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LOUVOR EM ARTE - TCC

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
ESCOLA DE MÚSICA DA UFPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAURO PINHEIRO PASTANA 
SILVANA DA COSTA FREIRE 
SUELEN DINIZ CORREA PASSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOUVOR EM ARTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém/PA 
2019 
 
 
 
MAURO PINHEIRO PASTANA 
SILVANA DA COSTA FREIRE 
SUELEN DINIZ CORREA PASSOS 
 
 
 
 
 
LOUVOR EM ARTE 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso da Disciplina 
Projetos e Produtos II submetido à Escola de 
Música da Universidade Federal do Pará para a 
obtenção do título de Técnico em Canto e Piano 
Popular. 
 
Orientação: Prof. MS. Joelma da Silva Bezerra 
Co-Orientação: Prof. Dr. Leonardo Coelho e Ediel 
Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém/PA 
2019 
 
 
RESUMO 
 
Esta pesquisa tem por objetivo, a realização uma mostra musical composta de quatro 
músicas, essas músicas foram escolhidas a partir na nossa vivência dentro de nossas 
Igrejas, em específico, canções de louvor a Deus, com base neste repertório, fez-se 
a relação entre os saberes adquiridos antes e depois do Curso de Música Popular na 
EMUFPA – Escola de Música da UFPA. A pesquisa será descritiva/analítica e 
composta de 7 capítulos dentre eles o processo de execução do produto: Amostra 
Musical. Os instrumentos metodológicos foram levantamentos bibliográficos, relato de 
vivências dos autores, produção de partituras das músicas escolhidas e como produto 
final, uma mostra musical. Tal pesquisa surgiu a partir do momento em que 
descobrimos a necessidade e possibilidade de ligar todos os conteúdos adquiridos na 
academia com a vivência em nossas igrejas. E por fim, consideramos a importância 
do projeto em nossas vivências dentro e fora da EMFUPA, visando a continuidade e 
aperfeiçoamento de cada um de nós, assim como, também a contribuição para os 
pesquisadores futuros de dentro e fora da EMFUPA. 
 
Palavras-Chave: Louvor. Arte. Música. EMUFPA. Mostra Musical. 
 
 
ABSTRACT 
 
This research aims to perform a musical exhibition composed of four songs, these 
songs were chosen from our experience within our Churches, in particular, songs of 
praise to God, based on this repertoire, was made the relationship between the 
knowledge acquired before and after the Popular Music Course at EMUFPA - UFPA 
School of Music. The research will be descriptive / analytical and composed of 7 
chapters among them the product execution process: Musical Sample. The 
methodological instruments were bibliographic surveys, reports of the authors' 
experiences, production of scores of the chosen songs and as a final product, a 
musical exhibition. This research came from the moment we discovered the necessity 
and possibility of linking all the contents acquired in the academy with the experience 
in our churches. Finally, we consider the importance of the project in our experiences 
inside and outside EMFUPA, aiming at the continuity and improvement of each one of 
us, as well as the contribution for future researchers inside and outside EMFUPA. 
 
Keywords: Praise. Art. Music. EMUFPA. Musical show. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 LOUVOR EM ARTE ........................................................................... 4 
2 VIVÊNCIAS EMPÍRICAS .................................................................... 7 
2.1 Mauro Pastana .................................................................................. 7 
2.2 Silvana Freire .................................................................................... 9 
2.3 Suelen Passos ................................................................................... 10 
3 A ESCOLA DE MÚSICA DA UFPA ................................................... 14 
4 ENCONTRO DOS SABERES ............................................................ 16 
5 LOUVOR EM ARTE: o repertório ..................................................... 19 
5.1 Agnus Dei .......................................................................................... 19 
5.2 A Ele a Glória ..................................................................................... 22 
5.3 Digno é o Senhor .............................................................................. 25 
5.4 Sonda-me, usa-me ............................................................................ 26 
6 TÉCNICAS UTILIZADAS ................................................................... 28 
6.1 Técnica Vocal .................................................................................... 28 
6.2 Técnica Pianistica ............................................................................. 29 
7 PRODUTO MUSICAL: da preparação á execução ......................... 32 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 33 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 ANEXO 
 APÊNDICE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. LOUVOR EM ARTE 
 
Arte é uma forma de expressão humana, tendo em vista que a mesma transmite 
características e conceitos inerentes ao homem e sua cultura, no sentido que através 
dela, consiga expressar as suas ideias, sensações e sentimentos, servindo como uma 
forma de comunicação (AZEVEDO JUNIOR, 2007). 
A arte pode ser representada de várias formas: na pintura, no cinema, na 
dança, em especial na música, nosso objeto de estudo, entre outras formas. A Música 
é considerada a primeira arte, que consiste na organização e manipulação do som, a 
partir da combinação de elementos como ritmo, melodia e harmonia. A música é uma 
linguagem que está presente em nosso cotidiano, mesmo quando não nos damos 
conta. Considera-se que a música tenha nascido na Grécia Antiga e sido levada para 
outros povos por meio de dominações. 
BENNETT (1986), diz que a música desde a antiguidade, possuía um papel 
fundamental na religião e nos ritos sagrados, apresentava um caráter religioso, 
ritualístico, em agradecimento aos deuses ou como forma de pedidos de proteção 
divina. A partir da Idade Média, surge as músicas de cunho popular (feita para outros 
fins que não era o religioso), porém esta parte não será abordada neste trabalho, 
apenas a relação de música para Igreja. 
A música gospel evangélica, conforme BENNETT, tinha um papel importante 
dentro das liturgias da igreja, MENDONÇA (1984) em sua Tese de Doutorado em 
Ciências Sociais relata que as músicas antigamente eram apenas louvores1 – Músicas 
com temáticas de Salmos que engrandeciam e exaltavam o nome de Deus; tais 
canções eram uma espécie de mensagem cantada, que futuramente seria implantada 
como mensagem/auxílio à pregadores da Bíblia. Um exemplo, foi o surgimento de 
reuniões específicas em 1979 chamados de “Louvorzão” onde jovens de várias igrejas 
se reuniam formando banda e grupos vocais, promovendo um intercâmbio bastante 
forte entre eles. 
 
1 Na língua portuguesa, louvor significa “ato de louvar, aplauso, elogio, encômio. Apologia de uma obra 
meritória”. Tem como antônimo “censura e crítica”. Sendo assim o louvor pode ser dirigido a pessoas, 
instituições, ideologias, objetos, lugares, animais, e outras coisas, através de elogios, aplausos, cânticos, falas 
poéticas, apologéticas, informais, etc. Por exemplo, quando cantamos o Hino Nacional Brasileiro, estamos 
louvando o Brasil. Portanto louvar significa “admirar, falar bem, elogiar, engrandecer”. 
5 
 
