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Art. 235 Bigamia

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Direito penal iV: parte especial
Prof. MsC. Eduardo Ferraz
BIGAMIA
Legislação
Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
Bem jurídico
A organização da família, considerada a base da sociedade, e a ordem jurídica matrimonial.
De início, a bigamia era considerada um crime contra os costumes, vez que exigia a conjunção carnal. Outros, consideravam um delito de falsidade, vez que esta era empregada para obtenção do segundo matrimônio.
Sujeito ativo
No caput, é a pessoa que, sendo casada, contrai novo matrimônio (crime próprio/de mão própria), ou que, solteira, viúva ou divorciada, celebra núpcias com pessoa casada, conhecendo tal circunstância (art. 235, § 1º) (crime comum).
Trata-se de delito de concurso necessário, vez que só pode ser praticado com a participação de duas pessoas (do sexo oposto), ainda que uma delas atue de boa-fé.
Não admite o concurso de pessoas, mas admite a participação (testemunha que, ciente da existência de casamento anterior, declara inexistente impedimento). Entende-se que ao partícipe deve-se aplicar a pena do art. 235, § 1º, CP.
Sujeito passivo
O Estado e, secundariamente, o cônjuge do primeiro casamento e o contraente do segundo, se de boa-fé.
Tipo objetivo
Verbo-núcleo: contrair (assumir) alguém, sendo casado, novo casamento. Pressupõe, assim, a existência formal de casamento civil anterior. É suficiente a vigência do casamento, não sua validade.
Não há bigamia se juridicamente inexiste o matrimônio (pessoas do mesmo sexo) ou quando a declaração não é realizada perante autoridade competente.
O casamento religioso anterior ou posterior ao casamento civil não caracteriza o crime de bigamia, exceto se realizado na forma do art. 226, § 2º, CF.
Deixa de existir o delito quando é declarado nulo (art. 1548, CC) ou anulado (art. 1550, CC) o casamento anterior, ou anulado o casamento posterior, por razão diversa da bigamia, cessando de imediato os efeitos penais. Deve comprovar o agente a anulação do casamento anterior, o divórcio ou a morte do primeiro cônjuge, se anterior a celebração do segundo matrimônio.
Tipo subjetivo
Dolo (vontade e consciência de contrair, sabendo-se casado, novo casamento). O dolo pode ser eventual (quando o agente tem dúvidas acerca da permanência do vínculo conjugal anterior).
Consumação
Com a celebração do segundo casamento.
Tentativa
Admissível, posto seja crime plurissubsistente, quando iniciados os atos do casamento.
Forma privilegiada
§ 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
Ação penal
Pública incondicionada.

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