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NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 1 TEORIA MUSICAL N O Ç Õ E S E L E M E N T A R E S A música na Bíblia e o papel do músico ao ministrar louvores à Deus Introdução ao Ritmo, Percepção rítmica com solfejo de Pozzoli • Solfejo melódico de Bona Conceitos pedagógicos com apoio bíblico para a formação de Músicos Espirituais Estudos avançados para análise em grupo: Regência, Musicalização e Orquestração Apresentação dos instrumentos musicais e Bibliografia DISTRIBUIÇÃO LIVRE Página 2 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Versão desta compilação: 21/03/2014 Envie sugestões por e-mail: faleconosco@escolinhamusical.com.br Nome: Comum Congregação: Telefone: A VENDA OU COMERCIALIZAÇÃO É EXPRESSAMENTE PROIBIDA Fica totalmente livre a realização de cópias totais ou parciais, reprodução de qualquer modo, fotocópias & xerox, distribuição na internet & meios eletrônicos, compartilhamento em redes sociais, gravação ou outros meios. Faça o download de versões atualizadas no seguinte endereço web: http://www.escolinhamusical.com.br (Contém os arquivos PDF da apostila, provas de avaliação, grupos/fichas/calendários). Tamanho estimado: 25 MBytes http://www.escolinhamusical.com.br/download/apostila-de-teoria-suporte-multimidia.zip (Contém plano de organização de grupos, fichas, guias auditivos, vídeos e utilidades). Tamanho estimado: 700 MBytes NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 3 Apresentação O conceito pedagógico desta apostila livre tem o objetivo de formar músicos eruditos com atenção ao caráter cristão, para isto, o conteúdo é totalmente intuitivo e o cunho didático inspirador, usando definições teóricas para orientar, instruir e enfatizar ao candidato todas as atividades comuns que fazem parte do dia-a-dia de um músico espiritual na Congregação Cristã. Especialmente no prefácio (página 8 à 11), o apoio bíblico está presente para orientá-lo sobre o papel do músico na Igreja, que escolhe dedicar-se neste ministério para fazer Louvor com amor e dar respostas fiéis à grandeza de DEUS. Este curso tem noções elementares para a formação de músicos não-profissionais. Papel do músico na Congregação Cristã O Louvor deve ter como alvo principal a Glória de DEUS, para alcançarmos isto, a espiritualidade do músico é fundamental para fazer esta música. Por isto, na Congregação Cristã, cabe aos músicos repetir as notas musicais como se os instrumentos musicais estivessem cantando a parte coral, isto é, a melodia; mas com menor intensidade de som em relação às vozes de canto da irmandade. Esta nova proposta de curso de música desperta a importância da consciência de como devemos usar a arte musical para manifestar bons sentimentos em santificação e Louvor a DEUS. Para isto, no fim de cada módulo está proposto um capítulo chamado ‘Estudo’ para leitura e análise em grupo (professor e alunos). Aprender a música merece tempo disponível, dedicação, concentração, muito estudo e trabalho para adquirir conhecimentos sólidos de teoria musical, pulsação rítmica, expressão musical e divisão de tempos para aplicar tudo isto nas lições dos métodos de seu instrumento musical e, principalmente, no hinário. Leia antes de começar Antes de começar a usá-lo, faça a leitura completa deste livro, isto vai te trazer alguns aprendizados e determinar desde já o seu perfil musical por toda a sua vida. Estão propostas leituras bíblicas e dicas de comportamento para sabermos estar diante de DEUS e como ofertar à ELE um Louvor sincero e puro. Sr. Professor Para ter sucesso, oriente os alunos com total respeito, igualdade e carinho. Proponha este formato ao grupo de instrutores & professores para ter produtividade e organizar o curso na formação de músicos espirituais. O aluno que se dedica vai seguir o seu exemplo e vai aprender com as suas reações verbais e atitudes dentro e fora do convívio com a orquestra; esteja sempre com a mais alta comunhão com DEUS para orientar todos que precisarem de um apoio ou correção. O aluno que você ensina hoje vai usar um instrumento musical para louvar a DEUS do seu lado na orquestra da Congregação Cristã. Sorria sempre e bom trabalho! Página 4 Sumário Pesquise facilmente usando o índice. PREFÁCIO ..................................................................................................................................................................... 8 ESTUDO: DEDIQUE-SE COM ZÊLO............................................................................................................................................................................. 11 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA .................................................................................................................................... 13 O MINISTÉRIO DA MÚSICA NA BÍBLIA ...................................................................................................................................................................... 13 SALMOS, HINOS E CÂNTICOS ESPIRITUAIS................................................................................................................................................................ 17 MÚSICA ...................................................................................................................................................................... 20 ESTUDO: O PAPEL DO MÚSICO NAS IGREJAS............................................................................................................................................................ 22 O QUÊ É TEORIA MUSICAL?....................................................................................................................................................................................... 24 PROPRIEDADES DO RITMO ........................................................................................................................................................................................ 26 Pulso ........................................................................................................................................................................................................ 26 Acento métrico ...................................................................................................................................................................................... 26 Desenho rítmico .................................................................................................................................................................................... 26 Andamento ............................................................................................................................................................................................ 26 SOLFEJO ..................................................................................................................................................................................................................... 27 FIGURAS DE VALOR.................................................................................................................................................................................................... 29 Outro exemplo da hierarquia de valores proporcionais:.............................................................................................................. 29 Regras de grafia .................................................................................................................................................................................... 33 Percepção rítmica ................................................................................................................................................................................. 34 Solfejar figuras musicais...................................................................................................................................................................... 35 ESTUDO: HISTÓRIA DA MÚSICA & ORQUESTRA ....................................................................................................................................................... 36 PERCEPÇÃO RÍTMICA: POZZOLI................................................................................................................................ 46 MÓDULO 1 ................................................................................................................................................................. 63 A MÚSICA E OS SEUS ELEMENTOS............................................................................................................................................................................. 63 Melodia ................................................................................................................................................................................................... 63 Harmonia ............................................................................................................................................................................................... 63 Ritmo ....................................................................................................................................................................................................... 63 SOM............................................................................................................................................................................................................................ 64 CARACTERÍSTICAS DO SOM.................................................................................................................................................................................... 65 Altura....................................................................................................................................................................................................... 