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19/09/14 19:52Portal Ciência & Vida - Filosofia, História, Psicologia e Sociologia - Editora Escala.
Página 1 de 3http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/68/artigo252719-1.asp
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Capa
Virtualização dos saberes
Na discussão sobre se o virtual é real, Pierre Lévy defende que a interação e troca do conhecimento,
propiciados pela Cibercultura, possibilita ao homem participar de uma "inteligência coletiva", que funcionará
como instrumento para resgatar a sua subjetividade
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O advento das tecnologias eletrônicas na Cultura contemporânea conduz a
uma frutífera re ​ exão sobre a questão da virtualização dos saberes,
circunstância própria da era informática na qual, de uma maneira geral,
estamos todos inseridos. Certamente, jamais encontramos tanta facilidade
para a divulgação imediata de conteúdos tal como atualmente existe no
sistema informático, circunstância que, interpretada por um viés otimista,
representa uma democratização do processo de criação intelectual e sua
consequente difusão pública. Nessas condições, Pierre Lévy a ​ rma: "As
atividades de pesquisa, de aprendizagem e de lazer serão virtuais ou
comandadas pela economia virtual. O ciberespaço será o epicentro do
mercado, o lugar da criação e da aquisição de conhecimentos, o principal
meio da comunicação e da vida social".¹
A "Cibercultura" é um termo utilizado na de ​ nição dos agenciamentos
sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual. Estas comunidades
estão ampliando e popularizando a utilização da Internet e outras
tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior aproximação
entre as pessoas de todo o mundo. Este termo se relaciona diretamente
com as dinâmicas sociais, econômicas, políticas e ​ losó ​ cas dos indivíduos
conectados em rede, bem como a tentativa de englobar os
desdobramentos que este comportamento requisita.
 
 
A ANÁLISE GENEALÓGICA DO CONCEITO
FILOSÓFICO DE VIRTUAL NOS REMETE A
ARISTÓTELES, QUE ESTABELECE A
CÉLEBRE DISTINÇÃO ENTRE ATO E
POTÊNCIA
Uma análise genealógica do conceito ​ losó ​ co
de virtual nos remete diretamente a Aristóteles,
que estabelece a célebre distinção entre ato,
aquilo que está efetivamente realizado, e
potência, aquilo que virá a ser e que existe em
nível intensivo: "O que não tem potência de ser
 
Edição nº 98
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Renato Nunes Bittencourt é
doutor em Filosofia pelo PPGF-
UFRJ, professor do Curso de
Comunicação Social da
Faculdade CCAA, da Faculdade
de Flama e do Departamento de
Filosofia do Colégio Pedro II e
Membro do Grupo de Pesquisa
Sinoza & Nietzsche
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não pode existir em parte alguma, enquanto
tudo o que tem potência pode também não
existir em ato. Portanto, o que tem potência
para ser pode ser e também pode não ser: a
mesma coisa tem possibilidade de ser e de não
ser".²
A base ontológica da Internet se sustenta pela
qualidade do virtual, conceito problematizado
na Filoso- ​ a Contemporânea, em especial por
Gilles Deleuze e IMAGENS: SHUTTERSTOCK
por Pierre Lévy, que segue nesse quesito os
parâmetros intelectuais delineados por aquele.
É importante destacar que, para a consciência
irre ​ etida do senso comum, o virtual
representaria algo próprio do irreal, quiçá
inexistente de fato. Todavia, tal perspectiva não corresponde ao signi ​ cado ​ losó ​ co de virtual: algo que existe sem possuir,
todavia, concretude, caráter palpável, encontrando-se assim em estado de potência; o virtual ainda não é de fato, atual, mas
poderá vir a ser; assim sendo, o virtual de alguma maneira já existe, ainda que em uma dimensão não concreta. Conforme
argumenta Deleuze, "O virtual não se opõe ao real, mas apenas ao atual. O virtual possui uma plena realidade como virtual [...]
O virtual deve ser de ​ nido como uma parte própria do objeto real - como se o objeto tivesse uma de suas partes no virtual e aí
mergulhasse como numa dimensão objetiva".³
 
