 
1) Abolitio Criminis (art 2º, caput) - quando uma lei posterior revoga o conteúdo incriminatório da lei anterior (abolição do 
crime). 
 
2) Novatio Legis incriminadora (art 1º) - quando uma lei posterior incrimina determinado ato cometido anteriormente não 
se é aplicada a sanção. Não possui extra-atividade. 
 
3) Novatio Legis in mellius (parágrafo único, art 2º) - quando uma nova lei revoga, em parte, a lei anterior. Ela retroage 
para beneficiar o réu. 
 
4) Novatio Legis in pejus (art 1º) - quando uma lei anterior é aplicada à um ato praticado durante sua vigência (caso ela 
beneficie o réu). Fenômeno da ultratividade. 
 
 A lei nova, editada posteriormente à conduta do agente, poderá conter dispositivos que o prejudiquem ou que o 
beneficiem. Será considerada novatio legis in pejus, se prejudicá-lo; ou novatio legis in mellius, se beneficiá-lo. 
 
Lei penal excepcional e temporária (art. 3º CP) 
 Tempo de vigência pré determinado (os delitos cometidos durante esse período de vigência estão ausentes do direito 
da retroatividade ou ultra-atividade de uma lei anterior ou posterior, mesmo que toque o seu interesse, para beneficiar 
o réu) 
 Auto revogáveis 
 Tempo do crime 
 Teoria da atividade (usada no Brasil) 
 Crimes instantâneos 
 Crimes permanentes e continuados (STF 711) 
Crimes permanentes: Diz-se permanente o crime quando sua execução se prolonga, se perpetua no tempo. Existe uma 
ficção de que o agente, a cada instante, enquanto durar a permanência, está praticando atos de execução. Na verdade, a 
execução e a consumação do delito, como regra, acabam se confundindo, a exemplo do que ocorre com o crime de 
sequestro, previsto no art. 148 do Código Penal. 
Crimes continuados: Ocorre quando, segundo a definição trazida pelo art. 71 do Código Penal, o agente, mediante mais de 
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. Uma ilustração dessa 
situação é quando uma caixa de um super mercado furta várias vezes o estabelecimento, para que não haja uma soma das 
penas dos diversos furtos feitos separadamente, criou-se essa situação, na qual os atos subsequentes devem ser 
considerados como continuidade do primeiro ato, e assim podendo ter sua pena aumentada em razão da continuidade de 
sua ação. 
 
 Súmula nº 771. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
Tempo do crime 
Teoria da atividade: se considera crime no momento de sua ação (ou omissão), usado no no art. 4º do Código penal. 
Teoria do resultado: se considera crime no momento em que há a consumação do crime. 
Teoria da ubiguidade: se considera crime no momento da ação e do resultado. 
 
Lei penal no espaço 
Art. 5º princípio da territorialidade temperada. 
Território por ficção ou extensão: Embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro, onde quer que se encontrem, embarcações e aeronaves brasileiras mercantes ou de propriedade provada, que 
se achem, respectivamente, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente. 
 
Obs. O direito penal tem a força ou um recobramento para desencorajar um cidadão de praticar condutas que a vista da 
lei lesam ou põe em risco de lesão determinado interesse. O direito penal não pune a vontade ou impõe ao cidadão 
valores morais, esse papel é da família, da igreja e de outras instituições. O direito penal é o instrumento do cidadão 
contra os abusos do Estado (por isso quehá a retração da lei quando se beneficia o acusado). 
 
