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2016.Ufpr.berger.Administração.Estratégica.Produção.Gestão Florestal.

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2016 
 
 
 
Universidade Federal do Paraná - UFPR 
Setor de Ciências Agrárias - SCA 
Depto de Economia Rural e Extensão - DERE 
Curso de Pós-Graduação em Gestão Florestal 
 
Prof. Dr. Ricardo Berger 
Prof. Dr. João Batista Padilha Jr 
UFPR / DERE 
 ADMINISTRAÇÃO 
ESTRATÉGICA DA PRODUÇÃO 
_________________________________________________________________________________ 
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
2 
SUMÁRIO 
 
Capítulo 1 – Conceitos Básicos em Economia Florestal 
1.1 – Aspectos Básicos em Economia Florestal 
1.2 – A Produção Florestal Frente à Escassez de Recursos 
1.3 – A Importância da Tecnologia no Setor Florestal 
1.4 – A Importância Econômica e Social do Setor Florestal 
1.5 – A Cobertura Florestal Brasileira e Paranaense 
 
Capítulo 2 – A Demanda de Produtos Florestais 
2.1 – Introdução 
2.2 – Aspectos da Teoria do Comportamento do Consumidor 
 2.2.1 – A Teoria Cardinal 
 2.2.2 – A Teoria Ordinal 
2.3 – A Curva de Demanda na Visão do Consumidor (q) 
2.4 – A Curva de Demanda de Mercado (Q) 
2.5 – A Taxa de Crescimento e a Projeção da Demanda para Produtos Florestais 
 
Capítulo 3 – Elasticidade: Medindo as Reações dos Produtos Florestais no 
Mercado 
3.1 – Introdução 
3.2 - Cálculo da Elasticidade () 
3.3 – A Elasticidade da Demanda 
 3.3.1 - A elasticidade-preço da demanda (pd) 
 3.3.2 - A elasticidade-cruzada da demanda (cd) 
 3.3.3 - A elasticidade-renda consumo (rc) 
 
Capítulo 4 – A Oferta de Produtos Florestais 
4.1 – A Curva de Oferta de Mercado 
4.2 – A Elasticidade-preço da Oferta 
4.3 – Fatores que Afetam a Elasticidade-preço da Oferta 
4.4 – Fatores Deslocadores da Oferta 
 4.4.1 – Preços dos Insumos 
 4.4.2 – A Tecnologia 
 
Capítulo 5 – A Teoria da Produção de Produtos Florestais 
5.1 – Introdução 
5.2 – Fatores de Produção Fixos e Variáveis na Produção Florestal 
5.3 – Os Períodos de Tempo na Produção Florestal 
5.4 – Principais Tipos de Relações Físicas na Produção Florestal 
 5.4.1 - Relações Fator-Produto ou Insumo-Produto 
 5.4.2 - Relações Fator-Fator 
 
Capítulo 6 – A Teoria de Custos de Produtos Florestais 
6.1 – Introdução 
6.2 – Classificação dos Custos de Produção 
6.3 – Os Custos Médios da Produção Florestal 
_________________________________________________________________________________ 
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
3 
6.4 – Principais Inter-relações entre os Produtos Físicos de Produção e os Custos de 
Produção de uma Empresa Florestal 
6.5 – A oferta de uma Empresa Florestal no Curto Prazo e Longo Prazo 
6.6 - Exemplo de Análise de Custos de Produção de uma Empresa Florestal 
 
Capítulo 7– Análise das Estruturas de Mercado de Produtos Florestais 
7.1 – Introdução 
7.2 – O Mercado de Produtos Florestais 
7.3 – As Estruturas de Mercado dos Produtos Florestais 
 7.3.1 – A Competição Pura ou Perfeita 
 7.3.2 – Oligopólio 
 7.3.3 – Monopólio 
 7.3.4 – Competição Monopolística 
 7.3.5 – Monopsônio 
 7.3.6 – Oligopsônio 
 
Capítulo 8– Grupo de Custos na Empresa Florestal 
8.1 – Considerações 
8.2 – Grupo de Custos 
8.3 – Estrutura de Custos 
 
Capítulo 9– Matemática Financeira Básica 
9.1 – Características da Produção Florestal 
9.2 – Floresta como Capital 
9.3 – Conceito Básico de Juro 
9.4 – Capitalização Simples 
9.5 – Capitalização Composta 
9.6 – Fórmulas Básicas 
9.7 – Inflação e Análise de Investimento 
 9.7.1 – Inflação 
 9.7.2 – Tipos de Inflação 
 9.7.3 – Medidas da Inflação 
 9.7.4 – Preços Correntes e Preços Reais 
 9.7.5 – Taxas de Juro e Retornos Nominal e Real 
 
Capítulo 10- Análise de Benefício Custo 
10.1 – Procedimento 
10.2 – Critérios de Análise 
10.3 – Um exemplo 
10.4 – Período de Investimento 
 
Capítulo 11 – Avaliação Florestal 
11.1 – Considerações 
11.2 – Método Direto de Avaliação 
11.3 – Métodos Indiretos de Avaliação 
 11.3.1 – Base de Custos 
 11.3.1.1 – Custos de Oportunidade da Terra – COT 
 11.3.2 – Base de Rendimento Futuro 
Andry
Highlight
_________________________________________________________________________________ 
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
4 
Capítulo 12 – Custo / Preço da Produção Florestal 
12.1 – Procedimento de Cálculo 
12.2 – Custos Conjuntos 
12.3 – Custos Base Exaustão 
 
Capítulo 13 – Preço de Terras Florestais 
13.1 – Base Teórica 
13.2 – Um Exemplo 
 
Capitulo 14 – Investimento em Terras e a Rentabilidade Florestal 
14.1 – Análise Prática 
 
Capítulo 15 – Maturidade Financeira de Florestas 
15.1 – Critérios de Maturidade de Florestas 
15.2 – Visualização Gráfica dos Critérios 
15.3 – Resultados dos Critérios 
 
Capítulo 16 – Transportabilidade de Produtos Florestais 
16.1 – Bases Teóricas do Módulo 
16.2 – Um Exemplo 
16.3 – Análise de Sensibilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Andry
Highlight
Andry
Highlight
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
5 
Capítulo 1 – Conceitos Básicos em Economia Florestal 
 
1.1 – Aspectos Básicos em Economia Florestal 
 
O setor florestal brasileiro sempre representou um papel fundamental dentro 
da economia nacional. Nos últimos anos, com o acirramento da cobrança para a 
preservação e recomposição das florestas, este importante setor da economia 
brasileira voltou à cena. Além da fundamental colaboração na preservação dos 
recursos hídricos, da fauna, na geração de oxigênio, na fixação do dióxido de 
carbono e por conseqüência, redução do efeito estufa, a floresta possui uma 
importância produtiva e econômica indiscutível. Desta forma, observa-se que é 
possível gerar a produção econômica florestal associada com a sustentabilidade 
ambiental. 
 
Assim, compreender a economia não significa apenas buscar conhecer os 
fatos que acontecem diariamente ao nosso redor, bem como entender suas causas, 
efeitos e conseqüências. A economia é mais do que isto, ela é um processo 
dinâmico, é um ferramental que nos permite auxiliar a tomada de decisão diante de 
um conjunto de restrições, que são os fatores escassos de produção. A economia 
também é a ciência que gera um equilíbrio no processo das escolhas, pois, busca 
contemporizar agentes que possuem objetivos divergentes no mercado. 
 
Mas, sem dúvida nenhuma, o principal problema econômico enfrentado pelo 
setor produtivo consiste na escassez ou na limitação dos recursos econômicos 
disponíveis para a geração de qualquer tipo de bem ou serviço desejado pelo 
mercado consumidor. Devido ao fato da escassez, a economia nos auxilia na 
escolha das melhores maneiras de utilizar os recursos produtivos disponíveis. Neste 
processo, podemos entender a economia como um sistema formado por quatro 
elementos principais: os recursos econômicos (ou fatores de produção), a 
tecnologia, as preferências individuais e as instituições. 
 
Os recursos econômicos representam a base da economia, ou seja, os 
elementos necessários para que a produção possa acontecer, sendo classificados 
em recursos naturais, recursos humanos e bens de capital. 
 
A tecnologia especifica o processo de combinação alternativa dos recursos 
econômicos para a produção de determinados produtos desejados pelo mercado. Já 
as preferências individuais (ou desejo dos consumidores) representam o fator 
motivador da existência de um mercado. Finalmente, as instituições, representam 
todos as organizaçõeseconômicas, sociais, jurídicas e políticas responsáveis pela 
normatização das atividades desenvolvidas pela sociedade organizada. 
 
