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Sociologia de Durkheim, Weber & Marx

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I) A sociologia de Durkheim (1858-1917) 
 
 
 
 Émile Durkheim nasceu em Epinal, na Alsácia, descendente de uma família de rabinos. 
Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para a Alemanha. 
Lecionou sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Transferiu-se em 
1902 para Sorbonne, para onde levou inúmeros cientistas, entre eles seu sobrinho Mareei Mauss, 
reunindo-os num grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Suas principais obras 
foram: Da divisão do trabalho social, As regras do método sociológico, O suicídio, Formas elementares 
da vida religiosa, Educação e sociologia, Sociologia e filosofia e Lições de sociologia (obra póstuma). 
 
Noção de fato social 
 
 Embora Comte seja considerado o pai da sociologia e tenha-lhe dado esse nome, Durkheim é 
apontado como um de seus primeiros grandes teóricos. Ele e seus colaboradores se esforçaram por 
emancipar a sociologia das demais teorias sobre a sociedade e constituí-la como disciplina 
rigorosamente científica. Em livros e cursos, sua preocupação foi definir com precisão o objeto, o 
método e as aplicações dessa nova ciência. 
 Imbuído dos princípios positivistas, Durkheim queria definir com rigor a sociologia como 
ciência, estabelecendo seus princípios e limites e rompendo com as idéias de senso comum — os 
"achismos" — que interpretavam a realidade social de maneira vulgar e sem critérios. 
Em uma de suas obras fundamentais, As regras do método sociológico, publicada em 1895, Durkheim 
definiu com clareza o objeto da sociologia — os fatos sociais. 
 De acordo com as idéias defendidas nesse trabalho, para o autor, o fato social é 
experimentado pelo indivíduo como uma realidade independente e preexistente. Assim, são três as 
características básicas que distinguem os fatos sociais. A primeira delas é a "coerção social", ou seja, 
a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformarem-se às regras da 
sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. Essa força se manifesta 
quando o indivíduo desenvolve ou adquire um idioma, quando é criado e se submete a um 
determinado tipo de formação familiar ou quando está subordinado a certo código de leis ou regras 
morais. Nessas circunstâncias, o ser humano experimenta a força da sociedade sobre si. 
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 A força coercitiva dos fatos sociais se torna evidente pelas "sanções legais" ou "espontâneas" 
a que o indivíduo está sujeito quando tenta rebelar-se contra ela. "Legais" são as sanções prescritas 
pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se define a infração e se estabelece a penalidade 
correspondente. "Espontâneas" são as que afloram como resposta a uma conduta considerada 
inadequada por um grupo ou por uma sociedade. Multas de trânsito, por exemplo, fazem parte das 
coerções legais, pois estão previstas e regulamentadas pela legislação que regula o tráfego de 
veículos e pessoas pelas vias públicas. Já os olhares de reprovação de que somos alvo quando 
comparecemos a um local com a roupa inadequada constituem sanções espontâneas. Embora não 
codificados em lei, esses olhares têm o poder de conduzir o infrator para o comportamento esperado. 
 O comportamento desviante num grupo social pode não ter penalidade prevista por lei, mas o 
grupo pode espontaneamente reagir castigando quem se comporta de forma discordante em relação a 
determinados valores e princípios. A reação negativa da sociedade a certa atitude ou comportamento 
é, muitas vezes, mais intimidadora do que a lei. Jogar lixo no chão ou fumar em certos lugares — 
mesmo quando não proibidos por lei nem reprimidos por penalidade explícita — são comportamentos 
inibidos pela reação espontânea dos grupos que a isso se opõem. Podemos observar ação repressora 
até mesmo nos grupos que se formam de maneira espontânea como as gangues e as "tribos", que 
acabam por impor a seus membros uma determinada linguagem, indumentária e formas de 
comportamento. Apesar dessas regras serem informais, uma infração pode resultar na expulsão do 
membro insubordinado. 
 A "educação" — entendida de forma geral, ou seja, a educação formal e a informal — 
desempenha, segundo Durkheim, uma importante tarefa nessa conformação dos indivíduos à 
sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas nos 
membros do grupo e transformadas em hábitos. O uso de uma determinada língua ou o gosto por 
determinada comida são internalizados no indivíduo, que passa a considerar tais hábitos como 
pessoais. A arte também representa um recurso capaz de difundir valores e adequar as pessoas a 
determinados hábitos. Quando, numa comédia, rimos do comportamento de certos personagens 
colocados em situações críticas, estamos aprendendo a não nos comportarmos como ele. Nosso 
próprio riso é uma forma de sanção social, na encenação ou mesmo diante da realidade concreta. 
 A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre os indivíduos 
independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, sendo, assim, "exteriores aos 
indivíduos". Ao nascermos já encontramos regras sociais, costumes e leis que somos coagidos a 
aceitar por meio de mecanismos de coerção social, como a educação. Não nos é dada a possibilidade 
de opinar ou escolher, sendo assim independentes de nós, de nossos desejos e vontades. Por isso, os 
fatos sociais são ao mesmo tempo "coercitivos" e dotados de existência exterior às consciências 
individuais. 
 A terceira característica dos fatos sociais apontada por Durkheim é a "generalidade". E social 
todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles; que ocorre 
em distintas sociedades, em um determinado momento ou ao longo do tempo. Por essa generalidade, 
os acontecimentos manifestam sua natureza coletiva, sejam eles os costumes, os sentimentos comuns 
ao grupo, as crenças ou os valores. Formas de habitação, sistemas de comunicação e a moral existente 
numa sociedade apresentam essa generalidade. 
 
Outras considerações sobre os fatos sociais – o método de estudo 
 
a) Para Durkheim, a ciência deveria apenas explicar e não procurar mudar a sociedade (como queria 
Comte). Quais as mudanças que deveriam ser feitas seria um problema para a Filosofia, que tentava 
entender a natureza humana. Assim, tudo o que estivesse de acordo com esta natureza era 
considerado bom para a sociedade, e tudo o que não estivesse, considerado ruim. 
 
b) Os fatos sociais devem ser tratados como coisas (objetos que podem ser objetivamente 
observados). Para Durkheim, "é coisa tudo aquilo que é dado, e que se impõe à observação". O que 
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não pode ser experimentalmente (cientificamente) observado, não faz sentido para o método 
sociológico: a alma, a natureza humana, o que é bom ou mal para a sociedade, a justiça social, etc. 
 
