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INDUSTRIA TEXTIL

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Iremos apresentar um breve levantamento do impacto causado ao meio ambiente pelo setor têxtil de acordo com os insumos utilizados em seu processo de produção. Comentando-se aspectos referentes à poluição da água, do ar e solo, o calor e energia. A principal matéria-prima que é o algodão; o uso de corantes e as etapas de produção da malha. Mostrando também algumas formas de amenizar e até mesmo excluir os efeitos nocivos provocados ao meio ambiente pelo processo de produção.
O que faz a indústria Têxtil ?
A indústria têxtil tem como objetivo a transformação de fibras em fios, de fios em tecidos e de tecidos em peças de vestuário, artigos têxteis para o lar e uso doméstico (roupa de cama e mesa, tapetes, cortinas etc.) ou em artigos para aplicações técnicas (produtos geotêxteis, airbags, cintos de segurança etc.). As indústrias têxteis têm seu processo produtivo muito diversificado, ou seja, algumas podem possuir todas as etapas do processo têxtil (fiação, tecelagem e beneficiamento) outras podem ter apenas um dos processos.
Importância 
No Brasil a indústria têxtil representa um extraordinário valor econômico-social, expressiva quantidade de mão de obra e divisas. Quinto lugar em empregos diretos, e no sexto em faturamento, emprega diretamente 1.500.000 trabalhadores.
 Aproximadamente 65% da matéria-prima consumida pela indústria têxtil brasileira é algodão, o que o caracteriza como insumo estratégico para nossa indústria. Outro ponto importante é que o país é autossustentável em sua principal cadeia, o algodão, com produção de 1,5 milhão de toneladas, em mé- dia, para um consumo de 900 mil toneladas (ABIT, 2013).
Indústria têxtil no Brasil Há cerca de 5000 indústrias têxteis, assim distribuídas: 
Legislação
Decreto 26643 de 1934 no artigo 109 e 110, onde era ilícito a conspurção ou contaminação das águas por pessoas que não a consumiam. CONAMA 357 de Março de 2005 que estabelece diretrizes básicas para o desenvolvimento sustentável.
Algumas condições de lançamento de efluentes:
pH entre 5 a 9;
Temp. inferior a 40ºC, a variação de temperatura não deverá exceder a 3ºC.
Regime de lançamento do efluente com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período;
Óleos e graxas: óleos minerais: até 20mg/L óleos vegetais e gorduras animais: até 50mg/l Ausência de materiais flutuantes.
Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta resolução e em outras normas aplicáveis.
PROCESSOS E POLUENTES:
Fiação 
O processo de fiação pode ser descrito como a etapa de obtenção do fio a partir das fibras têxteis utilizadas como matéria-prima. 
As propriedades físicas da matéria-prima fibrosa condicionam e definem o processo de fiação a ser utilizado, bem como o título do fio que será produzido. Com o título do fio definido, determina-se o conjunto de operações necessárias para sua produção, sendo a capacidade de produção dos fios dependente, principalmente, do setor de abertura e do tipo e eficiência do filatório utilizado.
As fibras têxteis podem ser divididas em dois grupos, denominados fibras naturais e fibras manufaturadas. 
As fibras naturais podem ser de origem vegetal, animal ou mineral.
As fibras manufaturadas são artificiais ou sintéticas. Como fibras polímeros obtidos a partir de transformações da celulose.
E as fibras sintéticas, são derivadas de subprodutos do petróleo, como o náilon, a poliamida e o poliéster.
Tecelagem 
é o ato de tecer, através do entrelaçamento de fiosde trama (transversais) com fios de teia ou urdume (longitudinais), formando tecidos.
Tecidos produzidos no processo de tecelagem (também conhecidos como tecidos planos ou de cala) não devem ser confundidos com tecidos de malha. Nos tecidos planos há somente duas posições possíveis para os fios de trama: ou ele passa por baixo ou passa por cima dos fios de urdume.
Malharia 
é a produção de tecidos de malha. Os tecidos de malha são caracterizados pelo entrelaçar dos fios têxteis, sendo esses sempre no mesmo sentido, ou todos na trama (horizontal) ou todos no urdume. O processo é realizado com a ajuda de agulhas. O processo de tecimento fundamental neste caso é o tricot.