 
Na análise florestal, muitos economistas acreditam que não haja problema 
algum em se aplicar os conceitos da teoria econômica tradicional, utilizados em 
outros setores da economia. Mas, alguns aspectos da floresta, quando considerados 
em conjunto, criam situações de análise que não são observadas em outros setores 
da economia: 
_________________________________________________________________________________ 
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
6 
a) As florestas geram produtos múltiplos, muitos dos quais não são facilmente 
percebíveis pelo mercado. Além da receita total gerada pela venda da madeira e de 
outros produtos florestais madeiráveis e não madeiráveis, as florestas também 
geram externalidades positivas, que são valorizadas pela sociedade. Como exemplo 
cita-se a beleza cênica de um bioma, os espaços florestais preservados (Reserva 
Legal Florestal, Preservação Permanente e Unidades de Conservação), a 
preservação de nascentes de rios e o controle das enchentes, entre outros. Olhando 
desta forma, fica difícil visualizar efeitos análogos gerados por outros 
empreendimentos como a agropecuária e a prestação de serviços; 
 
b) A exploração florestal realizada de maneira não sustentada pode causar 
externalidades negativas que não são cobertas pelo produtor, como a perda da 
qualidade da água e a poluição do ar causado pelas queimadas e pelo 
processamento da madeira. Obviamente, a externalidade negativa pode ser 
observada em vários outros empreendimentos não-florestais; 
 
c) A produção florestal envolve o longo prazo, o risco e a incerteza. Desta forma, 
alguns produtos florestais podem ser gerados em períodos inferiores a uma década, 
enquanto outros produtos necessitam de 15 anos ou mais. Assim, no longo prazo, 
existe uma tremenda incerteza com relação à produção e aos retornos esperados 
pelos produtores. 
 
Os aspectos citados acima não são exclusivos do setor florestal, mas, em 
conjunto, eles criam restrições que tornam a produção florestal um desafio único. 
 
1.2 – A Produção Florestal Frente à Escassez de Recursos 
 
Como podemos observar, a economia auxilia-nos na escolha das melhores 
alternativas de uso para os recursos produtivos. De maneira ampla, economia é o 
estudo da alocação de recursos escassos para a geração de utilidade (satisfação) 
aos consumidores. Assim, em uma economia, a determinação do que vai ser gerado 
passa necessariamente pelo conhecimento da capacidade restritiva dos fatores de 
produção disponíveis e pelo nível de tecnologia disponível para combinar tais 
fatores. Desta forma, o primeiro passo neste processo consiste em determinar quais 
combinações de produtos são possíveis de serem realizadas. 
 
A fronteira de possibilidades de produção ou curva de transformação, desta 
forma, estabelece quais combinações de atividades podem ser geradas e quais não 
podem, respeitando o conjunto de restrições impostas a esta tomada de decisão 
(recursos disponíveis e capacidade tecnológica). 
 
As figuras 1.a e 1.b representam as fronteiras de possibilidade de produção 
para uma indústria florestal produtora de celulose e ou compensado. 
 
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1 
 
2 
 
 3 
 
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Celulose (1000 toneladas)
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 5
 
 6
Celulose (1000 toneladas)
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Co
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on
ela
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s)
A
B
Figura 1.a Figura 1.b
0 A B C D
 
 
Na figura 1.a, se todos os recursos disponíveis fossem utilizados para a 
produção de celulose, poder-se-ia produzir um total de 6.000 toneladas. Se, no 
entanto, fosse resolvido produzir somente compensado, o resultado seria de 5.000 
toneladas. A fronteira de possibilidades indica todas as combinações possíveis entre 
produzir celulose ou compensado, como, por exemplo, 4.000 toneladas de celulose 
e 2.000 toneladas de compensado. 
 
A fronteira de possibilidades de produção, sozinha, não indica qual a 
combinação que será produzida, mas, define todas as possibilidades existentes para 
a indústria florestal. Racionalmente, jamais se optará por qualquer ponto à esquerda 
da fronteira – ponto A – (solução interior), pois, isto implicaria em aproveitamento 
parcial dos recursos disponíveis. Já pontos localizados à direita da fronteira – ponto 
B – (solução exterior) também não devem ser escolhidos, pois, caracterizam 
soluções impossíveis e que exigiriam mais recursos do que os disponíveis. Desta 
forma, conclui-se que as soluções possíveis só poderão ocorrer ao longo da fronteira 
de possibilidades. 
 
Uma fronteira de possibilidades de produção linear, como a da figura 1.a, 
indica que os custos de oportunidade são constantes. Qualquer substituição de 
recursos econômicos da produção de compensado para celulose, ou vice-versa, 
significa que os recursos econômicos poderiam sempre produzir compensado ou 
celulose em uma proporção fixa de 5.000:6.000. Isto denota que, qualquer que seja 
o nível de produção de compensado ou celulose, os recursos econômicos retirados 
de um processo e realocados em outro serão tão eficientes quanto os já utilizados 
anteriormente. 
 
Entretanto, se os recursos econômicos transferidos forem continuamente 
menos eficientes em sua nova utilização do que os anteriores, o custo de 
oportunidade será crescente e a fronteira de possibilidades de produção será 
côncava, conforme pode ser observado da figura 1.b. Partindo-se da produção de 
compensado, nota-se que para cada decréscimo unitário o aumento na produção de 
celulose é decrescente, o que denota claramente que o custo de oportunidade da 
celulose é crescente, devido ao fato de que os recursos econômicos não são 
_________________________________________________________________________________ 
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
8 
igualmente eficientes na produção dos dois bens. Verifica-se, então, que a limitação 
ou escassez de recursos econômicos implica na opção da produção entre bens 
alternativos. 
 
A fronteira mostra então as possibilidades de produção supondo uma 
restrição de recursos econômicos, pleno emprego dos recursos e utilização de 
tecnologias adequadas. Para que haja uma mudança no seu comportamento 
(deslocamento), conforme pode ser observado na figura 1.b, devido ao incremento 
no consumo de celulose e compensado por uma economia, torna-se necessário 
ampliar a utilização de recursos econômicos além de se incorporar tecnologias mais 
eficientes ao processo produtivo. 
 
1.3 – A Importância da Tecnologia no Setor Florestal 
 
Dentro de um sistema de produção florestal, a tecnologia vem a ser o 
elemento chave fundamental para a geração de ganhos de produtividade e melhoria 
no processo de combinação dos recursos econômicos. Desta forma, a incorporação 
de novas tecnologias tem sido preponderante no sentido de incrementar a oferta de 
produtos florestais, notadamente no longo prazo. No setor florestal, o processo 
evolutivo de sua adoção iniciou-se em meados da década de 60 com a utilização de 
sementes melhoradas. Nos anos 70, foi a evolução das técnicas de fertilização e 
nutrição que permitiram também a expansão da produção florestal. Em meados dos 
anos 70 e início dos anos 80, a biotecnologia começou a proporcionar incrementos 
positivos ao setor e temsido ela até hoje o elemento fundamental em promover a 
expansão da produção florestal. 
 
Uma tecnologia só será eficiente quando conseguir gerar ganhos de 
produtividade superiores ao custo total incorrido neste aumento de produção. Desta 
forma, a tecnologia eficiente consegue aumentar a produtividade reduzindo os 
custos médios de produção. 
 
Analisando a atual conjuntura do mercado florestal, ou seja, de economia 
aberta e globalizada, percebe-se que cada vez mais as empresas vem buscando um 
processo de fusão, de aquisição e de incorporação de outras empresas, no sentido 
de se tornarem mais competitivas em relação ao mercado global (integração vertical 
e horizontal). Esta busca da economia de escala e de escopo é fundamental para a 
sobrevivência em um ambiente competitivo onde, ao mesmo tempo, percebe-se uma 
concentração gradativa dos setores e a criação cada vez maior de barreiras à 
entrada de novas firmas nestes mercados. Devido a este fato, a redução dos custos 
médios de produção é o caminho da sobrevivência e de ganhos de competitividade 
em longo prazo. 
 
 Uma tecnologia mais eficiente consiste em um conjunto de condições que 
permitem: a) aumentar a quantidade produzida de determinado sistema florestal 
utilizando a mesma quantidade de recursos econômicos empregados anteriormente 
e b) Manter o mesmo nível de produção realizado anteriormente com a utilização de 
uma menor quantidade de recursos econômicos (efeito poupador de insumos). 
 
_________________________________________________________________________________ 
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9 
300
250
200
150
300 40050 100 200
100
Quantidade de insumo (kg fertilizante/ha)
Q
ua
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de
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a
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Pinus 
Comum
Pinus 
Melhorado
 
Figura 2 – O Efeito da tecnologia sobre a produção florestal. 
 
Na figura 2, é possível perceber o efeito positivo de determinada tecnologia 
incorporada ao processo de produção florestal. Admita que em um sistema de 
produção de madeira de pinus para serraria foi substituída uma variedade comum 
por outra variedade melhorada geneticamente. Para dado nível de fertilização da 
área (300 kg por hectare), observou-se que a produção incrementou dos 250 
estéreos por hectare para 300 estéreos por hectare, ou seja, conseguiu-se elevar a 
produção utilizando-se a mesma quantidade do insumo fertilizante. De forma 
alternativa, é possível perceber o efeito da tecnologia no processo produtivo via a 
economia do insumo fertilizante. Com a utilização do pinus melhorado, pode-se 
produzir a mesma quantidade anterior de madeira (250 estéreos por hectare) com 
menor uso do insumo (de 300 para 100 quilogramas de fertilizante por hectare). 
 
1.4 – A Importância Econômica e Social do Setor Florestal 
 
O mercado mundial dos produtos florestais gera anualmente algo em torno 
dos US$ 150 bilhões, o que o situa entre os dez principais negócios do planeta. A 
principal determinante deste resultado consiste na incorporação de técnicas 
avançadas de manejo associadas ao incremento de tecnologias modernas. O setor 
florestal está crescendo no mundo todo e já responde por aproximadamente 2% do 
PIB mundial. Com relação à participação do setor florestal no total da economia dos 
principais países produtores deve-se destacar a Finlândia com 8%, seguida pelo 
Brasil (4,5%), pelo Chile (3,6%), pelo Canadá (3%), pela Alemanha (2,8%) e pelos 
EUA (0,9%). 
 