O termo "Cibercultura" é utilizado para designar os processos de agenciamentos sociais no mundo virtual. A criação de comunidades e grupos neste espaço permite
que as pessoas se conectem com mais facilidade, aumentando a aproximação e os números de adeptos a esta prática
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Aristóteles estabelecia uma distinção sobre ato e potência. Para
ele, ato era aquilo que está efetivamente realizado, e potência é
aquilo que ainda virá a ser, sendo assim, nem sempre um termo
poderia se desdobrar no outro e vice-versa
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Virtualização dos saberes
Na discussão sobre se o virtual é real, Pierre Lévy defende que a interação e troca do conhecimento,
propiciados pela Cibercultura, possibilita ao homem participar de uma "inteligência coletiva", que funcionará
como instrumento para resgatar a sua subjetividade
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O virtual se caracteriza pela intensidade. A potência do virtual reside na
sua fonte inde ​ nida de atualizações, circunstância que transcende as
naturais limitações espaço- temporais tal como existentes nos processos
difusores comuns. Decorre desse contexto a assimilação do conceito de
virtual pelo jogo de linguagem da Informática, ela mesma um modelo de
discurso epistemológico que trouxe para o âmbito do pensamento humano
a re ​ exão sobre a possibilidade de um meio desprovido de extensão
fornecer aos seus usuários uma possibilidade de trocas constante de
conteúdos informativos. Pierre Lévy a ​ rma que "Na acepção ​ losó ​ ca, é
virtual aquilo que existe apenas em potência e não em ato, o campo de
forças e de problemas que tende a resolver-se em uma atualização. O
virtual encontra-se antes da concretização efetiva ou formal (a árvore está
virtualmente presente no grão). [...] É virtual toda entidade
"desterritorializada", capaz de gerar diversas manifestações concretas em
diferentes momentos e locais determinados, sem contudo estar ela presa a
um lugar ou tempo em particular".4 Um meio virtual, no sentido amplo, é
um universo de possíveis, calculáveis a partir de um modelo digital.
ENTRE DOIS MUNDOS
O virtual não se contrapõe aoreal tal como nós o conhecemos no cotidiano; é, na verdade, uma espécie de extensão desse
mundo que denominamos como "real" por meio de instâncias imateriais, justamente pelo fato de não depender de bases
concretas para se desenvolver: "O virtual não "substitui" o "real", ele multiplica as oportunidades para atualizá-lo".5 Nessas
condições, torna-se claro que em cada momento de nossas existências e experiências nos encontramos plenamente delineados
pela condição virtual: "O mundo humano é "virtual" desde a origem, mesmo antes das tecnologias digitais, porque contém por
todo o lado sementes do futuro, possibilidades inexploradas, formas por nascer que a nossa atenção, os nossos pensamentos,
as nossas percepções, os nossos atos e as nossas invenções não param de atualizar".6
O desenvolvimento das tecnologias informáticas, considerada em uma dimensão intelectual, expressaria a culminação da
experiência da "pós-modernidade", caracterizada pela contraposição aos discursos totalizantes e às narrativas teleológicas
(progresso contínuo da humanidade, ação soteriológica do saber cientí​ co) próprias da era moderna. A exaustão desse projeto
civilizatório conduziu, no plano da construção social do conhecimento, a uma valorização das diferenças e a necessidade de
inclusão antropológica dos grupos até então relegados aos con ​ ns periféricos da criação intelectual. Obviamente que as
facilidades técnicas proporcionadas pelo advento da informática dinamizaram a produção dos saberes e sua subsequente
comunicação, inclusive por indivíduos alheios ao mundo acadêmico. Conforme destacado pelo ​ lósofo francês Jean-François
Lyotard, "É razoável pensar que a multiplicação de máquinas informacionais afeta e afetaria a circulação dos conhecimentos, do
mesmo modo que o desenvolvimento dos meios de circulação dos homens (transportes), dos sons e, em seguida, das imagens
(Mídia) o fez".7
 
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(Mídia) o fez".7
A expansão da informática e sua culminação epistemológica pela Internet possibilitaram o desenvolvimento de um sistema
colaborativo entre os indivíduos separados espaço-temporalmente em decorrência das condições físicas da própria condição
concreta da existência, mas virtualmente uni ​ cados pela grande rede: "Sujeitos e objetos, autores e destinatários perdem a sua
bem distinta identidade em favor de redes contínuas de produção de informações".8
 
A potência do virtual está caracterizada pela rapidez e a constante capacidade de atualização entre os membros que utilizam o meio
 
Os recursos interativos disponíveis antes do advento da Internet se fundamentavam tecnicamente nos padrões "Um-Um"
(telefone) e "Um-Todos" (televisão, rádio, jornal). A propagação da Internet faz com que alcançamos assim o estado
comunicativo denominado por Pierre Lévy de "Todos-Todos", caracterizado por promover a interação plena de informações entre
todos os usuários, sujeitos criadores, conectados na rede virtual.9 A disposição informativa "Todos-Todos" promove a interação
mútua de informações entre todos aqueles que se encontram conectados na rede virtual, pois que, conforme vimos
anteriormente, esse meio elimina as barreiras das categorias do espaço e do tempo.
ZYGMUNT BAUMAN cunhou o termo "liquidez" para caracterizar o atual momento da sociedade, que é fruto
de constantes mudanças e "avanços". Para ele, uma das consequências desses avanços é que o mundo está
se transformando em um único país
 