65 Duração .................................................................................................................................................................................................. 65 Intensidade ............................................................................................................................................................................................ 65 Timbre ..................................................................................................................................................................................................... 66 NOTAS MUSICAIS....................................................................................................................................................................................................... 66 LINHAS SUPLEMENTARES .......................................................................................................................................................................................... 67 CLAVES....................................................................................................................................................................................................................... 68 Clave de Sol ............................................................................................................................................................................................ 68 Clave de Fá ............................................................................................................................................................................................. 69 Clave de Dó ............................................................................................................................................................................................ 70 Clave dos instrumentos musicais ...................................................................................................................................................... 71 COMPASSO ................................................................................................................................................................................................................ 71 Barra de compasso ............................................................................................................................................................................... 71 Barra dupla ............................................................................................................................................................................................ 71 Barra final............................................................................................................................................................................................... 72 TEMPOS DO COMPASSO ......................................................................................................................................................................................... 72 NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 5 UNIDADES DE TEMPO E COMPASSO ..................................................................................................................................................................... 72 COMPASSO SIMPLES ............................................................................................................................................................................................... 73 COMPASSO COMPOSTO.......................................................................................................................................................................................... 77 Compassos correspondentes ............................................................................................................................................................. 80 FÓRMULA DE COMPASSO ......................................................................................................................................................................................... 82 FERMATA.................................................................................................................................................................................................................... 82 LIGADURA .................................................................................................................................................................................................................. 82 Ligadura de valor ou prolongamento .............................................................................................................................................. 83 Ligadura de expressão ou portamento............................................................................................................................................ 83 Ligadura de frase .................................................................................................................................................................................. 83 Interpretação ......................................................................................................................................................................................... 83 MARCAÇÃO DE COMPASSO (SOLFEJO) ................................................................................................................................................................ 84 INTRODUÇÃO AO MÉTODO “BONA” ........................................................................................................................................................................ 84 ESTUDO: AS VOZES.................................................................................................................................................................................................... 88 MÓDULO 2 ................................................................................................................................................................. 92 TOM E SEMITOM ........................................................................................................................................................................................................ 92 Tipos de semitom .................................................................................................................................................................................. 92 SINAIS DE ALTERAÇÃO: ACIDENTES .......................................................................................................................................................................... 93 Acidentes fixos....................................................................................................................................................................................... 94 Acidentes ocorrentes............................................................................................................................................................................ 94 Acidentes de precaução ...................................................................................................................................................................... 95 PONTO DE AUMENTO................................................................................................................................................................................................ 95 Ponto simples ........................................................................................................................................................................................ 95 Ponto duplo ........................................................................................................................................................................................... 95 Ponto triplo ............................................................................................................................................................................................ 95 PONTO DE DIMINUIÇÃO: STACCATO ........................................................................................................................................................................ 96 Staccato simples ................................................................................................................................................................................... 96 Recomendado para aplicar com pouca frequência nos ensaios musicais na CCB................................................................. 96 Staccato ligado ou portato................................................................................................................................................................. 96 Não recomendado para aplicar nos ensaios musicais na CCB. .................................................................................................. 96 Staccato seco ou martelato................................................................................................................................................................ 96 Não recomendado para aplicar nos ensaios musicais na CCB. .................................................................................................. 96 LEGATO ...................................................................................................................................................................................................................... 