 Princípio da territorialidade 
 Concepção jurídica (território natural e ficto) (art. 5º CP) 
 Lugar do crime -> princípio da ubiguidade ("locus commissi delicti") - Considera-se o lugar do crime tanto o da ação 
quanto o do seu resultado, evitando assim a ausência de punição a crimes praticados a distância. 
 Extraterritorialidade 
 Incondicionada (art. 7º, §1º) - Aplica-se a lei brasileira sem qualquer condicionante, na hipótese de crimes 
praticados fora do território nacional, ainda que o agente tenha sido julgado no estrangeiro. Referem-se a 
crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República, contra o patrimônio ou a fé pública da União, do 
Distrito Federal, de Estado, Território, Município, empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público, contra a administração pública, por quem está a seu serviço, de 
genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Nesses crimes, o Poder Jurisdicional 
brasileiro é exercido independentemente da concordância do país onde o crime ocorreu. 
 Condicionada (art. 7º, inc. II) - Aplica-se a lei brasileira quando satisfeitos certos requisitos, com base nos 
princípios da universalidade, da personalidade, da bandeira e da defesa. Referem-se a crimes que, por tratado 
ou convenção o Brasil obrigou-se a reprimir, praticados por brasileiros, praticados em aeronaves ou em 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade provada, quando em território estrangeiro e aí não 
sejam julgados e quando praticados por estrangeiros contra brasileiro fora do Brasil. Os tratados e convenções 
firmados pelo Brasil e homologados pelo Congresso Nacional ganham status de legislação interna e são de 
aplicação obrigatória. 
 Princípio da nacionalidade ou personalidade ativa ou passiva (art 7º, inc. II, letra B) - Aplica-se a lei penal da 
nacionalidade do agente, pouco importando o local em que o crime foi praticado. O Estado tem o direito de exigir que 
o seu nacional no estrangeiro tenha determinado comportamento. Esse princípio tem como objetivo impedir a 
impunidade de nacionais por crimes praticados em outros países. 
 Princípio da defesa ou proteção (art. 7º, § 3º, inc. I) - Permite a extensão da jurisdição penal do Estado titular do bem 
jurídico lesado, param além de seus limites territoriais, fundamentado na nacionalidade do bem jurídico lesado, 
independentemente do local em que o crime foi praticado ou da nacionalidade do agente infrator. Só assim protege-se 
aqueles bens jurídicos que o Estado considera fundamentais. 
 Princípio da representação (ou da bandeira) (art. 7º, inc. II, letra C) - Aplica-se a lei do Estado em que está registrada a 
embarcação ou a aeronave ou cuja bandeira ostenta aos delitos praticados em seu interior, quando houver uma 
deficiência legislativa ao desinteresse de quem deveria reprimir. 
 Princípio da universalidade (ou cosmopolita) - As leis penais devem ser aplicadas a todos os homens, onde quer que se 
encontrem. 
 O código penal brasileiro adota o princípio da territorialidade e, como exceção, os seguintes princípios: 
 a) real ou de proteção (art. 7, I e § 3º); 
 b) universal ou cosmopolita (art. 7, II, a); 
 c) nacionalidade ativa (art. 7, II, b); 
 d) nacionalidade passiva (art. 7, § 3º); 
 e) representação (art. 7o, II, c). 
 
Conflito aparente de normas 
1. Ocorrência de uma única infração penal (unidade de fato) 
2. Pluralidade de normas identificando o mesmo fato como criminoso 
3. Aparente aplicação de todas as normas 
4. Efetiva aplicação de apenas uma delas 
Princípios que evitam a dupla punição sobre um mesmo fato gerador 
 
Princípio da Especialidade 
A norma especial possui todos os elementos da norma geral, e mais alguns, classificados como especializastes. O tipo 
especial afasta a aplicação da norma geral. A norma especial, sendo ela agravante ou suavizadora, sempre terá prioridade 
sobre a norma geral. Um exemplo é o art. 123 do CP, o infanticídio, nesse caso também há um homicídio, porém, dada as 
circunstancias, o legislador penal decidiu especializá-lo, aplicando uma sanção menor, no caso. 
 
Princípio da Subsidiariedade 
A norma subsidiária descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, ou seja, um fato menos amplo e 
menos grave. Exemplo, expor alguém ao perigo de dano alguém e matar alguém, como um funcionário que trabalha sem a 
proteção adequada, se ele despenca de uma altura considerável, porém, por sorte, cai em um monte de areia e não obtém 
nenhum arranhão, nesse caso, não sofreu lesão corporal, nem morreu, porém a norma subsidiaria, ainda sim, punirá o 
responsável pela segurança do trabalho por expor o trabalhador ao perigo de dano. Anda nesse exemplo, se o trabalhador 
morrer, a pena será a principal, de homicídio, no caso, doloso. Outro exemplo é bater pega e fazer uma manobra que 
exponha os espectadores à vida, como um cavalo-de-pau, mesmo que não haja nenhuma lesão corporal, a exposição ao 
perigo é suficiente para, através de uma norma subsidiária, julgá-lo. 
 
Princípio da Consunção 
O fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação 
ou execução de outro crime. Ao contrário do que ocorre com a relação de especialidade, o reconhecimento da consunção 
depende de uma verificação em cada caso concreto, através da verificação qualitativa dos bens jurídicos violados. Pelo 
princípio da consunção, ou absorção, a norma definidora de um crime constitui meio necessário ou fase normal de 
preparação ou execução de outro crime. A norma consuntiva constitui fase mais avançadas realização da ofensa a um bem 
jurídico. Há consunção quando o crime meio é realizado como uma fase ou etapa do crime-fim. 
 