Durkheim, neste sentido, pode ser considerado: 
- objetivista (fatos sociais são coisas objetivas); 
- empirista (baseia-se na observação da realidade) 
- indutivista (método científico clássico) 
 
b) Uma concepção importante, no método sociológico de Durkheim: o sociólogo, ao estudar os fatos 
sociais, deveria despir-se de todo o sentimento, juízos pessoais, opiniões formadas, enfim, de todo 
preconceito em relação ao objeto estudado. 
 
c) O pesquisador deveria definir precisamente as coisas de que se trata o estudo a fim de que se saiba 
bem o que está em questão e o que ele deve explicar. É o que chamamos de definição do objeto de 
estudo. 
 
d) A explicação dos fatos sociais deve ser buscada na sociedade e não nos indivíduos – os estados 
psíquicos, tais como emoções, idéias, sentimentos, naverdade, são conseqüências e não causas dos 
fenômenos sociais. 
 
Morfologia social: as espécies sociais 
 
 Para Durkheim, a sociologia deveria ter ainda por objetivo comparar as diversas sociedades. 
Constituiu assim o campo da morfologia social, ou seja, a classificação das espécies sociais, numa 
nítida referência às espécies estudadas em biologia. Essa referência, utilizada também em outros 
estudos teóricos, tem sido considerada errônea uma vez que todo comportamento humano, por mais 
diferente que se apresente, resulta da expressão de características universais de uma mesma 
espécie. 
 Durkheim considerava que todas as sociedades haviam evoluído a partir da horda, a forma 
social mais simples, igualitária, reduzida a um único segmento em que os indivíduos se assemelhavam 
aos átomos, isto é, se apresentavam justapostos e iguais. Desse ponto de partida, foi possível uma 
série de combinações das quais originaram-se outras espécies sociais identificáveis no passado e no 
presente, tais como os clãs e as tribos. 
 Para Durkheim, o trabalho de classificação das sociedades — como tudo o mais — deveria 
ser efetuado com base em apurada observação experimental. Guiado por esse procedimento, 
estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica como o motor de 
transformação de toda e qualquer sociedade. 
 
Educação 
 
 O conjunto de crenças e sentimentos coletivos são a base da coesão (união) da sociedade. A 
própria sociedade cria mecanismos de coerção internos que fazem com que os indivíduos aceitem de 
uma forma ou de outra as regras estabelecidas. 
 A formação do ser social é feita, em boa parte, pela educação (não só a escolar, mas a familiar, 
a religiosa, e outras). Educação é a assimilação, pelo indivíduo, de uma série de normas, princípios 
morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. Isso nos leva a considerar que o homem, mais do 
que formador da sociedade, é um produto dela. 
 Para Durkheim, o fato social é um resultado da vida em grupo. Ele propõe isolar os fatos sociais 
para estudá-los separadamente, um a um, da mesma forma que a Física e a Biologia fazem com seus 
objetos de estudo. 
 
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Socialização 
 
 Por meio da socialização, o indivíduo aprende a se integrar ao meio. Ele faz isso por meio da 
assimilação de valores, crenças, hábitos e conhecimentos do grupo social ao qual pertence. Nesse 
sentido, o conceito “socialização” é bem próximo ao de “educação”. 
 Para Durkheim, os indivíduos que participam dos mesmos grupos compartilham valores, crenças 
e normas coletivas, o que os mantém integrados. É fácil imaginar que um grupo de amigos será mais 
unido se seus membros tiverem crenças, gostos pessoais, valores, hábitos e costumes em comum. 
 Uma sociedade somente pode funcionar se tais valores, crenças e normas constrangem 
(reprimem) as atitudes e os comportamentos individuais provocando uma solidariedade básica, que 
orienta as ações dos indivíduos. 
 
Consciência Coletiva 
 
 Durkheim usa a expressão “consciência coletiva” para expressar essa solidariedade comum que 
molda as consciências individuais. A família, o trabalho, os sindicatos, a educação, a religião, o 
controle social e até a punição do crime são alguns mecanismos que criam e mantêm viva a 
integração da consciência coletiva. 
 Os processos de socialização, também chamados de internalização individual, são responsáveis 
pela aquisição de valores, crenças e normas sociais que mantêm os grupos e as sociedades 
integrados. Esse controle social reforça o domínio da sociedade sobre os indivíduos. 
 Para Durkheim, a consciência coletiva é um conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à 
média dos membros de uma mesma sociedade, que forma um sistema determinado que tem vida 
própria. Quanto maior é a consciência coletiva, mais a coesão entre os participantes da sociedade 
estudada refere-se a uma conformidade de todas as consciências particulares a um tipo comum, o que 
faz com que todas se assemelhem e, por isso, os membros do grupo sintam-se atraídos pelas 
similitudes uns com os outros, ao mesmo tempo que menor é a sua individualidade. 
 
Moral, Coesão Social e Anomia 
 
 Durkheim, evidentemente, sabia da existência de fenômenos tais como conflitos sociais, crises, 
marginalidade, criminalidade, suicídio, etc., em todas as sociedades. Nem tudo nas sociedades é 
integração, consenso e harmonia. Mas, para ele, essas formas de “desvios” sociais não eram 
conseqüências da perversão ou da maldade dos indivíduos; eram, sim, conseqüências da própria 
estrutura social que, enfraquecida, produzia um estado de anomia, isto é, um estado de 
enfraquecimento ou ausência de leis e normas. A anomia gera o caos social. 
 Sem normas claras, os indivíduos não sabem como agir e se entregam à ganância, às paixões, 
ao crime e mesmo ao suicídio. Numa sociedade fraca, os indivíduos se perdem e os processos de 
socialização e internalização de normas se tornam ineficientes (os indivíduos não aprendem a 
respeitar normas e regras). 
 A sociedade fica, então, ameaçada por não impor limites aos indivíduos, que Durkheim concebia 
como cheios de desejos ilimitados. “Quanto mais os homens possuem, mais eles querem, já que as 
satisfações estimulam, em vez de preencher as necessidades”. É justamente esse estado doentio que 
se observava nas sociedades modernas que levou Durkheim a enfatizar a importância dos fatos 
morais na integração dos homens à vida social. 
 