Historicamente, a Música Gospel2, aqui apresentada, tem as suas raízes na 
música negro norte-americana, tendo como “The Father Of Gospel Music” – Pai da 
Música Gospel, segundo a revista SCORE (1994), Thomas A. Dorsey, sendo o 
responsável pela consolidação no estilo Gospel nas igrejas; logo em seguida, como 
ícones do desenvolvimento do estilo musical, temos Mahalia Jackson que 
protagonizou o funeral de Martin Luther King com a música de Dorsey “Take my hand, 
precious Lord” (Segure minha mão, precioso pai), Edwin Hawkings, cantor e 
compositor da famosa canção“Oh Happy Day” e James Cleveland, responsáveis por 
fundar a maior convecção gospel do mundo, a Gospel Music Workshop of America, 
em seguida surgem outros influenciadores do estilo como Aretha Franklin, Elvis 
Presley, entre outros artistas. 
No Brasil a “Música Gospel” chega através de missionários presbiterianos e 
batistas estrangeiros, que trazem consigo a missão de pregar a Palavra de Deus, cada 
um com sua metodologia e liturgia aliadas ao crescimento do estilo, trazem consigo 
futuras modificações para o conceito do Música Gospel Evangélica. 
Freddi Jr., em sua Dissertação de Mestrado, relata a estrutura dessas músicas 
quando utilizadas dentro da liturgia das igrejas: 
As composições possuem estrutura verticalizada, em que a melodia 
está sempre concentrada em uma voz soprano, a voz mais aguda, o 
que facilitaria a identificação da melodia. Os hinos desenvolvem as 
funções básicas da harmonia, usando basicamente: Tônica – 
Dominante – Subdominante. Quanto à metrificação, existe a 
preocupação em aproveitar as letras e melodias, fazendo com que os 
textos tenham acentuação pré-definida, com frases musicais curtas 
para facilitação da memorização. (FREDDI JR, 1994, pág. 96 á 107). 
 
Com o passar dos anos, a chegada de grandes gravadoras, o crescimento da 
disseminação da música evangélica por meio das rádios, fez com que surgissem 
outras temáticas de músicas evangélicas, como por exemplo: românticas, 
antropocêntricas ou de autoajuda, entre outros temas, que contribuíram para que a 
música gospel evangélica saísse das quatro paredes da igreja e passasse a ser um 
novo modelo de mercado, atualmente chamado de “Música Gospel”. Destacamos aqui 
alguns artistas da Música Gospel Brasileira: Aline Barros, Cícero Nogueira, Oficina 
 
2 A palavra “Gospel” é uma aglutinação da expressão “God Spell” do inglês antigo, que traduzindo ao pé da 
letra seria “Deus soletra”, mas que associando ao contexto, significa “Boas Novas”, fazendo uma referência 
direta à função do Evangelho bíblico, que trata da vinda do Messias (Cristo) ao mundo. (HORNESS, 2001). 
6 
 
G3, Cassiane, Raiz Coral, Arautos do Rei, Ludmila Ferber, Cristina Mel, Renascer 
Praise, Fernanda Brum, dentre outros. 
Esta pesquisa tem por objetivo apresentar uma mostra de quatro músicas do 
repertório cantado em nossas igrejas, estabelecendo associações de saberes de 
nosso meio e dos conhecimentos adquiridos durante o curso técnico de canto e piano 
popular de três alunos da EMUFPA, tais vivências são descritas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. VIVÊNCIAS EMPÍRICAS 
 
Este tópico ilustra as vivências de duas cantoras e um instrumentista (piano), 
sendo uma cantora da Igreja do Evangelho Quadrangular e dois da Assembleia de 
Deus. Escolhemos escrever em 1ª pessoa para preservar o caráter pessoas de 
nossas histórias, nossos testemunhos.3 A descrição se dá partir do primeiro contato 
de cada um com a música, seguindo até a aprovação no processo seletivo para o 
curso de música popular na Escola de Música. 
 
2.1 Mauro Pastana 
Quem sou eu? 
Meu nome é Mauro Pinheiro Pastana, tenho 21 anos de idade, moro em uma 
comunidade Quilombola no interior de Abaetetuba, minha vivência com a prática 
musical começou no ano de 2007 aos nove anos de idade, quando contemplava a 
minha Mãe ao tocar Teclado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, era algo lindo, 
que me inspirava e influenciava, foi naquele período que eu comecei a ter interesse 
em aprender a tocar esse belo instrumento. 
Não obstante, a Prefeitura Municipal de Abaetetuba realizou um projeto 
intitulado Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), no qual eu 
participei como um dos alunos, e uma das disciplinas da grade curricular do projeto, 
era aulas de música, como: violão, teclado, e flauta. Me dediquei em aprender a tocar 
teclado, a tocar e praticar com o professor que me ensinava, eu não tinha um teclado 
arranjador “padrão” com cinco oitavas, e isso refletiu diretamente na minha 
aprendizagem, como consequência eu toquei teclado apenas com a mão direita 
durante um ano e meio, pois, o único teclado que eu tinha era um teclado para 
iniciante, modelo CASIO SK -5, esse teclado tinha duas oitavas e meia, ainda no ano 
de 2007. 
Com o decorrer dos anos, tive outras aulas e dicas com amigos tecladistas e 
no ano de 2014 comecei à participar de um projeto de educação musical em 
Abaetetuba que tinha convênio com o Fundação Carlos Gomes no Estado do Pará, 
financiado pela Prefeitura Municipal. Dois anos depois, com a mudança de gestão no 
 
3 Segundo AULETE, 2016, testemunho é a afirmação fundamentada; depoimento ou comprovação de uma ou 
mais testemunhas. 
8 
 
período eleitoral, infelizmente foram feitos alguns cortes no orçamento, professores 
dispensados, enfim. 
Não obstante, com a perda do convênio com a Fundação Carlos Gomes 
houve corte de gastos e alguns professores foram dispensados, porém, era fundada 
uma nova Instituição como homenagem a um grande músico das ilhas, foi intitulada 
como: Escola Municipal de Música Agenor Ferreira da Silva no prédio anexo da 
SEMEC – Secretaria Municipal de Educação. Foi na Escola Municipal de Música 
Agenor Ferreira da Silva que eu tive acesso à educação básica musical de fato, visto 
que, havia profissionais capacitados e com experiência na área. Outrora, eu atuava 
na igreja apenas com o um “conhecimento empírico”, apenas com a mão direita, o 
“empirismo” é a doutrina filosófica segundo o qual, todo o conhecimento, com exceção 
do lógico e do matemático, deriva da experiência. Mas, nesse contexto seria a maneira 
de tocar, sem as noções completas ou aprofundadas de Pulsação, Melodia ou leitura 
de partituras, ou seja, apenas “tocar de ouvido” ou “tirar músicas de ouvido”, pois não 
tinha acesso a teoria musical. Após isso, em 2017 os professores da Escola Municipal 
de Música me apresentaram e falaram à respeito da Escola de Música da 
Universidade Federal do Pará, localizada em Belém do Pará, inclusive um professor 
recém formado no curso Técnico de Violão Popular. 
Resumidamente, minha vivência acontece no ramal do Itacuruçá, na Igreja 
Evangélica no Interior de Abaetetuba. Na igreja tenho alguns deveres como: sendo 
professor da Escola Bíblica Dominical, onde também participo como Tecladista do 
Grupo Restauração que é um grupo local da Igreja, também atuo como arrecadador 
do departamento Grupo de Jovens, sendo uma espécie de tesoureiro. No Grupo 
Musical já tive a oportunidade de interpretar vários cantores da música gospel, entre 
eles, Anderson Freire, Leonardo Gonçalves, Davi Sacer, Pastor Lucas, Marquinhos 
Gomes, entre outros. 
Após o curso Técnico, pretendo fazer outros processos seletivos para me 
aperfeiçoar, em busca de capacitação. Em seguida, retornar para contribuir em minha 
humilde comunidade com o ensino musical para pessoas de qualquer idade, sendo 
assim, poderei retribuir de maneira positiva todo o conhecimento adquirido nesse 
período universitário. 
 