O mercado brasileiro dos produtos florestais é responsável pela geração de 
aproximadamente 4,5% do PIB total da economia (US$ 90 bilhões dos US$ 1,5 
trilhão gerados em 2015), tendo cerca de 30 mil empresas vinculadas ao setor 
produtivo. Na década de 90, as exportações brasileiras de produtos florestais 
cresceram a uma taxa média de 10% ao ano e, atualmente, vem mantendo esta 
média histórica. Relativamente ao volume total das exportações brasileiras em 2015 
_________________________________________________________________________________ 
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
10 
(US$ 191,1 bilhões), as exportações do agronegócio representaram 46,2% do total 
(US$ 88,2 bilhões) e o setor dos produtos florestais foi responsável por 11,7% do 
total das exportações. Assim, no ano de 2015 aproximadamente US$ 10,3 bilhões 
foram exportados (crescimento de 3,8% em relação ao ano de 2014). As 
importações foram da ordem de US$ 1,7 bilhão (queda de 28% em relação à 2014) 
e saldo da balança comercial de US$ 8,6 bilhões (aumento de 15% em relação à 
2014). Dos principais grupos de produtos que formam o setor, cita-se o do papel e 
celulose como responsável por mais de 50% das exportações totais e o da madeira 
e suas obras por outros 45%. Da balança comercial brasileira, que é composta por 
2872 produtos, o setor florestal participa com 449 produtos (15,6%) sendo 7 
produtos do setor de gomas e borracha naturais, 18 do setor de celulose, 167 
produtos do setor de madeira e 257 produtos do setor de papel. 
 
 Com relação aos investimentos projetados para o setor florestal, 
considerando um horizonte de dez anos, espera-se que cerca de US$ 10 bilhões 
sejam aplicados. Além dos aspectos já citados, a que se considerar que o setor 
florestal tem capacidade de geração de 600 mil empregos diretos e outros 3,5 
milhões de empregos indiretos. Cerca de 7,5% da população economicamente ativa 
trabalha em alguma atividade vinculada ao setor florestal. Somente na cultura da 
erva-mate, atividade essencialmente florestal, emprega-se cerca de 800 mil 
pessoas. 
 
A matéria-prima gerada pelas empresas da base florestal tem como 
destinação o seguinte consumo industrial: madeira serrada, lâminas e compensados, 
chapas reconstituídas, celulose e papel, carvão e lenha. Em 2014, consumo 
industrial total de madeira nativa e de reflorestamento no Brasil representa 
anualmente algo em torno de 290 milhões de m3, onde a madeira nativa participa 
com 50,9 milhões de m3 (17,6% do consumo total) e a madeira de reflorestamento 
responde por outros 238,6 milhões de m3 (82,4% do consumo total). 
 
Dentre os setores consumidores que mais demandam madeira no Brasil em 
2014 segundo o IBGE, destaca-se o de carvão, com um consumo anual de cerca de 
58 milhões de m3 (20% do consumo total), seguido pelo setor de madeira para uso 
industriall com 146,5 milhões de m3 (50,6% do consumo total) e pelo setor de lenha 
com 85 milhões de m3 (29,4% do consumo total). Desta forma, este setores 
respondem pelo consumo total de madeira natural e plantada produzida no Brasil 
anualmente. 
 
Os setores de lâminas e compensados e de chapas reconstituídas são 
bastante incipientes ainda, respondendo respectivamente por 3% e 2% do consumo 
total de madeira no Brasil. 
 
Com relação ao consumo de madeira de reflorestamento, o mesmo é 
centrado exclusivamente na utilização de duas espécies florestais (Pinus e 
Eucalipto). A madeira de pinus responde por 30% do consumo total de madeira no 
Brasil, enquanto que a madeira de eucalipto representa outros 70%. O consumo 
total projetado de madeira de reflorestamento no Brasil é da ordem de 238 milhões 
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
11 
de m3 anuais, onde o pinus responde por 71,4 milhões de m3 e o eucalipto por 
outros 167 milhões de m3. A figura abaixo ilustra o agronegócio florestal no Brasil. 
 
 
Agronegócio do Setor Florestal Brasileiro 
 
 
 Fonte: IBGE 
 
 O mercado paranaense dos produtos florestais é responsável pela geração de 
20% do PIB estadual, além disso, ocupa a quarta posiçãoem termos de 
arrecadação de ICMS. O Estado do Paraná ocupa o primeiro lugar na produção 
nacional de compensados, possui também cerca de 8 mil empresas ligadas ao setor 
florestal gerando aproximadamente 150 mil empregos diretos. Com relação à 
participação dos produtos florestais (25 produtos) na composição do Valor Bruto da 
Produção agropecuária paranaense (VBP), verifica-se que este grupo de produtos 
ocupa atualmente a terceira posição em importância, logo atrás das principais 
grandes culturas agrícolas (48%) e da pecuária (46%), com uma participação de 6%, 
o que significou algo em torno de R$ 4,0 bilhões no ano de 2014. De acordo com o 
SEAB/DERAL (2016), os principais produtos florestais gerados neste período foram 
26,8 milhões de metros cúbicos de materiais para serrarias e laminadoras; 15,5 
milhões de m3 de lenha; 9,0 milhões de m3 para papel e celulose e 401,7mil 
toneladas de erva-mate. 
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção 
 
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1.5 – A Cobertura Florestal Brasileira e Paranaense 
 
 Em nível de Brasil, segundo a SBS (2012), existem atualmente cerca de 463 
milhões de hectares de Florestas, das quais 456,1 milhões de hectares são de 
florestas nativas o que representa 53,6% da área nacional e aproximadamente 7,2 
milhões de hectares de florestas plantadas que são equivalentes a 0,8% do território 
Brasileiro. Da área de plantios florestais, 93% são eucalipto e pinus com 5,47 
milhões de hectares de eucalipto e 1,57 milhão de hectares de pinus 
respectivamente e 556 mil hectares são de plantios como acácia, seringueira, paricá, 
teca, araucária e pópulos (IBA 2014). Segundo a Indústria Brasileiro de Árvores 
(IBA), em 2013 o Valor Bruto da Produção do setor a nível nacional foi R$ 56 bilhões 
e crescimento de 5,9% em relação ao ano de 2012. Apresentou uma contribuição 
tributária de R$ 8,8 bilhões e movimentou 4,4 milhões de empregos diretos, indiretos 
e de efeito renda. 
 
 O Estado do Paraná, segundo a SEMA-IAP (2003), possui aproximadamente 
5,1 milhões de hectares de Florestas Nativas e Florestas Plantadas, indicando que 
25,5% de toda a superfície do estado possui algum tipo de cobertura florestal. Esta 
área florestal do Paraná é composta por vários estágios sucessionais (estágio inicial, 
estágio médio, estágio avançado) e pelos reflorestamentos. 
 
Deste total da cobertura florestal do Paraná aproximadamente 9,3% (1,8 
milhão de hectares) correspondem a florestas em estágio inicial; 10,2% (2,0 milhões 
de hectares) são de florestas de estágio médio e os 3,1% (617 mil hectares) 
restantes são pertencentes a florestas em estágio avançado de desenvolvimento. A 
área de reflorestamento do Estado do Paraná atinge atualmente cerca de 570 mil 
hectares (ou 2,9% da área total do estado). 
 
A área destinada ao plantio florestal somou aproximadamente 1,5 milhão de 
hectares, sendo 58% de pinus e 42% de eucalipto, ocupando assim, 
aproximadamente 7% do solo paranaense e sua renda participou com 5,7% da 
receita total do Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_________________________________________________________________________________ 
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13 
Capítulo 2 – A Demanda de Produtos Florestais 
 
 
2.1 – Introdução 
 
A demanda, o consumo ou a procura por produtos florestais representa a 
participação dos consumidores dentro desta importante cadeia produtiva do 
agronegócio nacional. De certa forma, o mercado começa e termina nos 
consumidores, daí a importância de se conhecer as inter-relações destes agentes 
dentro do processo produtivo. O resultado final de toda a produção e distribuição de 
insumos florestais; a produção florestal propriamente dita e todo encaminhamento 
posterior da produção ao longo de um sistema de comercialização tem como 
objetivo final satisfazer o desejo dos consumidores. Colocar, desta forma, o estudo 
do comportamento dos consumidores como objetivo principal num processo de 
produção florestal permite que o empresário consiga coletar informações 
fundamentais para o bom desempenho de seu negócio, além de estar sintonizado 
com o mercado. 
 
2.2 – Aspectos da Teoria do Comportamento do Consumidor 
 
Para que se possa compreender de uma forma mais clara o conceito de 
demanda, faz-se necessário proceder um comentário sobre a origem da função 
demanda, cuja derivação surge da teoria do comportamento do consumidor. Desta 
forma, dispõe-se de duas aproximações: uma baseada na teoria clássica do 
consumidor, a teoria cardinal; e a segunda, baseada na teoria neoclássica, a teoria 
ordinal. Um aspecto importante a ser considerado é o fato de que mesmo partindo 
de pressupostos distintos, ambas conduzem ao mesmo resultado, ou seja, o da 
relação inversa entre o preço de mercado e a quantidade demandada de certo 
produto, o que significa que as curvas de demanda são negativamente inclinadas. 
 
