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UNIDADE I – Administração Tributária O título Administração Tributária no CTN é dividido em três capítulos: Fiscalização, Dívida Ativa e Certidão Negativa. FISCALIZAÇÃO: Seu objetivo é estimular o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias por intermédio da IDENTIFICAÇÃO E PUNIÇÃO daqueles que não as cumprem. É a mais importante atividade meio do Estado, por isso a Administração Tributária dos entes federados constam no texto constitucional no art. 37, XXII c/c art. 167, IV) Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Poderes e deveres da Administração A legislação tributária regula de forma geral e com aplicabilidade a todos os tributos administrados pelo respectivo ente , alguns poderes e competências das autoridades administrativas (poder de requisitar informações, de examinar documentos, de inaugurar procedimento fiscal etc.). Contudo, há tributos essencialmente diferentes entre si que necessita de disciplinamento específico de poderes e competências para as autoridades fiscalizadoras. A fiscalização do II (Imposto de Importação) num ponto da fronteira, porto ou aeroporto alfandegado (em área de segurança nacional) pode consistir num conjunto de poderes inimagináveis para um Auditor-Fiscal responsável pelo ITR, por exemplo. Art. 194 do CTN: Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Assim, não se pode afirmar que os livros e documentos devem ser mantidos “por cinco” anos, pois o prazo extintivo está sujeito à interrupção e à suspensão, de forma que pode ser que os livros e documentos devam ser guardados por mais de cinco anos. Súmula 439 do STF ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO. Para fiscalizar o efetivo cumprimento das obrigações principiais e acessórias os agentes públicos devem ter acesso a toda documentação das pessoas físicas e jurídicas, razão pela qual não se aplica a limitação de acesso aos livros fiscais das empresas. Da mesma forma que tem acesso às informações das empresas, os agentes fazendários têm o dever de guardar sigilo de todas as informações obtidas em razão do ofício, sob pena de responsabilidade criminal e administrativa, como prevê o art. 198 do CTN. O sigilo fiscal não impede que haja troca de informações entre as Fazendas Públicas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que podem permutar as informações fiscais das empresas (art. 199 do CTN). Dentre os poderes atribuídos às Autoridades Fiscais o que causa maior controvérsia é a possibilidade de quebrar o sigilo bancário das pessoas físicas e jurídicas. A questão foi debatida pelo STF que no julgamento do mérito do RE 389.808) julgou inconstitucional a norma. A Lei Complementar nº 105/2001 estabeleceu em seu art. 6º a possibilidade das autoridades tributárias solicitarem informações da movimentação bancária das pessoas investigadas. Como requisito para a solicitação de informação foi imposta pela Lei apenas a exigência de processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso. E que sejam considerados indispensáveis Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. A matéria (quando ao exame de dos protegidos por sigilo) foi regulamentada pelo Decreto 3724/2001: Art. 2º: § 5o A Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio de servidor ocupante do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, somente poderá examinar informações relativas a terceiros, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis. (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007). § 6o A Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio de seus administradores, garantirá o pleno e inviolável exercício das atribuições do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela execução do procedimento fiscal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007). Art. 3o Os exames referidos no § 5o do art. 2o somente serão considerados indispensáveis nas seguintes hipóteses: (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007). I - subavaliação de valores de operação, inclusive de comércio exterior, de aquisição ou alienação de bens ou direitos, tendo por base os correspondentes valores de mercado; II - obtenção de empréstimos de pessoas jurídicas não financeiras ou de pessoas físicas, quando o sujeito passivo deixar de comprovar o efetivo recebimento dos recursos; III - prática de qualquer operação com pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada em país com tributação favorecida ou beneficiária de regime fiscal de que tratam os art. 24 e art. 24-A da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; países tributação diferenciada IV - omissão de rendimentos ou ganhos líquidos,decorrentes de aplicações financeiras de renda fixa ou variável; V - realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda disponível; VI - remessa, a qualquer título, para o exterior, por intermédio de conta de não residente, de valores incompatíveis com as disponibilidades declaradas; VII - previstas no art. 33 da Lei no 9.430, de 1996; regime especial para cumprimento das obrigações VIII - pessoa jurídica enquadrada, no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), nas seguintes situações cadastrais: a) cancelada; b) inapta, nos casos previstos no art. 81 da Lei no 9.430, de 1996; (inapta a inscrição pessoa jurídica) IX - pessoa física sem inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou com inscrição cancelada; X - negativa, pelo titular de direito da conta, da titularidade de fato ou da responsabilidade pela movimentação financeira; XI - presença de indício de que o titular de direito é interposta pessoa do titular de fato; e XII - intercâmbio de informações, com fundamento em tratados, acordos ou convênios internacionais, para fins de arrecadação e fiscalização de tributos. Hoje, contudo, deve-se acatar a orientação do STF de que a inviolabilidade das informações do cidadão só pode se dar com intervenção jurisdicional. SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS - RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da Republica norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídico-tributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. (STF - RE: 389808 PR , Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 15/12/2010, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-086 DIVULG 09-05-2011 PUBLIC 10-05-2011 EMENT VOL-02518-01 PP-00218) Tem ainda, as autoridades administrativas o poder de requisitar o auxílio da força pública federal, estadual e municipal e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções conforme art. 200 do CTN. Contudo, o poder de requisição deve ser interpretado em consonância com as garantias individuais, dentre elas a inviolabilidade do domicílio (questão CESPE, 2004, DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL). DEVERES DAS AUTORIDADES FISCAIS: DOCUMENTAR