 
 
 
9 
 
Figura 1: Em uma entrevista na Tv SBT em Abaetetuba 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
2.2 Silvana Freire 
Ha 21 anos atrás tive uma experiência com Deus e que até os dias de hoje 
vem se concretizando, quando Ele me concedeu um dom muito especial e que tantos 
desejam: que é a música e em mim ela se manifestou na forma de canto. 
Eu era uma pessoa completamente desafinada até os meus 20 anos foi 
quando me converti a Jesus e depois de quase um ano recebi um chamado especial 
para louvar ao Seu Nome. 
Através da Bíblia e dos meus líderes espirituais aprendi que esse dom e 
talento é muito mais que simplesmente cantar e que eu precisava levar uma vida de 
intensa adoração, consagração para que este dom se multiplicasse e alcançasse a 
outros através nãosó da minha voz, mas, de meu testemunho e que foi me entregue 
exclusivamente para glória de Deus. 
Tudo se iniciou por uma visão espiritual, seguida de um convite para cantar 
num culto de Jovens na Igreja do Evangelho Quadrangular que congrego há 21 anos. 
Foi algo sobrenatural o que expressei através da minha voz neste dia e até hoje tenho 
vivo a música em forma de louvor e adoração ao Senhor Jesus. 
Muitas pessoas gostariam de cantar em um ministério de louvor, se tornar 
pastor, evangelista, missionário (a), pregar no púlpito da igreja, gravar um CD e coisas 
assim. Tudo isso, se vem de Deus para o seu coração, certamente irá se cumprir. 
10 
 
Muitas pessoas se esquecem de que foi Deus quem deu seus dons e talentos. 
Pensam que são boas por si próprias, mas a verdade é que tudo o que temos e somos 
vem de Deus. Dons são presentes! São dádivas que recebemos de Deus. Todos os 
nossos dons foram dados como um presente, pela Sua graça. Por isso, não temos 
que nos gabar e achar que somos melhores que os outros. Precisamos, 
simplesmente, oferecer nossos dons e talentos para a glória de Deus. 
E depois de 20 anos despertei em buscar conhecimento técnico pois a Palavra 
de Deus nos ensina que devemos aperfeiçoar o fim e talento que nos concedeu. E 
tenho vivido este sonho maravilhoso na busca de mergulhar ainda mais em dar o 
melhor ao meu Deus! 
Figura 2: Cantando no Templo Labaredas de fogo da Igreja Quadrangular 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
2.3 Suelen Passos 
Ministra de louvor no Templo Central da Assembleia de Deus em Belém, 
professora auxiliar no NEMAD – Núcleo de Educação Musical da Assembleia de Deus 
e Violista de arco na Orquestra do Templo Central da Assembleia de Deus, e através 
deste, venho relatar minha vivência com a música evangélica. 
11 
 
Acredito que meu chamado4 para o ministério do louvor iniciou-se com 2 anos 
de idade, quando fui diagnosticada pelos médicos com falência total nos dois pulmões. 
Minha mãe, certamente em completo desespero, começou a busca de soluções. 
Depois de muitas tentativas, numa tarde ela entrou em uma igreja evangélica, 
oportunizando o momento da oração fez o seguinte pedido a Deus: “Eu serei tua e ela 
será tua se mudares a situação dela”. Dessa forma aconteceu, com seis meses saí 
do hospital e a partir de então começou minha trajetória na música. 
Meu crescimento foi ouvindo e cantando em coros infantis, participando de 
apresentações nas igrejas. Até que ao completar 12 anos tomei a decisão de aceitar 
a Jesus como salvador. E como presente ganhei uma fita k7 da cantora Adriana 
Marques que vinha acompanhado de playbacks, foi então que comecei a ouvir, 
aprender as músicas e então cantar solo em casa com um microfone velho e o 
gravador. Fazia isso somente em casa, pois na igreja em que frequentava era cheio 
de adolescentes e jovens já experientes no canto, e por várias vezes chegava cedo 
nos cultos e solicitava ao pastor para cantar, ao chegar o momento das oportunidades, 
eu nunca era chamada; muitas vezes não tinha nenhum ministro do grupo principal, 
mesmo assim, eu não era chamada. Os anos se passaram e uma vez muito triste com 
a situação, orava a Deus questionando por que eu nunca era chamada para cantar na 
igreja, era o que eu mais queria, eu sentia que esse era meu propósito, era minha 
forma de prestar culto a Deus, mas eu queria também mostrar para as pessoas que 
eu sabia. Até que vi um vídeo da cantora Fernanda Brum, onde ela dizia que orava a 
Deus para ensiná-la e capacitá-la para adorar com perfeição e de todo coração. Isso 
me impulsionou a buscar este mesmo conhecimento e capacitação de Deus. Mudei 
meu propósito de cantar, pois buscava que o pastor e os irmãos da igreja me vissem, 
nunca me preparei para realmente louvar a Deus. 
Aos 15 anos, em um culto em ações de graças pela passagem do meu 
aniversário me pediram então para finalmente cantar um louvor, e assim eu fiz. Escolhi 
como repertório a canção “Para sempre te adorarei” da cantora gospel Aline Barros. 
Foi a melhor sensação que já havia sentido, sentia como se eu estivesse cantando 
frente a frente com Deus. Naquele momento não me importei com quem já tinha 
 
4 Segundo o Dicionário Bíblico Vine (CPAD, 2002), o verbo chamar pode ter várias conotações, tais como: chamar 
alguém, convidar, convocar; fazendo referência ao convite às pessoas a participarem das bênçãos da redenção 
(Rm 8.30; literalmente chamar para dentro...; formando meta, implicando mudança..., chamar de um lugar para 
outro, convocar...; formado “para”,... chamada divina em confiar aos homens a pregação do Evangelho em diversas 
formas (At 13.2; 16.10). 
12 
 
experiências, nem se ia ser chamada novamente, só me importava em cantar pra 
Deus, e cada vez que abria a boca para repetir o refrão, percebia que algo dentro de 
mim soltava da minha voz e me dava ousadia na hora de cantar. Foi aí que eu entendi 
que Deus não me queria como vitrine, que buscasse fama, agradar somente a 
homens, mas que primeiramente entregasse a Ele o melhor louvor, e o restante viria 
como consequência. Ao terminar de cantar naquele dia, várias pessoas chegaram 
para me cumprimentar e parabenizar dizendo que não sabiam que eu tinha aquele 
talento, assim surgiram vários convites para atuar. 
 
Figura 3: Cantando em Igreja Evangélica de São Caetano 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
Aos 21 anos após casar com um músico, os convites começaram a surgir em 
maior escala, assim como também iniciou-se a experiência para compor backings 
vocals à cantores renomados da época, me senti novamente frente a um novo desafio, 
como fazer vocal se nunca havia estudado nada sobre o assunto e na época também 
não tinha condições para pagar um curso? Lembrei novamente de como tudo 
começou, orei a Deus e pedi que ajudasse a entender como eu poderia fazer, passei 
então a ouvir os vocais das músicas até que comecei a descobrir o que cada voz fazia 
dentro da música, passei então a extrair as vozes de backings e quando tinha dúvidas, 
perguntava ao meu marido e o mesmo me esclarecia da forma que podia. 
 