2.2.1 – A Teoria Cardinal 
 
A teoria cardinal ou da utilidade marginal decrescente estabelece que o 
consumidor racional possui utilidade (satisfação) associada ao consumo sucessivo 
de bens e serviços no tempo. Desta forma, esta teoria deveria ser aplicada para 
cada consumidor e para cada produto demandado no tempo, não podendo ser 
extrapolada para o consumo total de bens de um consumidor. Pela teoria cardinal, 
quando um indivíduo consome unidades sucessivas de determinado produto no 
tempo, mantido constante o consumo de outros bens, a quantidade de satisfação 
obtida da cada unidade adicional diminui, e a este fato ele estará disposta a pagar 
cada vez menos. 
 
2.2.2 – A Teoria Ordinal 
 
A teoria ordinal ou teoria das curvas de indiferença parte do pressuposto de 
que cada consumidor não precisa medir a utilidade do consumo nem supor de que a 
mesma seja decrescente. Nesta teoria, parte-se do pressuposto de que o 
consumidor consegue representar o seu desejo em adquirir bens e serviços na 
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14 
forma de cesta de bens (lista de produtos que deseja consumir). Após esta definição, 
através do conhecimento da renda do consumidor, descreve-se a restrição de 
orçamento. Combinando-se estes dois elementos, pode-se derivar a curva de 
demanda individual para determinado produto ou serviço. 
 
2.3 – A Curva de Demanda na Visão do Consumidor (q) 
 
Cada consumidor possui uma curva de demanda única para bens e serviços 
que deseja consumir no tempo, como pode ser visto na figura 3, nas curvas 
hipotéticas para consumo de papel sulfite por Ricardo e João. 
 
 10 20 30 40 50 60
 1
 
 2 
 3
 
 4 
 5
 
 6
Papel sulfite (pacotes por ano) Papel sulfite (pacotes por ano) Papel sulfite (pacotes por ano)
Pre
ço (
R$ 
por
 uni
dad
e)
Pre
ço (
R$ 
por
 u n
idad
e)
Pre
ço (
R$ 
por
 uni
dad
e)
Ricardo
 10 20 30 40 50 60
 1
 
2 
 3 
 4
 
 5 
 6
João
 10 20 30 40 50 60 70
 1
 
2 
 3 
 4
 
 5 
 6
Mercado de 
dois consumidores
21 unidades 21 unidades 21 + 21 = 42 unidades
 
 
Figura 3 – Curvas de Demanda Individual e Demanda de Mercado. 
 
Pode-se verificar, desta forma, a reação de cada um dos consumidores que 
vão até o mercado adquirir papel sulfite. Com preços mais elevados, os dois 
consumidores tendem a demandar menos papel por unidade de tempo e, 
conseqüentemente, compreços mais baixos ficam estimulados a comprarem mais. 
Uma razão para isto é que, pagando mais caro para a adquirir este produto, vão 
reduzir as suas rendas monetárias restritas disponíveis que poderiam ser utilizadas 
na aquisição de outros produtos no mercado. As curvas de demanda por papel 
sulfite para Ricardo e João mostram isto, bem como o fato de responderem de 
diferentes maneiras as variações de preço no mercado. A Curva de demanda possui 
inclinação negativa porque quando se consome mais de um determinado bem por 
unidade de tempo, eventualmente se deseja pagar menos. Este é o princípio da 
utilidade marginal decrescente, como visto anteriormente. 
 
Pela soma das quantidades individuais demandadas (q) por Ricardo e João 
no mercado, nos podemos obter a curva de demanda de mercado (Q), como pode 
ser observado no terceiro gráfico da figura 3. De maneira geral, a demanda de 
mercado consiste na soma horizontal das demandas individuais dos consumidores 
que estão atuando no mercado. Logicamente que esta não é a maneira pela qual a 
curva de demanda é derivada empiricamente, mas, auxilia sobremaneira no 
entendimento do conceito de demanda. 
 
 
 
_________________________________________________________________________________ 
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15 
2.4 – A Curva de Demanda de Mercado (Q) 
 
Como visto anteriormente, a curva de demanda de mercado consiste na soma 
horizontal das demandas individuais por certo bem ou produto no mercado. A cada 
nível de preço, a quantidade demanda no mercado é a soma das quantidades de 
cada indivíduo. 
 
Desta forma, conceitualmente, a curva de demanda é uma relação econômica 
que mostra o quanto que os consumidores estão dispostos a adquirir de certo 
produto ou serviço no mercado aos diferentes níveis de preço, num determinado 
período de tempo, mantidas todas as demais variáveis que poderiam afetar o 
processo constantes. Portanto, caso fossemos definir um conjunto de variáveis que 
afetam o processo decisório do consumidor, iríamos nos deparar com uma 
quantidade enorme delas e, cada uma teria um peso subjetivo e individual no 
processo das escolhas. Desta forma, poderíamos definir a função demanda como 
sendo dependente de um conjunto de variáveis, aqui definidas como ―c‖, conforme 
observado na equação 1. 
 
),...,,(
21 cccQ nd
f
 (1) 
 
Todavia, existem duas variáveis fundamentais neste processo: o preço e a 
quantidade. Isto significa que, durante certo período de tempo, poderíamos 
desconsiderar ou manter constante o efeito de variáveis importantes como a 
população; o nível e distribuição de renda; o preço dos produtos substitutos e 
complementares; o marketing, entre outras, no processo das escolhas. 
Considerando a variável independente ―
c 1
― como sendo o preço e, mantendo as 
demais variáveis constantes, surge a função demanda simplificada, que pode ser 
observada na equação 2 e na figura 4. 
 
)( PfQ
d

 (2) 
 
No estudo da demanda, existem ainda alguns efeitos econômicos que 
precisam ser analisados: a) a variação na quantidade demandada e b) a variação na 
demanda. 
 
a) A variação na quantidade demandada é um efeito causado única e 
exclusivamente pelo preço, ou seja, a sua elevação ou queda no mercado faz com 
que os consumidores ajustem o seu padrão de procura ao longo da função demanda 
analisada, onde a posição da curva de demanda permanece inalterada, como 
observado na figura 4. Desta forma, para cada elevação ou redução de preço no 
mercado, o consumidor apenas ajusta-se ao seu novo padrão de consumo. 
 
b) A variação na demanda é causada pela alteração dos fatores deslocadores 
da demanda (efeito população, efeito nível e distribuição de renda, variação no 
preço de produtos substitutos e complementares, efeito marketing, entre outros), que 
provocam expansão ou contração do consumo e, nesse caso, é a curva de demanda 
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16 
que muda de posição ou se desloca em relação à demanda original, como 
observado na figura 5 
 
Quantidade demandada do produto
P
re
ço
 d
o
 P
ro
d
ut
o
 (
R
$
 p
o
r 
un
id
a
d
e
)
Curva de 
Demanda (D)
P0
P
1
Q0 Q1
 
 
Figura 4 – A curva de demanda de mercado para um produto florestal e a variação 
na quantidade demandada. 
 
 
 
Quantidade demandada do produto
P
re
ço
 d
o
 P
ro
d
ut
o
 (
R
$
 p
o
r 
un
id
a
d
e
)
D0 D+D-
P
0
Q0 Q
+
Q
-
 
 
Figura 5 – A variação na demanda causada por fatores deslocadores positivos e 
negativos. 
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17 
2.5 – A Taxa de Crescimento e a Projeção da Demanda para Produtos 
Florestais 
A determinação do crescimento do consumo por produtos florestais depende 
de um conjunto de fatores bastante diversos e muitas vezes difíceis de serem 
estimados. Este aspecto é devido ao dinâmico processo de evolução dos mercados 
consumidores, principalmente com a abertura da economia nacional e a globalização 
das economias mundiais. 
Nesta estimação, deveríamos considerar todas as variáveis fundamentais 
para a demanda, mas, muitos destes fatores seriam difíceis de serem medidos de 
maneira prática em um mercado consumidor. Por simplificação, considera-se que a 
expansão da demanda por produtos florestais é fundamentalmente afetada pela taxa 
de crescimento populacional e pela taxa de expansão do crescimento da renda real 
―per capitã‖ ponderada pela elasticidade renda-consumo. A equação que busca 
captar estas variações no mercado é a seguinte: 
 
rpd rc

 
 
onde: 
 
d
 = Taxa de crescimento da demanda para produtos florestais; 
p
 = Taxa de crescimento populacional; 
 rc
 = Elasticidade-renda consumo para produtos florestais e; 
r
 = Taxa de crescimento da renda real ―per capita‖. 
 
 A taxa de crescimento da demanda, assim estimada, é um bom indicador da 
necessidade de crescimento mínimo da oferta de produtos florestais, caso se 
pretenda abastecer convenientemente o mercado e evitar elevações acentuadas nos 
preços dos produtos para os consumidores. 
 