Beneficiamento de tecidos
 significa, de uma maneira geral, todos os processos a que um tecido é submetido após o tear, e tem como finalidade melhorar as características visuais e de toque do material têxtil, além de poder dar algumas características específicas ao mesmo. Basicamente inclui os processos de preparação (alvejamento, purga e desengomagem), tingimento ou estampagem, acabamento, além de processos especiais.
Purga 
É a operação que visa eliminar do tecido as impurezas com características oleosas tais como: graxas, ceras e óleos naturais e ou adquiridos durante o processo industrial. Acabamento de tecidos de algodão, no qual o tecido tensionado é submetido à ação de uma solução de soda cáustica a frio. Este acabamento aumenta o brilho do tecido e torna-o mais encorpado e resistente. Mercerização Caracterização do processo de produção da industria têxti
Desengomagem 
A desengomagem é usada para remover a goma aplicada. As fibras sintéticas são geralmente engomadas com gomas solúveis em água, que são facilmente removidas por lavação com água quente, ou no processo de cozimento
 Alvejamento
 O processo de alvejamento visa remover a cor amarelada do algodão e deixá-lo branco, sendo o agente ativo principalmente o peróxido de hidrogênio ou hipoclorito de sódio.
Tingimento
 É o processo químico da modificação de cor da fibra têxtil através da aplicação de matérias coradas, através de uma solução ou dispersão.
...
Em todas as fases de produção têxtil, como fiação, tecelagem, beneficiamento e confecção de vestuário é possível verificar que muitos são os resíduos e impactos causados diretamente ao meio ambiente. Pensando nisso, o setor têxtil mobiliza ações para minimizar os riscos e impactos gerados desde o plantio e adubação até a produção propriamente dita. (SANTOS. A. P. L; FERNANDES. D.S; 2012). 
Sendo o algodão a matéria-prima da produção têxtil, nas etapas de plantio e adubação são utilizados agrotóxicos e pesticidas prejudiciais não só ao meio ambiente, mas também à saúde humana. Assim, tendo em vista que esses componentes são usados em quantidades maiores do que o indicado, eles causam diversos impactos ao meio ambiente, tais como: poluição de água, ar e solo. (SANTOS, S).
Já, nas etapas de produção têxtil, o algodão usado normalmente é tingido com corantes que tem em sua composição diversos elementos como ácidos, sólidos solúveis e compostos tóxicos, os quais podem contaminar os recursos hídricos. Nesse diapasão, considerando que a remoção deles é difícil porque são muito solúveis, eles modificam as características dos recursos naturais e dos seres vivos que habitam os ecossistemas, pois impedem a passagem da radiação solar, alterando a fotossíntese e sendo absorvidos pelos organismos. Para a saúde humana, como em regra são tóxicos, esses compostos além do forte odor exalado, se ingeridos ocasionam problemas que podem estar associados ao câncer de bexiga e do fígado.
Para minimizar os danos dos corantes tóxicos, é possível substituí-los por produtos biodegradáveis, bem como pela sua remoção do meio aquático. Nesse sentido, ressalta-se que a remoção de corantes no Brasil está sendo feita por meio de adsorção, processo este que envolve a retenção de um fluído (adsorvido), no caso o corante por uma superfície sólida (adsorvente). A grande vantagem deste processo é a possibilidade de recuperação do corante concentrado e a reutilização do adsorvente no processo. Este processo utiliza o carvão ativado como composto para realização da remoção, todavia, o custo é elevado e não é eficiente para todos os corantes. Sendo a indústria têxtil uma das maiores geradoras de efluentes líquidos, sabe-se que cerca de 150 litros de água são necessáriospara produção de um quilo de tecido, sendo que, desse volume são descartados 88% como efluentes líquidos e 12% são perdidos por evaporação (LEAO et. al., 2002). Valores esses que levam a concluir que os efluentes líquidos são um dos principais aspectos a serem considerados quando se fala em impactos ambientais desse setor.
Ainda, no que se refere ao impacto ambiental da cadeia de produção têxtil, o acabamento e tingimento de tecidos estão diretamente ligados ao alto consumo de água e, por consequência, aos aspectos ambientais. O maior impacto causado ao meio ambiente se dá em função da utilização de insumos químicos e corantes nas atividades de tingimento e acabamento, pois a água é utilizada nos processos de lavagem, coloração, transferência de calor; aquecimento ou resfriamento (FERREIRA, D. 2011).