13 
 
Figura 4: Vocal para a cantora Damares em Soure
 
Fonte: Acervo Pessoal 
Passou-se sete anos, resolvi tentar uma vaga numa escola de música, a única 
coisa que eu sabia fazer era cantar, porém a vaga que tinha era somente para canto 
lírico, fiz processo seletivo e fui aprovada em segundo lugar geral, porém no decorrer 
do curso, percebi que não era essa forma de cantar que eu queria, até que em 2017 
surgiu o processo seletivo para Canto Popular na Escola de Música da UFPA, 
consegui organizar meus afazeres e no ano seguinte, em 2018, não hesitei, fiz a prova 
e passei. 
Dentro do curso de canto popular descobri muitas técnicas e reconheci outras 
técnicas que já fazia sem perceber, só que a partir de então passei a entendê-las com 
mais clareza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 A ESCOLA DE MÚSICA DA UFPA 
 
A EMUFPA – Escola de Música da UFPA, tem em seu marco histórico as 
datas de 1963 e 1964, com sua primeira estrutura. Também já teve algumas 
nomenclaturas diferentes a atual: CAM – Centro de Atividades Musicais em 1970, 
SAM – Serviços de Atividades Musicais da Universidade Federal do Pará em 1974, e 
finalmente EMUFPA, seu nome atual desde a década de 90, quando a Instituição 
deixa o status de “serviço” e passa a ser “escola”. 
A Escola com mais de 50 anos, é baseada nos itens ensino, pesquisa e 
extensão e atua com cursos livres e também os de nível técnicos, estes últimos, são 
todos regulamentados pelo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, com duração de 
dois anos e carga de 800 horas. Para o ingresso, é necessário o candidato prestar 
exames de habilidades musicais e estar cursando ou ter concluído o ensino médio. 
Os cursos livres são compostos de: Canto Lírico, Contrabaixo Elétrico, Piano, 
Saxofone, Teoria Musical Elementar, Trombone, Tuba/Eufônio,Trompa, Viola de arco, 
Violino e Violoncelo. Os cursos técnicos são compostos de: Composição e Arranjo, 
Canto, Instrumentos musicais. 
Nosso objeto de estudo está focado nos cursos Técnico de Canto Popular 
(figura: 5) e Piano Popular (figura: 6) ofertados pela Escola, que estão organizados 
dada seguinte maneira: 
 Canto Popular: Está inserido no catálogo da CNCT, página 175, com a titulação 
Técnico em Canto, onde engloba o curso de Canto com as vertentes: Coral, 
Lírico e Popular. (ver Anexo A) 
 Piano Popular: Está inserido no catálogo da CNCT, página 189, com a titulação 
Técnico em Instrumento Musical, especificação popular e habilitação em 
Piano/Teclado. (ver Anexo B) 
 
 
Figura 5: Organização Curricular de Canto Popular 
1º. 
SEM 
LINGUAGEM 
MUSICAL I 
(56h) 
 
INSTRUMENTO 
COMPLEMENTAR I – 
VIOLÃO OU TECLADO 
(28h) 
CANTO 
POPULAR I 
(56h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA POPULAR 
I 
(28h) 
2º. 
SEM 
LINGUAGEM 
MUSICAL II 
(28h) 
LITERATURA E 
ANÁLISE I 
(28h) 
INSTRUMENTO 
COMPLEMENTAR II – 
VIOLÃO OU TECLADO 
CANTO 
POPULAR II 
(56h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
15 
 
(28h) MÚSICA POPULAR 
II 
(28h) 
3º. 
SEM 
LINGUAGEM 
MUSICAL III 
(28h) 
LITERATURA E 
ANÁLISE II 
(28h) 
PROJETOS E 
PRODUTOS MUSICAIS 
I 
(28h) 
CANTO 
POPULAR III 
(56h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA POPULAR 
III 
(28h) 
4º. 
SEM 
LITERATURA E 
ANÁLISE IV 
(28h) 
LITERATURA E 
ANÁLISE III 
(28h) 
PROJETOS E 
PRODUTOS MUSICAIS 
II* 
(14h) 
CANTO 
POPULAR IV 
(56h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA POPULAR 
IV 
(28h) 
Fonte: http://www.emufpa.ufpa.br (2019). 
 
Figura 6: Organização Curricular de Canto Popular 
1º. 
SEM 
LINGUAGEM 
MUSICAL I 
(56h) 
 
CANTO 
CORAL I 
(28h) 
INSTRUMENTO I 
(14h) 
LAB. DE 
MUSICA 
POPULAR I 
(28h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA 
POPULAR I 
(28h) 
2º. 
SEM 
LINGUAGEM 
MUSICAL II 
(28h) 
LITERATURA E 
ANÁLISE I 
(28h) 
CANTO 
CORAL II 
(28h) 
INSTRUMENTO II 
(14h) 
LAB. DE 
MUSICA 
POPULAR 
II 
(28h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA 
POPULAR II 
(28h) 
3º. 
SEM 
LINGUAGEM 
MUSICAL III 
(28h) 
LITERATURA E 
ANÁLISE II 
(28h) 
PROJETOS E 
PRODUTOS 
MUSICAIS I 
(28h) 
INSTRUMENTO III 
(14h) 
PRATICA 
DE BIG 
BAND I 
(28h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA 
POPULAR III 
(28h) 
4º. 
SEM 
LITERATURA E 
ANÁLISE IV 
(28h) 
LITERATURA E 
ANÁLISE III 
(28h) 
PROJETOS E 
PRODUTOS 
MUSICAIS II* 
(14h) 
INSTRUMENTO IV 
(14h) 
PRATICA 
DE BIG 
BAND II 
(28h) 
PRÁTICA DE 
CONJUNTO EM 
MÚSICA 
POPULAR IV 
(28h) 
Fonte: http://www.emufpa.ufpa.br (2019). 
As atividades curriculares são realizadas com orientação, tendo como 
trabalho final, um produto musical. Além das disciplinas obrigatórias, o aluno precisa 
cumprir certa quantidade de horas em disciplinas eletivas ou atividades 
complementares que são avaliadas pela coordenação da Escola. Cada disciplina 
ofertada, apresenta a forma teórica/prática aliançadas, para a então profissionalização 
do aluno no mercado de trabalho. Este trabalho, é parte final da disciplina Projetos e 
Produtos II, orientado pela Mestre Joelma Bezerra. 
 