A Projeção da demanda é outro aspecto importante a ser considerado neste 
estudo, pois, uma vez definida a taxa de crescimento da demanda, podemos tentar 
prever o seu comportamento em um momento futuro e, desta forma, orientar o 
mercado sobre que caminhos a oferta deva seguir para garantir a estabilidade do 
equilíbrio de mercado. Para realizar tal procedimento, utiliza-se a seguinte equação: 
 
Cf = Ca.(1+d)t 
 
Onde: 
 
Cf = Valor futuro do consumo de produtos florestais; 
Ca = Valor atual do consumo de produtos florestais; 
d = Taxa de crescimento da demanda para produtos florestais e; 
t = Tempo de projeção. 
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18 
2.5.1 – Um exemplo de aplicação no setor florestal. 
 
a) Determinação da taxa de crescimento da demanda por consumo de madeira 
 
 Sabendo que o consumo atual de madeira serrada de pinus é da ordem de 
12 milhões de m3 por ano no Brasil, que a população cresce a uma taxa de 0,9% ao 
ano, que a renda média real ―per capita‖ cresce a uma taxa de 1% ao ano e que aelasticidade-renda consumo da madeira de pinus é 0,42; pede-se o valor da taxa de 
crescimento da demanda para este produto. 
 
 rcrpd 
 
 
Dada a fórmula acima, procede-se ao cálculo: 
 
)42,00,1(9,0 xd 
 
 
%32,1

d
 ao ano 
 
 
Conclusão: Para as condições atuais do mercado a demanda por este produto 
incrementa a uma taxa 1,32% ao ano. 
 
 
b) Projeção da Demanda 
 
 Sabendo que o consumo madeira serrada de pinus no ano de 2015 é de 12 
milhões de m3 e que a demanda cresce a uma taxa de 1,32% ao ano, qual deverá 
ser a produção projetada para atender o mercado no ano de 2022? 
 
Cf = Ca.(1+d)t 
Cf = 12.106.(1+0,0132)7 
Cf = 12.106.(1,0132) 7 
Cf = 12.106.(1,0961) 
Cf = 13,2. 106 de toneladas 
 
 
Conclusão: Mantida relativamente constate a taxa de crescimento da demanda por 
madeira serrada de pinus, em 2022, espera-se um consumo anual em torno de 13,2 
milhões de toneladas. 
 
 
 
 
 
 
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19 
Capítulo 3 – Elasticidade: Medindo as Reações dos Produtos 
Florestais no Mercado 
 
 
3.1 – Introdução 
 
De forma geral, a elasticidade () de uma função é uma relação que mede a 
sensibilidade da variável dependente frente a alterações no valor de uma de suas 
variáveis independentes. De outra forma, a elasticidade é uma medida de resposta, 
que determina o impacto percentual em uma variável dependente devido a uma 
variação percentual em uma variável independente, mantendo-se constantes todas 
as demais variáveis que influenciariam o processo. 
 
Y = f (X)
Variável
dependente
Variável
independente 
 
Como veremos a diante, o conceito de elasticidade é necessário para analisar 
um grande número de questões econômicas como: ―O que acontece com a receita 
total de uma empresa florestal quando os preços variam no mercado?‖. 
 
 
3.2 – Cálculo da Elasticidade () 
 
 Dado o conceito estabelecido acima, é possível derivar a equação genérica 
de elasticidade da seguinte maneira: 
 
Elasticidade () = 
).(.var.%.
).(.var.%.
Xteindependeniávelna
Ydependenteiávelna


 
 
 A variação percentual na variável dependente Y é Y dividido por Y e a 
variação percentual na variável independente X é X dividido por X. Então, a 
equação, para qualquer ponto da função citada acima pode ser escrita como: 
 
Elasticidade () = 
Y
X
X
Y
X
X
Y
Y
XX
YY
..
/
/








 
 
Note que Y/X vem a ser a inclinação da função analisada acima (ou, do 
cálculo diferencial e integral, a derivada primeira da função). Em economia, o cálculo 
da elasticidade apresenta uma gama enorme de utilizações na demanda, na oferta e 
na análise de mercado. 
 
Neste processo de análise, a elasticidade, é fundamental para uma economia, 
pois, consegue contornar dois tipos de problemas oriundos da diversidade de 
unidades com que bens e serviços são medidos: a) o mesmo produto medido em 
unidades diferentes, como grama, tonelada, e b) produtos diferentes medidos em 
unidades diferentes (madeira serrada em estéreos, celulose em tonelada). 
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20 
3.3 – A Elasticidade da Demanda 
 
No caso da demanda, as principais variáveis que determinam a quantidade de 
um bem ou serviço que os consumidores irão adquirir no mercado são: o preço do 
produto (P), o nível de renda disponível dos consumidores (R), os preços dos 
produtos substitutos (Ps) e complementares (Pc), o Marketing (Mk), entre outras. 
Desta forma, a alteração em algumas destas variáveis afetará necessariamente o 
consumo de bens e serviços. 
 
No estudo da demanda, podemos calcular três importantes tipos de 
elasticidades: a) a elasticidade-preço da demanda, b) a elasticidade-renda consumo 
e c) a elasticidade-cruzada da demanda. 
 
3.3.1 - A elasticidade-preço da demanda (pd) 
 
Um dos aspectos fundamentais na análise do comportamento de um 
consumidor no mercado diz respeito à resposta dos consumidores a mudança de 
preço dos produtos. Desta forma, devemos nos lembrar que os consumidores 
respondem em termos de demanda, de forma inversa a preço, ou seja, com a 
elevação do preço no mercado tendem a reduzir o consumo e, de maneira 
alternativa, com a redução do preço tendem a comprar mais. Para o cálculo da 
elasticidade, dispomos de dois métodos: a elasticidade-ponto e a elasticidade-arco. 
A primeira determina o valor da elasticidade sobre um ponto específico da curva de 
demanda e, para sua utilização, necessitamos ter uma função de demanda estimada 
para os dados analisados em questão, o que nem sempre é possível. O segundo 
método mede a elasticidade média entre dois pontos sobre a curva de demanda e, 
para sua utilização necessitamos possuir apenas algumas observações de preços 
com as suas respectivas quantidades demandadas. 
 
Para o cálculo da elasticidade-preço da demanda, utilizamos as seguintes 
formulas: 
 
pd ponto
Q
P
P
Q
.



 ou pd arco 
)(
)(
.
10
10
QQ
PP
P
Q





 
 
A demanda é classificada, em relação ao preço, como elástica, inelástica, 
unitária, perfeitamente elástica e perfeitamente inelástica dependendo dos valores 
obtidos com a aplicação das fórmulas descritas acima. Deve-se lembrar que o valor 
do coeficiente de elasticidade-preço da demanda calculado sempre apresentará 
valor negativo, pois, existe uma relação inversa entre o preço e a quantidade 
demandada de produtos florestais. 
 
Assim, na hora da classificação da demanda, considera-se o seu resultado 
em módulo, ou seja, desconsidera-se o sinal negativo. Sumarizando, podemos 
encontrar as seguintes elasticidades-preço da demanda: 
 
 
_________________________________________________________________________________ 
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21 
 
Valor da pd calculada 
 
Tipo de Demanda 
= 0 Perfeitamente inelástica 
/ > 1 / Elástica 
/ = 1 / Elasticidade Unitária 
/ < 1 / Inelástica 
 Perfeitamente elástica 
 
 
Para compreender o cálculo e a classificação de demanda segundo o seu 
coeficiente de elasticidade-preço, imagine que tenha sido estimada 
econométricamente a função demanda para determinado produto florestal como 
sendo: 
 
Qd = 6,0 – 2,0.P 
 
 
A partir desta função, deseja-se calcular a elasticidade-preço da demanda 
para o nível de preço de R$ 1,0. A este preço pode-se determinar a quantidade 
demandada, bastando para tanto substituir o preço na equação dada, de onde se 
obtém a quantidade (Qd) igual a 4. Utilizando a equação de elasticidade-ponto, 
sabendo que a derivada primeira da equação (Qd/P) é – 2,0 e, substituindo o 
preço (P = 1,0) e a quantidade (Q = 4) na fórmula, conclui-se que a elasticidade-
preço da demanda é igual a – 0,5 (demanda inelástica). A interpretação econômica 
deste valor significa que uma redução/aumento de 1% no preço de mercado gera 
um aumento/redução de 0,5% na quantidade demandada deste produto florestal. 
 
 A representação gráfica das curvas de demanda em termos de elasticidade, 
sua sensibilidade a preço e o efeito da elasticidade sobre a receita total de uma 
empresa florestal pode ser observado na figura 6. 
 
 
 10 20 30 40 50 60
 1
 
2 
 3 
 4
 
 5 
 6
 10 20 30 40 50 60
 1
 
2 
 3 
 45 
 6
 10 20 30 40 50 60
 1
 
2 
 3 
 4
 
 5 
 6
 10 20 30 40 50 60
 1
 
2 
 3 
 4
 
 5 
 6
 10 20 30 40 50 60
 1
 
2 
 3 
 4
 
 5 
 6
Demanda Perfeitamente Inelástica Demanda Perfeitamente ElásticaDemanda Inelástica Demanda Unitária Demanda Elástica
Epd = 0 Epd < 1 Epd = 1
Epd > 1 Epd = 00 
Relativamente insensível Relativamente sensívelConstante
Move-se na mesma direção do preço Move-se na direção oposta ao preço
Permaneçe 
constante
As duas questões 
importantes que a 
elasticidade responde 
são:
A) Quão sensível a 
quantidade demandada 
é a preço?
B) O que acontece com 
a receita total ?
P P P PP
Q Q Q Q Q
 
Figura 6 – Sensibilidade da quantidade demandada a preço e efeito da elasticidade 
sobre a receita total da empresa florestal. 
 
_________________________________________________________________________________ 
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22 
A partir da figura 6, pode-se responder a questão realizada anteriormente: ―O que 
acontece com a receita total de uma empresa florestal quando os preços variam no 
mercado?‖. 
 
Resposta: Vai depender do tipo de curva de demanda de mercado que a empresa 
está se deparando, ou seja, da sensibilidade da quantidade demandada a preço. 
Desta forma, a figura 6 resume todos os cenários possíveis pelos quais um produto 
florestal pode enfrentar. 
 