Por conter diversos processos produtivos, os efluentes gerados acabam contendo várias substâncias contaminantes, que se encontram nas composições dos produtos químicos utilizados que não são aderidas pelo têxtil e causam danos ao meio ambiente.
Enfim, os efluentes lançados em corpos d’água, tratados ou não, provocam alterações nas características do receptor, podendo ser representativas ou não dependendo da quantidade e concentração da carga lançada. Nesse sentido, é possível citar como principais efeitos: Problemas com o abastecimento público (contaminação microbiológica, variações nas qualidades dos mananciais, produtos químicos e inorgânicos causando alterações como: dureza na cor e no sabor; e o encarecimento do tratamento); comprometimento do abastecimento industrial (limitação para as indústrias e operação e manutenção das caldeiras); problemas na indústria da pesca, na navegação, na agropecuária e na recreação. (FERREIRA, 2011).
Além dos impactos ambientais mencionados acima, o setor têxtil causa poluição do ar e do solo. Do ar devido à queima de óleos e lenhas nas caldeiras que liberam dióxido de enxofre e gás carbônico, gerando respectivamente chuva ácida e efeito estufa. E do solo por meio das infiltrações de água contaminada.
Os diversos produtos químicos utilizados no processo, caracterizados principalmente 
pelos solventes orgânicos, além das caldeiras para produção de vapor, são responsáveis pelas emissões atmosféricas das indústrias têxteis.
Entretanto, comparando esses dois atores, as principais responsáveis pelas emissões 
atmosféricas das indústrias têxteis são as caldeiras utilizadas para fornecimento do vapor, sendo as emissões geradas dependentes diretamente da natureza do combustível queimado, podendo ser liberados gases e/ou material particulado desse processo. O combustível mais utilizado por empresas do setor têxtil é a lenha, acompanhado do óleo BPF. Ainda assim, ocorrem variações para o abastecimento das caldeiras, como a utilização de biomassa, gás GLP ou óleo xisto.
O material particulado é originado, principalmente, na operação de caldeiras a lenha ou a óleo combustível, sob a forma de cinzas e fuligem. Dentre os gases, inclui-se o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono (LEÃO et al, 2002). 
O material particulado, popularmente conhecido como “fuligem”, pode causar danos à saúde dos funcionários e aos moradores das proximidades das fábricas, dependendo da concentração no ambiente e do tempo de exposição. Os óxidos de nitrogênio sob a ação de luz solar se transformam em NO2, que tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 também pode causar prejuízos à saúde (CETESB, 2014).
Os padrões de lançamento de fontes de emissão atmosféricas devem atender ao estabelecido no Anexo I da Deliberação Normativa COPAM Nº 187/2013 , que estabelece as condições e limites máximos de emissão de poluentes para processos de geração de calor a partir de combustão externa de óleo combustível, gás natural, biomassa e derivados de madeira.
Para que os parâmetros medidos após o início da operação das caldeiras não ultrapassarem os estabelecidos pela legislação ambiental vigente, é necessária a adoção de medidas de controle para minimizar a geração da poluição, que podem ser estudadas na fase de projeto da caldeira, por meio da seleção de equipamentos e de combustíveis apropriados, além de adotar procedimentos que garantam a operação adequada da fonte de poluição.
Em caldeiras que utilizam a lenha como combustível, alguns equipamentos de controle como ciclones e filtros, são eventualmente utilizados para controlar as emissões de fuligem. Outro equipamento de controle bastante utilizado é o catafuligem, principalmente para caldeiras de pequena capacidade. O uso de lenha reduz a taxa de emissão de todos os poluentes associados e, além disso, se utilizada de maneira sustentável (por meio de reposição florestal), é capaz de armazenar , sendo esse o principal gás vinculado ao processo do efeito estufa.
No caso da utilização de caldeiras a óleo, por se tratar da utilização de um combustível fóssil, sua combustão resulta na emissão de óxidos de enxofre, principalmente o dióxido de enxofre (SO2), sendo os lavadores de gases os sistemas mais utilizados.
1- Revoga a Deliberação Normativa COPAM Nº 11/86.