97 INTERVALOS ............................................................................................................................................................................................................... 97 ESTUDO: NOÇÕES DE REGÊNCIA............................................................................................................................................................................... 99 MÓDULO 3 ............................................................................................................................................................... 106 COMPASSOS MISTOS...............................................................................................................................................................................................106 CONTRATEMPOS......................................................................................................................................................................................................106 SÍNCOPA ..................................................................................................................................................................................................................107 QUIÁLTERAS ............................................................................................................................................................................................................107 TERMINAÇÕES .........................................................................................................................................................................................................108 Terminação masculina......................................................................................................................................................................108 Terminação feminina ........................................................................................................................................................................108 ESTUDO: ETIQUETA DO MÚSICO .............................................................................................................................................................................109 MÓDULO 4 ............................................................................................................................................................... 113 DESENHOS RÍTMICOS ..............................................................................................................................................................................................113 Ritmo: tético.........................................................................................................................................................................................113 Ritmo: anacruse ..................................................................................................................................................................................113 Ritmo: Acéfalo .....................................................................................................................................................................................113 ESCALA.....................................................................................................................................................................................................................114 GRAUS......................................................................................................................................................................................................................114 ESCALA DIATÔNICA .................................................................................................................................................................................................115 Página 6 ESCALA CROMÁTICA................................................................................................................................................................................................115 TONALIDADE ...........................................................................................................................................................................................................116 ESTUDO: EXPRESSÃO MUSICAL...............................................................................................................................................................................117 MÓDULO 5 ............................................................................................................................................................... 123 MODULAÇÃO ..........................................................................................................................................................................................................123 ESCALAS MAIORES E MENORES...............................................................................................................................................................................123 Escala maior ........................................................................................................................................................................................123 Escala menor harmônica ..................................................................................................................................................................126 Escala menor melódica .....................................................................................................................................................................127 MODOS ....................................................................................................................................................................................................................128 Modo maior .........................................................................................................................................................................................128 Modo menor ........................................................................................................................................................................................128 SINAIS DE NAVEGAÇÃO ...........................................................................................................................................................................................129 RITORNELLOS...........................................................................................................................................................................................................129 TRECHOS ..................................................................................................................................................................................................................130 SINAL DE SALTO ......................................................................................................................................................................................................130 ESTUDO: FÉ & COMUNICAÇÃO CRISTÃ...................................................................................................................................................................131 MÓDULO 6 ............................................................................................................................................................... 135 TEMPO......................................................................................................................................................................................................................135 Andamento ..........................................................................................................................................................................................135 Caráter expressivo ..............................................................................................................................................................................136 Alterações de andamento.................................................................................................................................................................136 SINAIS DE DINÂMICA ...............................................................................................................................................................................................137 ACENTOS..................................................................................................................................................................................................................138 TESSITURA................................................................................................................................................................................................................138 ESTUDO: INSTRUMENTOS MUSICAIS.......................................................................................................................................................................140 Cordas ...................................................................................................................................................................................................140 Percussão..............................................................................................................................................................................................162 MÓDULO 7 ............................................................................................................................................................... 