Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO: DIREITO TURMA: JUR 0901N -CG VISTO DO COORDENADOR PROVA TRAB. GRAU RUBRICA DO PROFESSOR DISCIPLINA: TRIBUTOS EM ESPÉCIE AVALIAÇÃO REFERENTE: Prova A3 PROFESSOR : Jorge de Oliveira MATRÍCULA: Nº NA ATA: DATA: 10 -07- 2017 (segunda-feira) NOME DO ALUNO: GABARITO ATENÇÃO: -Evite rasura, principalmente em questão de múltipla escolha, que será invalidada; - Não utilize líquido corretor; -As justificativas devem guardar coerência com a marcação, -Desligue o telefone celular, computador, etc; - Responder somente nos espaços reservados; - Outras recomendações (a critério do Professor). BOA PROVA! QUESTÃO 01 (N 1 – 1.0) – No que concerne ao sistema tributário nacional, avaliar, quanto à correção, as seguintes asserivas e justificar as falsas. I. O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. II. A base de cálculo do IPI não pode ser alterada mediante Decreto Poder Executivo. III. Alíquota de IPI majorada por Medida Provisória em 30 Dez 2017 não poderá ser cobrada a partir de 1º Jan 2018. IV. A isenção de IPI sobre a aquisição de veículo automotor concedida aos portadores de deficiência "motoristas" não se estende aos deficientes incapazes de dirigir. V. O deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte não é fato gerador do ICMS VI. A não-cumulatividade do ICMS é facultativa e no IPI é obrigatória. Justificar apenas as consideradas falsas. Resposta: São falsas: IV e VI IV. A isenção de IPI sobre a aquisição de veículo automotor concedida aos portadores de deficiência "motoristas" se estende aos deficientes incapazes de dirigir, conforme entendimento do STJ. VI. A não-cumulatividade do ICMS é obrigatória tanto ao IPI como ao ICMS (Art. 155, §2º, inc. I e Art. 153, §3º, II, respectivamente) ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________. QUESTÃO 2 (N 1 – 1.0) - A empresa Alfa, que atua no ramo de prestação de serviços de limpeza e que não está obrigada ao recolhimento do IR com base no lucro real, optou pelo recolhimento do Imposto de Renda com base no lucro presumido. Sabendo que teve um faturamento de 400.000,00, e que, em razão de seu ramo de atividade, aplica-se o percentual de 32% para apuração da base de cálculo do lucro presumido, calcule o valor do imposto de renda a pagar. (apresentar cálculos completos). Resposta: R$ 400.000,00 x 32/100 = R$ 128.000,00 (lucro presumidoO IRPJ 15% x 128.000 = R$ 19.200,00 _____________________________________________________________________. QUESTÃO 03 (N2 – 2.0) -Considere, hipoteticamente, que a União, mediante lei ordinária, tenha desapropriado, para fins de reforma agrária, uma fazenda improdutiva situada no município Delta, e que tenha pago justa indenização ao seu proprietário. A propriedade desapropriada foi desmembrada em pequenos lotes, que foram distribuidos a cerca de cincoenta famílias de agricultores cadastradas no “Movimento dos Sem-terra” daquele município, sendo que, cada uma delas foi avaliada em R$ 150.000,00. Pentivaldo, um dos assentados, ao comparecer no Cartório de Registro de Imóveis, a fim de registrar o imóvel em seu nome, foi informado pelo Oficial do Cartório de que deveria recolher o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI, de acordo com a Lei nº XXX/94 daquele Município, que prevê a incidência do imposto na transmissão a qualquer título de bens imóveis e direitos a eles relativos, com a alíquota de 2%, e considera como sujeito passivo a pessoa do respectivo adquirente. PERGUNTA-SE: -Pentivaldo deverá pagar o ITBI? É lícita a exação? Justificar com base na doutrina e na legislação aplicável. Resposta: A exação não é lícita, na medida que imóvel desapropriado para fins de reforma agrária faz jus ao benefício da imunidade tributária. Nos termos do § 5º do art. 184 da CRFB, “são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária”. Embora a CRFB refira-se à isenção, na verdade, trata-se de imunidade, vez que prevista em texto constitucional. ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________. QUESTÃO 4 (N2 – 2.0) – Em uma operação que foi autorizada pelos órgãos competentes e que, segundo informações disponíveis na imprensa, alcançou a monta de R$ 100.000.000,00, a sociedade empresária Delta, que tem como atividade preponderante a compra e venda de imóveis, adquiriu a sociedade Foxtrot, que atua no ramo da construção civil, prevendo-se em contrato a transmissão de todos os bens e direitos em favor da adquirente, o que inclui um imóvel comercial na cidade do Rio de Janeiro-RJ, no valor de R$ 1.000.000,00. Ocorre que, ao registrar o imóvel, o representante da adquirente foi informado, pelo Oficial do Cartório de Registro de Imóveis, de que deveria recolher o valor de R$ 40.000,00 relativos ao imposto de transmissão. Analisar as informações supra, com vistas a determinar se é lícita (ou não) a exação, no que concerne à natureza do fato gerador da respectiva operação e ao valor do imposto exigido. Resposta: -A situação apresentada é fato gerador do ITBI, pois a adquirente Delta não faz jus à imunidade tributária, pois tem como atividade preponderante a compra e venda de imóveis. Conforme dispõe o art. 156, § 2º, inc. I. “O ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. Portanto, é lícita a exação. - Quanto ao valor cobrado nota-se equivocado, pois o valor correto é R$ 20.000,00, conforme abaixo se demonstra. ITBI 2/100 x R$ 1.000.000,00 = R$ 20.000,00 (ITBI) ________________________________________________________________________ QUESTÃO 5 (N2 – 2.0) – <https://www.google.com.br/search?q=charge+divorcio> O patrimônio de Bora e Bira, casados em comunhão de bens, residentes e domiciliados no Rio de Janeiro – RJ, é constituído de uma casa no valor de R$ 600.000,00, de um apartamento de três quartos no valor de R$ 400.000,00 e de um apartamento tipo quitinete, no valor de R$ 200.000,00, tudo situado no Rio de Janeiro-RJ). Ao se divorciarem, coube à Bora a casa, e a Bira, os dois apartamentos. Considerando não haja nenhuma compensação financeira em dinheiro entre eles, responda, justificadamente, ao que se segue. 1) A situação apresentada é passível de tributação por imposto(s) de transmissão? Apresentar os cálculos completos e informar quem são os sujeitos ativo e passivo da relação tributária. Justificar, mesmo em caso negativo. Resposta: A situação apresentada não é passível de tributação por impostos de transmissão, porque não existe excesso de meação na partilha por divórcio, não havendo o chamado imposto de reposição, como a seguir se demonstra. -Monte: R$ 600.000,00 + R$ 400.000,00 + R$ 200.000,00 = R$ 1.200.000,00 -Parte ideal: R$ 1.200.000,00 / 2 = R$ 600.000,00 -Excesso de meação: R$ 600.000,00 - R$ 600.000,00 = Zero. Não existe excesso de meação. Conclui-se que se não há excesso, não há fato gerador de obrigação tributária e, consequentemente, não há imposto a pagar. Quanto aos sujeitos ativo e passivo não há que se falar, pois se não há imposto devido, também não existem sujeitos da obrigação tributária. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2) Caso Bira, após o divórcio, resolva vender o apartamento tipo quitinete a seu primo Cantivaldo, que é domiciliado em João Pessoa-PB, qual será o valor do imposto de transmissão, e onde deverá ser recolhido? Justificar. Resposta: -A venda de imóvel é fato gerador do ITBI, que deve ser calculado na forma abaixo: ITCMD 2 % x 200.000,00 = R$ 4.000,00 -Deverá ser recolhido no Município do Rio de Janeiro, porque é onde se situa o bem imóvel (art. 156,III). ____________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ QUESTÃO 06 -(N3 – 2.0) – Considere que, em sua recentemente viagem à China, o Presidente Temer, visando a expandir as relações comerciais com aquele País, tenha celebrado um Tratado Internacional concedendo isenção deICMS a determinada mercadoria chinesa que ingresse no Brasil, estendendo o benefício à mercadoria similar nacional. E que tal Tratado foi ratificado no Brasil obedecendo ao rito legislativo para sua aprovação, vindo a entrar em vigor a partir do ano de 2017, conforme pactuado. E que o Governador do Estado do Rio de Janeiro, sentindo-se prejudicado em sua arrecadação, já que lei estadual prevê incidência de ICMS sobre a referida mercadoria, venha a propor, junto ao STF, Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIn, alegando que o ICMS é de competência privativa dos Estados e do Distrito Federal, e que é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. -Considerando a narrativa supra, as alegaçoes do Governador, a doutrina estudada, a legislação aplicável e o entendimento jurisprudencial sobre o assunto, analisar a situação e elaborar um breve Parecer que responda, de forma justificada, aos seguintes quesitos: 1) Como se chama e se define a hipótese de isenção apresentada? 2) O Presidente tem legitimidade ativa para sua concessão? 3) Qual o status normativo e os efeitos do referido tratado sobre a lei do Estado do Rio de Janeiro? 4)Procedem (ou não) as alegações do Governador? Respostas: OBS: Ao alaborar sua resposta, o discente deverá elaborar Parecer, considerando a narrativa supra, as alegaçoes do Governador, a doutrina estudada, a legislação aplicável e o entendimento jurisprudencial sobre os aspectos suscitados relativos à isenção heterônoma. 1) Chama-se isenção heterônoma, que é aquela que ocorre quando o ente que concede a isenção é diverso do que detêm a competência sobre o imposto. No caso, a União concede isenção de ICMS (imposto estadual). 2) Embora a CRFB, em seu art. 151, III informe que seja vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o que caracteriza proibiçaõ de conceder isenção heterônoma, o STF já decidiu que a proibiçao do art. 151, III não se aplica à União quando atua como sujeito de direito externo. Ademais, cabe ao Preidente da República celebrar tratados internacionais (art. 84, VIII). 3) O status normativo do referido tratado é o de lei ordinária. Seus efeitos são no sentido de apenas suspender a eficácia da lei do Estado do Rio de Janeiro. Embora o CTN, em seu art. 98 preconize que os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha, o STF, ao se manifestar sobre o assunto, decidiu que nem revoga nem modifica, apenas suspende-lhe a eficácia naquilo que lhe for contrário. ________________________________________________________________________ Fim
Compartilhar