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O fluxo de energia nos ecossistemas e os ciclos biogeoquímicos UFRGS – IB – Dep. de Ecologia Ciências Biológicas: Ecologia de Ecossistemas 2017/2 Aula V Professora: Sandra Cristina Müller Estagiária: Gabriela Reis-Avila (doutoranda PPG Ecologia) Produtividade, decomposição e o ciclo de matéria UFRGS – IB – Dep. de Ecologia Ciências Biológicas: Ecologia de Ecossistemas 2017/2 Aula VI Professora: Sandra Cristina Müller Estagiária: Gabriela Reis-Avila (doutoranda PPG Ecologia) Como todas as entidades biológicas, as comunidades ecológicas requerem matéria para sua construção e energia para as suas atividades. Precisamos conhecer as vias pelas quais matéria e energia entram e saem dos ecossistemas, como são transformadas em biomassa vegetal e como isso alimenta o resto da comunidade – bactéria e fungos, herbívoros, detritívoros e seus consumidores. Thownsend et al. (2008) Fundamentos em Ecologia. 3ª ed. p.403 Última aula: Ciclo da energia nos ecossistemas Aula de hoje: 1. Produtividade Fotossíntese Padrões de produtividade e fatores limitantes 2. Decomposição Respiração Processo de decomposição Fatores que influenciam a decomposição 3. Ciclo da matéria nos ecossistemas Ciclagem de nutrientes Ciclos biogeoquímicos (H2O, C, N, P, S) Produtividade primária Taxa na qual a energia radiante é convertida pelos produtores em substâncias orgânicas – biomassa Fotossíntese: armazenagem de uma parte de energia solar sob a forma de energia em potencial - energia química - por plantas, algas e organismos unicelulares Produtividade 6 H2O + 6 CO2 C6H12O6 + 6 O2 clorofila PAR Produtividade Plantas C3 Ciclo de Carvin Plantas C4 Ciclo do Ácido Discarboxólico Fotorrespiração: quando a rubisco utiliza O2 ao invés de CO2 como substrato, em condições de temperatura elevada. Plantas CAM Metabolismo Ácido das Crassuláceas Ambientes muito quentes e secos 85%, maior parte da biomassa 3% das plantas Ambientes “frios” e úmidos Fotorrespiração Ambientes quentes e ensolarados Fixação de CO2 e Ciclo de Calvin separados no espaço (mesófilo e cél. da bainha do feixe vascular) Fixação de CO2 e Ciclo de Calvin separados no tempo (noite e dia) Produtividade Produtividade primária na prática Componentes da PPL % da PPL Biomassa vegetal (“nova”) 40-70 Folhas e partes reprodutivas(queda de serapilheira fina) 10-30 Crescimento dos ramos apicais 0-10 Crescimento secundário do caule 0-30 Novas raízes 30-40 Secreções radiculares 20-40 Exudatos 10-30 Transferências para micorrizas 10-30 Perdas por herbivoria, mortalidade e fogo 1-40 Emissões voláteis 0-5 Em estudos de ecossistemas, o que geralmente se considera (possível de ser mensurado) é a serapilheira e o crescimento secundário do caule - para evitar cortes de biomassa aérea Slide: Sandra Müller Padrões de produtividade - biomas Begon et al. (2005) TOTAL= 105 Pg ano-1 Padrões de produtividade - ecossistemas (Ricklefs 2003) Luz Temperatura Umidade Topografia Nutrientes Ricklefs (2010) PPL tem padrão latitudinal... Padrões de produtividade ...e sazonal (temperatura, precipitação e fotoperíodo) Padrões de produtividade Luz Temperatura Água Nutrientes Ricklefs (2010) Produtividade: fatores limitantes Luz Temperatura Água Nutrientes Fatores limitantes Adaptado de Sandra Müller (Harpole & Tilman 2007) Ricklefs (2010) PPL em ecossistemas marinhos Luz Profundidade Nutrientes Florestas desenvolvidas tem maior quantidade de biomassa não envolvida na produção. Biomassa fitoplanctônica tem rápida renovação. Produtividade X Biomassa Begon et al. (2005) Produtividade x Diversidade? Nenhuma evidência de que o padrão “produtividade aumenta com a diversidade” esteja correto. Artefato estatístico: espécies mais produtivas tem mais chances de aparecerem quando o número de espécies é maior. RELAÇÕES ENTRE PPL PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA (Townsend et al. 2006) - Relação entre produtividade primária e secundária. (a) para zooplâncton em lagos, (b) para bactérias em água doce e água do mar, (c) para o tentilhão de Darwin, medida com tamanho de ninhada em relação à precipitação Slide: Sandra Müller Consumidores Maior parte da PPL é consumida no sistema decompositor. Decomposição Decomposição e respiração Desintegração gradual da matéria orgânica morta que é realizada por agentes físicos e biológicos O processo heterotrófico de decomposição equilibra o metabolismo autotrófico em escala global Podemos considerar a decomposição como qualquer oxidação biótica liberadora de energia Respiração aeróbia Respiração anaeróbia Fermentação Decomposição e respiração Moléculas complexas, ricas em energia degradadas em CO2, H2O e nutrientes. Imobilização: elemento inorgânico é incorporado a uma forma orgânica, com energia presa. Mineralização: a conversão do elemento da forma orgânica para inorgânica, com a liberação de energia. Energia e matéria Todos morrem.... Se os compostos orgânicos não se decompusessem a maioria