164 REGISTROS ...............................................................................................................................................................................................................164 SINAIS DE REPETIÇÃO ..............................................................................................................................................................................................165 TRANSPOSIÇÃO .......................................................................................................................................................................................................167 Tipos de tonalidade............................................................................................................................................................................167 Tonalidades de Instrumentos...........................................................................................................................................................167 Situações nos instrumentos musicais.............................................................................................................................................168 PRÁTICA MUSICAL E DE ORQUESTRA ......................................................................................................................................................................169 ORNAMENTOS .........................................................................................................................................................................................................170 ESTUDO: EQUALIZAÇÃO ESPIRITUAL ......................................................................................................................................................................173 HINÁRIO 5 ................................................................................................................................................................ 175 ORIENTAÇÃO PARA ESTUDOS .................................................................................................................................................................................175 ESTUDO: MÚSICA NA VIDA DOS CRISTÃOS.............................................................................................................................................................176 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 177 BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................................... 178 NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 7 Prefácio ao estudante Como deve ser a música de DEUS? Quais são os objetivos da música de DEUS? Músico deve ser uma pessoa espiritual É preciso que haja amor e dedicação aos estudos A adoração: a música é um Dom de Deus Deus seja louvado Página 8 Prefácio Como deve ser a música de DEUS? A música de DEUS deve ter como alvo principal a Glória de DEUS. E o seu desejo de estudar a teoria musical para se tornar um músico ou organista, já consta como um Louvor ao DEUS Todo Poderoso. Deve expressar o Louvor ao Senhor: é muito importante que você goste de música e seja voluntário aos estudos de teoria musical para Louvar a DEUS com um cântico novo, bendizer o Seu nome, proclamar a Sua salvação, anunciar a Sua glória e os Seus feitos maravilhosos (Salmos 66). Louvor é a resposta à grandeza de DEUS. O louvor reconhece os atributos de DEUS. O louvor louva a DEUS por aquilo que Ele é. A verdadeira música de louvor fala das grandezas de DEUS, de seus atributos, de sua santidade, de sua justiça, de seu poder, de sua misericórdia, de seu amor e de sua Graça! Deve expressar ação de Graças ao Senhor: ação de graças é a resposta à bondade de DEUS. A ação de graças reconhece os feitos de DEUS. A ação de graças engrandece a DEUS por aquilo que Ele faz (Apocalipse 5:9,10). A música foi instituída por DEUS, no Céu, a fim de ser executada pelos seres celestiais criados como um ato de adoração ao Criador. Adorar é a expressão de amor e gratidão por quem DEUS é e pelo que fez e faz por nós. Quando adoramos a DEUS, estamos oferecendo todo o nosso ser a Ele. Assim, adorar é agradar a DEUS e é ação contínua entre os seres celestiais no céu. A música está centralizada unicamente em DEUS e não no gosto do adorador – do músico. Deve expressar o Louvor com um coração feliz: o coração do músico de DEUS precisa ter prazer com a música espiritual. A Bíblia não diz que a música deve ser entoada para trazer alegria. A alegria é um pré-requisito para cantarmos. Não cantamos para ficar alegres, mas cantamos para a glória de DEUS, e a glória de DEUS nos traz alegria no espírito! Cantar com muito louvor quando estamos tristes é uma hipocrisia: “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que despe a roupa num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre.” (Provérbios 25:20). É verdade que devemos dar graças a DEUS por tudo que nos acontece, inclusive pelas coisas ruins (I Tessalonicenses 5:18), mas não diz o texto que devemos cantar por elas. Isto seria errado. O que o texto ensina é que devemos entender que todas as coisas, inclusive as ruins, concorrem para o nosso bem (Romanos 8:28), e por isso devemos dar graças a DEUS por elas. Deve Expressar o Louvor Dirigido ao Senhor: estes tópicos estão aqui para despertar a importância da consciência de como devemos usar a arte musical para manifestar bons sentimentos ao aplicar os sentidos cristãos em santificação e Louvor a DEUS. Ser músico para tocar na igreja não é ter um lugar de destaque ou fazer o que é melhor para si próprio ou qualquer coisa que se intitule música (ministério), mas sim amar esta arte e entendê-la com o compromisso de praticá-la da melhor maneira possível ao Louvor a DEUS. Leia: Salmos 9 “Está alguém contente? Cante louvores.” (Tiago 5:13). Quando alguém está triste, não deve cantar, mas orar: “Está alguém entre vós aflito? Ore.” (Tiago 5:13) e ainda diz “com toda [muita] oração” (Efésios 6:18). NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 9 Há muitos significados são atribuídos ao verbo "louvar" na Bíblia, incluindo dar graças, atribuir glória e honra, exaltar, celebrar, recomendar e regozijar. Louvar está intimamente aliado ao culto e na adoração à DEUS. Leia 2 Samuel 6:5 O louvor é uma oferta dirigida à DEUS: “Apresentai-vos diante dele com cântico…” (Salmos 100:2). “Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos.” (Salmos 95:2). Não cantamos para o auditório, mas para o Senhor; a música não deve agradar ao auditório, mas ao Senhor: “Tributai ao SENHOR a glória de seu nome; trazei presentes, e vinde perante Ele…” (I Crônicas 16:29). A música não deve ser usada para nos fazer sentir melhor. Ela não deve ter este propósito. Saul buscava alívio na música de Davi (I Samuel 16:23), mas ele deveria buscar arrependimento na Palavra de DEUS. A música tem o objetivo de convidar a presença de DEUS entre nós, pois DEUS habita no meio dos louvores (Salmos 22:3). Deve exaltar a Glória do Cordeiro: a glória de DEUS é manifesta mediante adoração ao Cordeiro de DEUS. O Pai deseja que o Filho seja adorado (Hebreus 1:5-6). O Espírito Santo deseja glorificar o Filho (João 16:13-15). Os anjos adoram ao Cordeiro de DEUS (Apocalipse 5:8-14). Toda música e prática instrumental de auto-promoção devem ser erradicadas, porque todo louvor deve ser dirigido para DEUS, somente Ele é digno de todo louvor, honra e Glória. Deve exaltar a Glória de DEUS por suas Obras: a Bíblia está repleta de convites para que louvemos o Senhor por Suas obras (Salmos 150:2; 106:2; 145:4). O cântico de Débora é um exemplo: “…falai das justiças do Senhor, das justiças que fez às suas aldeias em Israel…” (Juízes 5:11). Como é a música de DEUS? Doutrinária: aprendemos mais sobre a doutrina cristã nas músicas do que nas pregações. Por isso a música deve ser didática, para ensinar a doutrina. A música deve ser instrutiva. Através dela devemos aprender doutrina: “…ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor…” (Colossenses 3:16). Compreensível: nossas emoções, quando envolvidas na adoração a DEUS, devem ser guiadas pelo elemento racional (Romanos 12:1-2). A letra deve ser inteligível: “…cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” Leia em I Coríntios 14:15. Aqui entra o segundo requisito da adoração, mencionado em João 4:24. O primeiro é “em espírito”, o segundo é “em verdade”. Possui entendimento espiritual: as músicas que dão ênfase ao “sentir” e não ao “pensar”, que enfatizam mais o “som”, a “melodia” e não a “mensagem” não são de boa qualidade. Qualquer música que enfatiza mais a “adoração” no corpo (levantar instrumento ao alto, bater palmas, levantar as mãos, acelerar andamento do hino, ritmos exagerados, etc) do que no “espírito” não serve para a verdadeira adoração “em espírito”. Andamos por fé e não por vista (II Coríntios 5:7). Possui uma melodia harmoniosa - que música devemos cantar? A música da moda no mundo? A música brasileira? Devemos cantar a música de DEUS (I Crônicas 16:42). Portanto, o estilo musical deve ser santo e reverente, desde que possua harmonia e inteligência musical: “Pois DEUS é o Rei de toda a terra, cantai louvores com inteligência [harmonia].” (Salmos 47:7). A adoração “em espírito e em verdade” (João 4:23-24), é aquela que é espiritual (em espírito) e doutrinária (em verdade). Em “espírito” fala da conduta do adorador, enquanto em “verdade” fala da forma como devemos adorar. Paulo nos exorta a sermos fervorosos no espírito (Romanos 12:11). Página 10 Quais são os objetivos da música de DEUS? Produzir crescimento espiritual: o apóstolo Paulo diz que a música cantada dentro da Igreja deve ser usada para edificação do corpo de Cristo. Músicas que não edificam, mesmo que sejam agradáveis, devem ser evitadas: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina… Faça-se tudo para edificação.” (I Coríntios 