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BIOMECÂNICA ARTICULAR Prof. Me. Lucas Moraes Rego Introdução As articulações do corpo humano governam essencialmente as capacidades de orientar os movimentos dos seguimentos corporais. A estrutura anatômica de determinada articulação, como no joelho normal, varia pouco de uma pessoa para outra, o mesmo ocorrendo com as direções nas quais os seguimentos corporais afixados, como a coxa e a perna, poderão movimentar-se ao nível da articulação. Entretanto, diferenças na firmeza ou frouxidão relativas dos tecidos moles circundantes resultam em diferenças de amplitudes articulares de movimento Classificação das articulações Os anatomistas classificaram as articulações de várias maneiras: com base na complexidade articular, no número de eixos presentes, na geometria articular ou nas capacidades de realizar movimentos. Esta última será o objeto de estudo da nossa disciplina. Classificação das articulações 1 . Sinatroses (imóveis) syn=junto; arthron=articulação Estas articulações fibrosas podem atenuar a força (absorção dos choques), mas permitem pouco ou nenhum movimento dos osso articulados. Dividem-se em suturas e sindesmoses. sinartroses Sinartroses Suturas: Nessas articulações, as lâminas ósseas articuladas possuem ranhuras irregulares, exibem uma íntima equivalência e estão firmemente conectadas por fibras que se continuam com o periósteo. As fibras começam a ossificar-se no início da fase adulta e acabam sendo substituídas completamente por osso. O único exemplo é representado por... Suturas do crânio Sinartroses Sindesmoses (unidas por faixas): Nessas articulações, um tecido fibroso denso mantém os ossos juntos, permitindo um movimento extremamente limitado. Os exemplos incluem: Sindesmose Articulação radio-ulnar média Sindesmose Articulação coraco-acromial Sindesmose Articulação tibio-fibular media e distal Classificação das articulações 2. Anfiartroses (ligeiramente móveis) Amphi= de ambos os lados Essas articulações cartilaginosas atenuam as forças aplicadas e permitem mais movimento dos ossos adjacentes que as articulações sinartrodiais. Dividem-se em Sincondroses e sínfises Anfiartroses Sincondroses (mantidas juntas por cartilagem): Nessas articulações, os ossos articulados são mantidos juntos por uma delgada camada de cartilagem hialina. Os exemplos são: Sincondrose Articulação esterno - costal Sincondrose Placas epifisárias (antes da ossificação) Sínfise: Nessas articulações, finas camadas de cartilagem hialina estabelecem a separação entre um disco de fibrocartilagem e os ossos. Os exemplos incluem: Sínfises Articulação vertebral Sínfises Sínfise púbica Classificação das articulações 3. Diartroses (através da articulação) ou sinoviais (livremente móveis): Nessas articulações, as superfícies ósseas articuladas são cobertas por uma cartilagem articular, uma cápsula articular que circunda a articulação e uma membrana sinovial que reveste o interior da cápsula articular secreta um lubrificante conhecido como líquido sinovial. Outras duas estruturas geralmente associadas a estas articulações são: bolsas (bursas) e as bainhas tendinosas. Cartilagem articular: camada protetora de denso tecido conjuntivo esbranquiçado que cobre as superfícies dos ossos articulados nas articulações diartrodiais Cápsula articular: membrana com duas camadas que circunda cada articulação sinovial Líquido sinovial: Líquido claro, ligeiramente amarelado, que proporciona a lubrificação dentro da cápsula articular nas articulações sinoviais Articulação sinovial (bursas) As articulações sinoviais que permitem o movimento ao redor de um, dois ou três eixos de rotação são denominadas respectivamente de: uniaxiais, biaxiais e triaxiais. As capacidades de realizar movimentos articulares às vezes são descritas, também, em termos de graus de liberdade (gl) ou do número de planos nos quais a articulação permite a realização do movimento. Uma articulação uniaxial possui um gl, biaxial dois gl e triaxial 3 gl. Uma das poucas articulações nas quais é permitido um movimento apenas limitado em qualquer direção é chamada de não axiais. Deslizante (plana , artroidal): Nessas articulações, as superfícies ósseas articuladas são quase planas, e o único movimento permitido é o deslizamento não axial. Os exemplos incluem as articulações entre os ossos do carpo e do tarso e entre o metatarsos, assim como as articulações facetárias das vértebras Deslizante Dobradiça (gínglimo): Uma superfície óssea é convexa e a outra é côncava. Poderosos ligamentos colaterais restringem o movimento a um deslocamento planar, como uma dobradiça. Os exemplos incluem: articulações ulno-umeral e interfalangeanas Dobradiça Em pivô (parafuso; trocóidea): Nessas articulações é permitida a rotação ao