dos processos ecossistêmicos pararia – ciclagem de nutrientes Decomposição Como a matéria que um dia foi viva é reciclada? Formação de detritos particulados: matéria orgânica do solo (detritívoros) Formação rápida de húmus pelos saprótrofos que consomem materiais solúveis (aminoácidos e açúcares) Mineralização do húmus lenta: conversão de moléculas orgânicas residuais em CO2 e energia através da respiração celular dos micro-organismos, liberam nutrientes em forma inorgânica Nutrientes inorgânicos disponíveis no solo para absorção pelas plantas Autólise - enzimas dos tecidos mortos Lixiviação - chuva (ambiente terrestre) Solubilização – compostos orgânicos solúveis (ambientes aquáticos) Decomposição Autólise - enzimas dos tecidos mortos Lixiviação - chuva (ambiente terrestre) Solubilização – compostos orgânicos solúveis (ambientes aquáticos) Decomposição Consumo de restos vegetais: Difícil decomposição (celulose e lignina) Difícil digestão (enzima celulase) A maioria dos detritívoros não apresenta as celulases, mas tem associação com fungos e bactérias Decomposição Consumo de restos animais: Fezes de carnívoros: Qualidade baixa – eficiência de assimilação (80%) Decomposição por bactérias e fungos Fezes de herbívoros: Muita matéria orgânica – baixa eficiência de assimilação Corpos mortos: Decompositores - fungos e bactérias Detritívoros invertebrados Detritívoros vertebrados - consumidores de carniça Adaptado de Sadra Müller Decomposição Padrões: Níveis de atividade baixos quando temperatura e disponibilidade hídrica são baixas e o solo é ácido e/ou poroso. O processo de decomposição é limitado pela disponibilidade de nutrientes, sobretudo N e P. Decompositores exigem grande demanda de N e dependem do aporte da matéria orgânica morta e do ambiente. Velocidade na decomposição varia conforme a composição da matéria orgânica: lipídios e açúcares decompõe-se facilmente, células vegetais, lignina, quitina, pelos e ossos mais lentamente. Atividade dos decompositores determina a rapidez com que os recursos minerais estarão disponíveis para as plantas Decomposição Decomposição Micorriza: “raiz de fungo” Além do papel na decomposição de detritos, alguns tipos de fungos crescem nas superfícies ou dentro das raízes Aumenta a capacidade da planta de extrair nutrientes minerais do solo e incrementa bastante a produção primária As micorrizas auxiliam fortemente a produtividade vegetal em solos relativamente pobres em nutrientes (solos oligotróficos) O papel das micorrizas Decomposição Adaptado de Sadra Müller Os elementos químicos tendem a circular na biosfera em vias características do ambiente aos organismos e destes novamente ao ambiente. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Elementos principais: (H2O), C, H, O, N, P, S Organismos gastam energia para capturar esses elementos do ambiente para crescimento manutenção das atividades metabólicas A energia não pode ser reciclada, mas esses elementos inorgânicos simples, incorporados pela fotossíntese em moléculas orgânicas complexas e respirados pelos consumidores são liberados novamente como elementos orgânicos simples CLICLAGEM DE NUTRIENTES Suprimento esgotável (recurso) Ciclagem de nutrientes Ciclagem de nutrientes Pool reservatório Componente maior Movimentos lentos Geralmente não biológico Ciclagem de nutrientes Pool de ciclagem Componente maior Parte ativa, permutada entre organismos e meio ambiente Tipos gasosos Reservatório na atmosfera Tipos sedimentares Reservatório na crosta terrestre Ciclo Reservatório Ciclagem de nutrientes Ciclo hidrológico O ciclo hidrológico global é análogo aos ciclos dos elementos químicos Ciclo do Carbono O ciclo do carbono está intimamente ligado ao fluxo de energia Gasoso Três processos de ciclagem: fotossíntese e respiração, assimilação atmosférica pelos oceanos e precipitação de carbonatos no oceano (litosfera: carbonatação de calcário) Ciclo do Nitrogênio Gasoso: N2 Fixação de nitrogênio terrestre: bactérias Rhirobium nos nódulos das raízes das leguminosas Ciclo: nitrato (NO3-) → nitrogênio orgânico (assimilação pelas plantas) → amônia → nitrito (nitrificação por bactérias, NO2-) → nitrato (nitrificação adicional) Desnitrificação: solos, sedimentos e águas profundas. Bactérias usam o NO3- como oxidante. NO3- → NO2- → N2O → N2 Ciclo do Fósforo Sedimentar Hidrosfera Entrada terrestre: desagregação química da rocha Permanece por décadas -séculos e escoa através de águas subterrâneas para um curso d’água e para o oceano 100 ciclos no oceano: águas superficiais e profundas (~1000 anos) e após sedimenta-se Se torna disponível novamente apenas com o soerguimento do fundo oceânico Ciclo do Enxofre Gasoso e sedimentar Entrada terrestre: intemperismo da rocha Entrada atmosfera: vulcanismo, respiração anaerobia, aerossóios do mar Escoamento: porção do enxofre (sulfato) é ciclado dentro das comunidades (fração muito menor que N e P)
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