O INÍCIO DO PROCEDIMENTO - art. 196 (dever de documentar o início do procedimento) TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZAÇÃO Efeitos da lavratura do Termo: a) Estabelece o termo inicial para o término do procedimento de fiscalização; b) Antecipa o termo inicial de fluência do prazo decadencial (se esta já não teve o seu curso inciado –art. 173, I CTN; c) Afasta a espontaneidade do sujeito passivo – denúncia espontânea DEVER DE MANTER SIGILO • REGRA – ART. 198 caput • EXCEÇÕES - § 1º ao 3º DO ART. 198 • § 1º - NÃO DEIXA DE SER SIGILOSA SENDO APENAS TRANSFERIDA PARA OUTRA ORGANIZAÇÃO (SIGILO INCLUSIVE NO JUDICIÁRIO) • § 3º DEIXA DE SER SIGILOSA, PODENDO SER DIVULGADA NA IMPRENSA. PERMUTA DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS ENTRE ENTES TRIBUTANTES • ART. 199 CTN C/C ART. 37, XXII • NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA porque depende de lei de caráter geral ou de convênio que permita a transferência do sigilo entre os signatários. • SERVE COMO PROVA EMPRESTADA, desde que respeitado o contraditório em processo em que foi utilizada. A ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA NO ÂMBITO DA UNIÃO: Ministério da Fazenda (órgão de cúpula) Secretaria da Receita Federal Superintendências Regionais (subordinadas a SRF) Delegacias da Receita Federal e as Inspetorias na área aduaneira Agência das Receitas Federais Na área de procedimentos administrativos fiscais existem as Delegacias de Receita Federal como órgãos de 1ª instância (subordinados a SRF) e como órgãos de 2ª Instância , os Conselhos de Contribuintes (vinculados à estrutura do Ministério da Fazenda) DÍVIDA ATIVA Após o transcurso do prazo para pagamento do tributo, não havendo quitação integral, o valor devido é inscrito em dívida ativa, que constitui, nos termos do art. 201 do CTN: a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. O crédito esgotado o prazo fixados por lei ou por decisão administrativa de que não caiba mais recurso, é inscrito no Livro de Inscrição de Dívida Ativa pela Procuradoria da Fazenda. Essa inscrição constitui-se no ato de controle administrativo da legalidade, conferindo ao crédito tributário a presunção de liquidez e certeza, que lhe atribui força executiva, bem como o efeito de prova pré-constituída, conforme dispõe o art. 204 do CTN (que poderá ser ilidida, ou seja, refutada, conforme parágrafo único) A presunção é meramente relativa, admitindo prova em contrária por parte do contribuinte. O art. 202 do CTN enumera os requisitos que deve conter o termo de inscrição da dívida ativa. Além desses requisitos a certidão deverá conter o numero do livro e da folha em que foi inscrita a dívida sob pena de nulidade da inscrição e do precosse excutivo, podendo entretanto, a nulidade ser sanada antes de decisão de 1ª instância, mediante emenda ou substituição da certidão, conforme art, 203 do CTN. CERTIDÕES NEGATIVAS Disciplinada nos arts. 205 a 208 do CTN. A lei estabelecer que em determinados negócios jurídicos o contribuinte deverá obrigatoriamente apresentar a Certidão Negativa de Débito para efetivar a contratação. Assim, para contratar com o poder público, solicitar recuperação judicial, na partilha e inventário, o próprio CTN estabelece a obrigação da apresentação da conhecida CND (certidão negativa de débito) Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido Caso o contribuinte esteja em débito com a Fazenda Pública, porém este débito esteja com a exigibilidade suspensa será concedida a Certidão Positiva com efeito de Negativa. Esta certidão tem o mesmo efeito da anterior, pois demonstra que o contribuinte está cumprindo com seus deveres perante a Fazenda Pública. (art. 206 CTN) São, três a situações em que, apesar da existência de débitos, é reconhecida a regularidade do sujeito passivo: A) Os créditos não estão vencidos; B) Os créditos estão em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, já que com ela o direito do Fisco já está garantido; A recusa da autoridade administrativa na expedição da certidão nesses casos enseja ao interessado o recurso de Mandado de Segurança por importar na violação de seu direito líquido e certo (Resp. 940.447/PR). Surge o mesmo efeito da penhora a caução oferecida pelo contribuinte, antes da propositura da execução fiscal. C) Os créditos estão com exigibilidade suspensa, servindo esta regra para as hipóteses suspensivas do art. 151 do CTN, não sendo lícito o ente tributante condicionar a expediçãode certidão à apresentação de qualquer garantia. Para o STJ a lei de determinado ente pode exigir apresentação da garantia para a obtenção de PARCELAMENTO. Se não o faz, os particulares que legalmente parcelam seus débitos têm direito à certidão positiva com efeito de negativa (AgRg no Ag 442.292) O art. 207 dispensa a apresentação de Certidão negativa pelo sujeito passivo, se os direitos forem perecíveis, só que todos os participantes no ato respondem pelo tributo, juros de mora.... UNIDADE II – IMPOSTOS FEDERAIS PREVISTOS NA CF/88 Como já vimos o art. 153 da Constituição Federal enumera quais fatos econômicos podem ser objeto de incidência dos impostos federais. Temos assim, que o poder de tributar da União, em matéria de impostos está limitado aos casos estabelecidos. Além dos impostos que a seguir serão enumerados também são da competência da União a cobrança do Imposto sobre Grandes Fortunas, que não se encontra regulamentado, e dos Impostos Extraordinários e de Competência Residual. Vejamos quais as competências da União em matéria de impostos. Impostos sobre Importação de produtos estrangeiros (II) Tem função extrafiscal, uma vez que seu objetivo não é carrear recursos para os cofres públicos, mas sim servir como mecanismo de controle sobre as importações podendo ser utilizado, por exemplo, como instrumento de proteção de determinado setor da indústria nacional que esteja sofrendo dificuldades em face da concorrência de produtos similares estrangeiros. Regulamentado nos artigos 19 a 22 do CTN, Decreto-Lei nº 37/66 , DL 2472/88, bem como leis esparsas, como o Regulamento Aduaneiro (Decreto 6759/2009). FATO GERADOR DO II Tem como fato gerador a entrada no país do produto de procedência estrangeira e NÃO COMPRAR MERCADORIA ESTRANGEIRA. Assim, o fato gerador do II de acordo com o CTN é uma situação de fato e tem-se por ocorrido “desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que se produza os efeitos que normalmente lhe são próprios” (art 116, I do CTN). De acordo com a lei, o fato gerador ocorre no momento da entrada da mercadoria no território nacional, art. 19 do CTN, assim, entendido como o registro da declaração de importação na repartição aduaneira. Para o STJ NÃO são incompatíveis as disposições de que haja um fato gerador material (entrada da mercadoria estrangeira em território nacional) e o fato gerador temporal (registro da respectiva declaração de