redor de um único eixo. Os exemplos incluem a articulação atlantoaxial e as articulações radio-ulnares proximal e distal Articulação atlanto-axial/trocóidea Condilóidea (ovóide; elipsoidal): Uma superfície óssea articulada possui um formato convexo ovóide, e a outra é uma superfície com formato reciprocamente côncavo. São permitidas a flexão, extensão, abdução e circundução. Os exemplos incluem da segunda até a quinta articulações metacarpofalangeanas e as articulações raiocárpicas Condiloidéa / metacarpo falangeana Em sela (selar): As superfícies ósseas articuladas possuem ambas o formato do assento de uma sela de equitação. A capacidade de realizar movimentos é a mesma da condilóidea, porém com uma maior amplitude de movimento. Um exemplo é a carpometacárpica do polegar Articulação carpometacárpica do polegar/ selar Esferoidal: Nessas articulações, as superfícies dos ossos articulados são reciprocamente convexas e côncavas. È permitida a rotação em todos os três planos de movimento. Os exemplos incluem as articulações do quadril e do ombro. Articulação do quadril/ esferoidal Cartilagem articular Funções: Dissipa, espalha as cargas na articulação por sobre uma extensa área Permite o movimento dos ossos articulados na articulação com atrito e desgaste mínimos. Pode reduzir em até 50% ou mais o estresse de contato Tecido conjuntivo articular Os tendões que conectam os músculos aos ossos e ligamentos, que conectam os ossos entre si, são tecidos passivos formados principalmente por fibras colágenas e elásticas. Tendões e ligamentos, como o osso, respondem ao estresse mecânico habitual alterado por hipertrofia ou atrofia. Flexibilidade articular Termo usado para descrever amplitude de movimento (ADM) permitida em cada um dos planos de movimento de uma articulação. Flexibiblidade estática refere-se a ADM quando um seguimento corporal é movimentado passivamente e a dinâmica, ativamente. A mensuração é medida em ângulo e através do goniômetro. Goniômetro Fatores que influenciam na flexibilidade Formatos da superfície óssea Músculo Gordura Membro não dominante=menor flexibilidade Aquecimento Hereditariedade Lesões e patologias articulares comuns Entorses Luxações Bursite Artrite Artrite reumatóide Osteoartrite Entorses Luxações Bursite Artrite Artrite reumatóide Osteoartrose UFA ! Ahammmmm, mentirinha, já já tem mais.... Biomecânica do Músculo Esquelético Introdução O músculo é um tecido único capaz de desenvolver tensão ativamente. Essa característica permite ao músculo esquelético, ou estriado, realizar as importantes funções de manter a postura ereta do corpo, movimentar seus membros e absorver os choques. Levando-se em conta que o músculo somente consegue desempenhar essas funções quando devidamente estimulado, o sistema nervoso e o sistema muscular humanos recebem com frequência a denominação coletiva de sistema neuro muscular Forças de um músculo Cada fibra muscular contribui para a força total que é exercida por um músculo sobre o osso em particular ao qual esteja fixado. A força muscular é reconhecida como um vetor, sendo seu ponto de fixação que se mantém fixo e que está se movendo. O ponto de aplicação é marcado no ponto de fixação muscular em movimento. A linha de ação, ou direção do vetor, é idêntica à direção do tracionamento que o músculo está exercendo sobre o segmento ósseo. Sistema de alavancas No corpo humano, as alavancas são utilizadas para descrever segmentos do corpo e sua relação com o movimento. Os seguimentos que as alavancas representam no corpo são os ossos. Um modo de representar e demonstrar o movimento dos ossos é por meio do desenho de um sistema de alavancas Sistema de alavancas Um sistema de alavancas tem quatro componentes A própria alavanca, uma estrutura rígida que representa os ossos do corpo humano. Um fulcro ou ponto de apoio, representando o eixo da articulação. Uma força, geralmente representativa de um músculo. Uma resistência, uma força que deve ser superada por um músculo. Alavancas de primeira classe Quando o ponto de apoio está entre a força muscular e a força de resistência, quando ambas atuam na mesma direção. Este tipo de alavanca é principalmente figurado para o equilíbrio. No corpo humano, existem pouquíssimas alavancas de primeira classe. Alavancas de primeira classe ou interfixa. Alavancas de segunda classe ou interpotente Nas alavancas de segunda classe são representadas de forma diferente das de primeira classe. Nas alavancas de segunda classe tanto o braço de força como o da resistência estão do mesmo lado do ponto de apoio. O braço de força do músculo é maior que o braço de resistência. Questiona-se se no corpo humano há exemplo de alavanca de segunda classe. Alavancas de terceira classe ou interesistente A maior parte dos sistemas de