 
16 
 
4 O ENCONTRO DOS SABERES 
 
Apresenta o relato de vivência dos alunos Mauro (Piano Popular), Suelen e 
Silvana (Canto Popular) dentro da EMUFPA. A descrição a seguir se dá após a 
aprovação no processo seletivo para ingresso de alunos nos cursos técnicos. Abaixo, 
é descrito o processo de ensino/aprendizagem nas disciplinas estudadas durante os 
anos de 2018 e 2019, fazendo a junção dos conhecimentos adquiridos antes e durante 
a passagem na Escola. 
Nossas experiências de aprendizado na EMUFPA têm sido transformadoras, 
fascinante e com toda certeza uma história de grandes conquistas e desafios para 
cada um de nós. 
A primeira transformação foi na nossa mente, ao descobrir que a música 
precisa de um conjunto de fatores para ser bem executada e todas elas requerem 
dedicação para melhor aprendermos e aplicarmos em nossas vivências musicais 
diárias. Nada acontecia de forma isolada, sempre haviam conexões a serem feitas 
para um melhor entendimento dos assuntos. Nem todos tínhamos conhecimento 
sobre a dimensão e estrutura que o curso nos oferecia, visto que seria a primeira vez 
em que dois de nós, estaríamos cursando em uma academia de música e passar por 
cada processo de aprendizagem foi desafiador. 
Outra proposta desafiadora e importante foi cantar, tocar e interpretar diversos 
repertórios da música popular a exemplo: música Pop nacional e internacional, 
músicas regionais e outras, pois, a nossa prática diária são as “músicas gospel” e não 
foi nada fácil perceber e deixar alguns vícios que acabamos adquirindo na nossa forma 
de cantar e tocar, visto que antes tínhamos apenas os conhecimentos empíricos e não 
tínhamos o domínio técnico para a colocação vocal apropriada ou da técnica pianista 
necessária para cada repertório. Nos deparamos também com a dificuldade de 
entendimento na matéria de linguagem musical e que requereu uma maior dedicação 
nossa, para vencermos tal obstáculo, visto que esta matéria é de fundamental 
importância para o melhor desenvolvimento ligado à nossa prática no canto e no tocar 
um instrumento. Essa foi nossa maior dificuldade dentro do Curso. 
Durante o período de permanência nos cursos de Piano e Canto Popular, 
participamos dos projetos de pesquisa da Professora Joelma, que nos proporcionou 
o despertar para a conexão dos conteúdos adquiridos no curso técnico, neste projeto, 
17 
 
realizamos o levantamento histórico/bibliográfico de canções, a produção de partituras 
das músicas selecionadas pela professora, os ensaios com as aplicações técnicas 
tanto vocal, quanto instrumental, e por fim o show de apresentação com toda a 
produção necessária como resultado do processo. 
Figura 7: Laboratório de Piano Popular 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
Figura 8: Show Nara Leão 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Figura 9: Making Off – Show Jovem Guarda 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
Todo este processo que fizemos nos quatros semestres cursados na Escola, 
nos mostrou a importância do vínculo da cada disciplina estudada dentro da EMUFPA, 
podemos destacar entre várias: Linguagem Musical, Literatura e Apreciação Musical, 
Editoração, Produtos e Projetos I, e as não menos importantes Práticas nos 
Instrumentos, Canto e Piano no nosso caso. 
Durante o segundo semestre do primeiro ano de curso, começamos a 
trabalhar a estrutura harmônica da música, e muito atencioso o professor Ediel Freitas, 
professor da disciplina Linguagem Musical II, nos mostrou como utilizar a produção 
de harmonias em nossos instrumentos e registrá-los na grafia musical, pois até então 
sabíamos aplicar as harmonias, mas não sabíamos o caminho técnico para a 
realização. Após dominado este processo, então pensamos na realização de um 
projeto que pudesse unir a vivência que tínhamos antes de entrar na academia, com 
a vivência que estávamos adquirindo dentro do curso de Música Popular. 
 
 
 
 
 
19 
 
5 LOUVOR EM ARTE: o repertório 
 
Ao chegar a oportunidade da realização de um projeto de pesquisa para 
conclusão do curso, conteúdo da disciplina: Projetos e Produtos II, pensamos em unir 
tudo o que aprendemos, na forma que aprendemos para inserir dentro da vivência que 
já tínhamos antes da academia. Para isso, escolhemos um repertório de quatro 
músicas que resgatassem o primeiro conceito da “Música Gospel” – aquela que 
anuncia a Boas Novas, que traz a temática de louvor e exaltação ao nosso Deus, que 
geralmente trabalhamos dentro das nossas igrejas, e com elas realizar o mesmo 
procedimento utilizado dentro da academia: escolha de repertório, produção da 
partitura, análise da partitura e execução do repertório escolhido com suas devidas 
técnicas vocais e pianistas exigidas. 
Amadurecemos a ideia com nossa orientadora, e após várias tentativas de 
escritas e temas sugeridos, fechamos a ideiada Mostra Musical: Louvor em Arte, onde 
tratamos a importância da união dos conhecimentos adquiridos e descrevemos a 
aplicação do mesmo processo utilizado nos projetos de pesquisa da professora 
Joelma. 
Como repertório, escolhemos para a mostra as músicas: Agnus Dei, Digno é 
o Senhor, A Ele a glória e Sonda-me, usa-me. Neste repertório trabalhou-se a 
pesquisa histórico/biográfica de cada música, também fez-se a produção de arranjos 
e transcrições baseadas nos áudios originais, e a análise das técnicas utilizadas para 
a execução de cada música, como está descrito posteriormente neste capítulo. 
 
5.1 AGNUS DEI 
Agnus Dei é uma expressão em latim que significa “Cordeiro de Deus”, que no 
meio cristão se refere a Jesus Cristo, que fez sacrifício na cruz para lavar o pecado 
de todos aquele que nEle crêr e o reconhece como salvador. 
A canção foi originalmente composta por Michael Whitaker Smith, músico 
evangélico que tem diversas de suas canções bem conhecidas no meio cristão, e 
Agnus Dei é uma delas. 
Michael W. Smith, como é conhecido no mercado gospel, cresceu em uma 
família evangélica, e aos cinco anos compôs sua primeira canção. Mas com o sucesso 
adquirido no mercado musical e longe de seus pais, começou a se envolver com 
drogas, e aos 22 anos de idade, sofreu uma taquicardia, entrando em choque por 
20 
 
algumas horas; através da dor do momento, Michael senti de se aproximar de Deus e 
assim fazer uma promessa de seguir novamente sua jornada cristã. Sua oração foi 
atendida, Smith ficou curado e a partir deste momento se propôs a pregar e cuidar de 
adolescentes e jovens usuários de drogas, hoje é pastor de jovem, a missão que mais 
gosta de fazer. 
 Agnus Dei foi escrita em apenas três minutos para cantar em uma igreja em 
que fora convidado como o mesmo relata em seu livro “It’s time to be bold”,1997. A 
canção após apresentada na igreja, entrou em seu álbum “Go West Young Man” que 
foi lançado em 1990 pela gravadora Reunion Records. 
Estruturada na forma musical AB5 (estrofe e refrão), e trazendo um cunho de 
louvor e adoração e mesmo sendo uma música aparentemente simples de ser tocada 
e cantada, Agnus Dei, traz uma linda mensagem na sua letra, e com a aplicação das 
dinâmicas e adaptações inseridas, buscou-se apresentar a sensação angelical 
executada por vozes e piano descrita biblicamente no livro de Apocalipse capítulo 4 e 
versículo 8: “Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por 
dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, 
Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há 
de vir”. 
A letra foi originalmente escrita por Michael W. Smith, e para esta pesquisa, 
utilizaremos a adaptação em português do Ministério Atmosfera da Adoração, gravada 
em 2003 na terceira edição do evento que tem o mesmo nome do ministério. 
Em sua composição original, Agnus Dei foi arranjada por Robert Sterling na 
tonalidade de La Maior, para a formação de um solista masculino acompanhado do 
grupo americano Boychoir e um piano que foi executado pelo próprio Smith. 
Na estrutura original da música, a estrofe é cantada em uníssono como mostra 
a figura 10 e o refrão, executado com as divisões vocais iniciando pela segunda 
inversão de Ré maior como mostra a figura 11. 
 