 Moral (...) é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a contar com seu 
próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e 
a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosos e fortes são estes laços. (Durkheim) 
 
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 Quando uma sociedade é perturbada por uma crise, ela se torna momentaneamente 
incapacitada de exercer sobre seus membros o papel de freio moral, de uma consciência superior à 
dos indivíduos. Estes deixam, então, de ser solidários, e a própria coesão social se vê ameaçada 
porque as tréguas impostas pela violência são provisórias e não pacificam os espíritos. As paixões não 
se detêm senão diante de um poder moral que respeitem. Se toda autoridade desse tipo faz falta, é a 
lei do mais forte que reina e, latente ou agudo, o estado de guerra é necessariamente crônico. 
 A situação de anomia ou desequilíbrio da coesão social pode se manifestar também no processo 
de divisão do trabalho. Sendo este um fato social, seu principal efeito não é aumentar o rendimento 
das funções divididas, mas produzir solidariedade. Se isto não acontece, é sinal de que os órgãos que 
compõem uma sociedade dividida em funções não se auto-regulam, o que pode resultar numa 
situação de anomia. 
 Vê-se, assim, que sob certas circunstâncias, a divisão do trabalho age de maneira dissolvente, 
deixando de cumprir seu papel moral: o de tornar solidárias as funções divididas. Exemplos de tais 
circunstâncias podem ser: nas crises industriais ou comerciais, que denotam que as funções sociais 
não estão bem adaptadas entre si; nas lutas entre o trabalho e o capital, que mostram a falta de 
unidade e desarmonia entre patrões e empregados e na divisão extrema de especialidades no interior 
da ciência. 
 
Fatos Sociais Normais e Patológicos 
 
 Durkheim tinha intenção de que a Sociologia se estabelecesse como uma ciência objetiva. Isso 
significa dizer que ela não poderia julgar baseada em opiniões pessoais, mas de acordo com critério 
objetivos e através da observaçãodos fatos sociais. Já dissemos também que Durkheim não tinha a 
pretensão, como Saint-Simon, de transformar a sociedade, mas apenas de explicá-la cientificamente. 
 Entretanto, através das noções de Normal e Patológico, Durkheim queria estabelecer uma forma 
(científica) de distinguir os fatos sociais bons e desejáveis para a manutenção da sociedade, daqueles 
considerados ruins e indesejáveis, que contribuíam para a degradação da sociedade, como se fossem 
doenças sociais. 
 
(Patológico vem de Pathos = paixão, sofrimento, doença) 
 
 Para Durkheim, a saúde pode ser entendida como a perfeita adaptação do organismo ao meio 
ao qual pertence, tendo ele as possibilidades máximas de sobrevivência. Por outro lado, a doença 
será tudo o que perturba essa adaptação, diminuindo essas possibilidades. 
 Devemos lembrar, no entanto que existem algumas exceções. A dor, no caso do corpo humano, 
também é geralmente ligada à doença, mas isso nem sempre é verdadeiro. A fome, o parto são 
exemplos de fatos que podem ocasionar dor sem serem sinal de doença. Nem tudo que coloca a vida 
da sociedade em risco é patológico. Existem desajustes, contradições internas que não são 
necessariamente patológicas, pois fazem parte do processo de evolução daquela sociedade. Certos 
conflitos e contestações são normais. 
 Quando a crise se torna intensa, entretanto, ameaçando as estruturas que sustentam a 
sociedade, aí se torna algo patológico (doença). 
 Mas como medir se uma "doença" está ameaçando a saúde da sociedade? Nas sociedades 
existem crises que fazem parte delas, como as doenças endêmicas, que não ameaçam a 
sobrevivência do ser vivo (ex. gripe). Essas não são sinais de patologia, enquanto que as crises que 
ameaçam a estabilidade sim, como as epidemias que ameaçam a vida do ser biológico. Entretanto, 
isso é muito mais difícil de ser observado na sociedade do que no corpo humano. 
 O crime, por exemplo, é um fenômeno normal, visto que é geral para todas as sociedades (não 
existe sociedade sem transgressores). Ele se torna patológico quando atinge dimensões exageradas, 
ameaçando a sobrevivência da sociedade. 
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 Quando a coesão se torna muito fraca, a situação se torna anômica (anomia social) e se 
aproxima da ruptura. Em outras palavras: sem coesão, a sociedade entra no caos. Podemos perceber 
que é muito complicado estabelecer com perfeição o limite entre o normal e o patológico. Mas é dever 
do homem de estado (governantes), assim como um médico, prevenir a eclosão de doenças sociais, e 
quando estas aparecerem, procurar saná-las. 
 
O suicídio: a sociedade agindo sobre o indivíduo 
 
 Para Durkheim, um dos problemas centrais das modernas sociedades é a difícil relação dos 
indivíduos com o grupo. O estudo do suicídio, feito em sua obra O suicídio (1897), é especialmente 
revelador da natureza dessa relação. 
 Durkheim procura mostrar que mesmo no ato de tirar a própria vida, a sociedade presente na 
consciência do indivíduo é mais importante do que os detalhes da história individual do suicida: 
 
 Considerando que o suicídio é um ato da pessoa e que se a ela atinge, tudo indica que deva 
depender exclusivamente de fatores individuais e que sua explicação, por conseguinte, caiba tão 
somente à psicologia. De fato, não é pelo temperamento do suicida, por seu caráter, por seus 
antecedentes, pelos fatos de sua história privada que em geral se explica a sua decisão. 
(Durkheim). 
 