 
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Na discussão sobre se o virtual é real, Pierre Lévy defende que a interação e troca do conhecimento,
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A mensagem parte de um centro difuso para atingir uma periferia
numerosa de receptores separados entre si ​ sicamente. Esse processo
comunicativo é o único que torna os usuários centros ativos da construção
dos modelos de contato interpessoal. Cada um de nós pode perfeitamente
fazer parte desse processo de construção coletiva de conhecimentos a ser
compartilhado publicamente no Ciberespaço, dimensão virtual na qual
ocorrem as interações informativas entre as pessoas, sem que, todavia,
exista uma de ​ nição nítida do espaço e do tempo no qual se dão tais
acontecimentos. A partir da expansão da Internet, a possibilidade de haver
uma maior comunhão dos conhecimentos elaborados alcançou um nível
jamais imaginado até então pelas estruturas epistemológicas das eras
precedentes. Todavia, há uma curiosa tendência a se dizer que a Internet
consumou o esvaziamento das relações pessoais. Será que é mesmo a
Internet a motivadora por excelência da separação afetiva entre as
pessoas? Ou não seria talvez o ritmo vertiginoso das relações de trabalho,
os inúmeros problemas de infraestrutura da sociedade contemporânea que
motivam esse distanciamento interpessoal?
Na era informática, a construção antropológica do saber se torna uma
experiência multilateral, e não mais unilateral, conforme os princípios
dogmáticos da instituição teológica normativa (sectária do argumento de
autoridade), ou bilateral, disposição característica da relação dialógica;
desse modo, todos os sujeitos devidamente conectados na rede eletrônica
tornam-se difusores de conceitos, informações, saberes. Pierre Lévy
denomina essa experiência holística de "inteligência coletiva", pois a
Internet depende, para o seu contínuo progresso, da atividade plena dos
seus usuários, que elaboram de maneira interativa os conteúdos
disponibilizados na rede virtual: "O problema da inteligência coletiva é
descobrir ou inventar um além da escrita, um além da linguagem tal que o
tratamento da informação seja distribuído e coordenado por toda parte,
que não seja mais o apanágio de órgãos sociais separados, mas se
integre naturalmente, pelo contrário, a todas as atividades humanas, volte
às mãos de cada um".10 A ​ nalidade da inteligência coletiva consiste em
colocar os recursos das grandes coletividades ao serviço das pessoas e
dos pequenos grupos, e não o contrário. Tanto melhor, ela engendra uma
mobilização otimizada das competências criativas dos indivíduos: "Longede fundar as inteligências individuais em uma espécie de magma indistinto,
 
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Para Pierre Lévy, a programação da internet gerou um estado
comunicativo denominado "Todos-Todos", ocasionando o que ele
acredita ser um estado de "inteligência coletiva", em que todos
partilham seus conhecimentos e saberes
Desde sua origem, o mundo humano já era virtual, pois a vontade
e os sonhos com novas realidades, novas possibilidades
inexploradas e divagações sobre o futuro sempre permearam os
pensamentos, atos e percepções
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de fundar as inteligências individuais em uma espécie de magma indistinto,
a inteligência coletiva é um processo de crescimento, de diferenciação e
de retomada recíproca das singularidades".11
LÉVY DENOMINA "INTELIGÊNCIA
COLETIVA" A EXPERIÊNCIA DA ATIVIDADE
PLENA DOS USUÁRIOS, QUE ELABORAM
DE MANEIRA INTERATIVA OS CONTEÚDOS
DA REDE
 
