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FFSC III SARTRE Jean Paul Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês. Nasceu em1905 , no dia 21 de Junho em Paris, conhecido como representante do existencialismo. 1924 - Sartre matricula-se na Escola Normal Superior, em Paris. Lá conhece Simone de Beauvoir, com quem se relacionará por toda vida. 1933 - Ele é apresentado à fenomenologia de Husserl por Raymond Aron. 1943 - Publica O ser e o Nada, sua obra mais famosa. 1945 - Sartre dissolve Socialismo e Liberdade e funda, com Merleau-Ponty, a revista Les Temps Modernes. 1964 - Recusa o Nobel de Literatura. 1980 - Morre em 15 de abril. B io g ra fi a Baseado principalmente na fenomenologia de Husserl e em 'Ser e Tempo' de Heidegger, o existencialismo sartriano procura explicar todos os aspectos da experiência humana. A maior parte deste projeto está sistematizada em seus dois grandes livros filosóficos: O ser e o nada e Crítica da razão dialética. Pensamentos O Existencialismo de Sartre A VIDA É ENTENDIDA COMO UM PROJETO QUE SE REALIZA PELAS ESCOLHAS Para Sartre, o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo e que, só depois, se define. O homem, tal como concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só será depois e será tal como se fez. Sartre disse que: "O existencialismo é um humanismo", quer dizer que o existencialismo toma como ponto de partida o ser humano. O existencialismo de Sartre é ateu. Ele afirma que o homem é um projeto e é responsável pelo que é. O Homem cria sua moral. Quando uma pessoa está na frente de uma encruzilhada, não se tem nada e só pode confiar em seus próprios extintos. Uma ética sartriana pode se basear em dois princípios: Compromisso e Desamparo Realidades de sartre O Em-si O mundo é povoado de seres Em-si. São objetos existente no mundo e que possui uma essência definida. Um lápis, por exemplo, é criado para suprir uma necessidade: a escrita. É importante postular que a forma como Sartre entende aquilo que ele batiza de "Em-si" (termo emprestado de Hegel) é diferente daquilo que outros pensadores da existência, como Heidegger, compreendem. Um ser Em-si não tem potencialidades nem consciência de si ou do mundo. Ele apenas é. Os objetos do mundo apresentam-se à consciência humana através das suas manifestações físicas. Existencialismo Sartre O b je to O Para-si A consciência humana é um tipo diferente de ser por possuir conhecimento a seu próprio respeito e a respeito do mundo. É o Para-si que faz relações temporais e funcionais entre os seres Em-si e, ao fazer isso, constrói um sentido para o mundo em que vive. O Para-si não tem uma essência definida. Ele não é resultado de uma idéia pré- existente. Como o existencialismo sartriano é ateu, ele não admite a existência de um criador que tenha predeterminado a essência e os fins de cada pessoa. É preciso que o Para-si exista, e durante essa existência ele define, a cada momento o que é sua essência. Cada pessoa só tem como essência imutável, aquilo que já viveu. Liberdade O que é ser humano? Sartre defende que o homem é livre e responsável por tudo que está à sua volta. Dizia: "Somos inteiramente responsáveis por nosso passado, nosso presente e nosso futuro". “Cada um é determinado pelo ambiente e pelas circunstância... Mas tenho liberdade de mudar minha vida deste momento em diante”. Nada me compele a manter esta essência, que só é conhecida em retrospecto. Podemos afirmar que meu ser passado é um Em-si, possui uma essência conhecida, mas essa essência não é predeterminada. Ela só existe no passado. Sonhamos em ser pessoas que realizaram todas as suas potencialidades, todos os projetos. Um ser que realizou tudo o que podia esgota suas potencialidades, tornar-se um Em-si. Isso irá acontecer quando morrermos. Sartre diz que o projeto fundamental é tornar-se um ser que já realizou tudo, mas preservando sua consciência, um ser Em-si-Para-si. Tal ser corresponde à noção que temos de Deus, um ser completo, sem limitações e com todas as suas potencialidades já realizadas, mas ainda consciente de si e do mundo. “O homem é um ser que projeta tornar-se Deus". Há ocasiões em que a consciência de nossa liberdade é tão forte é não podemos ignorá-la. Essa é a experiência que Sartre chama de "Angústia" É se dar conta de que você depende de sí mesmo, que é o único que pode controlar seu comportamento. Angústia Cada escolha carrega consigo uma responsabilidade. Se escolho ir a algum lugar, falar alguma coisa, escrever um artigo, tenho que ter consciência de que qualquer conseqüência desses atos terá sido resultado de minha própria escolha. Não posso atribuir a responsabilidade por estes atos a nenhuma força externa, ao destino ou a Deus. Responsabilidade Eis a essência da responsabilidade: “Eu, por minha vontade e escolha, ajo no mundo e afeto o mundo todo. Ser livre é ser responsável”. Segundo Sartre, a má-fé é uma defesa contra a angústia e o desalento, uma defesa equivocada. Renunciamos à nossa liberdade escolhendo o que nos afastam do projeto fundamental, atribuindo conformadamente estas escolhas a fatores externos, ao destino, a Deus, aos astros, a um plano sobre humano. Sartre também considerava a idéia freudiana de inconsciente como um exemplo de má-fé. A Má-fé A angústia existencial decorre da consciência que “as escolhas definem o que você é ou se tornará”. O desalento é a constatação de que nada existe fora de nós que define nosso próprio futuro. Apenas nossa liberdade. É possível mentir para nós mesmos? Todos os casos de má fé são tentativas de negar a própria liberdade com o objetivo de se esquivar da responsalidade que ela traz. Quem age de má fé sabe que está se enganando e ao mesmo tempo praticamente se convence de que não é responsável pelo que faz. A filosofia sartreana foi vista por muitos como uma filosofia nociva aos valores da sociedade e à manutenção da ordem. Seria uma filosofia contra a humanidade. Razões para que toda sua obra foi incluída no index de obras proibidas pela igreja católica. Críticas No meio acadêmico, o existencialismo foi criticado por tratar exclusivamente de questões ontológicas, e por sua defesa da autodeterminação. O existencialismo seria uma filosofia excessivamente preocupada com o indivíduo, sem levar em conta os fatores socioeconômicos, culturais e os movimentos históricos coletivos que, segundo o marxismo e o estruturalismo, determinam as escolhas e diminuem a liberdade individual. Em resposta, Sartre fez alterações ao seu sistema, e escreveu "A crítica da razão dialética" como tentativa de compatibilizar o existencialismo ao marxismo. Conclusão A filosofia de Sartre é uma "Filosofia do absurdo". E a náusea que produz o sentido das coisas é um modo de expressar a profunda frutração que se experimenta perante a deficiência do em-si e do para-si Por outro lado, se não há valores, se tudo depende do sentido que cada um dá as coisas, então a teoria Sartreana não pode apresentar-se como uma verdade com validez para todos, e não haveria razão nenhuma para manter a exploração. Fim. Referências: MOUTINHO, L.D.S. Sartre: psicologia e fenomenologia. São Paulo: Brasiliense, 1995a. http://plato.stanford.edu/entries/sartre/ https://psicologado.com/abordagens/humanismo/existencialismo-jean-paul-sartre http://www.paradigmas.com.br/index.php/revista/edicoes-01-a-10/edicao-09/194-o-conceito-de-homem-na-visao-de-sartre http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/10751/8443
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