Em sua obra, Durkheim identifica três tipos de suicídio: 
 
- O suicídio egoísta, cometido por indivíduos preocupados essencialmente consigo próprios, pouco 
integrados ao grupo; 
 
- O suicídio altruísta (altruísmo = abnegação, desprendimento, sacrifício), que ocorre quando o 
indivíduo se sacrifica em obediência a alguma norma social interiorizada, como no caso das viúvas 
indianas que aceitaram ser queimadas junto ao corpo dos maridos mortos na guerra. 
 
- E o suicídio anômico (de anomia social), o mais característico da sociedade moderna. Esse tipo de 
suicídio é gerado sempre que a sociedade passa por grandes transformações (positivas ou negativas). 
É famoso o caso da crise de 1929, nos EUA, onde um grande número de empresários e industriais se 
suicidou devido a queda da bolsa de Nova Iorque. 
 
A divisão do trabalho 
 
 A divisão do trabalho é um dos aspectos menos discutíveis das sociedades humanas, podendo 
ser encontrada mesmo em sociedades de outros animais, como as formigas e as abelhas. A partir do 
momento em que cada homem (ou animal) não tem mais condições de sozinho garantir a sua 
sobrevivência, é preciso que eles se organizem e estabeleçam uma distribuição de atividades que 
permita a produção dos bens necessários para a sua própria manutenção. 
 Nas sociedades contemporâneas a divisão do trabalho é gritante: há os que cuidam da 
segurança (policiais), os responsáveis pela produção (empresários e trabalhadores), aqueles 
ocupados com a educação (professores), para não falar em sacerdotes, juízes, médicos, etc. 
 Segundo Durkheim, a divisão do trabalho gera duas formas de solidariedade. 
 
- Pela igualdade: os indivíduos que executam as mesmas tarefas reconhecem que têm pelo menos 
parte da personalidade em comum, e se unem em torno dela. 
 
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- Pela diferenciação das atividades entre os membros do grupo: para que elas promovam o bem-estar 
coletivo, é preciso que sejam feitas de forma complementar por cada homem, isto é, elas precisam 
estar interligadas. 
 
 A diferença básica entre o primeiro e o segundo tipo de solidariedade, que foram 
respectivamente chamadas por Durkheim de "mecânica" e "orgânica", consiste que na primeira a 
solidariedade é causada pela identificação entre elementos iguais, enquanto que na segunda ela é 
proporcionada pela coordenação de elementos diferentes. 
 
Malefícios da divisão do trabalho 
 
 Vista deste ângulo, a divisão do trabalho aparece como benéfica para a sociedade, uma vez que 
une os homens através de suas atividades. Mas na verdade ela também pode ser prejudicial. O 
próprio Durkheim demonstra que, se o processo de diferenciação de atividades que dá origem à 
solidariedade "orgânica" for muito acentuado, a coordenação entre elas não poderá ser feita de 
maneira eficaz. 
 Em outras palavras, a infinidade de ocupações distribuídas entre os homens impedirá que eles 
percebam a complementaridade entre elas. Esta diferenciação, que muitas vezes vem acompanhada 
de um crescente individualismo, é a base para a argumentação de Durkheim sobre a anomia e o 
suicídio, problemas que ele supõe aumentar com o advento da sociedade industrial. 
 
II) Sociologia alemã: a contribuição de Max Weber (1864-1920) 
 
 
 
Max Weber nasceu na cidade de Erfurt (Alemanha), numa família de burgueses liberais. 
Desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e sociologia, constantemente interrompidos por uma 
doença que o acompanhou por toda a vida. Iniciou a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi 
catedrático na universidade de Heidelberg. Manteve contato permanente com intelectuais de sua 
época, como Simmel' Sombart, Tönnies e Georg Lukács. Na política, defendeu ardorosamente seus 
pontos de vista liberais e parlamentaristas e participou da comissão redatora da Constituição da 
República de Weimar. Sua maior influência nos ramos especializados da sociologia foi no estudo das 
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religiões, estabelecendo relações entre formações políticas e crenças religiosas. Suas principais obras 
foram: Artigos reunidos de teoria da ciência: economia e sociedade (obra póstuma) e A ética 
protestante e o espírito do capitalismo. 
 
A ação social: uma ação com sentido 
 
Cada formação social adquiriu, para Weber, especificidade e importância próprias. Mas o ponto 
de partida da sociologia de Weber não estava nas entidades coletivas, grupos ou instituições. Seu 
objeto de investigação é a ação social, a conduta humana dotada de sentido, isto é, de uma 
justificativa subjetivamente elaborada. Assim, o homem passou a ter, como indivíduo, na teoria 
weberiana, significado e especificidade. É o agente social que dá sentido à sua ação: estabelece a 
conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos. 
Para a sociologia positivista, a ordem social submete os indivíduos como força exterior a eles. 
Para Weber, ao contrário, não existe oposição entre indivíduo e sociedade: as normas sociais só se 
tornam concretas quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação. Cada sujeito 
age levado por um motivo que é dado pela tradição, por interesses racionais ou pela emotividade. O 
motivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é social na medida em 
que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou a reação de outros indivíduos. 
Para Weber, a tarefa do cientista é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas 
presentes na realidade social que lhe interesse estudar. O sentido, por um lado, é expressão da 
motivação individual, formulado expressamente pelo agente ou implícito em sua conduta. O caráter 
social da ação individual decorre, segundo Weber, da interdependência dos indivíduos. Um ator age 
sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em relação a outros atores. Por outro 
lado, a ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre. Tais efeitos escapam, muitas vezes, 
ao controle e à previsão do agente. 
Ao cientista compete captar, pois, o sentido produzido pelos diversos agentes em todas as suas 
conseqüências. As conexões que se estabelecem entre motivos e ações sociais revelam as diversas 
instâncias da ação social — políticas, econômicas ou religiosas. O cientista pode, portanto, descobrir o 
nexo entre as várias etapas em que se decompõe a ação social. Por exemplo, o simples ato de enviar 
uma carta é composto de uma série de ações sociais com sentido — escrever, selar, enviar e receber 
—, que terminam por realizar um objetivo. Por outro lado, muitos agentes ou atores estão relacionados 
a essa ação social — o atendente, o carteiro etc. Essa interdependência entre os sentidos das 
diversas ações — mesmo que orientadas por motivos diversos — é que dá a esse conjunto de ações 
seu caráter social. 
É o indivíduo que, por meio dos valores sociais e de sua motivação, produz o sentido da ação 
social. Isso não significa que cada sujeito possa prever com certeza todas as conseqüências de 
determinada ação. Como dissemos, cabe ao cientista perceber isso. Não significa também que a 
análise sociológica se confunda com a análise psicológica. Por mais individual que seja o sentido da 
minha ação, o fato de agir levando em consideração o outro dá um caráter social a toda ação humana. 
Assim, o social só se manifesta em indivíduos, expressando-se sob forma de motivação interna e 
pessoal. 
Por outro lado, Weber distingue a ação da relação social. Para que se estabeleça uma relação 
social é preciso que o sentido seja compartilhado. Por exemplo, um sujeito que pede uma informação 
a outro estabelece uma ação social: ele tem um motivo e age em relação a outro indivíduo, mas tal 
motivo não é compartilhado. Numa sala de aula, em que o objetivo da ação dos vários sujeitos é 
compartilhado, existe uma relação social. 
Pela freqüência com que certas ações sociais se manifestam, o cientista pode conceber as 
tendências gerais que levam os indivíduos, em dada sociedade, a agir de determinado modo. 
 