 Fato típico 
1. Conduta (ação ou omissão) humana, voluntária, dolosa ou culposa. 
2. Resultado (apenas nos crimes materiais). 
3. Nexo causal (apenas nos crimes materiais) - art. 13 do CP (ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido). 
4. Tipicidade -> legalidade (o fato de você encontrar na parte especial do código penal um modelo estabelecido 
previamente como crime e ter uma correspondência com a conduta em questão). 
 Teoria causal (ou naturalista): ação é a inervação muscular, que provoca modificação no mundo externo - culpabilidade 
como vínculo psicológico. O querer do agente ao atuar era irrelevante neste momento. Não se analisava a intenção do 
autor, mas sim a ação, por si só, e o resultado. 
 Teoria finalista da ação: a finalidade constitui a espinha dorsal da ação - culpabilidade normativa. Foi proposta por 
Welzel em 1930 e é utilizada pelo Código Penal brasileiro. O homem, quando atua, seja fazendo ou deixando de fazer 
alguma coisa a que estava obrigado, dirige a sua conduta sempre à determinada finalidade, que pode ser ilícita 
(quando atua com dolo, por exemplo, querendo praticar qualquer conduta proibida pela lei penal) ou lícita (quando 
não quer cometer delito algum, mas que, por negligência, imprudência ou imperícia, causa um resultado lesivo, 
previsto pela lei penal. Aquele que, v.g., almejando chegar a tempo ao batismo de seu filho, imprime velocidade 
excessiva ao seu veículo e, em virtude disso, culposamente, atropela alguém, não atua com o fim de causar dano 
algum. Pelo contrário, a intenção do agente era a melhor possível. Sua finalidade era, como se percebe, 
completamente lícita. Contudo, os meios empregados pelo agente para que pudesse alcançar aquilo que desejava 
inicialmente (chegar a tempo ao batismo de seu filho) é que foram utilizados de maneira inadequada e deram causa ao 
evento lesivo. 
 TeoriaSocial da Ação: não foi citada pelo professor durante as aulas, porém consiste basicamente, conforme dito por 
Daniela de Freitas Marques, em "o conceito jurídico de comportamento humano é toda atividade humana social e 
juridicamente relevante, segundo os padrões axiológicos de uma determinada época, dominada ou dominável pela 
vontade". 
 
 Causas excludentes da ação humana: 
A) Estado de inconsciência (ex. Em um ataque epiléptico o agente agride a pessoa que tentou ajudar, causando uma lesão 
grave na visão de alguém. Vale lembrar que a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos, não exclui a imputabilidade penal, como previsto no art. 28); 
B) Movimentos reflexos (ex. Ao colocar o fio de seu aparelho de som em uma tomada recebe uma pequena descarga 
elétrica e, num efeito reflexo, ao movimentar seu corpo, atinge outra pessoa, causando-lhe lesões, nesse caso não pode-se 
imputar-lhe esse resultado, em face da inexistência de sua conduta, logo, sem a conduta humana dolosa ou culposa, não 
há fato típico, e sem o fato típico não se pode falar em crime. Entretanto, se o movimento reflexo for previsível, é 
imputada ao agente, geralmente, a culpabilidade da sua conduta); 
C) Coação física absoluta (ex. O agente é jogado por uma terceira pessoa de encontro a objeto ou mesmo a outras pessoas, 
vindo com isso, respectivamente, a danificá-los ou a lesioná-las, nesse caso o agente foi apenas um instrumento nas mãos 
do agente coator). 
 