Outro exemplo: Ao preço de R$ 5,0 por kg, os consumidores demandam 3 kg de 
um certo produto florestal. Se o preço aumentar para R$ 8,0 por kg, observa-se 
recuo do consumo para 2,0 kg. Qual é a pd arco deste produto? 
 
pd arco 
)(
)(
.
10
10
QQ
PP
P
Q





 
 
pd arco 
86,0
)0,20,3(
)0,80,5(
.
)0,50,8(
)0,30,2(






 
 
O produto possui um coeficiente de elasticidade-preço da demanda inelástico, 
ou seja, a quantidade demandada sofre pouca alteração com a variação do preço. 
Se o preço de mercado aumentar 1%, espera-se uma redução de 0,86% na 
quantidade demandada deste produto florestal ou vice versa. 
 
 
3.3.2 - A elasticidade-cruzada da demanda (cd) 
 
Quando produtos são substitutos, como o compensado e o MDF, se o preço 
de um deles sofre incremento no mercado, a quantidade demandada do outro 
aumenta. Assim, pode-se medir a esta relação pelo cálculo da elasticidade-cruzada 
da demanda para o compensado com respeito ao preço do MDF. 
Desta forma, o coeficiente da elasticidade-cruzada mede a extensão da 
relação de demanda entre dois diferentes produtos. Considerando-se dois produtos 
X e Y, a elasticidade cruzada (cd) é uma medida da variação percentual na 
quantidade procurada de um produto X devido a uma mudança relativa no preço de 
Y (com a renda e todos os outros preços mantidos constantes). 
cd = 
X
Y
Y
X
Y
Y
X
X
YY
Xx
Q
P
P
Q
P
P
Q
Q
PP
QQ
..
/
/








 
Se o coeficiente da elasticidade-cruzada é positivo e relativamente grande, 
os produtos são substitutos e competem pela (limitada) renda do consumidor a ser 
gasta com alimentos. Para coeficientes negativos, os produtos são complementares, 
e, portanto, tendem a ser usados juntos. Se a elasticidade é igual a zero, diz-se que 
os produtos são independentes. A maioria dos produtos tendem a ser substitutos. 
Convém observar também que os coeficientes da elasticidade-cruzada não são 
_________________________________________________________________________________ 
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23 
simétricos. 
 
3.3.3 - A elasticidade-renda consumo (rc) 
 
Os coeficientes de elasticidade-renda são bons indicadores da resposta do 
consumidor a variações em sua renda. A elasticidade-renda consumo é expressa 
como a percentagem de mudança na quantidade adquirida dividida pela variação 
relativa na renda. 
 
Matematicamente, tem-se: 
 
rc = 
C
R
R
C
R
R
C
C
RR
CC
..
/
/








 
 
Se a elasticidade-renda é maior que a unidade e maior que zero, diz-se que 
o bem é normal. Se for maior que a unidade, diz-se que é superior, e se for menor 
que zero (relação inversa), diz-se que bem é um produto inferior. 
 
 
3.4 – Considerações Finais 
 
Como podemos observar, o cálculo da elasticidade é um ferramental 
importante para o economista florestal, pois, auxilia sobremaneira o entendimento e 
a avaliação de fenômenos importantes a nossa área de estudo. É preciso entender 
também que não esgotamos o assunto, apenas introduzimos o conceito ao nosso 
cenário de análise. Nos capítulos à frente, voltaremos a estudar a elasticidade. 
 
 
 
 
 
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24 
Capítulo 4 – A Oferta de Produtos Florestais 
 
4.1 – Introdução 
 
Neste capítulo, caminhamos do entendimento do comportamento de um 
consumidor no mercado para o entendimento do comportamento das empresas no 
mercado, procedendo desta forma um contraste. Uma empresa é uma organização 
responsável pela conversão dos diversos fatores de produção restritos (recursos 
naturais, recursos humanos e bens de capital) em produtos e serviços finais que 
serão repassados aos consumidores. Em uma serraria, as toras de madeira, os 
equipamentos e a mão-de-obra são os insumos, e a madeira serrada é o produto. 
 
Caso a empresa só gere um produto final, poderemos representar esta 
interconversão de insumos em produtos via utilização de uma função de produção, 
que será analisada mais à frente. Na teoria da oferta, a empresa desempenha um 
papel fundamental e muito similar ao dos consumidores na demanda. Assim, o 
consumidor busca maximizar a sua utilidade (satisfação) diante de uma renda 
monetária restrita, enquanto que as empresas buscam maximizar os lucros e 
minimizar seus custos sujeitos a uma restrição de fatores de produção. 
 
A teoria da oferta, desta forma, é imprescindível, pois, é da sua argumentação 
que derivamos toda a teoria de custos de produção bem como os critérios ótimos de 
produção das empresas. 
 
 
4.2 – A Curva de Oferta de Mercado 
A curva de oferta de mercado é uma relação que descreve quanto de um 
bem os produtores estão dispostos a ofertar, a diferentes níveis de preços, num 
determinado período de tempo, dado um conjunto de condições. Estas condições, 
que podem ser mantidas constantes num dado período de tempo, são: número de 
produtores, preços dos fatores de produção, mudança na tecnologia, preços dos 
produtos competitivos, restrições institucionais, tais como a disponibilidade de 
crédito rural e a política de preços mínimos, e as condições climáticas, entre outras. 
 Este conceito deixa claro que a oferta total de mercado é obtida pela soma 
das quantidades de todas as firmas individuais que produzem o produto. Convém 
ressaltar a importância do período de tempo por causa do seu impacto sobre a 
escala de produção e o número de firmas no mercado. No curto prazo, tanto a 
escala como o número de empresas são fixos. Num período de tempo mais longo, 
as empresas existentes podem mudar suas escalas e as firmas podem entrar ou sair 
da industria. 
 
 
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25Quantidade ofertada do produto
P
re
ço
 d
o
 P
ro
d
ut
o
 (
R
$
 p
o
r 
un
id
a
d
e
) Curva de 
Oferta (S)
P1
P
0
Q0 Q1
 
 
 
4.3 – A Elasticidade-preço da Oferta 
 
A resposta do produtor às variações em preços do produto pode ser medida 
através da elasticidade-preço da oferta, a qual é conceituada de modo análogo à 
elasticidade-preço da demanda. A elasticidade-preço da oferta (ps) expressa a 
mudança percentual na quantidade ofertada de um produto em resposta a uma 
variação relativa no preço, outros fatores mantidos constantes. Em termos 
algébricos, tem-se as seguintes fórmulas: 
ps ponto
Q
P
P
Q
.



 ou ps arco = 
)(
)(
.
10
10
QQ
PP
P
Q





 
A exemplo da demanda, há três tipos de elasticidade-preço da oferta: 
elástica, inelástica e elasticidade unitária. Uma oferta elástica tem um coeficiente 
ps maior do que um, ou seja, a variação relativa na quantidade é maior que a 
correspondente mudança percentual no preço. Uma oferta inelástica (0 < ps < 1) 
tem um coeficiente entre zero e um, ou seja, a quantidade ofertada varia 
relativamente pouco em comparação com as mudanças no preço. Uma elasticidade 
igual a zero significa que a oferta é fixa, não havendo nenhuma variação na 
quantidade ofertada em resposta às variações no preço do produto. Neste caso, a 
oferta é perfeitamente inelástica. Esta situação reflete a realidade de muitos 
produtos florestais (erva-mate), cuja produção é sazonal, e entre uma safra e outra 
não na possibilidade de aumentar a quantidade ofertada no mercado (supondo-se 
não haver estoques e não ser possível importar no curtíssimo prazo), mesmo que os 
preços tenham se elevado. Uma curva de oferta tem elasticidade unitária (Es = 1), 
quando a mudança relativa na quantidade ofertada é exatamente igual à variação 
percentual no preço. 
 