 
 
 
 
 
5Classificação feita a partir das definições de BENNET (1986) em seu livro: Forma e Estrutura da Música. 
21 
 
Figura 10: Parte inicial da música Agnus Dei 
 
Fonte: www.superpartituras.com.br (2019) 
 
Figura 11: Inicio da divisão vocal da música Agnus Dei 
Fonte: Acervo Pessoal 
Para este trabalho, fez-se uma transcrição e adaptação do áudio original para 
um trio de cantoras e o acompanhamento de piano, pois a tonalidade de La maior, 
estava desconfortável para os vocais. A primeira adaptação, foi a troca de tonalidade 
para Sol Maior (figura 12), buscando permanecer o início da música com a estrutura 
das vozes em uníssono e preenchendo as vozes no refrão, como indica a figura 13. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Figura 12: Transcrição/Adaptação da música Agnus Dei 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
Figura 13: Transcrição/Adaptação do refrão 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
5.2 A ELE A GLÓRIA 
Escrita originalmente pelo norte-americano Kevin Jonas, “To Him Be Glory” 
foi originalmente gravada por seu autor no álbum “Christ For The Nations” que contou 
23 
 
com a participação de Ana Paula Valadão cantando em português antes mesmo da 
formação do Diante do Trono. 
Paul Jonas Kevin é compositor, músico, e foi pastor/ministro ordenado na 
assembleia de deus em Wyckoff - California, trabalhava como professor de 
composição no Christ of the nations, é pai e empresário de Joe, Nick e kevin Jonas, 
os irmãos The Jonas Brothers. 
To him be glory faz parte do Album Breath of Heaven (respiração do céu) do 
projeto Christ for the Nations, gravado em 1996 pela gravadora Catapult, se tornando 
um grande sucesso a partir do seu lançamento em 5 de maio do mesmo ano. 
No Brasil, a música ganhou sua versão em português, feita pela líder do 
Ministério Diante do Trono, Ana Paula Valadão. A canção entrou para o segundo 
álbum do grupo, denominado “Exaltado”, lançado em 1999, passando a ser chamada 
de clássica, por ser executada em todas as igrejas. A música é a única no álbum que 
não foi composta pelos membros do ministério. 
A música é baseada no livro bíblico de Romanos 11:33-36: 
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, 
pois, a glória eternamente. Amém! ”. “Ó profundidade da riqueza, tanto 
da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são 
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! ”. 
 
Ainda na música destaca-se a ministração em kikongo (dialeto de Angola), 
feita pelo casal Lysoka e Fernando Ngury; em holandês, feita por Johanneke e Michele 
Lukasse; e em inglês, feita por Sheyla Shore, encerrando com a versão em português 
de Ana Paula Valadão. 
A Ele a glória do Diante do Trono que também traz a temática de adoração a 
Deus, está na tonalidade de Mi menor, na forma AB com uma ponte de modulação 
para Sol menor; a canção foi arranjada por Paulo Abucater, Sérgio Gomes e 
Maximiliano Moraes, para solista mulher, somado a um grupo vocal de nove backing 
vocals, um coral de 200 vozes do ministério da Igreja Batista Alagoinha e o 
acompanhamento orquestral. Porém na partitura disponível e utilizada aqui como 
modelo, o arranjo vocal foi feito apenas para a voz principal, como aponta a figura 14. 
Sendo necessário, um novo arranjo e adaptação para este trabalho. 
 
 
 
24 
 
Figura 14: Partitura vocal da Música: A Ele a glória 
 
Fonte: maestrovictor@hotmail.com (2010) 
 
Para esta pesquisa, utilizou-se da mesma tonalidade de Mi menor, (figura 15) 
e foi produzido um arranjo/adaptação para três vozes femininas com 
acompanhamento de piano. 
 
Figura 15: Adaptação de Tonalidade da Música: A Ele a glória 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
Figura 16: Adaptação Harmônica da Música: A Ele a glória 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
A divisão vocal está iniciando no compasso 47, quando há a mudança de 
tonalidade para Sol menor, o acorde que inicia a divisão vocal está em Mi bemol feito 
pelo piano acompanhante que é a subdominante relativa. (figura 16). 
25 
 
5.3 DIGNO É O SENHOR 
Com o título original Worthy is the lamb que significa “Digno é o cordeiro” a 
música deste capítulo foi gravada em 2001 pelo Ministério de Louvor Hillsong, grupo 
musical bastante conhecido por suas músicas de estilo adoração. A canção é faixa de 
You are my world (você é meu mundo) e retrata o sacrifício de Jesus na cruz do 
calvário, como remissão dos pecados da humanidade. 
Composta pela autraliana Darlene Joyce Zschech, que na época era 
integrante do Ministério Hillsong Church, a compositora conta em seu livro que contémo mesmo título da canção, que esta é a sua música preferida, mesmo não sendo 
aquela que estourou no mercado, pois o seu objetivo em compor era apenas de 
agradar ao Senhor, e o sucesso das canções eram apenas consequências que a seu 
ponto de vista, eram perigosas, pois tiravam o foco de Deus e colocavam sobre ela. 
No Brasil, a canção recebeu como título “Digno é o Senhor”, sucesso nacional 
na voz da cantora evangélica Aline Barros, a canção pertence ao álbum “Frutos de 
Amor” que rendeu a cantora o seu primeiro Grammy Latino. 
A canção faz parte de uma época cheia de sentimentos da cantora, Aline 
relata em seu livro “Fé e Paixão (2010)”, que estava explodindo de alegria, pela 
chegada do seu primogênito Nickolas, mas ao mesmo tempo, seu coração chorava, 
pois teve sérios problemas em suas pregas vocais, deixando-a por um longo período 
sem voz. Através desses motivos, Aline resume o porquê de cada canção ser 
escolhida para este álbum. 
Fazendo comparativos, a versão Digno é o senhor de Aline, fideliza quase que 
completamente o arranjo original de Hillsong com o Worthy is the Lamb, sua forma 
permanece AB (estrofe e refrão), a tonalidade de Sol Maior são exemplos (figura 17). 
Algumas diferenças se aplicam a parte do instrumental, pois a versão de Hillsong foi 
feita para uma solista mulher, um coral e mais de 50 vozes e a orquestra que 
acompanha o grupo. Já na versão de Aline, o arranjo segue para uma solista mulher, 
um backing vocal de quatro vozes e uma banda para acompanhamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Figura 17: Partitura na tonalidade de Sol Maior 
 
Fonte: https://pt.scribd.com/doc/217246979/dignoosenhor-versaoalinebarros-
120603170305-phpapp01 
 
Para esta pesquisa utilizou-se as duas versões, aproveitando o arranjo vocal 
para coral de Hillsong e a letra em português de Aline. Fidelizou-se a tonalidade e 
adaptou-se as vozes para o trio feminino com acompanhamento do piano. (Figura 18). 
Figura 18: Música: Digno é o Senhor 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
5.4 SONDA-ME, USA-ME 
A última música e não menos importante trabalhada nesta pesquisa, se 
chama: Sonda-me, usa-me, interpretada por Aline Barros. 
A música é de autoria da cantora em parceria com Edson e Ana Feitosa, é 
faixa do álbum Som de Adoradores ao vivo, gravado em 2004 pela MK Music. Em 
2010 pelo sucesso, a música foi indicada ao Prêmio Música Digital na categoria venda. 
A Canção está baseada no livro bíblico: Salmos de número 139, e traz a 
história da sua perca de voz; com 5% apenas, ficou um longo tempo sem gravar, 
porém, a doença trouxe modificações positivas na voz de Aline, relata ela em seu livro 
Fé e Paixão. 
27 
 
“Depois do problema, minha voz deu uma encorpada, uma 
amadurecida e ficou mais aveludada. Isso pra mim foi ótimo, eu amei! 
Na minha extensão vocal, caí duas notas no agudo, mas ganhei cinco 
no grave. Isso foi maravilhoso! As pessoas estão comentando que a 
minha voz está mais madura, mais cheia, mais forte! ” (BARROS, 
2010). 
 