importação), já que esta última apenas aperfeiçoa o primeiro. (STJ, 1ª Turma, REsp 362.910/PR. Não há relevância se a mercadoria foi ou não objeto de contrato de compra e venda, também não haverá relevância na data da celebração de tal contrato se houver. Ex1.: eventos de Fórmula 1( várias mercadoria adentram o território nacional (aduaneiro) mas ocorre nesse caso um regime aduaneiro especial (admissão temporária) que dispensa o pagamento do tributo caso a mercadoria retorne ao exterior no prazo fixado. Nesse caso houve a ocorrência do FG apesar de se tratar de regime aduaneiro de Admissão Temporária (art. 353 do Regulamento Aduaneiro). Contudo esse não é o entendimento da ESAF Ex.2:Presentes encaminhados do exterior por via postal (tem que recolher II) Ex.3:Uma máquina importada para determinada indústria que ao compra-la a alíquota era menor e na data que adentrou no Brasil a alíquota já havia sido majorada. Nesse caso não há agressão ao princípio da irretroatividade . O art. 73 do Regulamento Aduaneiro prevê que para efeito de cálculo do imposto considera-se ocorrido o FG na data de registro da Declaração de Importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. Há casos em que a mercadoria poderá ser registrada antes da sua descarga na unidade da Secretaria da Receita Federal de despacho (art. 17 da Instrução Normativa 680/2006): Registro Antecipado da DI Art. 17. A DI relativa a mercadoria que proceda diretamente do exterior poderá ser registrada antes da sua descarga na unidade da SRF de despacho, quando se tratar de: I - mercadoria transportada a granel, cuja descarga deva se realizar diretamente para terminais de oleodutos, silos ou depósitos próprios, ou veículos apropriados; II - mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características de periculosidade; III - plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente perecíveis ou suscetíveis de danos causados por agentes exteriores; IV - papel para impressão de livros, jornais e periódicos; V - órgão da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas; e VI - mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre. Parágrafo único. O registro antecipado de que trata este artigo poderá ser realizado também em outras situações ou para outros produtos, conforme estabelecido em normas específicas, ou em casos justificados. Outrossim, considerar-se-á ocorrido o fato gerador nas situações de retorno de mercadoria. Tal regra, no entanto, não prevalecerá nos casos seguintes, os quais repudiam o recolhimento, quando houver: a) retorno de mercadoria enviada em consignação, e não vendida no prazo autorizado; b) retorno de mercadoria (= devolução), por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição; c) retorno da mercadoria, em face de modificações na sistemática de importação no país importador; d) retorno da mercadoria, por motivo de guerra ou calamidade pública; e) retorno da mercadoria, por outros fatores, alheios à vontade do exportador. Ressalta Hugo de Brito Machado que “outro aspecto concernente ao fato gerador do imposto de importação que merece destaque diz respeito aos casos em que é aplicada ao importador a pena de perdimento dos bens importados. Com o perdimento desfaz-se o fato gerador do imposto, de modo que não se pode admitir mais sua cobrança” BASE DE CÁLCULO DO II: No Imposto de Importação existem duas formas de alíquota: Art. 20 do CTN: Inciso I – alíquota específica a) a quantidade de mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), quando a alíquota for específica (isto é, aquela alíquota que prevê importâncias fixas, aplicáveis em relação aos modos de apresentação do produto importado. Por exemplo, um imposto de tantos reais por tonelada, ou por comprimento . Neste caso a base de cálculo será sempre uma unidade de medida (por exemplo: reais por tonelada, reais por metro cúbico, reais por litro, etc.) Ex. : Uma alíquota de mercadoria com valor de R$ 100/toneladas (cem reais por tonelada) se importo 10 toneladas o valor do tributo a ser pago é de R$ 1.000,00 ( R$ 100/ton x 10 ton.) Inciso II - alíquota ad valorem: a) a expressão monetária do produto importado – valor aduaneiro previsto no inciso VII, n. 2, do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT – Decreto n.92.930/86), quando a alíquota for ad valorem (isto é, aquela que incidirá sobre o valor aduaneiro do produto importado). Tal expressão monetária geralmente consta da fatura comercial no lugar da expedição da mercadoria, acrescentando-se ao custo as despesas de frete e seguro, até a entrega no porto ou local de destino no Brasil. O maior inconveniente dos direitos ad valorem reside na possibilidade de subfaturamento doloso por oportunismo do interessado; Inciso III a) Se se tratar de produto abandonado ou apreendido a BC é o valor da arrematação, levado a leilão. A alíquota pode ser alterada por atodo Poder Executivo, dentro dos limites mínimos e máximos estabelecidos em lei, conforme previsto no art. 153, §1º da Constituição. CONTRIBUINTES O sujeito passivo está previsto no art. 22 do CTN e no art. 104 do RA com base no art. 31 do DL n. 37/66 (redação do DL n. 2.472/88). Podem ser sujeitos passivos: I – o importador (assim considerada qualquer pessoa física ou jurídica que promova a entrada de mercadoria estrangeira destinada a permanecer de forma definitiva no território nacional) ou quem a lei a ele equiparar; II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; III – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; IV – o adquirente de mercadoria em entrepostos aduaneiros. Entrepostada: A depositada em recinto alfandegado e que esteja ali amparada pelo regime aduaneiro especial de entreposto aduaneiro. Quem promoveu a importação e ali depositou a mercadoria foi o importador. Quem comprar a mercadoria ali entrepostada e promover a nacionalização (despaho para consumo) da mercadoria é o adquirente. LANÇAMENTO DO II A regra é que o II é lançado por homologação, pois são de competência do importador o cálculo do montante do imposto devido e o seu recolhimento antecipado. Para o cálculo, o importador elabora a declaração de Importação e a registra no SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior). No momento do registro, o próprio sistema informatizado se encarrega de retirar da conta corrente do importador o montante do imposto devido. Depois caberá um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil homologar o procedimento do contribuinte, praticado o ato denominado DESEMBARAÇO ADUANEIRO da mercadoria importada. No caso de importação de bens considerados como bagagem acompanhada (aqueles que extrapolaram o limite de isenção) o lançamento também será por homologação, já que o contribuinte através da Declaração Eletrônica de bens de Viajante (e-DBV) tem a possibilidade de calcular o tributo e antecipar o pagamento. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS Ao contrário do que ocorre no regime aduaneiro comum (no regime administrativo tributário das mercadorias submetidas a importação em caráter definitivo (nacionalização) e consumo em território nacional, existem casos em que a legislação visando permitir o ingresso temporário de mercadorias em território nacional ou estimular determinadas atividades estabele exceções ao regime aduaneiro comum. São exemplos: DRAWBACK: forma de proteção da indústria nacional pela qual o produtor, quando exporta o produto acabado, é ressarcido do Imposto de Importação incidente sobre a própria importação de insumos de origem estrangeira. Assim, faculta-se ao importador obter a devolução dos tributos alfandegários pagos pela matéria-prima quando reexportada ou exportada; TRÂNSITO ADUANEIRO: Permite o transporte de mercadorias, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos. ENTREPOSTO ADUANEIRO NA IMPORTAÇÃO: Segundo o art. 404 do R/A, entreposto aduaneiro na importação é o regime aduaneiro especial que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado com suspensão do pagamento dos impostos federais e do PIS/PASEP e COFINS incidentes na importação. REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAS ZFM – Zona Franca de Manaus: como uma importante noção afeta à importação, é imperioso que se assimile a zona franca como uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, criada pelo Decreto-lei n. 288/67. Foi ela concebida com a finalidade de criar, no interior da Amazônia, um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de condições econômicas que permitissem seu desenvolvimento; É sabido que a Zona Franca de Manaus – área de livre comércio, para a qual havia benefício garantido até 2013 – teve, em razão da EC n. 42/2003, uma prorrogação por mais10 (dez) anos, conforme o art. 92 do ADCT. ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO – são aquelas estabelecidas com a finalidade de promover o desenvolvimento de áreas fronteiriças específicas da região norte do país e de incrementar as relações bilaterias com os países vizinhos segundo a política de integração latino- americana. Área de Livre Comércio de Tabatinga (AM), Área de Livre Comércio de Macapá/Santana (AP), Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim (RO) Áreas de Livre Comércio de Boa Vista e Bonfim (RR), Áreas de Livre Comércio de Brasiléia, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul (AC) Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza Sua regulamentação está nos artigos 43 a 45 do CTN, todavia a maior parte está estabelecida em leis esparsas (RIR – Decreto 3000/99) que regulamentam de forma individualizada a tributação da pessoa física, e da pessoa juridical. Tributo com finalidade marcantemente fiscal, constituind-se maior arrecadador entre os impostos federais. O IR não INCIDE APENAS SOBRE A RENDA MAS TAMBÉM SOBRE PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (ART. 153,III DA CF). O conceito de renda compreende: o produto do capital (juros, rendimento de aplicações financeiras e os ganhos de capital), trabalho (remuneração do trabalhador com ou sem vínculo) ou da combinação de ambos como o lucro. E por exclusão tem-se o conceito de proventos que é todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito legal de renda supramencionado – aposentadorias, pensões, ganhos em loterias, doações, acréscimos patrimoniais não justificáveis como proventos decorrentes de atividades criminosas. As indenizações por danos materiais não caracterizam renda, por ser mera reposição de perda patrimonial. O STJ já editou as súmulas 125, 136 e 215 com base nesta análise. FATO GERADOR DO IR A definição legal encontra-se no art. 43 do CTN: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Aquisição da disponibilidade econômica: é a obtenção da faculdade de usar, gozar e disporr de dinheiro ou coisas nele conversíveis, entardos para o patrimônio do adquirente por ato ou fato jurídico. Neste caso já há recebimento do valor que se vem a acrescentar ao patrimõnio do contribuinte.Ex.: Recebimento de um pagamento em dinheiro. Aquisição da disponibilidade jurídica: é a obtenção de direitos de créditos não sujeitos a condição suspensiva. mAqui o contribuinte passa a juridicamente disport, embora este ainda não lhe esteja em suas mãos. Para Sabbag: “O IR só pode incidir quando há acréscimo patrimonial, salientando-se que não há a necessidade de o rendimento ser efetivamente recebido pelo sujeito passivo, sendo suficiente que este tenha adquirido o direito de crédito sobre ele, ou seja, a disponibilidade jurídica. Portanto, se um comerciante vende um produto no último dia do ano, porém só recebe o pagamento no 1º dia do ano subsecutivo, considera-se, para fins de tributação, a datada venda, e não a do “recebimento”, pois com a venda o contribuinte adquire a disponibilidade jurídica sobre o rendimento tributável”. Ex.: Recebimento de um cheque. Para que se considere o fato gerador do IR é necessário que exista a efetiva disponibilidade da renda ou dos proventos . Por isso parece incoerente que, vencidos na Assembléia-geral que decidiu não distribuir os lucros da sociedade aos acionistas, aqueles minoritários sofram uma tributação pelo IR sobre a parcela dos lucros que aos mesmos deixou de ser distribuída.Nesse caso o sócio não adquire disponibilidade nenhuma, econômica ou juridical, e portanto, não obteve renda. De regra o imposto incide no momento da aquisição da renda, podendo ser descontado pela própria entidade pagadora (fonte) ou mensal (carnê leão). Tratando-se de renda oriunda do exterior, cabe a lei definir o momento da incidência (o art. 25 da Lei nº 9.249/95 determina que o lucro obtido no exterior seja computado no lucro da pessoa jurídica em 31\12 de cada ano). É caso de extraterritorialidade da norma tributária. Base de cálculo Para Sabbag: “A base de cálculo do imposto é a soma de fatores algébricos positivos e negativos que se agregam ao patrimônio, conforme se depreende do art. 44 do CTN. É o montante real, arbitrado ou presumido, da renda e do provento de qualquer natureza. Aliás, é bom que se memorize que não existe “renda presumida”. Presumido ou arbitrado pode ser o montante da renda. Adota-se, no Brasil, um critério de aferição de base de cálculo “pelo montante absoluto da renda ou provento” (critério global ou unitário), segundo o qual as alíquotas incidem sobre o total dos rendimentos, independentemente de sua origem ou razão. Assim, a incidência ocorre sobre o crédito líquido do contribuinte, ou seja, a diferença entre a renda ou provento bruto auferido e os encargos admitidos em lei, tais como gastos com dependentes, planos de saúde etc. Devem-se somar todos os rendimentos e lucros de capital da pessoa física e seus dependentes (rendimento bruto) e subtrair os encargos (reais ou presumidos) autorizados pela legislação (rendimento