Conduta 
Pode-se imputar dois tipos de conduta a um agente, são elas culposa e dolosa. Entende-se que uma conduta foi dolosa 
quando o agente quer diretamente o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Já a conduta culposa é aquela que dá 
causa ao resultado em virtude da imprudência, imperícia ou negligência do agente. De acordo com o Código Penal, toda 
conduta deve ser considerada dolosa, entretanto se pune a conduta culposa quando houver previsão legal. Para concluir o 
raciocínio, pode-se citar o exemplo de um indivíduo, no interior de uma loja, de forma extremamente imprudente, derruba 
uma prateleira de cristais, embora tenha a obrigação de reparar os prejuízos causados, não estará sujeito a sanção de 
natureza penal, pois no Código Penal só se preveniu a destruição, deterioração ou inutilização de coisa alheia praticada de 
forma dolosa. 
A) Comissiva (positiva) - é quando o agente direciona a sua conduta a uma finalidade ilícita. 
B) Omissiva (negativa) - caracteriza-se omissão, de acordo com René Ariel Dotti, como "a abstenção da atividade 
juridicamente exigida. Constitui uma atitude psicológica e física de não-atendimento da ação esperada, que devia e podia 
ser praticada. O conceito, portanto, é puramente normativo". A ação omissiva ainda pode ser caracterizada de duas 
maneiras distintas, são elas a própria (crimes omissivos puros) e a imprópria (crimes comissivos por omissão). 
Crimes omissivos próprios são aqueles objetivamente descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei 
determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário de qualquer resultado 
naturalístico, como diz Mirabete. Um exemplo de omissão própria é a omissão de socorro por parte de um banhista ao ver 
uma criança se afogar. Já para que uma ação seja consideradaomissiva imprópria é necessário que o agente se encontre na 
posição de garantidor, ou seja, o agente deve ter o dever, legalmente, de cuidado, proteção ou vigilância. O agente deve 
assumir a responsabilidade de impedir o resultado. Um exemplo de uma omissão imprópria é um bombeiro que deixa de 
prestar socorro ou uma mãe que deixou de alimentar a criança e proporcionou, por conta disso, a morte da mesma, ou 
ainda se alguém se põe, espontaneamente, na situação de garantidora de não superveniência de resultado lesivo aquele 
interesse, como um colega que vigia a criança enquanto a mãe vai ao banheiro e a criança se afoga na piscina, por 
negligencia do vigiador. Um último exemplo é a negligencia de um segurança que vê pessoas furtando e não faz nada para 
deter tal ação ele pratica o crime de furto, por omissão. 
 
"Nos crimes comissivos por omissão, o não impedimento do resultado é equipado a causação. Só tem relevância penal, 
pois, a omissão de providência com virtude de impedir o resultado, por quem podia e devia agir nesse sentido, a teor do 
disposto no art 13, §2º, do Código Penal" - STJ 
 
Resultado 
 Material - crimes que exigem necessariamente um resultado. 
 Formal - consumação antecipada, como o sequestro, no art. 159. Ocorre quando a intenção do agente é presumida 
pelo seu próprio ato. Um outro exemplo é a falsificacao da moeda, mesmo que esta não venha a circular. 
 Mera Conduta - descreve tão somente o comportamento, ele sequer faz referência a qualquer resultado advindo da 
conduta, pois o resultado é indiferente. Um exemplo é a violação de domicílio. 
 
Nexo de causalidade 
No Código Penal há previsões de infrações denominadas de crime de mera conduta, os quais se consumam com a simples 
realização de um comportamento. Outras vezes, ao contrário, o código engloba, na sua descrição, a conduta humana e 
consequência por ela produzida, isto é, o resultado. 
 Teoria da Equivalência das Condições 
 Aplicável somente aos crimes materiais 
 Não há distinção entre causa e condição 
 Todo fato - seja ou não atividade humana - que contribui, de alguma forma, para a ocorrência de resultado é 
causa desse evento. Causa, para essa teoria, é a soma de todas as condições, consideradas no seu conjunto, 
produtoras de um resultado. 
 Juízo hipotético de liminação 
 Limitações do alcance da teoria: A cadeia causal, aparentemente infinita sob a ótica puramente naturalista, será 
sempre limitada pelo dolo ou pela culpa. 
Concausas 
 Absolutamente independentes: condições que, de forma absolutamente independente, causam, o resultado que se 
analisa. Preexistentes, concomitantes ou supervenientes à conduta do agente. As concausas, quais quer delas, podem 
ser constituídas por outras condutas ou por um fato natural. 
 Relativamente independentes: auxiliam ou reforçam o processo causal inciado pelo comportamento do sujeito. 
Superveniente, concomitantes e preexistentes. 
 Relativamente independente concomitante 
 Relativamente independente superveniente: (paragrafo 1, do art. 13 CP) 
 Absolutamente dependentes 
Tipo e tipicidade 
Cada tipo possui características e elementos próprios que os distinguem uns dos outros. 
 Juízo de tipicidade: operação intelectual de conexão entre a infinita variedade de fatos possíveis da vida real e o 
modelo típico descrito em lei. 
Funções do tipo: 
A) Função indiciária: traz um indício de ilicitude 
B) Função de garantia 
 Bem jurídico: constitui a base da estrutura e interpretação do tipo 
 Elementos estruturais do tipo: 
A) Elementos objetivos/descritivos 
B) Elementos normativos: são aqueles cuja compreensão é insuficiente desenvolver uma atividade cognitiva. Não 
descrevem o natural, mas implicam um juízo de valor. Ex. "sem justa causa", "ato obsceno, ato libidinoso, decoro, etc." 
C) Elementos subjetivos: pertencem ao campo psíquico e ao mundo de representação do autor: dolo + especiais fins de 
agir 
 