Sonda-me, usa-me, foi a primeira a ser escolhida para o CD, e é a favorita da 
cantora, relata: 
“No início só o piano marcando esta canção de adoração ao 
Senhor. “Sonda-me, Quebranta-me, Transforma-me, Enche-me e 
Usa-me Senhor”, este é o louvor que mais gosto deste CD. Podemos 
sentir o mover de Deus, quando entoamos este louvor de adoração ao 
Senhor. Pedindo a Deus que nos transforme. Sua Igreja não pode ficar 
sem essa canção”. (BARROS, 2010). 
 
A canção está registrada na tonalidade de Do Maior, não foram encontradas 
até o presente momento da escrita deste trabalho, registro de partituras para vozes 
desta música, porém, baseado no áudio original, retiramos as informações 
necessárias para a produção do arranjo. A música foi feita para uma solista, três 
backing vocals (2 mulheres e um homem) com acompanhamento de banda. Para esta 
pesquisa, conservou-se a tonalidade, e adaptou-se as vozes para o trio feminino com 
acompanhamento de piano e fez-se uma rearmonização dos trechos da introdução 
(Figura 19). 
Figura 19: Rearmonização da introdução da música: sonda-me, usa-me 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
28 
 
6. TÉCNIAS UTILIZADAS 
 
6.1 TÉCNICA VOCAL 
Backing vocal ou vocal de apoio, como o próprio nome diz, são as pessoas 
que dão apoio ou suporte para o solista de uma banda ou grupo. Sua função é criar 
harmonia entre as vozes nas canções, no entanto, deve-se tomar cuidado para não 
sobressair sobre a voz principal. 
Apesar de ser um grupo de pessoas, o backing vocal é um único instrumento, 
é necessário que tenha um bom conhecimento musical, e tenha estudado o arranjo 
que irá ser feito. Por isso, é importante, que aconteçam ensaios para timbrar 
corretamente as vozes. 
MARIONI (2019), diz que um bom backing vocal deve seguir três parâmetros 
denominados de “VAT”: volume que está relacionado com a intensidade, como por 
exemplo, piano, mezzo piano, mezzo forte, forte e etc., afinação que está vinculado a 
vibração das pregas vocais, a mesma frequência que está sendo solicitada na música, 
precisão de notas, e o timbre que tem a ver com a qualidade sonora do cantor, para 
alguns estudiosos, a cor da voz, Marioni, diz que com o auxilia da plasticidade vocal, 
é possível chegar mais próximo da voz do outro, tendo dessa forma a timbragem 
vocal. 
Achar que a pessoa que faz backing vocal porque não sabe cantar, é um 
conceito muito errôneo. O correto é que o vocal de apoio tenha consciência da sua 
extensão e registro vocal, para que a harmonização vocal, seja feita de forma correta, 
além do seu conhecimento musical, para usar a técnica correta para cada arranjo. 
A divisão vocal ou abertura de vozes, geralmente é feito em terças, formando 
acordes. É importante ter uma boa percepção musical e um ouvido bem treinado. 
Esse conhecimento só é adquirido com muito treino e estudo. O backing vocal 
tem muita importância em uma banda ou para o cantor, no entanto, quando não é 
preparado corretamente, ou o faz sem qualquer conhecimento musical, acaba 
atrapalhando o solista. 
Durante os ensaios da música buscou-se inserir no vocal, algumas técnicas 
estudadas durante o curso de Canto popular, listaremos algumas delas: 
Nas músicas há a predominância de passagens do registro vocal, por 
exemplo, da voz de máscara para a voz de cabeça, segundo BAÊ, TUTTI e PACHECO 
(2006, p. 64-65), essas mudanças de registros, são as passagens entre os músculos 
29 
 
Tireoaritenóideo (T.A) ou registro de peito, para a o músculo Cricotireóideo (C.T) ou 
voz de cabeça, onde as frequências se tornam mais agudas, ressoando da região da 
face para a região da cabeça. 
OLIVEIRA (2004, p.5) diz que a técnica da voz cantada torna a voz “potente 
e timbrada (com a mesma cor) ”. Dessa forma procurou-se utilizar as cavidades de 
ressonâncias para obter a melhor afinação, a melhor timbragem principalmente onde 
as canções exigiam a voz em uníssono. 
De acordo com DINVILLE (1993), a qualidade vocal do cantor possui 
características que devem e podem ser alteradas juntas ou separadamente para 
ocorrerem mudanças na voz. Essas características são: altura, intensidade, timbre, 
homogeneidade, afinação, vibrato e alcance da voz. Nas frases “Digno de louvor” da 
canção agnus Dei, por exemplo, adotou-se a dinâmica do crescendo, evidenciando o 
som metálico6 do refrão “Santo...” que explora a ressonância orofaríngea que ocorre 
por constrição faríngea, por contração dos pilares faríngeos, abaixamento velar e 
elevação do dorso da língua. A voz fica com uma característica brilhante e metalizada. 
Neste caso a projeção da voz é aumentada. Logo em seguida para finalizar, retorna-
se a frequência fundamental (F.O), determinada pela velocidade de vibração das 
pregas vocais e por diversas presenças múltiplas desta frequência, conhecidas como 
harmônicos, quando encerramos a música com a palavra “Amém!”. (Apêndice A). 
Também foram utilizadas o ataque soproso, principalmente, nas partes queficaram em uníssono, utilizando a letra “h” na pronuncia da palavra “Ah” no início da 
música A Ele a glória. Esse tipo de ataque acontece quando o ar escapa antes da 
vibração das pregas vocais, dando um som “H” audível. 
 
6.2 TÉCNICAS PIANÍSTICAS 
O pianista co-repetidor atua em diversos ambientes, principalmente em 
acompanhamento de flautas transversais. Grande parte das obras primas da história 
da música foi escrita contando com a participação do instrumento piano, como nos 
casos de sonatas, duos, trios, Lierd etc. 
 
