Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Manual de Laboratório – Física Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G. Fernandes 59 CONSTANTE ELÁSTICA 10.1 Introdução: O estudo das distensões lineares se restringirá ao estudo da distensão de uma mola helicoidal quando submetida a uma determinada força. As distensões, xG∆ , dos materiais elásticos (e as molas se inserem nesse contexto) possuem em geral, uma relação não linear com a força externa aplicada, EXTERNAF G . No entanto, a linearidade é obedecida até um certo valor de força externa. Sendo assim, dentro do limite da linearidade, a relação entre a força, EXTERNAF G , aplicada numa dada direção x de um material elástico, e a respectiva distensão (elongação) produzida nessa direção é do tipo xKFEXTERNA GG ∆= , onde K é a constante de proporcionalidade. Analisando um material elástico na condição de equilíbrio quando (não há torques atuando sobre o corpo), a força de natureza elástica que atua no material terá a mesma intensidade e a mesma direção da força aplicada externamente, porém com o sentido oposto. Assim, a força elástica é expressa como: xKFELÁSTICA GG ∆−= , (10.1) onde o sinal negativo indica que a força elástica, ELÁSTICAF G possui o sentido contrário ao da distensão, x G∆ . A equação (10.1) expressa uma lei dos materiais elásticos conhecida como Lei de Hooke na qual K é denominada de constante elástica do material. Considerando uma mola em espiral, feita de um material homogêneo e isotrópico, a Lei de Hooke (Eq. 10.1) expressará a relação entre a força elástica da mola e sua distensão (esticada ou comprimida). A constante elástica da mola, K, está relacionada com o módulo de rigidez e com a geometria da mola através da expressão[1,2] 3 4 8 Mola fio N G K Φ Φ= , (10.2) onde: fioΦ o diâmetro do fio que constitui a mola; MolaΦ o diâmetro interno da espira; N é o número de espiras e G é o módulo de rigidez do fio. Capítulo 10 Manual de Laboratório – Física Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G. Fernandes 60 10.2 – Experimento: Parte I : Constante elástica da mola – Caso Estático: Objetivo(s) : Determinação da constante elástica das molas em estudo; Materiais Utilizados: 9 Trilho com escala milimétrica, uma roldana e um suporte vertical (Pasco); 9 Carrinho (Pasco); 9 4 Molas com comprimentos de 2, 4, 6 e 8 cm; 9 Massas; 9 Suporte para as massas; 9 Fio inextensível; 9 Balança. Arranjo Experimental: Peque uma mola helicoidal, um carrinho sobre uma superfície com atrito mínimo, um fio inextensível e um suporte capaz de suspender diferentes massas com valores controlados. Monte o sistema mecânico como indicado na figura 10.1 e siga o procedimento descrito a seguir. A massa mc corresponde à massa do carrinho utilizado. x0 F G elástica sP G Figura 10.1 – Esquema do arranjo experimental utilizado para o estudo de constante elástica; F G elástica = força elástica; T G = força tensora; P G = força peso; Procedimento: T G x T G mc mc x0 Manual de Laboratório – Física Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G. Fernandes 61 1) Faça a montagem experimental representada na Figura 10.1; 2) Coloque uma pequena massa no suporte suspenso, tal que a mola fique em estado de equilíbrio (mola sem “barriga”) e anote a posição x0; 3) Afira a massa ms , anote-a, e depois coloque no suporte suspenso; 4) Anote o valor de x; 5) Utilizando 4 massas diferentes, repita 4 vezes este processo, utilizando a mesma mola; 6) Meça x∆ =x-x0 e construa tabelas como a tabela 10.1 para os respectivos comprimentos das molas (l = 2 cm, 4 cm, 6 cm e 8 cm). A partir das tabelas, construa o gráfico de ms versus x∆ para os respectivos comprimentos e determine a constante de proporcionalidade em cada caso; Qual é a dimensão dessa constante? l = ………….......…cm ms (g) ∆x(cm) K(dina/cm) Tabela 10.1 – Dados experimentais para um comprimento de mola (l) e massas suspensas variáveis. ms massa suspensa, x∆ variação do deslocamento; K constante elástica. 