14:26). Ser espiritual: para produzir crescimento e edificação da igreja (do povo de DEUS), a música deve ser espiritual, isto é, deve enfatizar um tema espiritual. Não basta relatar a experiência de alguém, é preciso que ela esteja baseada num tema espiritual bíblico, isto é, baseada na palavra de DEUS: “E Davi… separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem [a palavra de DEUS] com harpas, com címbalos, e com saltérios…para exaltar o seu poder…” (I Crônicas 25:1,5). O Músico deve ser uma pessoa espiritual, controlado pelo Espírito para apresentar a DEUS “cânticos espirituais”: “Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos.” (Salmos 119:7). É preciso que haja amor e dedicação aos estudos. Muitas pessoas se queixam sobre ter que separar algum tempo para entender como funcionam as coisas dentro da teoria musical, mas este é único caminho para nos tornarmos bons músicos e desenvolvermos de fato todo o potencial. Leia Salmos 150 Cada um em seu ritmo - devemos sim nos dedicar, ter alegria e buscar toda a luz de DEUS para entender as metodologias de ensino e buscar se aperfeiçoar cada vez mais, afinal, a emoção que sentimos quando interpretamos uma obra musical (um hino, por exemplo) vale por todo esforço, a música é a mais elevada forma de expressão do ser humano, através dela conseguimos transmitir todo o sentimento que desejamos de forma que todas as pessoas sintam isto e com certeza vale a pena todo o esforço para o fazermos bem. Leia: Salmos 33:3 Diferentemente dos pássaros, grilos e outras animais a quem deu a capacidade de emitir sons, DEUS, em amor, deu aos homens o poder de escolha e a capacidade de criar sons de louvor e ações de graça à Ele por sua misericórdia, bondade, justiça, fidelidade e amor. Leia: 1 Pedro 2-9 A adoração: a música é um Dom de DEUS O objetivo principal do músico da adoração é render honra e tributo ao Criador, sentindo Sua presença e conectando- se à fonte da Vida. É necessário que essa adoração e culto sejam oferecidos a DEUS e sejam aceitos por Ele assim como a oferta de Abel. Quando adoramos a DEUS em espírito (emoções/coração) e em verdade (mente/concentração), entramos numa conexão tal com Ele (a comunhão) que experimentamos imediata transformação pessoal pelas operações da presença do Espírito Santo. Portanto, a adoração (na música) não é algo concentrado em nós, mas em DEUS. A música de Deus deve ser entoada com voz de triunfo (Salmos 47:1) com voz de melodia (Isaías 51:3), como um sacrifício de júbilo (Salmos 27:6) como um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos nossos lábios (Hebreus 13:15). NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 11 Estudo: dedique-se com zêlo Orientações diversas Tudo começa aqui para quem decide estudar música para louvar a DEUS Esta apostila de teoria musical é totalmente gratuita e possui os assuntos necessários para que você tenha um bom conhecimento sobre os elementos da música. Tente entendê-la por completo, siga as orientações do professor, sempre tire suas dúvidas e desenvolva-se com entusiasmo, atenção e zêlo. Deve ficar claro que este é um processo onde o sucesso depende do esforço individual e que prepara músicos para louvarem a DEUS na Congregação Cristã. Tudo começa agora, siga sempre em frente com entusiasmo. Apesar de parecer longo para alguns, o estudo da música com certeza vale a pena, pois quando você consegue certo domínio tudo é estimulante e nos traz alegria. Lembre-se que um bom músico é aquele que se dedica e que sempre está se aperfeiçoando. Portanto procure estar atento/a aos novos aprendizados, novas técnicas, novos estilos, tenha uma visão ampla sobre a música (assuntos técnicos, teóricos e práticos no instrumento musical), conheça de fato o que você está fazendo! Pesquise outros livros de teorias e apostilas de música, ouça CDs, assista DVDs e concertos musicais. Dedique-se! O poder da música é o de transformar simples vibrações em sentimentos. Leia: Salmos 96 Ao ouvirmos uma música, queremos fazer parte daquela obra, foi isto que inspirou 99% de nós a ser músicos para louvar a DEUS com cânticos espirituais. E a melhor maneira de fazer parte desta música é entendendo sua linguagem. Quando você ingressar na orquestra e ser parte integrante desta obra e das melodias de hinos de louvores e cânticos espirituais, realmente "cante" em seu íntimo durante os momentos que antecedem a entrada da 1ª. nota, acompanhe o seu "toque" com o seu "canto interno" novamente e sempre, e então, com toda a nossa comunhão e alegria de espírito entoaremos todo nosso Louvor à DEUS os hinos e os nossos sentimentos se elevarão para que a melodia se transforme em algo espiritual, ou seja, um canal de comunicação direta com DEUS, o Louvor. O que vai favorecer para que tudo isto dê certo é o treino, a leitura, a repetição, a prática e toda a oração à DEUS para que o seu esforço de fazer música com um instrumento musical, seja algo natural (fácil), leve e agradável (suave); e que aos ouvidos de DEUS seja todo o seu Louvor como uma chuva temperada, harmoniosa, perene e serôdia. Sejamos como artistas: que se realizam plenamente emitindo melodias de nossos próprios dedos ou sopro. Mas principalmente, sejamos dedicados músicos espirituais: como os que verdadeiramente amam a música de todo o coração e se expressam através da alma levando a mais alta comunhão do espírito, no qual se encerra todos os sentimentos humanos, traduzindo com toda fidelidade os sentimentos sublimes, puros e sinceros, que tanto nos aproximam de DEUS. Página 12 A importância da música A arte mais antiga Resumo histórico do ministério da Música na Bíblia Salmos, hinos e cânticos espirituais Deus seja louvado NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 13 A importância da música A música é nossa mais antiga forma de expressão, mais antiga que a linguagem falada. O ser humano possui em sua vida sete "dimensões": física, espiritual, intelectual, social, profissional, afetiva e familiar. De todas as realizações do Homem, a arte é a que possui mais influência em todas essas dimensões da existência humana. E de todas as artes presentes em nossas vidas, a mais antiga é a Música. De fato, a música é o Homem, muito mais que as palavras, pois estas são símbolos abstratos. A música toca nossos sentimentos profundamente, mais fácil que a maioria das palavras e nos faz responder com todo nosso ser (mesmo quando não percebemos). Muito antes do ser humano aprender a pintar, esculpir, escrever ou projetar algo, já sabia produzir e apreciar o som. Obviamente esses sons seriam hoje considerados apenas ruídos, mas considerando que "música é a arte de manipular os sons", o que aquele Homem primitivo produzia era como um "embrião" musical. O ministério da Música na Bíblia A Música foi criada Dor DEUS antes da criação deste mundo “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?.. quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de DEUS bradavam de júbilo?”. Leia Jó 38: 4-7. Não há nenhuma referência Bíblica quanto ao uso do canto por Adão e Eva, mas, se os filhos de DEUS anteriormente criados e os anjos, cantavam, certamente DEUS partilhara com eles o dom da música. O uso que dela fizeram os anjos e os filhos de DEUS foi para expressar alegria pela criação desta terra. Usaram-na para louvar a DEUS pelo Seu processo criativo. Sem dúvida Adão e Eva cantavam no Éden, da bondade, da misericórdia e do amor de DEUS por eles. Entoavam cânticos sobre toda sua experiência pessoal com o Criador. Os instrumentos musicais na Bíblia Instrumentos musicais foram criados por Dor um descendente de Caim. A primeira referência que a Bíblia faz a música está em Gên. 4:21 “O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.” Falando de sua miséria, Jó declara: “Pelo que se tornou em pranto a minha harpa, e a minha flauta em voz dos que choram.” Jó 30:31. Este texto indica que na casa de Jó, tais instrumentos eram usados para diversão e alegria. “Por que fugiste ocultamente, e me iludiste e não mo fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria e com cânticos, ao som de tambores e de harpas”. Gên. 31 :27 “E sucedia que, quando o espírito mau da parte de DEUS vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele. “I Sam. 16: 17, 18 e 23. Davi aliviava o temperamento violento de Saul através dos suaves sons de sua harpa. Página 14 A Música do Templo Davi decidiu construir uma casa para DEUS. Segundo seus planos, deveria ser: “Magnífica em excelência, para nome e glória em todas as terras.” (I Crôn. 22:1-5). Por causa do seu envolvimento em guerras, DEUS lhe nega o privilégio de construir o templo mas, permite a Davi fazer os preparativos para que o seu filho, Salomão, executasse a obra. Esta preparação foi completa e perfeita em todos os detalhes, inclusive os planos para música…Nunca antes visto até esse tempo, a música havia tido mais do que uma pequena parte no serviço religioso de DEUS.” (I Crôn. 25:1). Asafe seria o músico-chefe acompanhado por Jedutum e Hemã. Seriam ao todo 288 músicos profissionais (Mestres). Todos treinados para o exercício do ministério musical. (I Crôn. 25:7) I Crôn. 25 do verso 9 ao 31, relata que Davi dividiu estes músicos em 24 grupos de 12 onde cada grupo estaria a serviço do templo durante uma semana de cada vez, desde a sexta-feira à noite até depois do serviço religioso do sábado da semana seguinte, perfazendo 8 dias, e no sábado os dois grupos estariam juntos (durante a semana 12 músicos e no Sábado eram 24 músicos). Isto daria 2 participações por ano para cada grupo de músicos. A Música usada na dedicação do Templo Davi morreu sabendo que tudo para o novo templo, incluindo a sua inspiradora música, estava planejado e preparado. Davi falou de uma orquestra com 4 mil músicos louvarem ao Senhor com os instrumentos. (I Crôn. 23:5). Embora Davi tenha completado todos os