Tipo objetivo: é composto por um verbo, e elementos secundários, tais como objeto da ação, resultado, nexo causal, 
autor, etc. 
 Sujeito ativo - é aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo. De uma forma geral, em crimes comuns, o 
legislador não aponta o sujeito ativo, afinal a maioria deles podem ser praticados por qualquer pessoa. Porém quando 
o delito é próprio, surge-se a necessidade de designar o sujeito ativo, pois trata-se de uma ação que só pode ser 
praticada por um certogrupo de pessoas em virtude de determinadas condições pessoais. Um exemplo é o art. 312 do 
Código Penal, no qual define-se o funcionário público como sujeito ativo do crime de peculato. Vale ressaltar que 
apenas o ser humano pode ser considerado sujeito ativo., a pessoa jurídica não comete crime, pois quem os pratica são 
seus sócios, diretores e afins (como visto em TGD, há, entretanto, na Constituição Federal, mais precisamente no §3º 
em seu art. 225, uma ressalta que caracteriza pessoas físicas como infratoras em relação a condutas e atividades lesivas 
ao meio ambiente; existe também a Lei nº 9.605, de 1998 que decorre sobre o assunto afirmando que a pessoa jurídica 
pode ser responsável penalmente, o que foi devidamente esclarecido pelo STJ em 2005 afim de dar uma aplicação 
efetiva a tal lei, todavia há um debate grande em relação a essa culpabilidade da pessoa jurídica que é extenso e 
indiferente para nosso estudo, por agora, principalmente por este se tratar de um mero resumo feito na madrugada 
por um aluno). 
 Sujeito passivo - existem dois tipos, são eles formal e material. Entende-se que o Sujeito Passivo Formal como o Estado, 
que sofre todas as vezes que suas leis são desobedecidas. Já o Sujeito Passivo Material é o titular do bem ou interesse 
juridicamente tutelado sobre o qual recai a conduta criminosa, que em alguns casos, poderá também ser o Estado. Um 
exemplo, no Código Penal, de uma passagem que aborda o sujeito passivo é o caso do estupro de vulnerável, previsto 
no caput do art. 217-A. Nesse caso o sujeito passivo será sempre o menor de catorze anos. Entretanto há situações na 
qual não se aponta o sujeito passivo, permitindo assim que qualquer pessoa seja detentora desse status. 
 Bem jurídico - é o bem protegido pela lei penal. 
 Objeto material - é a pessoa ou a coisa contra a qual recai a conduta criminosa do agente. No furto, por exemplo, o 
objeto será a "coisa alheia móvel", enquanto no homicídio, o objeto será o corpo humano e assim por diante. É 
importante não confundirmos objeto material com objeto jurídico, esse é o bem juridicamente tutelado pela lei penal. 
Por exemplo, no crime de estupro de vulnerável, o menor de 14 anos é o objeto material do crime, enquanto a 
dignidade sexual é o objeto jurídico. Há alguns crimes que não possuem um objeto material, como dito por Luiz Regis 
Prato "o objeto material não é uma característica comum a qualquer delito, pois só tem relevância quando a 
consumação depende de uma alteração da realidade fática". 
 Resultado 
 Nexo causal 
Tipo doloso 
Dolo é a consciência e a vontade de realização do tipo objetivo de injusto doloso. Entretanto, não se pode confundir 
desejo com vontade. Um sobrinho, herdeiro de seu tio, que o aconselha a fazer várias viagens de avião na esperança de 
que o mesmo sofra um acidente e morre não pode ser responsável caso tal fatalidade ocorra. Podemos dizer que a 
vontade constitui o motor de uma atividade humana capaz de dominar os cursos causais, enquanto o desejo não passaria 
de uma atitude emotiva carente de toda eficácia na configuração do mundo exterior, como dito por Patricia Laurenzo 
Copello. Conclui-se então que faltando consciência ou vontade descarta-se o crime doloso. 
Existem quatro teorias do dolo, no entanto o Código Penal adota apenas duas (são elas a da vontade e a do assentimento). 
Sendo assim, age dolosamente, de acordo com a nossa lei penal, aquele que, diretamente, quer a produção do resultado, 
bem como aquele que, mesmo não o desejando de forma direta, assume o risco de produzi-lo. 
 