 
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26 
4.4 – Fatores que Afetam a Elasticidade-preço da Oferta 
Dentre os principais fatores que tem a capacidade de afetar a magnitude da 
elasticidade da oferta citamos: 
a) O formato da curva de custo marginal das empresas 
De um modo geral, se as firmas existentes no mercado podem expandir a 
produção com apenas pequenos aumentos no custo marginal, a curva de oferta de 
mercado será mais elástica do que no caso onde o custo marginal aumenta 
rapidamente com a expansão da produção. 
b) Diferenças na estrutura de custos entre as empresas existentes e as 
potenciais. 
Se a diferença de custos unitários entre as empresas potenciais (que desejam 
entrar no mercado) e as existentes for pequena, a curva de oferta de mercado será 
mais elástica do que no caso onde as curvas de custos das firmas potenciais são 
mais elevadas que as das existentes. Se todas as empresas potenciais têm curvas 
de custo apenas levemente acima do nível de preço de mercado do produto, 
pequenos aumentos no preço estimulam um grande número de novas empresas a 
entrar no mercado, e, conseqüentemente, expandir a produção. 
c) Período de tempo para ajustamentos na produção 
Considerando-se que a oferta é definida como as quantidades que os 
produtores estão dispostos a colocar no mercado, por unidade de tempo, o período 
de duração de tempo implícito no conceito terá um impacto sobre a capacidade de 
resposta dos produtores. Quanto maior o período de tempo, a curva de oferta tende 
a ser mais elástica, porque haverá mais tempo para ajustamentos na produção. 
4.5 – Fatores Deslocadores da Oferta 
Conforme já referido, as relações de oferta de mercado para o setor florestal 
ou outro setor são relações do tipo "ceteris paribus", isto é, as relações mostram as 
quantidades que serão ofertadas (QS) aos vários níveis de preços (P), mantidos 
constantes todos os outros fatores que também afetam a oferta, tais como: preços 
dos insumos (Px), preços dos outros produtos que podem ser produzidos com os 
mesmos recursos (Po), tecnologia (Te), número de produtores (N), expectativas 
quanto ao futuro (E), clima (C), e número de hectares (Ta). Pode-se expressar esta 
relação através da seguinte função: 
Qs = f(P/ Px, Po, Te, N, E, C, Ta) 
Portanto, além do preço do Produto (P), que já foi abordado detalhadamente, 
far-se-ão agora algumas considerações sobre os outros fatores (Px, Po, Te, N, E, C, 
Ta) que afetam a oferta de produtos florestais. Em termos didáticos, esses fatores 
poderiam ser reagrupados em: econômicos, ecológicos, tecnológicos, institucionais e 
de incertezas. Esses fatores podem atuar em conjunto ou isoladamente e, 
dependendo das forças de cada um, eles podem deslocar a curva de oferta para a 
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27 
direita ou para a esquerda. É por esta razão que eles também são conhecidos como 
fatores deslocadores da oferta. 
4.5.1 – Preços dos Insumos 
Mudanças nos preços dos insumos (Px) usados para produzir um determinado 
produto têm um impacto direto sobre a oferta. O custo marginal (CMg) como o custo 
variável médio (CVMe) e o custo total médio (CTMe) têm uma relação direta com os 
preços dos insumos, de modo que um aumento no preço de um fator de produção 
aumenta o custo marginal e o custo variável médio, ou seja, desloca para esquerda 
a curva de CMg e para cima as curvas de CVMe e CTMe. (figura 7) 
Cu
sto
 e 
pre
ço
 do
 pr
od
uto
 (R
$/u
nid
ad
e)
Pr
eç
o d
o P
rod
uto
 (R
$/u
nid
ad
e)
Quantidade de produto da firma Quantidade de produto de mercado
q
0
Q
0
q
1 Q1
P1 P1
P2 P2
P
0
P0
P P
D0
S
0
S1
q Q
CMg1
CMg
0
CVMe1
CVMe
0
0 0
 
Figura 7 – O Efeito do aumento do preço dos insumos e seus efeitos. 
 
Isto significa que se o preço de um insumo aumenta, mantido tudo o mais 
constante, o custo por unidade de produção também aumenta. Este aumento no Px 
será refletido na curva de oferta de que os produtores estarão dispostos a ofertar 
uma determinada quantidade (Q0, por exemplo) somente a um preço maior (P2). O 
impacto do aumento nos preços do insumo é um deslocamento para a esquerda da 
curva de oferta de S0 para S1. 
4.5.2 – A Tecnologia 
A inovação tecnológica é um importante fator de mudanças na oferta 
florestal, notadamente ao longo prazo. Uma melhoria na tecnologia é definida como 
um conjunto de condições que capacitam as firmas a: a) gerarem maior produção 
com a mesma quantidade de insumos anteriormente, e/ou, b) obterem o mesmo 
nível de produção anterior com uma menor quantidade de insumos. 
Isto significa um deslocamento para cima da função de produção e, portanto, 
das curvas de produto físico marginal (PFMg) e de produto físico médio (PFMe). 
Dadas as relações inversas entre PFMg e custo marginal (CMg) e entre PFMe e 
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28 
custo variável médio (CVMe) e também com o custo total médio, mostradas 
anteriormente, a curva de CMg desloca-se para a direita (de CMg0 para CMg1) e a 
de CVMe desloca-se para baixo (de CVMe0 para CVMe1) e, consequentemente a 
curva de oferta de mercado se desloca para a direita (de S0 para S1), conforme 
evidenciado na Figura 8. 
Cu
sto
 e 
pre
ço
 do
 pr
od
uto
 (R
$/u
nid
ad
e)
Pre
ço
 do
 Pr
od
uto
 (R
$/u
nid
ad
e)
Quantidade de produto da firma Quantidade de produto de mercado
q0 Q0q1Q1
P0 P0
P1 P1
P P
D0
S0
S1
q Q
CMg1
CMg0
CVMe1
CVMe0
0 0
 
Figura 8 - O Efeito da Adoção de Tecnologia sobre as Curvas de Custos das 
Firmas e a Oferta de Mercado. 
 
 
 
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29 
Capítulo 5 – A Teoria da Produção de Produtos Florestais 
 
 
5.1 – Introdução 
 
A teoria da produção fornece uma base objetiva para a análise de custos de 
produção, para a oferta de produtos florestais e para a demanda pelos principais 
fatores de produção utilizados neste processo. Desta forma, esta teoria trata do 
entendimento da unidade produtiva do setor florestal – as empresas florestais – e 
tem por objetivo primordial fornecer subsídios para auxiliar no processo de tomada 
de decisão destes empresários. 
 
Esta teoria consiste então na análise de como o empresário florestal, para um 
dado nível de tecnologia existente, pode combinar os diversos conjuntos de fatores 
de produção e escassos para a geração economicamente eficiente de produtos que 
os consumidores estão desejosos em obter. 
 
A teoria da produção, desta forma, tem os seguintes objetivos: 
 
a) Determinar as condições necessárias para que o empresário florestal otimize 
os fatores de produção escassos a sua disposição; 
 
b) Determinar o quanto o uso atual destes fatores de produção está sendo 
ineficiente ou, quanto se afasta do uso ótimo e, 
 
c) Fornecer subsídios ao empresário rural para atingir o nível ótimo de produção 
utilizando o atual conjunto de fatores de produção disponíveis. 
 
5.2 – Fatores de Produção Fixos e Variáveis na Produção Florestal 
 
Na análise de um sistema de produção e de custos de produção, torna-se 
fundamental, para simplificação, a classificação dos diversos fatores de produção 
envolvidos no processo em fixos e variáveis. 
 
Assim, um fator de produção é dito fixo quando a sua utilização no processo 
de produção não pode sofrer grandes alterações no curto prazo, dado que no longo 
prazo todos os fatores são variáveis. Tal dificuldade ou fixidez decorre do fato de 
que a disponibilidade de certos fatores é limitada ou, que o custo de aquisição de 
mais fatores os torna inviáveis economicamente. Exemplo: Na época da colheita da 
erva-mate, dado aumento substancial do preço do produto no mercado, realizar a 
poda acima dos padrões tecnicamente aceitáveis, para obter mais produto. 
 
Já os fatores variáveis de produção podem ter as suas quantidades alteradas 
significativamente quando as condições de mercado exigirem algum grau de ajuste 
na produção. Exemplo: Utilizar mais mão-de-obra no controle das formigas 
cortadeira em um plantio de pinus. 
 
 
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30 
5.3 – Os Períodos de Tempo na Produção Florestal 
 
Em sistemas de produção florestal é importante também ter a percepção do 
tempo envolvido no processo produtivo. Desta forma, devemos considerar a 
existência do curto prazo e do longo prazo. O curto prazo (CP) é considerado como 
o período de tempo na qual a produção florestal ainda não aconteceu e, onde muitos 
dos fatores de produção envolvidos no processo devem ser considerados fixos. A 
análise econômica elaborada neste período de tempo é a dos custos de produção. 
 
O longo prazo (LP), de forma alternativa pode ser considerado o período de 
tempo superior ao ciclo produtivo onde todos os fatores de produção são variáveis. 
O longo prazo é considerado também o horizonte de planejamento da empresa, em 
que ela pode modificar em qualquer grau os fatores de produção e a tecnologia 
envolvida com a produção. No longo prazo, a análise econômica realizada é a 
financeira, de fluxo de caixa, no qual se busca o ajustamento do tamanho da 
empresa em economia ou deseconomia de escala. 
 
5.4 – Principais Tipos de Relações Físicas na Produção Florestal 
 
 Na análise da teoria da produção florestal, podemos considerar três tipos 
básicos de relações físicas de produção: 
 
a) Relações Fator-Produto ou Insumo-Produto – onde se estuda a relação de 
um determinado recurso econômico sobre a produção. Exemplo: manejo 
florestal versus a produção de estéreos por hectare. 
 
b) Relações Fator-Fator – onde se busca determinar as relações entre os 
insumos, procurando a melhor combinação econômica entre eles na geração 
de determinado produto. Exemplo: combinação de vários insumos em 
proporções diferentes na produção de MDF. 
 
c) Relações Produto-Produto – onde se analisa a relação entre diferentes 
linhas de exploração florestal, procurando determinar as melhores alternativas 
econômicas de uso dos fatores de produção. Exemplo: Plantio de pinus 
versus eucalipto. 
 
5.4.1 - Relações Fator-Produto ou Insumo-Produto 
 
Nesta teoria, a produção está diretamente associada a um conjunto de fatores 
de produção escassos, lembrando que existe uma relação tecnológica que restringe 
as opções da empresa e que podem ser concretizadas na função de produção. 
Desta forma, a função de produção é uma relação física que mostra a quantidade 
máxima que se pode obter de determinado produto florestal a partir de um conjunto 
de fatores de produção, para um dado nível de tecnologia, em um certo período de 
tempo. Assim, podemos descrever uma empresa pelo conhecimento de sua função 
de produção caso aceitemos a idéia de que o processo de produção utilizado é 
tecnicamente eficiente conhecido. 
 