planos, incluindo seu serviço musical antes de morrer, passaram-se onze anos antes que o edifício estivesse terminado. Salomão levou sete anos para erguê-lo no Monte Moriá. O Salmo 136 constituiu-se parte do programa musical do dia. “Era dever dos trombeteiros e cantores fazerem-se ouvir em uníssono em louvor ao Senhor. “ II Crôn. 5: 13. O livro de Salmos (salmos significa: louvores) O Hinário do Segundo Templo: o serviço do segundo templo foi modelado de acordo com o do primeiro. Neemias refere-se à restauração do culto musical “conforme ao mandado de Davi.” (Nee. 12:45) “Porque já nos dias de Davi e Asafe, desde a antigüidade, havia chefes dos cantores, e cânticos de louvores e ação de graças a DEUS.” (Nee 12:46) O livro de Salmos foi chamado de “louvores”: (isto é: Salmos), porque foi o hinário dos serviços de cânticos do segundo templo, no qual o louvor era a parte mais importante. Por centenas de anos, os músicos do templo usaram determinados salmos, para cada dia do ciclo semanal e regular de cultos. Usavam também alguns outros, para os serviços das festas anuais. Os hinos restantes eram cantados em muitos outros serviços regulares do templo. Provavelmente, o sagrado livro de hinos era familiar ao povo em geral, pois, quando os músicos voltavam para suas casas depois de sua semana de serviço no templo, certamente ensinavam os salmos a seus familiares e vizinhos. Divisão dos Salmos - os 150 salmos estão divididos em cinco livros. O motivo desta forma de divisão é desconhecida pois a ordem não é cronológica nem tão pouco segue a data de sua composição. Por exemplo, o Salmos 142 é considerado tendo sido escrito por Davi quando estava na caverna e o Sal. 1, é considerado como tendo sido o último dos salmos a ser escrito. Ele é um prelúdio para todo o hinário. NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 15 Os 5 livros são: 1) Salmos 1-41; 2) Salmos 42-72; 3) Salmos 73-89; 4) Salmos 90-106 e 5) Salmos 107-150. Os livros dos grupos 1,2 e 3 terminam com a expressão: “Amém, e Amém.” Os livros dos grupos 4 e 5 com a expressão: “Louvai ao Senhor.” Autores dos Salmos: os títulos dos vários salmos nos revelam que: 73 deles foram escritos por Davi; 2 por Salomão; 12 pelos filhos de Coré; 12 por Asafe; 1 por Hemã; 1 por Etã e 1 por Moisés.A maioria deles foi escrito no tempo de Davi e Salomão (100 Século A.C.). Na Bíblia Sagrada, o conteúdo dos Salmos são orações, louvores, aleluias e cânticos de degraus que eram hinos cantados pelos peregrinos devotos em seu caminho para Jerusalém para as festas anuais. Todas as emoções da alma humana são abordadas na coleção completa dos Salmos. Estas incluem triunfo e desespero, confiança e incertezas, orações e louvores. Recomenda-se a leitura do Livro completo dos Salmos. O uso musical dos Salmos: títulos e instruções aos músicos mostram que os salmos eram cantados durante os serviços religiosos do templo. A música instrumental era usada na época do segundo templo, como um acompanhamento para as vozes, embora houvesse interlúdios instrumentais considerados como sendo ilustrativos do texto do Salmo. O Cântico de Zacarias 80 dias após o nascimento de João Batista, Zacarias seu pai, que havia ficado mudo por não crer no anjo (Luc. 1 :20), volta a falar depois de confirmar que o nome do menino seria realmente João, apesar de não haver precedentes familiares, e, cheio do Espírito Santo, canta um cântico de louvor a DEUS que aparece em Luc. 1:67-79. (Bendito: porque esta é a primeira palavra que aparece no cântico da tradução latina) O Cântico dos Anjos Na noite em que Jesus nasceu um anjo foi enviado por DEUS para dar a notícia a um grupo de pastores que guardavam seus rebanhos. Depois da Boa Nova proclamada, a Bíblia declara que “subitamente apareceu com o anjo uma multidão do exército celeste louvando a DEUS dizendo: Glória a DEUS nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem.” (Luc. 2: 8-14). O que a bíblia nos ensina Como lemos anteriormente, a Sagrada Escritura nos ensina que o ministério de música é algo antigo e que foi instituído na casa de DEUS através do Rei Davi. Ela nos mostra também como o ministério da música deve ser organizado e conduzido de forma servir de apoio indispensável aos demais serviços ministeriais como o batismo, a pregação, e a evangelização. A Música na Vida de Jesus Durante sua infância, Jesus conheceu a música como qualquer menino de sua época. Podemos imaginar que ele exprimia frequentemente o contentamento que sentia no Seu coração, cantando salmos e hinos celestiais, e que certamente, muitas vezes os moradores de Nazaré ouviam a Sua voz erguer-se em louvor e ações de graças a DEUS. Em Israel, a introdução de Jesus na música se deu aos 12 anos, quando Seus pais O levaram ao templo de Jerusalém. Era primavera, a mais bela estação, com flores brotando e passarinhos cantando. Na viagem feita a pé até Jerusalém, cantavam-se os Salmos designados como “Cânticos dos Peregrinos” ou “Cânticos dos Degraus.” (Sal. 120-134). Imagine como deve ter sido para o menino Jesus participar destes cânticos na viagem até a Cidade de Davi! Página 16 A Música da Igreja Cristã Primitiva “E era perto da meia noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a DEUS; e os outros presos escutavam.” Atos 16:25. A admoestação de Paulo às igrejas cristãs primitivas foi: “Enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos e hinos e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração. ” (Efésios 5: 18-19) “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando- vos e admoestando-vos uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Colo 3:16) Cânticos espirituais Além dos salmos e dos hinos, Paulo menciona os cânticos espirituais como parte do repertório musical cristão. O cântico espiritual é aquele que expressa a relação do indivíduo com DEUS e enfatiza sua própria experiência da alma. Embora os salmos fossem cantados ou entoados antifônicamente, e os hinos fossem cantados pelo corpo da congregação em uníssono, o cântico espiritual teria sido um solo vocal expressando a elevação da alma do indivíduo a DEUS, uma experiência do seu próprio coração e a resposta do amor de DEUS o Pai, o sacrifício de Cristo, ou a súplica do Espírito Santo. O princípio básico do apóstolo Paulo para a música cristã, “Salmos, hinos e cânticos espirituais” ainda é o ideal da igreja cristã depois de todos estes séculos. O Cântico de tais melodias tem inspirado milhões de cristãos e muitos ouvintes através dos séculos, assim como o fez quando Paulo e Silas cantaram na cela de Filipos. A Música no livro de Apocalipse João descreve que no Céu existem os quatro “seres viventes” de seis asas, que estão ao redor do trono de DEUS cantando sem cessar. Esta é uma adoração perpétua de quarteto e coral. “De dia e de noite, nunca cessam de cantar.” (Apoc. 4: 8-11). Percebe-se que o céu é um lugar de adoração musical onde seres santos louvam a DEUS continuamente. Que escalas eles usam, ou qual a maneira de composição que seguem, não sabemos, podemos apenas deduzir que nosso falho sistema musical produz música muito inferior à deles. Exemplos que encontramos na bíblia Há muitos exemplos, sugestão de leitura nos livros: I Sam 16,23 - Rs 3,1 4-18 - I Cor 15,16-22. Na verdade, tudo isto é de fundamental importância, pois nos ensina que o ministério de música era, para os levitas (os músicos) e para Davi, algo organizado e definido. Também fica explícito de que não era algo improvisado, formado apenas na hora da necessidade. O ministério de música deve ser planejado, estruturado e orado. Se naquela época já era assim, quão maior são as nossas responsabilidades atualmente e o dever pela dedicação. E se os instrumentistas do mundo se esmeram horas a fio para aprimorar suas técnicas em favor apenas de si mesmos (objetivos pessoais ou profissionais), quanto mais nós os ministros de música na igreja também devemos ser bem instruídos para louvar o nosso DEUS e senhor! Leia os livros: I Cor 14,15 - Ef 5, 18-21 - Apoc 14,1-5 O Ministério da Música é um dos mais tentados pelo adversário de nossas almas, em contrapartida também é um dos mais abençoados pelo nosso DEUS que ama a música profundamente. Saiba de algo fascinante: a música também é a linguagem que DEUS escolhe para usar em Seu regozijo a nosso respeito. Leia: Sofonias 3:17 NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 17 Salmos, hinos e cânticos espirituais Salmos: eram os mesmos contidos no Antigo Testamento, transformados em hinos de adoração. Hinos: eram as composições de louvor a DEUS e ao Senhor Jesus Cristo cujas letras não tinham sido extraídas do livro de Salmos. Cânticos espirituais: englobavam uma gama maior de composições líricas, inclusive os outros dois tipos mencionados. Para termos a certeza de que o Senhor se agrada de um cântico (voz, música e letra), devemos submetê-lo ao crivo de Filipenses 4:8. É verdadeiro? É honesto? É justo? É puro? É amável? É de boa fama? Há nele alguma virtude e algum louvor? Tudo o que fazemos deve ser para a glória de DEUS (I Coríntios 10:31). É de boa a fama o rock ou o samba? Desde a sua origem, estes estilos estão relacionados com imoralidade, perversão moral ou social, violência e etc; entre outros ritmos que carregam nosso corpo impurezas e corrompem nossos pensamentos. E o que dizer de estilos como funk, reggae, axé, hip-hop e forró? Não precisamos detalhar mais. Podemos louvar a DEUS porque Ele é poderoso. A Bíblia diz em Salmos 21:13 “Exalta-te, Senhor, na tua força; então cantaremos e louvaremos o teu poder.” Existem três maneiras de se ouvir música: Com o corpo: quem ouve com o corpo se deixa dominar pelo “embalo” da música (andamentos e ritmos exagerados, efeitos desnecessários). Com a emoção: quem ouve emotivamente permite que a música comande os seus sentimentos e emoções. Com o intelecto: essa é a forma correta de se ouvir & sentir, sabendo