Compreende: 
 Elemento subjetivo geral (dolo) 
 Elemento subjetivo especial (dolo + especiais fins de agir) 
Espécies de dolo: 
 Direto - quando o agente quer, efetivamente, cometer a conduta descrita no tipo, conforme preceitua a primeira parte 
do art. 18, I, do código Penal. O agente pratica a sua conduta dirigindo finalisticamente à produção do resultado por ele 
pretendido inicialmente. O dolo direto é também conhecido como dolo por excelência, pois quando falamos em dolo, é 
o direto que nos vem à mente primeiro. Cezar Roberto Bitencourt defende que o dolo direto ainda pode ser dividido 
em dolo direto de primeiro e de segundo grau, sendo "o dolo direto em relação ao fim proposto e aos meios escolhidos 
é classificado como de primeiro grau, e em relação aos efeitos colaterais, representados como necessários, é 
classificado como de segundo grau". Para entender melhor, podemos exemplificar o dolo direto de primeiro grau a um 
indivíduo que, adquirido de uma pistola e por meio de emboscada, atira em seu desafeto, matando-o; enquanto o dolo 
direto de segundo grau (ou mediato) pode ser ilustrado quando um terrorista internacional explode um avião no qual 
seu alvo, uma autoridade política, se encontra e acaba, por consequência de seu ato, por matar outras pessoas que 
estavam abordo do avião, nesse caso houve o dolo direto de primeiro grau na morte da autoridade pública, porém 
houve também o dolo direto de segundo grau na morte dos demais presentes. 
 Indireto - pode ser dividido em alternativo e eventual. Pode-se afirmar que o dolo indireto alternativo é um misto de 
dolo direto com dolo universal. É quando, por exemplo, uma pessoa dispara contra 2 de seus desafetos na intenção de 
ferir ou matar um dos dois. Anda pode-se caracterizar o dolo alternativo em objetiva, quando o dolo disser a respeito 
ao resultado, e subjetiva, quando sereferir à pessoa a contra qual o agente dirige sua conduta. Já o dolo eventual se 
caracteriza quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agor e, 
com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele ja havia sido previsto e aceito. Na teoria o dolo eventual 
nos parece simples, porém não se pode identificar a vontade do agente, diferentemente do dolo direto, e isso leva 
Bustos Ramírez Malarée a concluir que, na verdade, o dolo eventual não passa de uma espécie de culpa com 
representação, punida mais severamente. 
 art. 18, inc I, § único. 
 
Tipo culposo 
Culpa: é a inobservância do dever objetivo de cuidado manifestada numa conduta produtora de resultado involuntário - 
não querido -, embora objetivamente previsível. 
 No tipo doloso é punida a conduta dirigida a um fim ilícito; no tipo culposo pune-se a conduta mal dirigida. 
Elementos: 
* Comportamento humano voluntário 
A) Inobservância do cuidado objetivo 
B) Produção de resultado involuntário 
C) Nexo causal 
D) Possibilidade da previsão do resultado 
E) Tipicidade 
 
Elemento subjetivo -> geral/especial 
 Elementos subjetivos especiais: inserção na dimensão subjetiva dos crimes dolosos de determinadas características 
psíquicas complementares do dolo, sob a forma de intenção ou tendências especiais. (Especial fim de agir) 
 
 Modalidades de culpa: 
 Inconsciente ou sem representação. 
 Consciente ou com representação. 
 
 Tipos culposos: Tipos abertos que devem ser complementados por uma valoração jurídica. 
 A definição da culpa se concretizam em normas jurídicas, regras profissionais e dados da experiência humana. 
 Concorrência e compensação de culpas. 
 