líquido). As alíquotas de IR devem observer os critérios da generalidade, universalidade e da progressividade (art. 153, § 2º, I da CF) Os critérios correspondem as princípios jurídicos que devems er entendidos em conjuntos. GENERALIDADE – o imposto deve ser igual para todas as situações atingindo igiualmente a todos os contribuintes. (PESSOAS) UNIVERSALIDADE – deve o imposto ser estabelecido considerando-se a totalidade dos rendimentos do sujeito passivo independente da denominação. (RENDIMENTOS OU PROVENTOS) PROGRESSIVIDADE – o imposto deverá ser maior quando a renda for maior. Faixas de alíquotas: Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 De acordo com o art. 43, § 1º do CTN, a incidência do tributo independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ):Disciplinada no art. 146 a 619 do RIR (Decreto 3000/99) o fato gerador engloba, além das hipóteses tributadas exclusivamente “na fonte”, o lucro, sendo de periodicidade trimestral. O lucro da pessoa jurídica ou equiparada à jurídica pode ser obtido pelos critérios da apuração real, presumida ou arbitrada: – Lucro Real (RIR/99, art. 246): apurado com base em contabilidade real, o lucro resulta da diferença da receita bruta menos as despesas operacionais, mediante rígidos critérios contábeis ou fiscais de escrita, exigindo-se o arquivo de documentos comprobatórios de tais receitas e despesas. É o lucro líquido do período-base, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela lei fiscal. A apuração pelo lucro real é obrigatória para as empresas indicadas em lei (Lei n. 9.718/98), aquelas com receita no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de 24 milhões de reais e opcional às demais; Poderão apurar esse lucro com base em balanço anual levantado em 31 de dezembro, ou mediante balancetes trimestrais (Lei 9430/96). Com respaldo nesse sistema, as pessoas jurídicas podem optar pelo pagamento por estimativa, consistente no pagamento mensal de um valor do imposto de renda aferido com base em um lucro estimado fixado em lei (mesmo critério usado para apurar o lucro presumido), formalizando-se, no final do ano, um ajuste anual, por meio do qual será abatido o valor que foi pago mensalmente por estimativa durante o ano -base; – Lucro Presumido (RIR/99, art. 247): Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas cuja receita bruta total, no ano- calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a 24 milhões. No caso de início de atividade, o limite será proporcional, à razão de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) multiplicado pelo número de meses do período. Trata-se de sistema opcional pela pessoa jurídica não obrigada por lei à apuração pelo lucro real. Consiste na presunção de que o lucro da empresa é aquele por ela estabelecido com base na aplicação de um percentual legal sobre a receita bruta desta, no respectivo período de apuração. Exemplo: percentual de 16% para prestação de serviços de transportes (exceto cargas), 8% para prestação de serviços de transportes de cargas ou 32% para prestação de serviços gerais; – Lucro Arbitrado (art. 530 RIR/99): decorre da impossibilidade de se apurar o lucro da pessoa jurídica pelo critério real ou presumido em razão do não cumprimento de obrigações tributárias acessórias. O imposto de renda devido trimestralmente será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado quando (RIR/1999, art. 530): 1. a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a. identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b. determinar o lucro real; 1. o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro presumido e não mantiver escrituração contábil regular; 2. o contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido; 3. o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente, residente ou domiciliado no exterior; 4. o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir, totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário; 5. o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos em que o mesmo se encontre obrigado ao lucro real. Resulta, portanto, de imposição da autoridade fiscal, em face de prática irregular do contribuinte. Todavia, desde o advento da Lei n. 8.981/95, é possível à pessoa jurídica comunicar ao Fisco a impossibilidade de apuração do imposto de renda pelo lucro real ou presumido, de forma espontânea, optando por sujeitar-se à tributação do lucro arbitrado no período (art. 83 do RIR/99); A base de calculo será a diferença positiva entre as seguintessomas: a) todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; b) As deduções legalmente previstas (despesas com saúde, educação, previdência social oficial e privada, livro caixa, pensão alimentícia e valor padrão por dependente). O lucro arbitrado será apurado mediante a aplicação de percentuais: a. sobre a receita bruta quando conhecida, segundo a natureza da atividade econômica explorada (RIR/1999, art. 532); Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, quando conhecida, são os mesmos aplicáveis para o cálculo da estimativa mensal e do lucro presumido, acrescidos de 20%, exceto quanto ao fixado para as instituições financeiras (RIR/1999, arts. 532 e 533): Atividades Percentuais Atividades em geral (RIR/1999, art. 532) 9,6% Revenda de combustíveis 1,92% Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 19,2% Serviços de transporte de cargas 9,6% Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 38,4% Serviços hospitalares 9,6% Intermediação de negócios 38,4% Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis) 38,4% Factoring 38,4% Bancos, instituições financeiras e assemelhados 45% b. quando desconhecida a receita bruta, sobre valores (bases) expressamente fixados pela legislação fiscal (RIR/1999, art. 535). O imposto de renda com base no lucro arbitrado é determinado por períodos de apuração trimestrais encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei n º 9.430, de 1996, art. 1 º ; RIR/1999, art. 220 e 530). RESUMINDO: São contribuintes e, portanto, estão sujeitos ao pagamento do IRPJ, as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. Elas devem apurar o IRPJ com base no lucro, que pode ser real, presumido ou arbitrado. A alíquota do IRPJ é de 15% (quinze por cento) sobre o lucro apurado, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 / mês. As alíquotas do imposto de renda em vigor desde o ano-calendário 1996 são as seguintes: a) 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas pessoas jurídicas em geral, seja comercial ou civil o seu objeto; b) Adicional. A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de 10% (dez por cento). Em relação às pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro presumido ou arbitrado, o adicional incide sobre a parcela que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração. A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas. O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore atividade rural (Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º, § 3º). No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado nas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural. IRPJ - LUCRO PRESUMIDO – CÁLCULO DO IMPOSTO O IRPJ sobre o Lucro Presumido será pago sobre a base de cálculo presumida, à alíquota de 15%. ADICIONAL A parcela do Lucro Presumido (ou seja, a base de cálculo) que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento). BASE DE CÁLCULO PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO SOBRE A RECEITA BRUTA A base de cálculo do imposto e do adicional, decorrente da receita bruta, em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida no período de apuração, obedecidas as demais disposições (Lei 9.249/1995, artigo 15; e Lei 9.430/1996, artigos 1° e 25, inciso I). Nas seguintes atividades, o percentual será de (Lei 9.249/1995, artigo 15, §1°): ESPÉCIES DE ATIVIDADES: Percentuais sobre a receita Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6% • Venda de mercadorias ou produtos • Transporte de cargas • Atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis) • Serviços hospitalares • Atividade Rural • Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante • Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços) 8 % • Serviços de transporte (exceto o de cargas) • Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano – ver nota (1) 16% • Serviços profissionais (Sociedades Simples - SS, médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, economistas, etc.) • Intermediação de negócios • Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos • Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (ADN Cosit 6/97). • Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico 32% Comercialização de veículos usados ver nota (2) No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual 1,6 a 32% NOTAS IMPORTANTES: (1) Esta regra não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de transporte, bem como às sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas (Lei 9.250/1995, artigo 40, parágrafo único). As empresas de serviços de profissões regulamentadas são aquelas sujeitas à fiscalização e controle profissional, como Advogados, Médicos, Dentistas, Músicos, Contabilistas, Auditores, Consultores, Administradores, Economistas, Engenheiros, etc. A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado pelo percentual de 32% em relação a cada trimestre transcorrido. A diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre em que ocorreu o excesso, sem acréscimos legais. (2) A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra de venda de veículos automotores, que pratique as vendas em consignação, terá como base de cálculo o valor da diferença entre o valor de venda e o da compra (IN SRF 152/1998). Imposto sobre a renda e a tributação internacional: como praxe internacional, a renda é tributável no país de quem a aufere. Assim, a renda deve ser tributada no país onde reside o contribuinte, salvo se tiver em outro país residência fixa ou comércio. Para Sabbag “O ponto fulcral da tributação da renda em patamar internacional sempre foi a “mobilidade da renda”, para a qual se assinam acordos de tributação internacional, a fim de que se inibam tais mecanismos de mobilização, preservando-se uma tributação adequada e justa. Tal “mobilidade” dos agentes econômicos e dos prestadores de serviços provoca, no âmbito da tributação do IR, uma dificuldade em detectar onde está a renda, onde está a sede da empresa contribuinte ou onde se deu a prestação do serviço, diante da fácil pulverização de valores nomundo hodierno. Em outras palavras, a tributação da renda real está praticamente impossível nos dias de hoje, forçando os países a trocarem informações (art. 199, parágrafo único, CTN) e implementarem medidas conjuntas, no sentido de coibirem a proliferação de paraísos fiscais e obterem a razão final da tributação consentânea com a justiça fiscal. Como exemplos de acordos para evitar dupla tributação do imposto sobre a renda, podemos citar alguns assinados pelo Brasil com os países adiante enumerados: China (Decreto n. 762/93);Coreia (Decreto n. 354/91); Equador (Decreto n. 95.717/88); Filipinas (Decreto n. 241/91); Finlândia (Decreto n. 2.465/98); Holanda (Decreto n. 355/91); Hungria (Decreto n. 53/91); Índia (Decreto n. 510/92); e outros tantos;” IR e as verbas indenizatórias: as verbas indenizatórias não se sujeitam ao IR, devendo o gravame incidir sobre as parcelas que compõem o ganho com o timbre de salário. Portanto, o caráter salarial é fundamental. Note o entendimento jurisprudencial pertinente: Note o item considerado CORRETO, em prova realizada para o Concurso para o cargo de Juiz de Direito Substituto/MG, em 2006: “Ficam isentos do Imposto sobre a Renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) as indenizações por acidentes de trabalho”. EMENTA: TRIBUTÁRIO. ABONO SUBSTITUTIVO DE REAJUSTE SALARIAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. 1. O imposto sobre a renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda (produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos) e de proventos de qualquer natureza (art. 43, do CTN). 2. O abono salarial concedido aos empregados em substituição ao reajuste de salários não tem caráter indenizatório, mas salarial, porquanto incorpora ao salário do contribuinte. Sua função é repor a perda do poder aquisitivo do salário mercê do fenômeno inflacionário. 3. O abono pecuniário, substitutivo do reajuste salarial, revela nítido aumento patrimonial, exsurgindo o fato gerador do imposto de renda e formando o montante atualizado da base de cálculo da exação. 4. Recurso desprovido. (REsp 412615/SC, 1ª T., rel. Min. Luiz Fux, j. 15 -10 -2002) Por oportuno, deve-se ressaltar que a indenização no âmbito trabalhista tem a finalidade de ressarcir o empregado por um dano, para cuja ocorrência ele não concorreu, devida apenas quando o rompimento do vínculo contratual decorrer de ato unilateral e injustificado do empregador. Por essa razão, o STJ “firmou entendimento de que a verba paga a título de indenização por rompimento do contrato de trabalho no período de estabilidade provisória (decorrente de imposição legal e não de liberalidade do empregador) não pode sofrer a incidência do imposto de renda” (AgRg no REsp 1.215.211/RJ, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª T., j. em 06-08-2013). De outra banda, os benefícios recebidos em razão de rescisão para a qual concorra voluntariamente não têm natureza jurídica de indenização, razão pela qual são acréscimos patrimoniais tributáveis como renda. Observe alguns posicionamentos consagrados na retórica jurisprudencial: 1. O pagamento em dinheiro de férias não gozadas por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, aí se incluindo a remuneração adicional, tendo natureza indenizatória, não se sujeita ao imposto sobre a renda (Súmula n. 125 do STJ); 2. A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda (Súmula n. 215 do STJ); 3. O aviso prévio, possuindo caráter indenizatório, não está sujeito à incidência do imposto sobre a renda; 4. Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais (Súmula n. 498 do STJ); 5. Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. (Súmula n. 463 do STJ). Alimentação e Imposto de RENDA Solução de Divergência nº 3 - Cosit Data 26 de fevereiro de 2015 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF RENDIMENTOS ISENTOS. ALIMENTOS FORNECIDOS GRATUITAMENTE. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO EM PECÚNIA. Constitui rendimento isento a alimentação fornecida gratuitamente pelo empregador a seus empregados. Estão também abrangidos pelo benefício a alimentação in natura e os tíquetes-alimentação. No que se refere ao auxílio-alimentação em pecúnia, representa rendimento isento apenas o auxílio concedido aos servidores públicos federais civis ativos da Administração Pública Federal, direta, autárquica e fundacional. Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 1966, art. 111, II; Lei nº 7.713, de 1988, arts. 3º, caput e §§ 1º e 4º, e 6º, I; Lei nº 8.460, de 1992, art. 22, §§ 1º e 3º, “b”; Instrução Normativa SRF nº 15, de 2001, art. 5º, I (atual Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014). IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS CF/88 – art. 153, IV Regulamentado nos artigos 46 a 51 do CTN, Lei nº 7.798/89, com as alterações posteriores e Decreto 6.006/2002, que aprovou a TIPI – Tabela de produtos industrializados e fixa as alíquotas. O IPI é imposto real, recaindo sobre uma determinada categoria de bens, ou seja, produtos da indústria. Paralelamente a essa importante função arrecadatória, que lhe é ínsita, perfaz relevante função regulatória do mercado, uma vez que vem onerar mais gravosamente artigos supérfluos e nocivos à saúde. SELETIVIDADE O IPI é imposto seletivo. A seletividade é uma técnica de incidência de alíquotas, cuja variação dar - se -á em função da indispensabilidade do produto. Os produtos de primeira necessidade devem ter baixa tributação, e os produtos supérfluos devem receber tributação mais elevada (art. 153, § 3º, I, da CF). Kiyoshi Harada ressalta que a “tendência do IPI é restringir-se à tributação de produtos considerados suntuários ou de luxo, com o que o imposto passará, efetivamente, a ter caráter seletivo, contribuindo para a consecução da justiça social, já que indiscutível sua natureza de imposto de consumo.” NÃO CUMULATIVIDADE (art. 153 § 3º, II CF/88) - postulado segundo o qual se proíbe a técnica cumulativa, permitindo que em cada operação tributada deva ser abatido o valor do mesmo imposto pago na operação imediatamente anterior (art. 49 do CTN). Com efeito, faz-se o registro contábil como crédito do IPI referente à entrada de uma mercadoria. Por seu turno, faz-se o registro como débito do valor do IPI dos produtos que saírem. No final do período, após a realização dos cálculos, se o débito for maior, o imposto é recolhido; se o crédito for maior, o saldo credor é transferido para uso no período seguinte ou nos períodos seguintes. O IPI, nos documentos fiscais, é destacado separadamente ou, como denomina parte da doutrina, “por fora”, somado ao preço e pago pelo adquirente dos insumos. O mesmo fato ocorre com o ICMS. IMUNIDADE – os produtos industrializados destinados ao exterior estão dispensados de IPI (art. 153 § 3º, III da CF e Súmula 536 do STF). Para definição da hipótese de incidência é imprescindível saber o que vem a ser produto industrializado. O parágrafo único do artigo 46 do CTN considera industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade ou o aperfeiço e para o consumo. O Decreto nº 2.637/98 ampliou o conceito para: “qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo...” Conceito de industrialização Considera-se industrializado, para fins de incidência de IPI, o produto que tenha sido submetidoa qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como a transformação, o beneficiamento, a montagem etc. Observe, portanto, os conceitos: a ) Transformação: com ela, o produto “velho” perde a “individualidade”. É processo mecanizado (ou semi mecanizado), automatizado (ou semi automatizado) exercido sobre matéria-prima (ou produto intermediário), que lhe dá nova forma e finalidade, fazendo surgir um produto com forma, fins e conceitos diversos daqueles que lhe vieram compor na acepção de matéria- prima ou produto intermediário. O bem resultante da transformação tem nova classificação na tabela do IPI (nova classificação de nomenclatura nacional de mercadorias). Por exemplo: – transformação de madeira serrada, de outras matérias-primas (tecido, espuma, molas) e de outros produtos intermediários (arames, pregos, colas), em um produto novo: a poltrona estofada; – transformação do granito em blocos de pedra-sabão, para asfaltamento (Súmula n. 81 do TFR); c) Beneficiamento: processo de modificação, aperfeiçoamento embelezamento ou alteração de funcionamento de um produto já existente. Nesse processo o produto resultante fica na mesma classificação fiscal originária, ou seja, não tem nova classificação na nomenclatura brasileira de mercadorias. Por exemplo: – envernizamento de móveis, com colocação de puxadores e frisos; – mudança no veículo de cabine simples para cabine dupla; c) Montagem: reunião de produtos e peças já existentes em nova sistematização, resultando em produto novo, quanto à ampliação, funcionamento ou finalidade. Nesse caso, as peças ou partes não perdem sua “individualidade” na obtenção de um produto novo. Nesse processo, o produto surgido pode ter nova classificação fiscal ou manter a do produto originário da montagem. Por exemplo: a própria montagem de veículos, em que praticamente todos os componentes são fabricados por outras empresas e, depois, reunidos, sistematizados e montados pela montadora de veículos; d) Acondicionamento ou reacondicionamento: processo de alteração da embalagem visual do produto, ou seja, modificação da apresentação do produto ao seu consumidor, criando-lhe nova proposta de consumo, novo visual e novo estímulo à aquisição. Exclui-se desse processo a mera alteração de embalagem para fins de transporte. Exemplo: estojo de produtos de higiene pessoal, composto por um sabonete, um perfume e um talco. Esses três produtos são colocados em um estojo, cuja finalidade de embalagem não se atrela ao próprio transporte, e sim à necessidade de criar um visual convidativo, diferenciado, ao ímpeto do consumidor. Esse estojo terá uma classificação fiscal correspondente ao produto do estojo da alíquota maior; e) Renovação ou recondicionamento: é a renovação exercida em um produto usado