discernir a música. E isso só é possível quando não se prioriza o ritmo. O culto a DEUS deve ser espiritual (tratar da alma) e, ao mesmo tempo, racional (ao respeito dos padrões e ordem). Leia em João 4:24; Romanos 12:1; I Coríntios 14:15. Não devemos cantar e tocar sem louvar ao Senhor, como acontecia nos dias do profeta Isaías (29:13). As palavras de louvor devem nascer em um coração preparado (Salmos 57:7), mas somente as letras cristãs ou bíblicas não são suficientes para tornar um cântico apropriado para o louvor. Lembre-se: o cântico só é espiritual quando todos os seus elementos (voz, letra e música) também são espirituais. Em Colossenses 3:16, está escrito: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração”. Considerando que cântico é o encontro entre a voz (homem), a música (melodia) e a letra (palavras do canto), quando esses três elementos são consagrados a Deus e aceitos por Ele, temos um cântico espiritual. Página 18 A música é formada por três principais elementos: Melodia: sucessão ascendente e descendente de sons a intervalos e alturas variáveis, formando frases; é adornada pela harmonia e acentuada pelo ritmo, embora possa ser compreendida isoladamente. Harmonia: combinação de sons simultâneos, emitidos no mesmo tempo, onde sua base é a tonalidade; e como princípio organizador a estrutura do acorde. Ritmo: sucessão regular de tempos fortes e fracos cuja função é estruturar uma obra musical. Como a música se relaciona com o nosso espírito e nos une a DEUS: Esses três elementos musicais (melodia, harmonia e o ritmo) se relacionam com o homem dividindo-se em nós pelo: espírito, alma e corpo. Nesse caso, o elemento mais importante da música, a melodia, relaciona-se com a parte mais profunda do ser humano, o seu espírito. Fazendo a música espiritual que agrada a DEUS enquanto nos colocamos em comunhão com nosso Pai Celestial, isto faz o elo com o Céu e por momentos ou instantes estaremos totalmente desligados dos sentidos terrenos e estaremos sentindo e vivendo uma experiência com DEUS. Etc. Assim, o estilo musical apropriado para o cântico de adoração é o que tem como essência a melodia, pois é ela que se relaciona com o espírito (João 4:23-24). Há estilos carregados de agressividade e barulho, que apenas balançam o corpo, e não o coração, porque são rítmicos ao extremo; isto é, priorizam o ritmo, e não a melodia. Melodia: relaciona-se com o espírito; Harmonia: relaciona-se com a alma; Ritmo: relaciona-se com o corpo. De acordo com I Tessalonicenses 5:23, DEUS nos santifica a partir do espírito (melodia). Mas muitos ignoram isso e, como se o versículo dissesse: “corpo, alma e espírito”, priorizem o corpo. Meditemos no que Paulo, inspirado pelo Espírito, disse aos gálatas: “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” (Gálatas 3:3). Sempre devemos louvar a DEUS Louvemos a DEUS diariamente. A Bíblia diz em Salmos 61:8 “Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.” Louvemos a DEUS por transformar o desgosto em felicidade. A Bíblia diz em Salmos 30:11-12 “Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, DEUS meu, eu te louvarei para sempre.” Louvemos a DEUS pela Sua bondade. A Bíblia diz em Salmos 107:8-9 “Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta.” NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 19 Música O único ministério no Reino dos Céus Sua origem desde Adão Contribuição de muitos povos Estudo avançado: o papel do músico na igreja Deus seja louvado Página 20 Música O único ministério no Reino dos Céus “Música é a arte de manifestar os diversos afetos de nossa alma, mediante o som.” Podemos extrair desta definição que a música é uma arte, que lida com os sentidos da alma e, para externá-los, tem como matéria-prima: o som. De acordo com a Bíblia a música como profissão é herança da descendência de Caim: Henoc, Irad, Maviael, Matusael e Lamec, pai de Jubal, na prática o primeiro músico: “(...) ele foi o pai de todos os que tocam lira e charamela”(Gn 4,21). O termo “música” vem do adjetivo “músico” ou musical, relativo às personalidades gregas relacionadas com as artes. Os gregos e os egípcios – Entre os gregos atribui-se a invenção da música a Apolo, a Cadmo, a Orfeu e a Anfião. Entre os egípcios, a Tot ou a Osíris, entre os judeus, a Jubal. A tradição cristã reteve grande parte do simbolismo de Pitágoras, interpretado por Santo Agostinho e por Boelcius. Os historiadores louvam a Pitágoras que inventou um monocórdio para determinar matematicamente as relações dos sons. Lassus, o mestre de Píndaro escreveu teoricamente sobre música em 540 A.C. Os chineses – Dois mil anos antes disso, os chineses já conheciam a música, com o estabelecimento da oitava com doze semitons, no tempo do imperador Haung-Ti. Os celtas – Em torno de 2.697 anos a C. entre os celtas a música tradicional se tocava na harpa, sendo os sopros reservados para a diversão e a guerra. (...). Entre eles existiam três modos de música para harpa: o modo do sono, o modo do sorriso e o modo da lamentação. Se a música é a ciência das medidas, da modulação, concebe-se que ela comande a ordem do cosmo, a ordem humana e a ordem Instrumental. Ela será “a arte de atingir a perfeição” (Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Dicionário de símbolos). Muitas outras definições para música podem ser coletadas, entre as quais: “Música é a arte dos sons, combinados de acordo com as variações da altura, proporcionados segundo sua duração e ordenados sob as leis da estética” (Maria Luíza Priolli) “A música é a arte de pensar com os sons, um pensamento sem conceitos” (Jules Combarieu)” “Música é a sublime expressão do amor universal é o pressentimento de coisas celestiais” (Beethoven) “Música é algo muito difícil de mostrar ao mundo o que sentimos em nós mesmos” (Tchaikovsky) “Música uma coisa que se tem pra vida toda, mas não toda uma vida pra conhecê-la” (Rachmaninov) “Música é a manifestação humana que organiza os sons e ruídos desintelectualizados no tempo” (Mário de Andrade) “Arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido” (Aurélio, Novo Dicionário da Língua Portuguesa) “Arte de coordenar fenômenos acústicos para produzir efeitos estéticos” (Enciclopédia Britânica – Barsa) “Conjunto de símbolos musicais gráficos, que servem para transmitir ao executante a idéia do compositor” (EPB) “Arte que utiliza os sons combinados entre si como linguagem e elemento de comunicação” (Enciclopédia Mirador) NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 21 “Música é a arte e ciência da combinação dos sons” (Francisco Fernandes, Dicionário Brasileiro Contemporâneo) “Música é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré- organização ao longo do tempo” (Wikipedia) “Música é definida como o som em combinações puras, melódicas ou harmônicas produzido por voz ou instrumento” “Música a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende” (Shakespeare) Música cotidiana A “música na história” trabalha com a ideia de que toda música é a expressão de um grupo humano, refletindo o cotidiano, necessidades e caráter de um povo. Cada estilo, antes de uma sucessão de linguagens para os sons é acima de tudo a representação artística de uma civilização ou comunidade, em um dado momento da sua história. Entre os índios brasileiros, a música é altamente vinculada às ações do dia-a-dia: música de caça, música de oração, de cozinhar, etc. Já na ‘vida moderna’ a música está presente em nossa vida civilizada tanto no vai-e-vem das modas descartáveis quanto no que chamamos “ícones musicais”: músicas estabelecidas que celebram aniversário, oração, casamento, funeral, carnaval, guerra, música de suspense, música para o circo, música para chorar... e, quando se une à poesia, música romântica, música para comerciais, cinema entre outros tantos. Referências diversas A maior parte da música já produzida com letra em todos os tempos, celebra paixão, felicidade amorosa, abandono, ciúme, desejo, saudade, ou seja, todas as situações possíveis e imagináveis. Atualmente existe uma associação bastante forte de que uma música com tons menores e andamentos lentos vai refletir tristeza ou sentimentalismo e a música com tons maiores e andamentos rápidos para alegria e energia. As referências à música na Bíblia passam pelas suas três funções: música de cura, música de adoração e música de festa. A relação dos sons musicais com a saúde humana é fato comprovado desde quando a mente perturbada de Saul era curada pela música (1Sm 16,23). Hoje a musicoterapia é uma graduação universitária. Eliseu pagou um músico para que o assistisse na busca de inspiração profética (2Rs 3,15). A música está presente na totalidade dos cultos religiosos existentes, além de ser associada ao culto à pátria, culto à natureza, entre outros tantos. O primeiro músico virtuoso e compositor foi Davi: “A tradição de que Davi era um hábil músico aparece nas partes mais antigas dos seus relatos. Ele próprio tocava harpa diante da Arca (2Sm 6). Assim, a tradição de que ele tenha sido o principal artífice da organização primitiva da música se baseia em uma sólida memória na história”. Página 22 Estudo: o papel do músico nas igrejas Acompanhar o canto congregacional Leia também sobre o novo hinário O papel de cada músico integrante da orquestra nos templos da Congregação Cristã é o de tão somente acompanhar o canto congregacional, isto é, o canto da irmandade. Os hinos são pura música coral (dividida em 4 vozes: soprano, contra-alto, tenor e baixo) executada pela irmandade, tem uma nota para cada sílaba de texto para facilitar o canto. Cabe aos músicos a responsabilidade de repetir essas notas como se os instrumentos musicais estivessem cantando a parte coral, isto é, a melodia; mas com menor intensidade de som (volume) em relação às vozes decanto da irmandade. Não existe arranjo orquestral ou entradas para