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geografia radical

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA
INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE TECNOLOGIA, INFRAESTRUTURA E TECNOLOGIA - ILATIT
Questão:
De acordo com os textos, o que foi a geografia crítica e qual o seu principal enfoque teórico-metodológico?
Elaborado por: João Miguel da Silva 
A geografia radical ou crítica não é uma escola propriamente dita, foi formulada através de diversas bases e vertentes distintas com objetivo de atingir uma problemática política concreta. Com seu surgimento no continente norte-americano, vem a criticar as correntes Anglo-saxônicas geográficas que influenciaram fortemente o pensamento da geografia norte-americana desde sua independência e um embate direto com as correntes tradicionais da geografia, pois a mesma estava sempre associada ao modo militar.
A geografia passa então a explorar os limites da disciplina adaptando e desenvolvendo novos métodos e ideias à uma maior aproximação com as ciências sociais, economia, antropologia, adicionando novos métodos geográficos à planificação urbana e regional.
A revolução quantitativa intencionou modernizar a geografia tradicional para uma geografia científica introduzindo métodos estatísticos avançados como a utilização da "teoria da localização" e aprimoramento da "teoria dos lugares centrais", ferramentas importantes para construção de análises de redes urbanas, teoria da difusão, análise de área social, métodos quantitativos explicativos para formulação de uma estrutura teórica para a geografia moderna.
Willian Bunge e David Harvey foram os geógrafos desta vertente geográfica que em primeira instância, se preocuparam em desenvolver uma abordagem mais radical em suas pesquisas. Interessados em estabelecer um novo padrão fundamentado no marxismo e a partir daí demonstrar a impotência da teoria tradicional, enriquecer o campo da geografia, compromisso com os problemas da cidade, o cotidiano, enfoques humanos e políticos, formação dos guetos entre outros problemas sociais, mostrando como esses fatores podem ser identificados através de uma abordagem marxista. Tais enfoques bateram de frente com geógrafos e outros pesquisadores que estudavam a cidade em prol dos interesses dos urbanistas e especuladores.
A geografia radical foi consolidada a partir de três ocorrências: 
A "Expedição geográfica de Detroit e o movimento expedicionário", que se deu através da vivência de Bunge na periferia de Detroit com população predominantemente negra e com alta repressão social e onde o geógrafo pode colocar em prática os seus conhecimentos a serviço da comunidade.
O surgimento da revista "Antipode", porta voz de uma geografia alternativa que viria denunciar os problemas locais e regionais. Retrata a expedição de Detroit, a deterioração do meio ambiente pelas indústrias extrativistas, a pobreza rural e urbana, estabelecendo diálogos sobre a necessidade de novos métodos com base objetiva à uma abordagem marxista para identificar, criticar, questionar e sobretudo estimular a investigação e contribuição para os países de terceiro mundo. O vínculo da revista com as expedições geográficas desenvolveu a união dos geógrafos socialistas.
A U.S.G. constituída em 1974, com intuito de trabalhar em prol da restauração radical das sociedades, desenvolvendo assim uma teoria geográfica concreta para contribuição à luta revolucionária. Uma união sindical, estudantil, de geógrafos e outros pesquisadores, contando como membros principais, Willian Bunge e David Harvey.
Harvey critica os métodos geográficos existentes, assumindo uma postura radical e revolucionária quando propõe um sistema marxista a geografia humana expondo as consequências negativas do sistema capitalista, identificar as soluções possíveis à sociedade uma vez que a pesquisa marxista pode lidar com as complexidades impostas pelo capitalismo. O autor também enfatiza que a competitividade deve ser aniquilada para a criação de uma sociedade mais igualitária, competitividade e igualdade não podem coexistir. Por isso é necessária uma ciência social integrada e unificada que empregue o método do materialismo dialético. O processo revolucionário deve ser um processo dialético entre a teoria e a prática.
Outros autores que também contribuíram com fortemente com desenvolvimento da geografia radical, a urbanização e relação com subdesenvolvimento foram Milton Santos, Terry McGee, David Slater, Keith Buchanan entre outros.
A geografia radical busca maior solides teórica e um olhar totalizador, se preocupando com os problemas concretos e procura elaborar métodos e teorias capazes de apontar soluções práticas ao lugar.

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