7) Com o valor da constante elástica média das molas obtida no item 6) obtenha o valor de G (módulo de rigidez do fio) utilizando a equação teórica (10.2) na condição de equilíbrio para cada mola utilizada e compare com o valor teórico para o aço (lembre-se que, neste caso, cada massa fornecerá um valor de K e deve-se utilizar o valor médio); Gaço= 80 x 109 N/m2. l(cm) N fioΦ (mm) MolaΦ (mm) 8) Qual a relação de proporção existente entre as 4 constantes elásticas? Parte II: Constante elástica da mola – Caso Dinâmico Objetivo(s): Obter experimentalmente a equação da constante elástica para uma mola em oscilação (movimento horizontal). Materiais Utilizados: 9 Trilho com escala milimétrica, uma roldana e um suporte vertical (Pasco); 9 Carrinho (Pasco); Reproduza esta tabela para mais 3 comprimentos de molas diferentes. Manual de Laboratório – Física Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G. Fernandes 62 9 4 Molas com comprimentos de 2, 4, 6 e 8 cm; 9 Massas; 9 Suporte para as massas; 9 Fio inextensível; 9 Balança; 9 Cronômetro. Arranjo Experimental: O mesmo arranjo experimental da Figura 10.1; Procedimento: Parte II – a : comprimento da mola (l ) fixo e massas suspensas (ms) variáveis: 1) Escolha uma mola, uma massa ms, o carrinho (massa mc) e monte o sistema da figura 10.1; OBS: Não esqueça de anotar os valores das massas mc e ms. 2) Desloque o sistema (massa-mola-carrinho) da condição de equilíbrio e coloque-o para oscilar; 3) Com o auxílio de um cronômetro meça o tempo total para realizar 3 oscilações completas (1 oscilação – processo de ida e volta); Determine o valor do período, T, de oscilação do sistema a partir do valor médio dos tempos (tempo total dividido pelo número de oscilações, em nosso caso são 3); 4) Varie a massa ms e repita o processo. Faça isso para 4 massas diferentes (cuidado para não deformar a mola por excesso de ms, não coloque mais do que 147 g no suporte, se necessário coloque parte das massas sobre o carrinho); 5) Preencha a tabela 10.2 e construa o gráfico Mt x T, onde Mt=mc+ms e determine via papel di-log, a relação entre a massa total e período de oscilação; Mt (g) T (s) Tabela 10.2 – Dados Experimentais. Mt massa do sistema, T período médio. Parte II - b – comprimento da mola ( l ) variável e massa suspensa (ms) fixa 6) Utilizando molas diferentes (cujas constantes já conhecemos da parte estática) e uma massa fixa (a escolha fica a critério do grupo) repita o procedimento descrito nos itens 1) a 5); Coloque os dados na tabela 10.3; Manual de Laboratório – Física Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G. Fernandes 63 ms =.............................g L = …………..cm K =……………(dinas/cm) T =.....................(s) L = …………..cm K =……………(dinas/cm) T =.....................(s) L = …………..cm K =……………(dinas/cm) T =.....................(s) L = …………..cm K =……………(dinas/cm) T =.....................(s) Tabela 10.3 – Dados Experimentais. L comprimento da mola; K média da constanteelástica; T é o período médio. 7) Construa o gráfico K x T e analise a relação entre essa duas grandezas; 8) Das relações obtidas entre Mt e T como também entre K e T obtenha uma única relação envolvendo o período, a massa total e a constante elástica; 9) Obtenha a constante de proporcionalidade do item 8) através de um gráfico, e auxilie-se na análise dimensional e escreva a equação final da constante elástica para o caso dinâmico. (Para se ter noção de quanto deve dar esta constante lembre-se ainda que o movimento é oscilatório e portanto T πω 2= ); 10) Obtenha a equação da constante elástica para o caso dinâmico através das Leis de Newton. Lembre-se que deverá obter uma equação diferencial, cuja solução é ( ) cos( )x t A tω α′ = + , onde A é a amplitude e α uma fase qualquer, em caso de dúvida olhe o Apêndice D. 10.3 Bibliografia [1] J.Goldemberg – Física Geral e Experimental - 1oVolume-Companhia Editora Nacional EDUSP – página 494 (1970); [2] S. S. Rao, Mechanical Vibrations, Addison-Wesley Publishing Company – 3rd edition - página 27 (1995).
Compartilhar