A tarefa do cientista 
 
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Weber rejeita a maioria das proposições positivistas: o evolucionismo, a exterioridade do 
cientista social em relação ao objeto de estudo e a recusa em aceitar a importância dos indivíduos e 
dos diferentes momentos históricos na análise da sociedade. Para esse sociólogo, o cientista, como 
todo indivíduo em ação, também age guiado por seus motivos, sua cultura e suas tradições, sendo 
impossível descartar-se de suas prenoções como propunha Durkheim. Existe sempre certa 
parcialidade na análise sociológica, intrínseca à pesquisa, como a toda forma de conhecimento. As 
preocupações do cientista orientam a seleção e a relação entre os elementos da realidade a ser 
analisada. Os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas 
causas procura desvendar. A neutralidade durkheimiana se torna impossível nessa visão. 
Entretanto, uma vez iniciado o estudo, este deve se conduzir pela busca da maior objetividade 
na análise dos acontecimentos. A realização da tarefa científica não deveria ser dificultada pela defesa 
das crenças e das idéias pessoais do cientista. 
Portanto, para a sociologia weberiana, os acontecimentos que integram o social têm origem nos 
indivíduos. O cientista parte de uma preocupação com significado subjetivo, tanto para ele como para 
os demais indivíduos que compõem a sociedade. Sua meta é compreender, buscar os nexos causais 
que dêem o sentido da ação social. 
 
Explicar um fenômeno social supõe sempre que se dê conta das ações individuais que o 
compõem. Mas que é "dar conta" de uma ação? Pode-se continuar seguindo Weber nesse ponto. 
Dar conta de uma ação, diz ele, é "compreendê-la" (Verstehen). O que significa que o sociólogo 
deve poder ser capaz de colocar-se no lugar dos agentes por quem ele se interessa. (BOUDON, R. e 
BOURRICAUD, F. Dicionário critico de sociologia.São Paulo: Ática, 1993- p. 4).
 
 
Qualquer que seja a perspectiva adotada pelo cientista, ela sempre resultará numa explicação 
parcial da realidade. Um mesmo acontecimento pode ter causas econômicas, políticas e religiosas, 
sem que nenhuma dessas causas seja superior à outra em significância. Todas elas compõem um 
conjunto de aspectos da realidade que se manifesta, necessariamente, nos atos individuais. O que 
garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão, não a objetividade pura dos fatos. 
Weber relembra que, embora os acontecimentos sociais possam ser quantificáveis, a análise do social 
envolve sempre uma questão de qualidade, interpretação, subjetividade e compreensão. 
Assim, para entender como a ética protestante interferia no desenvolvimento do capitalismo, 
Weber analisou os livros sagrados e interpretou os dogmas de fé do protestantismo. A compreensão 
da relação entre valor e ação permitiu-lhe entender a relação entre religião e economia. 
 
Os tipos ideais de ação social 
 
 Para Weber há diferentes tipos de ação social, agrupados de acordo com o modo pelo qual os 
indivíduos orientam suas ações. Assim, ele estabelece quatro tipos de ação social: 
Ação tradicional 
Ação afetiva 
Ação racional com relação a valores 
Ação racional com relação a fins 
 
1. Ação Tradicional 
 
 É a ação que é guiada pela obediência aos hábitos, costumes, crenças aprendidas, que estão 
fortemente enraizados na vida do indivíduo. Este tipo de ação é mais ou menos inconsciente, e 
geralmente não é questionada, já que o indivíduo imagina que agir de tal maneira é corretoporque as 
coisas sempre foram daquele jeito. 
 
Exemplos 
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
 
-Entre os estudantes de classe média e alta, é tradicional cursar uma faculdade simplesmente porque 
isso é o que se espera que um jovem dessas classes sociais faça. Na maioria dos casos, tais jovens 
não questionam a necessidade de se fazer uma faculdade e sequer pensam nisso. 
- Entre as jovens de classe média, também é tradicional, ainda que menos comum do que o exemplo 
acima, celebrar com uma grande festa o aniversário de 15 anos. Gasta-se pequenas fortunas 
simplesmente porque é tradicional que se faça essa festa aos 15 anos. 
-Cerimônias de casamento, festas de formatura, festas de fim de ano, soltar foguetes durante a Copa 
do Mundo, fazer discursos durante a festa de aniversário, cantar o “parabéns pra você”, festas de 
amigo secreto, etc., são ações consideradas do tipo tradicional, uma vez que todas elas são 
executadas devido ao hábito herdado de nossos antepassados. 
 
2. Ação Afetiva 
 
 É uma ação baseada mais no estado emocional da pessoa do que em meios racionais. As 
emoções são uma força muito grande no que diz respeito à motivação do comportamento humano. 
 
Exemplos 
 
- Mudar de escola porque os amigos, de quem se gosta muito, também o farão; 
- Não ir a uma festa porque um inimigo estará lá; 
- Escolher uma profissão (médico ou advogado) apenas para agradar aos pais. 
 