Trata-se do deslocamento de um sistema em que o emissor produz um discurso, enviando-o em seguida para um grupo de
receptores para uma estrutura de comunicação multidirecional, onde não está de ​ nido quem são os emissores e os receptores.
O ​ lósofo polonês Adam Scha ​ postulava que a sociedade informática permitirá a formação do homem universal, no sentido de
sua formação global, que lhe permitirá fugir do estreito caminho da especialização unilateral e não de se libertar do
enclausuramento numa cultura nacional - para converter-se em um cidadão do mundo no melhor sentido do termo.12
O jogo de linguagem da Internet exige do usuário uma transformação em
seus paradigmas intelectuais, sustentados tradicionalmente por uma
adequação a um modelo epistemológico de caráter centralizador próprio
da con ​ guração ideológica da Cultura ocidental, marcada pelo respeito
cego ao argumento de autoridade e aos discursos universalistas próprios
da tradição ocidental. Contudo, o advento das redes informáticas originou
a divisão in ​ nita da subjetividade humana e seus dispositivos intelectuais.
Nesse contexto, o sociólogo espanhol Manuel Castells pondera que "A
elasticidade da Internet a torna particularmente suscetível a intensi ​ car as
tendências contraditórias presentes em nosso mundo. Nem utopia nem
distopia, a Internet é a expressão de nós mesmos através de um código de
comunicação especí​ co, que devemos compreender se quisermos mudar
nossa sociedade".13 A estrutura da comunicação em rede aponta para
desdobramentos otimistas no que se refere ao processo de
democratização do sistema de comunicação e de interação. Para Pierre
Lévy, "O uso socialmente mais rico da informática comunicacional
consiste, sem dúvida, em fornecer aos grupos humanos os meios de reunir
suas forças mentais para constituir coletivos inteligentes e dar vida a uma democracia em tempo real".14
REORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
Arquivos imensuráveis, a partir do uso do aparato informatizado, são substituídos por recursos especializados virtuais que
substituem, a nível quantitativo, o grande espaço físico destinado ao armazenamento de informações, enquanto que, numa
dimensão qualitativa, esses dados podem ser organizados de modo extremamente meticuloso, evitando-se assim os transtornos
que ocorrem comumente com os arquivos materiais, tais como dani ​ cação dos conteúdos pela ação do tempo ou perdas
irreparáveis desses suportes físicos. Pierre Lévy conclama para que nos "Lembremos que uma das principais virtudes de
tecnologias intelectuais consiste em oferecer ao sistema cognitivo humano memória externa e sistemas de representação
próprios para aliviar a tarefa de sua memória a curto prazo e facilitar a concentração de sua atenção aos elementos mais
pensamentos de um problema em dado instante".15
O conhecimento está ao nosso alcance, há qualquer momento. A ideia de sistemas colaborativos já é uma realidade, e trabalha compartilhando e agregando
informações e saberes entre indivíduos separados espaço-temporalmente
Nicholas Negroponte, fundador do celebérrimo MIT, em um comentário preciso, destaca que a Internet oferece um novo veículo
para se sair em busca de conhecimento e sentidos.16 Por conseguinte, a Internet, possibilitando a comunicação global, a fusão
intelectual entre emissores e receptores e o estabelecimento da interatividade virtual se estabelece em nossa era como um
grande marco epistemológico. Desde as suas origens, a escritura foi concebida e utilizada sob forma de signos relativamente
estáticos sobre um suporte físico. Hoje, graças às telas interativas, a informática abre possibilidades radicalmente novas à
expressividade do pensamento. Tal como destacado por Nicholas Negroponte: "A superestrada da informação nada mais é do
 
 
 
 
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que o movimento global de bits sem peso à velocidade da luz".17 Nessas condições, os discursos contestadores da pertinência
da realidade virtual para a vida humana acabam sendo derrotados pela incompreensão da própria natureza do processo de
instauração dos conteúdos informáticos da Internet, talvez pelo fato de que esta, por não existir de forma concreta, extensiva, dê
a impressão de que apenas lida com ilusões.
1LÉVY, A conexão planetária, p. 51.
2ARISTÓTELES, Metafísica, 1050b.
4LÉVY, Cibercultura p. 47.
5LÉVY, Cibercultura p. 88.
6LÉVY, Filoso ​ a Word, p. 151.
7LYOTARD, A Condição Pós-Moderna, p.4
8LÉVY, A Máquina Universo, p. 37.
9LÉVY, Cibercultura, p. 29.
10LÉVY, A inteligência coletiva, p. 17.
11LÉVY, A inteligência coletiva, p. 32. 
12SCHAFF, A sociedade informática, p. 71. 
13CASTELLS, A Galáxia Internet, p. 11.
14LÉVY, A inteligência coletiva, p. 62.
15LÉVY, A ideogra ​ a dinâmica p. 152-153.
16NEGROPONTE, A Vida Digital, p. 175. 
17NEGROPONTE, A Vida Digital, p. 18.
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2005.
CASTELLS, Manuel. A Galáxia Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Trad. de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2003.
DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Trad. de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2006.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999.
_____. Filosofia Word - o mercado, a cibercultura, a consciência. Trad. de Carlos Aboim de Brito. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.
_____. A conexão planetária: o mercado, o ciberespaço e a consciência. Trad. de Maria Lúcia Homem e Ronaldo Entler. São Paulo: Ed.34, 2001.
_____. A ideografia dinâmica: rumo a uma imaginação artificial? Trad. de Marcos Marcionilo e Saulo Krieger. São Paulo: Loyola, 2004.
_____. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. Trad. de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Loyola, 2003.
_____. A Máquina Universo: Criação, Cognição e Cultura Informática. Trad. de Maria Manuela Guimarães. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Trad. de RicardoCorrêa Barbosa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.
NEGROPONTE, Nicholas. A Vida Digital. Trad. de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SCHAFF, Adam. A sociedade informática. Trad. de Carlos Jordão Machado e Luiz Arturo Obojes. São Paulo: Brasiliense, 2007.
 
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