solistas, tudo é pensado e organizado de maneira muito simples, sem preparo para sofisticação musical ou performática. Pratique todo o Louvor com sabedoria, diligência e respeito. Sobre o hinário CCB O hinário da Congregação Cristã no Brasil é intitulado de "Hinos de Louvores e Súplicas a DEUS" e encontra-se na sua 4ª edição, datada de 1965, quando foram adicionadas novas melodias e poesias. Muitas melodias são de autores norte americanos e italianos, com algumas poesias traduzidas e semi-traduzidas do inglês e do italiano. São atualmente 450 hinos e entre eles há melodias especiais para batismos, santas ceias, funerais, 50 para as "Reuniões de Jovens e Menores" e sete coros. Atualmente está em desenvolvimento uma nova edição do hinário – 5ª edição – com previsão de 30 hinos adicionais e correções nos demais hinos existentes da 4ª. edição. O livro original chamava-se “Inni e Salmi Spirituali”, publicado em italiano no começo do século 20 pela “Assembléia Cristã Italiana de Chicago”, EUA. Os hinários com notação musical seguem o modelo europeu, contendo as claves de Sol e de Fá, e estão escritos para instrumentos em Dó, Mi bemol e Si bemol. Discernimento do músico espiritual Enquanto isto, a música executada para adoração a DEUS deve seguir princípios de sentido Sacro. Por outro lado, devido às influências ‘mundanas’ e modismos no mundo da época presente, os professores de música e os estudantes de música devem estar atentos para discernir os estilos e ritmos para não ser influenciado por modismos e formas de tocar durante o seu aprendizado (estejamos conectados com a comunhão no Espírito Santo de DEUS). Não devemos inovar com “ritmos da moda” nem ter simpatia por um estilo musical diferente dentro da igreja, os quais, são não apropriados para a adoração à DEUS, pois não agrada a Ele, ou seja, é música profana. Diz-se profano o que está em oposição ao sacro, aquilo que não é próprio para as funções do culto, e por isto não é próprio para Louvar a DEUS. Por isto, o papel do músico espiritual é elevar um Louvor com suavidade para a aceitação de DEUS. NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 23 Ritmo: início do curso Introdução ao ritmo O quê é teoria musical? Contagem de notas Propriedades do ritmo Solfejo de gráficos sonoros Deus seja louvado Página 24 Ritmo: início do curso Agora você começa a descobrir a importância da teoria musical para ter domínio sobre a prática musical e saber como ela pode nos ajudar, vamos descobrir passo-a-passo como fazer a contagem de notas – saber quais são e o que significa notas e pausas, descobrir como contar a as pulsações de tempo, como ler unidades de tempo, e familiarizar- se com ritmo e dinâmica. Se você é novo na teoria da música, aqui é onde tudo começa: a pulsação do ritmo que trata o andamento da música, neste momento falaremos do tamanho das medidas de tempo (e não do estilo de ritmos). O quê é teoria musical? O valor da teoria musical Uma das coisas mais importantes para se lembrar sobre teoria musical é que a música veio primeiro. A música existe há milhares de anos antes e a teoria veio para explicar o que as pessoas estavam tentando realizar quando faziam sons nos tempos mais remotos mesmo sem entender teoria musical. Os conceitos e regras da teoria da música são muito parecidos com as regras da língua escrita, pois as regras gramaticais vieram muito depois desde que as pessoas se comunicam em diversos idiomas em todo o mundo. Aprender a ler música é exatamente como aprender uma nova língua, a ponto de uma pessoa ser fluente para “ouvir” uma “conversa” musical quando ler um pedaço de partitura. Existem muitas pessoas no mundo que não sabem ler nem escrever, mas conseguem se comunicar bem falando de seus pensamentos e sentimentos. Por isto, a teoria musical é importante para ajudar-nos a ler e escrever musicalmente falando. Como a teoria musical vai ajudar a minha música? Se você não conhece teoria musical, talvez pode imaginar que a música é algo que pode começar com qualquer nota, ir para onde quer, que o músico pode tocar com a intensidade ou força que preferir, e só parar quando sentir vontade por conta própria; mas isto seria confuso, o resultado desastroso e o esforço do músico seria inútil. Por isto, saber os principais símbolos e princípios da teoria musical nos ajuda a compreender como fazer uma música organizada, criar uma forma de comunicação com seus ouvintes, definir alturas e timbres de bom gosto e principalmente organizar corretamente as suas propriedades. Aprender sobre teoria musical também é incrivelmente inspirador. Cada novo descobrimento é como uma lâmpada se acendesse sobre a sua cabeça e deixasse um novo aprendizado para ser alicerce do próximo descobrimento, pois o desejo de experimentar uma nova técnica musical nos dá confiança muita curiosidade para saber a próxima lição. Os benefícios da teoria musical A música é reconhecida por muitos pesquisadores como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio do corpo, alma e coração; proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio. Platão dizia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. Aprender a ler música é como aprender um novo idioma, uma nova língua. NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 25 Condições para aprender música Boa memória, muito estudo e dedicação Seguramente respondemos que para aprender música o candidato precisa ser muito interessado para adquirir através de (muito) estudo e dedicação: a memória auditiva (lembrança de sons); a memória mecânica (técnica instrumental); a memória visual (reconhecimento das figuras e símbolos musicais). Começaremos nosso estudo com a origem e reconhecimento da grafia do código musical onde a memória visual vai atuar para conhecer o tamanho dos tempos musicais com o solfejo e pulsação. Observa-se muita dificuldade na associação entre a música executada e sua grafia musical porque: a arte musical executada é acústica, aérea, invisível e condicionada ao tempo, e, a arte musical codificada é silenciosa, espacial com caracteres estáticos. Descobriremos juntos que o aprendizado constante e o desenvolvimento em grupo, o músico aumenta em muito a abrangência de sua atuação na arte musical, então vale a pena o esforço e dedicação. As propriedades são: memória visual (leitura da grafia / figuras), aliada à memória auditiva (a mais importante delas / o som), e à memória mecânica (técnica instrumental). Contagem de notas Entendendo o ritmo, pulsação, tempo e valores de notas Todo mundo já ouviu música e em algum momento foi pedido para batermos as palmas de nossas mãos. Por isto, contar uma pulsação é exatamente onde nós temos que começar com a música (a pulsação). Sem compreender o ritmo, não existe ordem para fazer a música e nada acontece para as coisas entrarem no lugar na orquestra. Apesar de todas as outras partes da música ser muito importantes (afinação, melodia, harmonia e assim por diante), sem ritmo (pulsação constante de ordenada) nós não teremos uma música organizada. Não se preocupe, pois você não tem que ser perfeito como um relógio de pulso ou um metrônomo para manter o ritmo exatamente igual a próxima pulsação rítmica. Tudo ao nosso redor tem um ritmo (um tipo de pulsação); como o motor de um carro, a respiração de bebês e o nosso próprio batimento cardíaco. Pulso: um pulso ou uma pulsação é a parte unitária do tempo, um relógio é um bom exemplo. A cada minuto o ponteiro de segundos se movimenta (pulsa) 60 vezes. Ou seja, sessenta batimentos regulares a cada minuto. Se você acelerar ou desacelerar a mão para a próxima batida, então você está mudando o ritmo da batida, aí teremos uma pulsação irregular e fora de ritmo. Cada música nos diz como devemos tocar e qual vai ser a duração de cada pulsação e a velocidade do andamento. Ritmo: é o padrão de pulsos regulares ou irregulares. Pulsação: série de repetições, pulsações constantes que divide o tempo em tamanhos iguais. Cada pulsação também é chamada de batidas, mas usaremos sempre o termo pulsação. Tempo: é a taxa ou a velocidade da batida. Quando você pensa em uma música, logo você pensa em um som. Página 26 Propriedades do ritmo A duração do som e do silêncio é representada por figuras que fornecem o tempo exato de duração. Nesse momento, o som passa a ser organizado pelo ritmo. Agora usaremos as gráficos de barra para definir a explicação e alguns exercícios visuais com a duração do tempo. Pulso É a regularidade do tempo. Cada pulso deve ser regular (ter partes iguais e andamento constante): Acento métrico É a acentuação periódica e regular dos pulsos: Acentuações de 2 em 2 pulsos Acentuações de 3 em 3 pulsos Acentuações de 4 em 4 pulsos Desenho rítmico É a combinação de durações curtas e/ou longas que faz como o nome diz, o desenho rítmico da obra musical. Andamento É a velocidade de repetição da pulsação, podendo acelerar ou retardar o tempo entre um pulso e outro: Pulsações mais lentas Pulsações mais rápidas O ritmo tem quatro propriedades: pulso, acento métrico, desenho rítmico e andamento. FORTE fraco FORTE fraco FORTE fraco FORTE fraco fraco FORTE fraco fraco FORTE fraco fraco FORTE fraco fraco fraco FORTE fraco fraco fraco NOÇÕES ELEMENTARES DE TEORIA MUSICAL Página 27 Solfejo Solfejo é um exercício musical usado para aprender a ler ou entoar os nomes das notas de uma peça musical. A pessoa que solfeja, chamamos de: Solfista. O solfejo está dividido em 3 tipos: a) Solfejo rítmico: estuda-se combinações das durações dos sons em seus grupos rítmicos. b) Solfejo melódico: estuda-se a entonação das notas em suas devidas alturas. c) Solfejo métrico: estudam-se as notas, respeitando a divisão rítmica, não obedecendo a altura das mesmas. Gráficos sonoros Solfejo rítmico Pense em música como uma linguagem Pense na música como as letras do alfabeto,
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