3. Ação Racional com relação a valores 
 
 Ação determinada pela crença num valor considerado importante, independente do êxito desse 
valor na realidade. É a ação pela qual se busca um objetivo que, em si mesmo, pode até não ser 
racional, mas que é perseguido por meio racionais. 
 
Exemplos 
 
- O estudante que pretende fazer faculdade de música sabendo que será difícil conseguir retorno 
financeiro. O objetivo a ser atingido pode não ser considerado racional (do ponto de vista financeiro), 
mas os meios que o estudante vai usar para atingir seu objetivo devem ser racionais (freqüentar um 
escola, estudar todos os dias, fazer a prova de vestibular, aprender teoria musical, etc.). 
- Um outro exemplo são as pessoas que buscam a salvação através da religião. A religião, em si 
mesma, não é racional, mas objeto de crença pessoal. Mas, ao construir as igrejas, os homens se 
utilizam de conhecimentos técnico-racionais de engenharia, de arquitetura, etc. Ao cobrar o dízimo, 
fazer o controle do dinheiro, o repasse para as instituições de caridade, pagamento de funcionários 
(todas essas são ações racionais). 
 
4. Ação Racional com relação a fins 
 
 Pode ser definida como uma ação na qual o meio utilizado para atingir um objetivo é sempre e 
totalmente racional. Nesse caso, a ação não é orientada por um sentimento ou por um valor pessoal, 
mas por um fim objetivamente estabelecido. Esse tipo de ação também é chamado de ação 
tecnocrática. 
 
Exemplos 
 
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
- Imagine que o engenheiro tenha como objetivo construir um edifício. Ele se utiliza, para isso, de vá-
rios conhecimentos racionais no campo da matemática, física, resistência de materiais, etc. A 
eficiência do engenheiro vai ser medida pelo domínio técnico usado para atingir o objetivo (construir o 
edifício). 
- Um pai de família percebe que o orçamento familiar não está sendo suficiente para pagar as 
despesas do mês. Percebendo o descontrole, ele vai até um supermercado, compra um software de 
controle financeiro e passa a lançar seus gastos todos no computador. A sua ação (comprar e usar o 
software) foi um meio racional encontrado para atingir o objetivo pretendido (controle dos gastos de 
sua família). 
 
Ação Social em Weber - Análise 
 
 Weber acreditava que as ações humanas não têm apenas uma explicação, já que elas são 
causadas por múltiplos fatores. Também acreditava que o homem nunca agia de acordo com apenas 
um tipo (como os citados acima) de ação, mas de vários tipos misturados. 
 Para ele, uma das principais características das sociedades modernas era a mudança constante 
da motivação dos comportamentos individuais. Entretanto, as ações do tipo “racional com relação a 
um fim” é a que mais se sobressai no mundo atual. 
 
Obs.: FIM = meta, objetivo, fim proposto a ser atingido. 
 
 Vamos agora observar como um mesmo exemplo pode se encaixar nos três tipos de ação. 
Pense num consumidor que vai ao shopping comprar um tênis. Para Weber, a ação social de um 
indivíduo é sempre orientada por outros indivíduos. Ou seja, o consumidor vai escolher um tênis 
baseado em outras escolhas. Mas essa influência pode se dar de várias formas: 
 
(AFETIVA) 
Ele pode comprar o modelo de que mais goste, ou seja, sua escolha é emocional (gosto pessoal). 
Nesse caso, temos uma ação emocional. Lembre-se que o gosto pessoal também é influenciado pelo 
gosto dos demais. 
 
(TRADICIONAL) 
Ele pode adquirir o tênis que tradicionalmente todos na sua família costumam a comprar. Ele sequer 
se questiona se o tênis é feio ou bonito. Isso não importa, já que sua ação, aqui, é do tipo tradicional. 
 
(VALORES) 
Ele pode comprar o tênis pelo valor que ele atribui a determinada marca. Aqui, ele toma a marca do 
tênis como um valor importante, independente da beleza ou do preço. Em alguns casos, o consumidor 
passa a considerar o tênis bonito simplesmente pelo fato dele ser da marca pretendida. 
 
(FINS) 
Ele pode comprar o tênis mais adequado ao fim proposto com o melhor preço. Se ele vai jogar vôlei, 
compra um tênis de vôlei. 
 
Importante 
 
Comprar em função do preço pode ser considerado uma ação racional, mas comprar a 
mercadoria mais barata nem sempre pode ser considerada uma atitude racional, uma vez que 
podemos não estar levando em conta a qualidade do produto. O racional, nesse tipo de situação, é 
tentar calcular o custo-benefício. 
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Podemos ainda imaginar ações que misturam os vários tipos: O consumidor, querendo um 
sapato para passear, compra observando a marca pela qual tem preferência. Mesmo levando seu 
gosto pessoal em consideração, ele compra sapato porque acha que é um hábito que pessoas da sua 
idade usem sapatos, e não tênis. Enfim, mistura as ações do tipo “com relação a fins” (sapato para 
passear), “afetiva” (marca) e “tradicional” (sapato e não tênis). 
 
A ética protestante e o espírito do capitalismo 
 
Um dos trabalhos mais conhecidos e importantes de Weber é A ética protestante e o espírito do 
capitalismo, no qual ele relaciona o papel do protestantismo na formação do comportamento típico do 
capitalismo ocidental moderno. 
Weber parte de dados estatísticos que lhe mostraram a proeminência de adeptos da Reforma 
Protestante entre os grandes homens de negócios, empresários bem-sucedidos e mão-de-obra 
qualificada. A partir daí, procura estabelecer conexões entre a doutrina e a pregação protestante, seus 
efeitos no comportamento dos indivíduos e sobre o desenvolvimento capitalista. 
Weber descobre que os valores do protestantismo — como a disciplina ascética, a poupança, a 
austeridade, a vocação, o dever e a propensão ao trabalho — atuavam de maneira decisiva sobre os 
indivíduos. No seio das famílias protestantes, os filhos eram criados para o ensino especializado e 
para o trabalho fabril, optando sempre por atividades mais adequadas à obtenção do lucro, preferindo 
o cálculo e os estudos técnicos ao estudo humanístico. Weber mostra a formação de uma nova 
mentalidade, um ethos — conjunto dos costumes e hábitos fundamentais — propício ao capitalismo, 
em flagrante oposição ao "alheamento" e à atitude contemplativa do catolicismo, voltado para a 
oração,sacrifício e renúncia da vida prática. 
Um dos aspectos importantes desse trabalho, no seu sentido teórico, está em expor as relações 
entre religião e sociedade e desvendar particularidades do capitalismo. Além disso, nessa obra, 
podemos ver de que maneira Weber aplica seus conceitos e posturas metodológicas. 
 