ou inutilizado, restaurando-lhe a utilização, como se novo voltasse a ser. O produto resultante do processo continua a ter a classificação fiscal originária. Por exemplo: recondicionamento de baterias, de amortecedores. Para Hugo de Brito Machado:“a legislação do IPI amplia o conceito de produto industrializado, nele incluindo operações como o simples acondicionamento, ou embalagem, que na verdade não lhe modificam a natureza, nem a finalidade, nem o aperfeiçoam para o consumo. Tal ampliação viola o art. 46, parágrafo único, do Código Tributário Nacional. Configura, outrossim, flagrante inconstitucionalidade, na medida em que o conceito de produto industrializado, utilizado pela Constituição para definir a competência tributária da União, não pode ser validamente ampliado pelo legislador ordinário”(art. 110, CTN). SUJEITO PASSIVO Art. 51 do CTN: “Contribuinte do imposto é: I – o importador ou quem a lei a ele equiparar; II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. BASE DE CÁLCULO DO IPI Sua base de cálculo varia conforme a hipótese de incidência. Pode ser: a) o valor da operação de saída do produto do estabelecimento do contribuinte. É o valor da operação, representada pelo preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário; b) o preço normal (IMPORTAÇÃO)acrescido do próprio imposto de importação, das taxas aduaneiras e dos encargos cambiais. Nesse caso, o Fisco adiciona ao valor para o despacho aduaneiro não só o quantum pago, a título de imposto de importação, mas também as taxas de entrada no País e os encargos cambiais. A inclusão do imposto de importação na basede cálculo do IPI, embora represente a tributação de imposto sobre imposto, pode justificar -se, nesse caso, como meio de proteção à indústria nacional; c) o próprio preço da arrematação, em face de produto apreendido, abandonado e levado a leilão. Alíquotas É IMPOSTO PROPORCIONAL, uma vez que, em princípio, sua alíquota varia de forma constante, em função da grandeza econômica tributada. Em abono à seletividade do IPI, as alíquotas do vertente gravame variam de 0% (zero) a 365,63% (no caso de cigarros). O IPI será calculado mediante aplicação da alíquota do produto (constante da TIPI, que tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante do Decreto n. 2.376/97), sobre o respectivo valor tributável. Destaque-se que a arrecadação oriunda de bebidas, cigarros e veículos perfaz a maior parte da arrecadação deste imposto. IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO OU RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS - IOF A CF/88, no seu artigo 153, V, atribuiu à união competência para instituir o imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. O IOF tem finalidade extrafiscal, já que possibilita à União intervir no funcionamento do Mercado financeiro, aquecendo-o ou esfriando-o de acordo com a necessidade. Regulamentado nos artigos 63 a 67 do CTN e legislação esparsa como o Decreto 6306/2007. O IOF SOBRE O OURO: O Ouro pode ser encontrado no Mercado de duas formas: a) Como mercadoria ( joia , por exemplo); b) Como meio de pagamento (pagamento em barras de ouro , por ex .) Quando o ouro é mercadoria , não há que se falar incidência do IOF, mas de t r ibutos que ordinariamente incidem sobre as mercadorias ( ICMS, IPI , II , IE) . Já que o ouro é forma de pagamento , como s efora moeda, não há ques e falar em cobrança de t r ibutos que incidem sobre mercadorias , pois , por ex. , não incide ICMS sobre a ci rculação dos reais usados para pagar determinado débi to, também não pode ser incidi r sobre o ouro ut i l izado para qui tar débi to semelhante. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II - setenta por cento para o Município de origem.Como afirma o dispositivo, a incidência do IOF-ouro só é possível na operação de origem, ou seja, na primeira operação, que é o desembaraço aduaneiro, quando oriundo do exterior , ou a aquisição por instituição autorizada, NÃO sendo legítima a tributação das operações subsequentes. Por isso o STF declarou inconst tucional o inciso II do art . 1º da Lei 8033/90, que previa a incidência de IOF sobre a “t ransmissão de ouro definido pela legis lação como at ivo f inancei ro (RE 190.363) FATO GERADOR DO IOF: Tem como fato gerador (ART. 63 DO CTN) a operação de crédito, assim entendida em seu sentido amplo, compreendendo empréstimos, abertura de crédito, desconto de títulos, bem como sobre contratos de câmbio, seguro e transações de títulos e valores mobiliários CTN, Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito. No inciso IV o IOF apegou-se ao princípio documental, vinculando o fato gerador a títulos e valores mobiliários qua abarcam as ações de sociedade anônimas, debentures, apólices da dívida pública das entidades políticas, letras de câmbio, notas promissórias etc. Daí a regra do parágafo único que para evitar a bitributação, criou a tributação alternative: se for exigido o imposto epla efetivação do negócio independente do título, este não se sujeitará à tributação. Em síntese: Se o imposto (IOF) é um só apesar de apresentar várias facetas, se for pago pela operação de crédito nda há para ser pago pelo instrumento comprobatório dessa operação. Para o STF os saques da cadernete de oupança não se equiparam a operação de crédito para efeito de cobrança do IOF: SÚMULA 664 DO STF: “Não pode incidir sobre o saque de valores da poupança. É INCONSTITUCIONAL O INCISO V DO ART. 1º DA LEI 8033/1990, QUE INSTITUIU A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS - IOF SOBRE SAQUES EFETUADOS EM CADERNETA DE POUPANÇA”.. BASE DE CÁLCULO DO IOF Art. 64. A base de cálculo do imposto é: I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preço. CONTRIBUINTES DO IOF: O ART. 66 DO CTN determina que contribuinte do IOF é quaisquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Decreto nº 2219, de 02 de maio de 1997: DOS CONTRIBUINTES E DOS RESPONSÁVEIS Dos Contribuintes Art. 4º Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito (Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 2 o , e Lei nº 8.894/94, art. 3º, inciso I). Dos Responsáveis Art. 5º São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional as instituições financeiras que efetuarem operações de crédito (Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 3º, inciso I). LANÇAMENTO DO IOF: POR HOMOLOGAÇÃO UNIDADE I – Administração Tributária Impostos sobre Importação de produtos estrangeiros (II) Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO OU RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS - IOF BASE DE CÁLCULO DO IOF CONTRIBUINTES DO IOF: O ART. 66 DO CTN determina que contribuinte do IOF é quaisquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Percentuais sobre a receita Decreto nº 2219, de 02 de maio de 1997: LANÇAMENTO DO IOF: POR HOMOLOGAÇÃO
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