 Crimes preterdolosos ou preterintencional (ou qualificado pelo resultado): É um misto de dolo e culpa numa mesma 
conduta. Há um comportamento inicial que busca a produção de determinado resultado a título de dolo, atuando com 
consciência e vontade de produzir determinada lesão a determinado interesse. Todavia o resultado vai além da 
vontade do agente e ele acaba produzindo um resultado mais grave, não querido, embora previsível. (Ex. Art 129 §3º 
do CP) 
 
 Crime consumado: quando o tipo está inteiramente realizado, como previsto na norma 
 Consumação nos crimes: Materiais: são crimes que exigem a produção do resultado nele descrito. 
 Formais: encontra-se a descrição de uma conduta e um resultado, todavia são crimes em que pela forma que 
estão redigidos o legislador, de forma afoita, antecipou a sua consumação a fase subsequente a realização da 
ação, independente de conseguir-se o resultado, um exemplo é a extorsão mediante sequestro. Exige a prática 
da conduta e não o resultado. Os crimes formais não admitem a tentativa deles. 
 De mera conduta: A consumação se dá logo apos o resultado. Ele se quer faz referência ao resultado. Um 
exemplo é o entrar em casa alheia. Só de entrar, já se é previsto um crime, não ha resultado. 
 Permanente: É aquele crime em que a consumação se delonga permanentemente, como o sequestro. No 
exemplo do sequestro, a policia não precisa de mandato para adentrar um possível cativeiro, pois se trata de um 
crime permanente, diferentemente dos crimes instantâneos como o furto (se a polícia descobre o local no qual 
uma bicicleta furtada, ela precisa de um mandato, pois o furto se trata de um crime instantâneo, consumado na 
hora do furto). 
 Habituais: Só se caracterizam se houver a habitualidade daquela conduta. Um exemplo é manter uma casa de 
prostituição. 
 Culposos: Se consumam com a produção do resultado. 
 Preterdolosos: Se consuma da mesma forma que o culposo, e também não admite a tentativa. 
 "Inter criminis" e tentativa: 
1. Cogitação 
2. Atos preparatórios 
3. Atos de execução 
4. Consumação 
 Tentativa: realização incompleta do tipo objetivo 
 Juízo de tipicidade indireto 
 Elementos 
 Início dos atos de execução 
 Não consumação por 
 Tentativa 
 Perfeita 
 Imperfeita 
 
 Desistência voluntária - amandono dos atos de execucao, ele voluntariamente desiste de proseguir, o agente pensa: 
"posso, mas não quero", enquanto que na tentativa se pensa "quero, mas não posso". 
 Arrependimento eficaz - quando o agente causador de qualquer dano a um bem juridico toma uma nova acao que tem 
como finalidade a evitacao eficaz do resultado. Um exemplo é quando uma esposa envenena o marido e depois dá o 
antídoto, ou o leva para o hospital, e tal correção é essencial para "consertar" o que se fez. 
 Crime impossível (art. 17 do Código Penal) - ocorre quano há ineficácia de meio e impropriedade absoluta do objeto(o 
objeto de um crime é a pessoa ou a coisa sob a qual recaia conduta criminosa, por exemplo, no homicídio o objeto 
material é o corpo com vida). Não se pune nem mesmo a tentativa quando o agente que tentar praticar o crime se 
valer de um meio absolutamente imprestável para a produção do dano ao interesse tutelado pela norma. 
A realização de toda ação prevista em um tipo penal de ação dolosa ou culposa sera antijurídico enquanto não 
concorrerem uma causa dejustificação 
 Causas de justificação: excludentes de ilicitude (art. 23 CP) 
 Estado de necessidade: 
 Requisitos: 
 Perigo atual e inevitável 
 Direito próprio ou alheio 
 Cujo sacrifício não era razoável exigir-se 
 Inevitabilidade do perigo 
 Inexistência do dever de evitar o perigo 
 Conhecimento da situação de perigo 
 Legítima defesa (tem de haver todos esses critérios): 
 Agressão injusta ou ilícita atual ou iminente (a qualquer bem, seja ele a vida ou a honra, por exemplo); 
 Direito próprio ou alheio 
 Meios necessários 
 Emprego moderado 
 Conhecimento da situação 
 Estado de necessidade 
 
 Perigo atual e inevitável 
 Direito próprio ou alheio, cujo sacrifício não era razoável exigir-se. 
 Não provocado por vontade do agente. 
 Ciência da situação fática 
 Inexistência do dever de evitar o perigo (exemplo do garantidor) 
 Um meio menos gravoso 
 
 Exercício regular do direito 
 Deve ser der a existência de um direito em lei em que o agente o cumpre em seus limites 
 Não existe homicídio no estrito cumprimento do dever legal. 
 Art. 23, § único 
 