Alguns dos principais aspectos da análise: 
 
1. A relação entre a religião e a sociedade não se dá por meios institucionais, mas por intermédio de 
valores introjetados nos indivíduos e transformados em motivos da ação social. A motivação do 
protestante, segundo Weber, é o trabalho, enquanto dever e vocação, como um fim absoluto em si 
mesmo, e não o ganho material obtido por meio dele. 
 
2. O motivo que mobiliza internamente os indivíduos é consciente. Entretanto, os atos individuais vão 
além das metas propostas e aceitas por eles. Buscando sair-se bem na profissão, mostrando sua 
própria virtude e vocação e renunciando aos prazeres materiais, o protestante puritano se adapta 
facilmente ao mercado de trabalho, acumula capital e o reinveste produtivamente. 
 
3. Ao cientista cabe, segundo Weber, estabelecer conexões entre a motivação dos indivíduos e os 
efeitos de sua ação no meio social. Procedendo assim, Weber analisa os valores do catolicismo e do 
protestantismo, mostrando que os últimos revelam a tendência ao racionalismo econômico, base da 
ação capitalista. 
 
4. Para constituir o tipo ideal de capitalismo ocidental moderno, Weber estuda as diversas 
características das atividades econômicas em várias épocas e lugares, antes e após o surgimento das 
atividades mercantis e da indústria. E, conforme seus preceitos, constrói um tipo gradualmente 
estruturado a partir de suas manifestações particulares tomadas à realidade histórica. Assim, diz ser o 
capitalismo, na sua forma típica, uma organização econômica racional assenta¬da no trabalho livre e 
orientada para um mercado real, não para a mera especulação ou rapinagem. O capitalismo promove 
a separação entre empresa e residência, a utilização técnica de conheci¬mentos científicos e o 
surgimento do direito e da administração racionalizados. 
 
As relações políticas: Poder e dominação 
 
A dominação, para Weber, é a probabilidade de encontrar obediência a um determinado 
mandato (político, religioso, líder, etc.). A obediência pode depender: 
 
a) vantagens obtidas por parte daquele que obedece (obediência ao patrão que paga o salário); 
b) do costume, do hábito cego (obediência à bronca de um professor); 
c) no afeto ou gosto pessoa por quem domina; 
 
Mas se a dominação se baseasse apenas nesses três fundamentos, ela seria relativamente 
instável. Nas relações entre dominados e dominantes, a dominação costuma apoiar-se em bases 
jurídicas, nas quais se funda a sua legitimidade. O abalo dessa crença na legitimidade (o poder é 
legítimo, aceitável) por parte dos dominados pode acarretar conseqüências de grande alcance. Weber 
dividiu assim os tipos de dominação: 
 
1º) Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto 
sancionado corretamente), tendo a burocracia como sendo o tipo mais puro desta dominação. Os 
princípios fundamentais da burocracia são: a administração está baseada em documentos, a demanda 
pela aprendizagem é profissional, as atribuições são oficializadas e há uma exigência de todo o 
rendimento do profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à 
regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. 
Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas 
que, como foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado 
corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado. 
 
2º) Na Dominação Tradicional a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de 
uma fidelidade tradicional. O governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o 
funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se obediência à 
pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se reputa sagrada. Todo o 
comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais (não legais). A criação de um novo direito 
é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por 
Weber, como sendo uma dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social, que se 
acha sob a dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva. 
 
3º) Na Dominação Carismática a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte 
dos dominados. Ela assenta sobre as “crenças” havidas em profetas, sobre o “reconhecimento” que 
pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e sedições, nas ruas e nas 
tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos 
governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta 
nenhum procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e não é requerida 
formação profissional por parte do “portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a 
forma mais pura de dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber 
classifica a dominação carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuação da 
devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados. 
 
 Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a 
noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a legitimação até onde 
alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais. 
III) KARL MARX 
 
 
Os filósofos não têm feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras: o que importa é transformá-lo.(Marx) 
 
 Para Marx, Hegel inverte a relação entre o que é determinante – a realidade material – e o que é 
determinado – as representações e conceitos do Espírito ou consciência. Na abordagem de Marx, as 
condições materiais (realidade material), nas quais se encontram os homens determinam sua forma de 
pensar, sentir, crer e agir (dimensão do Espírito). No contexto dialético, entretanto, o espírito não é 
uma conseqüência passiva da ação realidade material, podendo reagir sobre aquilo que o determina. 
Isso significa que a consciência do homem, mesmo sendo determinada pela realidade material e 
estando historicamente situada, não é pura passividade: o conhecimento do determinismo liberta o 
homem por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. 
O materialismo histórico não é mais do que a aplicação dos princípios do materialismo dialético ao 
campo da história. E, como o próprio nome indica, é a explicação da história por fatores materiais 
(econômicos, técnicos). Contrapondo-se ao idealismo hegeliano, Marx procurou compreender a 
história dos homens a partir das condições materiais nas quais eles vivem (= materialismo histórico), e 
não a partir do Espírito ou Consciência. 
A forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam (dimensão do Espírito ou 
Consciência) é determinada pela forma de produção da vida social, ou seja, pela maneira como os 
homens trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação material das sociedades. A 
partir da sua concepção materialista de sociedade, podemos identificar alguns conceitos-chave da 
filosofia de Marx: 
 
* Concepção estrutural da sociedade (infra e superestrutura): a infra-estrutura ou base econômica 
(formas de trabalho, recursos naturais e humanos, fontes de energia, relações de trabalho, tecnologia 
etc.) de uma sociedade determina a sua superestrutura (religião, formas de poder, ideologias,moral, 
filosofia, arte etc). 
 