Para um controle ainda mais rigoroso, que contemplaria desde aerossóis até os gases e partículas emitidas, é sugerida a utilização dos precipitadores eletrostáticos, como equipamento de controle, que se baseiam na carga elétrica das partículas. Trata-se de um coletor de partículas bastante eficiente, conseguindo eficiência na faixa de 80 a 99% e pode ser utilizado para uma grande gama de fluxo de gases (SANTOS, 2007). 
É importante ressaltar que os sistemas de controle devem passar sempre por frequentes manutenções para que seu funcionamento ocorra em perfeitas condições e dentro dos padrões impostos pela legislação. Além disso, deve-se monitorar a qualidade da queima através de análises de gases coletados, para medir os teores de oxigênio e monóxido de carbono (CO), uma vez que assim será possível obter também informações a respeito da qualidade do processo de queima. A administração correta da quantidade necessária de ar na queima é importante, uma vez que seu excesso acarretará na diminuição da temperatura da chama e, consequentemente, na perda de calor, o que irá exigir maior quantidade de combustível, ou quando em escassez, acarretará uma combustão incompleta e formação de fuligem e fumaça, além do monóxido de carbono (CO) já citado.
Tais impactos podem ser minimizados pelo uso de filtros e equipamentos adequados para a saída dos gases com pouca ou nenhuma impureza, bem como, no caso do solo, a poluição pode ser evitada se utilizados filtros ou se for feita uma avaliação topográfica dos terrenos onde estão implantadas as empresas.
 As indústrias têxteis também usam, na etapa de fiação do algodão, muito calor e energia. Todavia, esse calor pode ser reaproveitado por um sistema de captação de calor e utilizado na indústria de forma a proporcionar para as pessoas envolvidas no processo um maior bem estar, diminuindo o uso de ar condicionado e consequentemente o consumo de energia. Visa-se transformar um impacto ambiental em benefício para o trabalhador.
Além destes, são geradas grandes quantidades de resíduos sólidos, dentre as quais se destacam o descaroçamento do algodão e os restos de tecidos e fios. Durante o processo produtivo, a quantidade de geração de resíduos sólidos é diretamente proporcional ao consumo de matéria-prima, sendo que a etapa de fiação apresenta perdas de 5%, enquanto a de tecelagem apresenta perdas de 15%, ambas porcentagens em média.
 Já, a etapa de abertura do algodão ocasiona dois tipos de resíduos sólidos as cascas e piolhos do algodão, os quais podem ser reaproveitados como adubo orgânico e ração para animais. Ainda, a matéria-prima não processada, devido ao tamanho das fibras ou qualidade, pode ser comercializada para a confecção de fios menos nobres (barbantes, colchas, redes) ou para empresas de recuperação deste material. 
E, finalmente, nas etapas de fiaçãoe tecelagem, os resíduos sólidos mais comuns são as fitas e pavios, que podem ser novamente reincorporados ao processo produtivo, a partir do setor de abertura, segundo o Guia técnico ambiental da indústria têxtil. 
CONCLUSÃO
É cediço que qualquer atividade, por menor que seja, irá gerar impactos ambientais, sejam eles de pequena ou grande extensão, irreversíveis ou não. Cabe, portanto, cada setor escolher os melhores métodos, maneiras e equipamentos para amenizar os danos causados ao meio ambiente.
Nesse sentido, algumas atitudes como a utilização de filtros e a substituição de corantes tóxicos por produtos biodegradáveis são possíveis soluções aos danos ambientais causados pela indústria têxtil. Assim, não obstante os custos dispendidos em todo o processo de fabricação têxtil, o mais importante é saber que ao utilizar um produto que causa menos impactos estar-se-á não apenas ajudando o meio ambiente a se manter equilibrado, mas também preservando a vida.
Dessa forma, desenvolver-se de forma sustentável traz uma série de benefícios não apenas para a indústria têxtil, como para toda e qualquer indústria e para a sociedade como um todo, tais como: aumento da rentabilidade do negócio, melhoria da imagem, aumento da produção e melhoria da qualidade do produto, menor desperdício, uso adequado da água, da energia e das matérias-primas, redução da geração de resíduos, efluentes e emissões e melhora nas condições de trabalho e saúde.

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