alavanca no corpo humano é deste tipo. Mais uma vez, a resistência e a força muscular atuam em direções opostas. Entretanto, o braço de força muscular da alavanca é mais curto que o braço de resistência. Propriedades comportamentais da unidade musculo-tendinosa As propriedades de extensibilidade e elasticidade são comuns a muitos tecidos biológicos. A extensibilidade é a capacidade de ser estirado ou de aumentar de comprimento. A elasticidade é a capacidade de voltar ao seu comprimento normal de repouso após um estiramento e torna possível a transmissão uniforme da tensão do músculo ao osso. Além da elasticidade e extensibilidade, a irritabilidade e a capacidade de desenvolver tensão, completam as quatro propriedades comportamentais do tecido muscular. O comportamento elástico do músculo consiste de dois componentes principais: Componente elástico em paralelo (CEP): proporcionado pelas membranas musculares, fornece resistência quando um músculo é estirado passivamente. Componente elástico em série (CES): localizado nos tendões, atua como uma mola armazenando energia elástica quando um músculo sob tensão é estirado. Componente contrátil = componente elástico em paralelo (CEP) + componente elástico em série (CES) Componente contrátil: propriedade do músculo que torna possível o desenvolvimento de tensão pelas fibras musculares estimuladas. Ciclo alongamento-encurtamento: Quando um músculo sob tensão é estirado, o CES acarreta um efeito de recuo elástico e o reflexo de estiramento inicia simultaneamente o desenvolvimento de tensão no músculo. Assim sendo, um estiramento promove o encurtamento forçado subsequente do músculo. Este padrão de contração excêntrica seguida imediatamente por uma contração concêntrica é conhecido como o ciclo alongamento-encurtamento. O ciclo promove também o armazenamento e a utilização da energia elástica durante a corrida, notadamente no gastrocnêmio. Irritabilidade: Capacidade de responder a um estímulo. Este pode ser eletroquímico (nervos) ou mecânicos. Capacidade de desenvolver tensão: Contração ou componente contrátil da função muscular. Organização estrutural do músculo esquelético Fibras musculares Sarcômero: unidade estrutural básica entre duas linhas Z Linha M divide ao meio cada sarcômero Faixas A: filamentos grossos de miosina e finos de actina Zona H: contém apenas filamentos grossos de miosina Zona I: contém apenas filamentos finos de actina Unidade motora Tipos de fibras As fibras musculares esqueléticas exibem muitas características estruturais , histoquímicas e comportamentais diferentes. Pelo fato dessas diferenças terem implicações diretas sobre a função muscular elas são de interesse para muitos estudos. As fibras de algumas unidades motoras se contraem para alcançar uma tensão máxima mais rapidamente que outras após terem sido estimuladas. Com base nesta característica as fibras podem ser divididas em: fibras de contração rápida(CR) e fibras de contração lenta (CL). Tipos de fibras Mudança no comprimento do músculo com o desenvolvimento de tensão Contração concêntrica: é basicamente quando um músculo se encurta. O movimento articular resultante processa-se na mesma direção do torque efetivo gerado pelos músculos. Uma única fibra muscular é capaz de encurtar-se para metade do seu comprimento normal em repouso. Contração concêntrica Contração isométrica: Quando a tensão muscular se desenvolve mas não há nenhuma mudança no comprimento do músculo Contração isométrica Contração excêntrica: Quando um músculo se alonga ao estar sendo estimulado para desenvolver tensão. A direção do movimento articular é oposta àquela do torque muscular efetivo. Contrações Funções desempenhadas pelos músculos Agonistas: Papel desempenhado por um músculo que atua para causar um movimento Antagonistas: Papel desempenhado por um músculo que atua para tornar mais lento ou interromper o movimento Estabilizador: Papel desempenhado por um músculo que atua para estabilizar uma parte do corpo contra alguma força Neutralizador: Papel desempenhado por um músculo que atua para eliminar uma ação indesejada produzida por um agonista. Resistência x Fadiga muscular Resistência (endurance): capacidade de um músculo de exercer tensão durante um certo período de tempo. Pode ser constante ou variável. Fadiga muscular: Uma fibra muscular alcança fadiga absoluta quando se torna incapaz de desenvolver tensão ao ser estimulada por seu axônio motor. Efeito da temperatura no músculo A atividade dos nervos e dos músculos aumenta com a elevação da temperatura corporal. Com uma temperatura elevada, será necessária a ativação de um menor número de unidades motoras para manter determinada carga. A função muscular é mais eficiente a 38,5°, acima disso pode ocorrer uma exaustão térmica ou intermação.