* Capital e trabalho : Para Marx, o trabalho é a atividade fundamental do homem. É por meio do 
trabalho que o homem constrói a si mesmo e ao mundo ao seu redor. No entanto, ao longo da história 
(sobretudo no contexto do capitalismo), o trabalho perde a sua dimensão de realização, tornando-se, 
no âmbito do sistema capitalista, uma mercadoria, que pode ser vendida ou comprada a qualquer 
momento. Porém, a força de trabalho é uma mercadoria com dupla face: por um lado, é uma 
mercadoria como outra qualquer, paga pelo salário; por outro lado, é a única mercadoria que produz 
valor, ou seja, que reproduz o capital. 
 
Usuario
Realce
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Realce
* Classes sociais, mais-valia e alienação : Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações 
sociais de produção definem dois grandes grupos dentro da sociedade: - De um lado, os capitalistas, 
que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção ou recursos materiais (máquinas, 
ferramentas, capital, etc.) necessários para produzir as mercadorias, serviços, etc.; - Do outro lado, os 
proletários (ou trabalhadores), aqueles que não possuem nada, a não ser o seu corpo e a sua 
disposição para trabalhar. Eles vendem a sua força de trabalho (recurso humano) ao capitalista. Marx 
denominou o lucro obtido sobre o trabalho do operário de mais-valia. 
O operário é contratado para trabalhar dentro de uma certa carga horária. Porém, bem antes de 
completar sua carga horária, ele já produziu mais do que o suficiente para pagar seu salário e para 
cobrir os gastos com os meios de produção utilizados durante o seu trabalho. O tempo restante de sua 
carga horária não é de fato remunerado; ele trabalha “de graça”, a fim de gerar o lucro do burguês. 
Marx distinguiu duas formas de mais-valia: a absoluta, que está baseada na extensão da jornada de 
trabalho do operário (quanto maior for a carga horária maior será a mais-valia) e a relativa, que está 
baseada na mecanização da fábrica. Tal mecanização permite ao operário produzir muito mais num 
curto espaço de tempo, o que provoca um maior tempo de trabalho não pago (mais-valia). 
 Além da mais-valia, Marx concluiu que o trabalho no sistema capitalista de produção gera 
alienação, sinônimo de perda de um direito ou de um bem. São várias as formas de alienação ou 
perda provocadas pelo trabalho: 
• O trabalhador perde a noção global do processo produtivo devido à especialização rígida do 
trabalho; 
• O trabalhador perde a posse do fruto de seu trabalho, que pertence ao burguês; 
• O trabalhador perde a autonomia do processo produtivo, pois seu salário, sua jornada de 
trabalho são determinados pelo burguês; 
• O trabalhador perde a riqueza produzida pelo seu trabalho: produz a riqueza que mantém a 
economia do país, mas vive na miséria; 
• O trabalhador perde a identidade com o trabalho: ele não se reconhece e nem é reconhecido 
naquilo que faz, isto é no fruto do seu trabalho. 
 
* Forças produtivas, Relações de produção e modo de produção: 
 
Forças produtivas: ao conjunto dos meios de produção (recursos materiais) mais o trabalho humano, 
damos o nome de forças produtivas. Estas alteram-se ao longo da História. Até meados do século 
XVIII, por exemplo, a produção era feita com o uso de instrumentos simples, acionados por força 
humana, por tração animal e pela energia proveniente da água ou do vento. Com a Revolução 
Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, foram desenvolvidas máquinas, que utilizavam 
o vapor como fonte de energia e, mais tarde, a eletricidade e o petróleo. Alteraram-se, portanto, os 
meios de produção e, conseqüentemente, as técnicas de trabalho. Houve, assim, uma profunda 
mudança nas forças produtivas. 
 
Relações de produção: para produzir os bens de consumo e de serviço de que necessitamos, os 
homens estabelecem relações uns entre os outros. As relações que se estabelecem entre os homens 
na produção, na troca e na distribuição dos bens são as relações de produção. As relações de 
produção mais importantes são aquelas que se estabelecem entre os proprietários dos meios de 
produção e os trabalhadores. Isso porque todo processo produtivo conta sempre com pelo menos dois 
agentes sociais básicos: trabalhadores e proprietários dos meios de produção. Assim, por exemplo, a 
produção na sociedade capitalista só existe porque capitalistas e trabalhadores entram em relação. O 
capitalista paga ao trabalhador um salário fixo para que trabalhe para ele e, no final da produção, fica 
com o lucro (mais-valia). Esse tipo de relação foi denominada por Marx de relação de produção 
assalariada. 
 
Usuario
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Modos de produção: o modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e 
serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas 
forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade. Ele é, portanto, a maneira 
pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção num dado 
momento histórico. Por exemplo, no modo de produção capitalista, as forças produtivas, 
representadas sobretudo pelas máquinas do sistema fabril, determinam as relações de produção 
caracterizadas pelo dono do capital e pelo operário assalariado. 
 
* Contradição social e luta de classes: Para Marx, as forças produtivas do capitalismo não eram 
mais um motivo de desenvolvimento social, mas antes criavam um entrave, já que entravam em 
contradição com as relações de produção. Abre-se, então, uma época de revolução social. As 
revoluções não acontecem por acaso, são expressão de uma necessidade histórica. Por outro lado, 
novas relações de produção só se tornam realidade depois que as antigas tenham decaído. Daí, a 
necessidade das revoluções sociais: transformar radicalmente as antigas relações sociais. O processo 
histórico é resultado dessas lutas de classes. 
 
* O Estado: instrumento da classe dominante: Para Marx, o Estado é uma estrutura de poder que 
concentra, resume e põe em movimento a força política da classe dominante (de um ponto de vista 
mais geral e abstrato). Em suma, o Estado é um aparelho usado pela classe dominante para controlar 
a sociedade e manter a coesão social. 
 
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