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31 
Ao proceder desta forma estaremos pressupondo que a empresa conseguiu 
equalizar problemas importantes como o de informação de mercado, de organização 
e de engenharia, entre outros. Para melhor entender o que vem a ser uma função de 
produção, iniciamos examinando dois tipos básicos: a) a função de proporções fixas 
e b) a função de proporções variáveis. 
 
a) Função de Produção de Proporções Fixas – neste caso, a proporção dos 
fatores de produção utilizados nunca se altera. Precisamos de uma cova para 
plantar uma árvore, de um motorista para dirigir um trator. Porém, a proporção fixa 
não precisa ser necessária de um para um. Por exemplo, são necessárias 5 
unidades de um insumo X1 e 3 unidades de um insumo X2 para gerar um 
determinado produto (y). A função de produção pode ser representada da seguinte 
forma: 
 
y = f(X1/5, X2/3) 
 
Onde: y é o número de produtos gerados, X1 é a utilização do primeiro insumo e X2 é 
a utilização de segundo insumo. Caso houvesse 25 unidades de X1 e 18 unidades 
de X2, quantas unidades de y poderiam ser geradas? Há unidades suficientes de X1 
para a produção de 5 produtos (5 = 25/5) e unidades suficientes de X2 para a 
produção de 6 produtos (6 = 18/3). Portanto, poderiam ser geradas 5 unidades do 
produto y e haveria ainda sobra de 3 unidades do insumo X2. As funções de 
produção de proporções fixas, apesar de serem muito simples, são economicamente 
importantes para as análises da matriz insumo-produto (funções de produção de 
Leontief), uma ferramenta amplamente utilizada para planejamento econômico. 
 
b) Função de Produção de Proporções Variáveis – A maioria das funções de 
produção apresenta este comportamento, ou seja, as quantidades aumentadas de 
um insumo podem substituir quantidades reduzidas de outro. 
 
As relações físicas neste processo caracterizam todas as possíveis 
conversões entre insumos e produtos. Um ponto a ser destacado é o fato de que 
existem recursos que variam com aprodução enquanto outros não dependem 
necessariamente da produção. As relações fator-produto ou insumo-produto 
expressas pela função de produção podem ser representadas da seguinte maneira: 
 
q = f (x1, x2, x3, ..., xn) 
 
Como consideramos apenas um fator variável de produção, os demais 
permanecem constantes e, simbolicamente teríamos: 
 
q = f (x1 \ x2, x3, ..., xn) 
 
ou, simplesmente: 
 
q = f (x1) 
 
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32 
Isto é o que freqüentemente acontece na experimentação florestal, quando 
desejamos medir a influência de determinado fator variável (x1) sobre a produção 
total (q). Como exemplo, citamos o efeito do espaçamento sobre a produção de 
madeira serrada de pinus por hectare. Três importantes relações físicas de produção 
podem ser extraídas da função de produção: o produto físico total (PFT), o produto 
física marginal (PFMg) e o produto físico médio (PFMe). 
 
O produto físico total (PFT) vem a ser a própria produção obtida ou a 
produtividade física do fator variável de produção, parte a da figura 9. 
 
O produto físico marginal (PFMg) mede a variação no produto físico total 
devido a utilização de uma unidade adicional do insumo variável, seguindo para 
tanto a lei dos rendimento marginais decrescentes. Tal lei nos mostra que à medida 
que se aumenta a quantidade empregada de um fator variável (x1), mantendo-se 
constantes os demais fatores, o produto total aumenta, a princípio mais do que 
proporcionalmente, depois menos do que proporcionalmente, atinge um máximo e, 
finalmente decresce a taxas decrescentes, conforme pode ser observado na figura 9. 
 
A fórmula para o cálculo do PFMg é a seguinte: 
 
PFMg = 
1
X
q


 
O Produto físico médio (PFMe) ou produtividade física média mede a relação 
entre a quantidade produzida e a quantidade correspondente de insumo (X1) 
utilizada. Em outras palavras, ele nos diz quão produtivo o recurso variável é, em 
média, ou por unidade de X1. Para qualquer ponto da função de produção, o PFMe 
pode ser obtido por uma reta que passa pela origem do eixo cartesiano e sua 
tangente na própria função. 
 
 A fórmula para o cálculo do PFMe é a seguinte: 
 
PFMe = 
1
X
q
 
_________________________________________________________________________________ 
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33 
P
r
o
d
u
t
o
 m
a
r
g
in
a
l 
e
 
m
é
d
io
 (
k
g
)
C
u
s
to
 
m
a
r
g
in
a
l 
e
 m
é
d
io
 
(
R
$
/
k
g
)
(X /X ,X , ..., X )
1 2 3 n
Quantidade de Fator (kg)
Y
Quantidade de Produto (kg)
PFMe
PFMg
CMg
CVMe
  b 
  c 
Q
u
a
n
t
id
a
d
e
 
d
e
 p
r
o
d
u
to
 
(
k
g
)
(X /X ,X , ..., X )
1 2 3 n
Quantidade de Fator (kg)
Y
Função de 
 Produção
  a 
y
x
Iº estágio IIº estágio IIIº estágio
 
 
 Figura 9 – A Função de Produção e a Principais relações físicas de produção. 
 
 
5.4.1.1 – A Elasticidade da Produção Florestal (pf) 
 
Como nas situações analisadas anteriormente, é possível a determinação da 
elasticidade da produção, que vem a ser a variação percentual da produção total 
devido a uma variação percentual na quantidade empregada do fator variável de 
produção, mantendo os demais fatores constantes. 
 
Admitindo que a quantidade do fator variável aumente em x1 unidades e que 
a produção subseqüente aumente q unidades, em termos relativos temos o 
conceito de elasticidade da produção num ponto, ou seja: 
 
Elasticidade (pf) = 
PFMe
PFMg
q
X
X
q
X
X
q
q
XX
qq









1
11
1
11
..
/
/
 
 
 
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5.4.1.2 – As Relações Monetárias na Produção Florestal 
 
Em um sistema de produção florestal, além de se conhecer o comportamento 
físico da produção, e necessário entender as principais relações monetárias 
associadas com este processo. Dentre as relações monetárias mais importantes, a 
que se destacar a receita total (RT), a receita marginal (RMg) e o lucro (L) como 
principais indicadores econômicos da produção. 
 
A receita total (RT) vem a ser o valor da produção, ou seja, o seu preço de 
mercado (Pq) do produto multiplicado pela respectiva quantidade produzida (q). 
Matematicamente temos: 
 
RT = Pq . q 
 
 A receita marginal (RMg) pode ser definida como o valor que é adicionado a 
receita total quando uma unidade adicional do produto florestal é vendida no 
mercado. Como o produtor é um tomador de preço, ou seja, dado que a sua 
produção individual é muito pequena em relação à produção total do mercado, as 
suas decisões individuais não afetam o preço de mercado e, desta forma, pode se 
admitir que o preço permaneça constante caso decida produzir ou não. Assim, 
matematicamente temos: 
 
RMg = 
q
q
qq
P
P
q
RT





 .
 
 
O lucro (L) ou Margem Líquida (ML) vem a ser o resultado da subtração da 
receita total (RT) gerada pela venda dos produtos florestais no mercado menos os 
custo total (CT) de produção incorridos na sua geração. Matematicamente o lucro 
pode ser representado como: 
 
Lucro (L) = RT – CT 
 
Ou, de forma alternativa, 
 
Lucro (L) = Pq.q – (CF + CV) 
 
 
5.4.1.3 – A Determinação do Nível Ótimo da Produção Florestal 
 
Partindo do pressuposto que o objetivo primordial de uma empresa florestal 
seja a maximização de lucro, podemos caminhar na busca de um nível ótimo de 
produção. A princípio, não é preciso ser economista para se saber que à medida que 
o valor da produção adicional for maior do que o custo para obtê-la, vale a pena não 
só produzir como também aumentar a produção. 
 
Por outro lado, não vale a pena produzir (ou deve-se reduzir a produção) caso 
o valor do produto marginal for menor do que o custo para produzi-lo. Daí conclui-se 
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35 
que o ponto ideal (ponto que maximiza o lucro) é aquele em que o valor do produto 
adicional é exatamente igual ao custo do recurso utilizado na sua produção. 
 
Há duas maneiras pelas quais a empresa florestal pode decidir o nível ótimo 
de produção: a) Pelo lado dos produtos físicos marginais de produção e, b) Pelo 
lado dos custos de produção. 
 
A primeira regra (pelo lado dos produtos físicos marginais de produção) 
estabelece que o nível ótimo de uso de um fator variável pode ser determinado pela 
igualdade entre o produto físico marginal desse fator (PFMg) e a relação entre o 
preço do fator (Px) e o preço do produto (Pq). Algebricamente, tem-se: 
 
PFMg = 
q
X
P
P
 
 
Se o preço real do produto (Pq) aumenta, a razão preço do insumo/preço do 
produto diminui. Isto implica um maior uso do fator, a fim de alcançar o ótimo uso do 
mesmo, pressupondo-se constante Px. Enquanto o PFMg do fator for positivo, a 
produção aumentará com o maior emprego do fator variável. 
 
A segunda maneira para se decidir o nível ótimo de produção se dá pelo lado 
dos custos de produção e é a seguinte: os lucros são maximizados no nível de 
produção em que a receita marginal (RMg) se iguala ao custo marginal (CMg). 
Algebricamente, tem-se: 
RMg = CMg ou, 
Pq = CMg 
Assim,

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