6 A qualidade vocal metálica é descrita pela literatura como uma voz estridente, fina e desagradável, sendo 
também associada ao padrão de ressonância vocal de foco faríngeo. Sua emissão está relacionada à contração 
do trato vocal por meio de ajustes de constrição faríngea e de articuladores, elevação da laringe, tensão adutora, 
abaixamento velar, constrição ariepiglótica e constrição lateral. (FADEL, 2014). 
30 
 
Atualmente no mercado de trabalho o que se observa é um aumento de 
oportunidades e grande carência de pianistas capacitados para atuação em cursos, 
festivais, concursos e master classes. 
Para ADLER (1976) o termo PIANISTA CORREPETIDOR vem de uma 
adaptação de outros idiomas tais como répetiteur (francês) e Korrepetitor (alemão). 
No francês, répetition significa ensaio, e repetiteur é o pianista encarregado do ensaio 
e preparação de cantores e/ou instrumentistas. Em alemão, o termo Korrepetitor 
refere-se ao pianista preparador, tanto vocal como instrumental. Concluímos então 
que o PIANISTA CORREPETIDOR é aquele – assim como o répetiteur e o 
Korrepetitor – que desempenha função de “ensaiador” para preparação de solistas 
para performance, realizando ou executando reduções de orquestra e arranjos, 
juntamente com o professor de canto, em nosso caso a professora de Canto Popular 
(Joelma Bezerra) e de instrumento ou com o maestro – e se necessário, até mesmo 
substituindo-os. Segundo Marília de Alexandria, o pianista co-repetidor também tem 
atuado como um coach (“preparador”), em geral para cantores, onde, executa-se 
diversas obras. Este também orienta em outras partes como: presença no palco, parte 
técnica do canto propriamente dita e a pronúncia. A designação Pianista 
Acompanhador é a mais usada para denominar a especialização do Pianista no 
mercado de trabalho brasileiro. 
Para o termo Acompanhador o significado encontrado no Dicionário HOAUISS 
(2001, p. 62) é o que mais ilustra o papel do profissional acompanhador: 1. Que ou o 
que acompanha; acompanhante.1.1 (...) músico que exerce a função de 
acompanhador (...). 
Um pianista atuando como acompanhador, ao trabalhar com diversos tipos de 
intérpretes, em diversas formações, adquire condições para desenvolver a percepção 
e uma prática musical versátil, como por exemplo o domínio da rearmonização e da 
reestruturação musical que se refletem na maneira como ele trabalha seu 
acompanhamento e arranjos. 
Nas músicas trabalhadas em nosso projeto, aplicamos tais conhecimentos 
adquiridos na Instituição de Ensino - Escola de Música da Universidade Federal do 
Pará, especificamente na música “Sonda-me” é aplicado um acorde diferente na 
introdução da música com melodia na mão direita e acordes na mão esquerda, depois 
foram utilizados arpejos na junção de colcheia, mínima e em alguns momentos apenas 
a semínima. Um acorde menor com sexto grau. Em uma análise o sexto grau 
31 
 
adicionado no acorde de Fá menor é também a nona de Dó maior, sendo um 
empréstimo modal de outro campo harmônico, não sendo do campo harmônico de 
Dó. Á princípio essa música é feita na cadência II -V - I. Na Música Agnus Day, foi 
utilizada a técnica de dedilhado na mão direita preservando a melodia da música 
desde o início. Na mão esquerda foi aplicado mínimas e semibreves ligadas em alguns 
compassos piano forte, com uma dinâmica forte. Da mesma forma nas outras duas 
músicas restantes aplicam-se essas técnicas, no início foi piano, depois uso um 
crescente na mão esquerda, no refrão forte e nas notas mais agudas fortíssimo. O 
final das músicas pode ser alterado no momento da execução, ou seja, não sendo 
obrigatório fazer como está exatamente escrito na partitura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
7. PRODUTO MUSICAL: da preparação à execução 
 
Para a execução prática deste projeto, organizou-se uma agenda de ensaios 
para o conhecimento estrutural da música, assim como para a firmeza da divisão vocal 
e a familiaridade do acompanhamento com o piano. Como neste acompanhamento 
só haveria um instrumento, então era necessário sentir a intensidade e as dinâmicas 
que poderiam ser feitas dentro dos arranjos musicais. Para o ensaio contou-se com 
uma sala de estudo da EMUFPA, munida de piano para o ensaio do grupo e as 
partituras de cada música. 
A aluna Suelen, em parceria com a Escola elaboraram um cartaz de 
divulgação da mostra musical. Também foi realizado um ensaio fotográfico pelo 
fotógrafo Junior Almeida da empresa Jr_Almeidafts nos aposentos do Instituto 
Estadual Carlos Gomes – IECG, para colaborar no material de divulgação da mostra 
musical. 
O local escolhido para a Mostra Musical: Arte em Louvor foi o auditório da 
Escola de Música da UFPA, que comporta até 72 pessoas sentadas, com público alvo 
livre, ás dezenove horas do dia 08 de novembro do ano corrente. 
Contou-se com a participação da cantora Alda Cruz, do Templo Central da 
Assembleia de Deus como parte integrante do vocal, da nossa professora orientadora 
Joelma Bezerra como diretora de produção geral, do apoio técnico na sonorização 
dos colegas de classe: Flávia Hunter e Leon de Abreu, e dos apoios em mídia de: 
Jr_almeidafts nas fotos, Flávia Hunter e Isaque Passos nas filmagens. 
Como equipamento utilizados, foram necessários: 3 microfones da marca 
shure com fio, 1 microfone sem fio da marca karsect, 1 mesa de som de 6 canais, uma 
dupla de Caixa Bose l1 Compact, 1 piano de calda da marca Fritz Dobbert, 2 pedestais 
e o auditório da EMUFPA. 
Como parte final da Mostra Musical, fez-se um momento onde os envolvidos 
(3 cantoras e 1 pianista), relataram aos convidados suas breves histórias de vida como 
forma de testemunho de todo o processor vivido até a finalização do curso. Também 
como encerramento, contou-se com a participação especial da orientadora Joelma 
Bezerra, cantando a música “Quão grande é meu Deus” da cantora Soraya Moraes, 
encerrando com muita emoção a Mostra Musical: Arte em Louvor. 
 
 
33 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Desde que entramos na EMUFPA, temos experimentado novas descobertas 
sobre o mundo da música e suas possibilidades: conhecimentos que vão desde o 
teórico musical e prático, ao âmbito profissional que nos mostraram como fazer o uso 
destes saberes e aprendizados na área em que atuamos, em nossa vivência musical 
que é exercida no louvor de nossas respectivas congregações. 
A realização deste trabalho foi sem dúvida muito especial para cada um de nós 
que estamos envolvidos diretamente a ele, pois se trata da realização de um sonho 
que almejávamos alcançar e que tem se construído ao longo desta jornada. Três 
jovens que por longos anos viviam a música em forma de Louvor sem ter o 
conhecimento técnico, este tão importante e necessário para o aperfeiçoamento do 
dom que nos foi concebido por Deus. 
Uma incrível descoberta dos saberes ligado as práticas de forma mais 
apropriada e que vai nos permitir viver experiências ainda maiores no momento de 
Louvor e até mesmo atuando como profissionais da música! 
Com Arte em Louvor pretendemos realizar uma extensão dos conhecimentos 
adquiridos na EMUFPA às nossas igrejas. No livro de Salmos capítulo 33, versículo 3 
da Bíblia Sagrada diz: “Entoai um novo cântico, tocai bem, tocai com arte”, esta 
passagem retrata bem o nosso objetivo. Também desejamoscontribuir como 
ferramenta de pesquisa á comunidade pesquisadora e futuramente dar continuidade 
na pesquisa para amplitude do conhecimento sobre a música gospel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO A 
 
 
 
 
 
ANEXO B 
 
 
 
 
ANEXO C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO F 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES

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