 O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso: 
 Doloso 
 Culposo 
 Culpabilidade 
 Imputabilidade (amadurecimento psicologico do agente que o permite ser culpado) 
 Potencial Consciência da Ilicitude 
 Exigibilidade de conduta diversa 
 Causas de exclusão da imputabilidade 
 Doença mental, desenvolvimento incomoleto ou retardado (art. 26, CP) 
 Menoridade (art. 27 CP) 
 Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior 
 
 Embriaguez 
 
 Capacidade diminuida (art. 26, § único) 
 "Actio libera in causa" - teoria que permite a atribuição de responsabilidade penal ao agente mesmo que ele durante 
ou no momento da ação não tenha capacidade de discernimento, desde que na causa ele seja livre para discernir. Ele 
tinha discernimento, não na acao, mas na causa. 
 Art. 28 CP (não se exclui a imputabilidade penal) 
 I - a emoção e a paixão 
Potencial conhecimento da Ilicitude 
Possibilidade de o agente conhecer o caráter ilícito de sua conduta - consciência potencial (não real) da ilicitude. Basta que 
o autor tenha base suficiente para saber que o fato praticado está juridicamente proibido e que é contrário as normas 
elementares que regem a convivência. 
 Erro de proibição (erro sobre a ilicitude do fato) 
 Art. 21 CP 
 Inevitável ou escusável 
 Evitável ou inescusável 
 Erro deproibição 
 Direto 
 Indireto 
Exigibilidade de conduta diversa (art 22 CP) 
Coação moral irresistível: "Frente a dois resultados indesejáveis, deve optar por um deles" (art 22, §1ª parte) 
 Coator, coato e vítima 
Obediência hierárquica ou devida (art. 22, 2ª parte) 
Relação de subordinação hierárquica fundada no Direito Público (excluem-se as subordinações domésticas e privadas) 
 Ordem de acordo com as formalidades legais e não manifestamente ilegal - estrita obediência da ordem 
 
Segunda e Terça às 17:00 - aula de reforço 
Prova 28 de maio 
Matéria da prova: 
Tipo penal culposo, doloso, praeter doloso, ilicitude e suas causas de exclusão 
Porque se diz que a responsabilidade criminal é sempre subjetiva. 
Pois é uma responsabilidade que sempre deriva de um comportamento produzido de forma culposa o dolosa. 
Responsabilidade subjetiva e objetiva: lembrar do exemplo do hospital e do dono (mãe que morre quando cai com um 
cilindro desprendido na cabeça) 
O crime preterdoloso admite tentativa? Não, pois o resultado não é querido. 
Qual a teoria adotado pelo co na dinicao do doente mental? O criterio biopsicologico. 
 
 
 
Matéria da prova 1 
 Conceito material e formal de crime 
 Conceito de bem jurídico 
 Princípios penais (legalidade, etc...) 
 Aplicação da lei penal no tempo 
 Aplicação da lei penal no espaço 
 Lugar do crime 
 Interpretação da norma penal 
 Conflito aparente de normas 
Questões de simulação da avaliação: 
1. A lei penal temporária, após o encerramento do seu período de vigência, pode ultra-agir em desfavor do 
cidadão? Fundamente a resposta utilizando vocabulário jurídico. 
2. Qual a teoria adotada pelo código penal para definir o lugar do crime? Explique. 
3. Estabeleça uma relação entre "bem jurídico penal" e o Direito penal como "ultima ratio". 
Respostas: 
1. Sim, pois por se tratar de uma lei penal temporária, pode-se concluir que os crimes cometidos no período de sua 
vigência devem ser julgados de acordo com o que é previsto em tal norma, não haverá, consequentemente, 
nenhum tipo de extra atividade da lei, seja ela para beneficiar ou prejudicar, de qualquer maneira, o agente. 
2. O princípio adotado é o da ubiguidade. No qual se tem como local do crime onde se praticou a ação e o local em 
que os efeitos daquela ação se realizaram. 
3. O bemjurídico penal é aquele que, por sua importância, deve ser protegido pelo Código Penal. Pode-se citar 
como exemplos de bem jurídicos penais a honra e a vida. O Direito Penal como ultima ratio caracteriza o dever 
que o operador do direito tem de recorrer ao Direito Penal e suas penas como última alternativa para a solução 
de um fato social. O Direito Penal deve proteger aquele considerado bem jurídico penal apenas quando os 
outros ramos do Direito não se fazem suficientes.

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