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Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e AIDS Disciplina MIP00084 – Microbiologia Oral Curso: Odontologia Professora: Adriana de Abreu Corrêa (adrianacorrea@id.uff.br) 2017/02 Após surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o elevado número de pacientes infectados com o do vírus da imunodeficiência humana (HIV) que frequenta o CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO fez com que os profissionais aumentassem a atenção na adoção de medidas de controle de infecção e de biossegurança por considerar que TODO PACIENTE é portador de alguma doença infecto-contagiosa. Quando surgiu? O primeiro caso homem que morreu em 1959 na atual República Democrata do Congo. De onde surgiu? ZOONOSE (????) - o HIV veio do SIV através dos chimpanzés Evidências: organização genômica; relação filogenética; prevalência no hospedeiro natural; coincidência geográfica; vias de transmissão possíveis Histórico da AIDS www.cellscience.com Homologia entre HIV-1 e HIV-2: 40 a 50% Homologia entre HIV-2 e SIV: 75 a 80% Em 1981, a AIDS foi reconhecida oficialmente com entidade patológica pelo “Center for Disease Control” (CDC, USA) Homossexuais Infecções oportunistas Nova doença Junho de 1981: Surto de 8 casos de Sarcoma de Kaposi 1983 - Isolamento de um novo Retrovírus Montagnier - (LAV – vírus associado a linfoadenopatia) Gallo - (HTLV-III – vírus linfotrópico de célula T humana III) 1986 - Comitê de Taxonomia (ICTV) - HIV-1 1986 - Isolamento do HIV-2 A epidemia de AIDS, especialmente na África, é comparável as grandes pragas da história: PESTE NEGRA = 20 MILHOES DE MORTE NA EUROPA GRIPE ESPANHOLA = 100 MILHOES DE PESSOAS Síndrome da imunodeficiência adquiridA = doença infecciosa crônica e progressiva que leva a destruição do sistema imunológico. Caracterizada por alta carga viral e diminuição do número de linfócitos T CD4+ DEFINIÇÃO DA AIDS ???? FAMILIA RETROVIRIDAE Retroviridae Alfaretrovírus Betaretrovírus Gamaretrovirus Deltaretrovírus Epsilonretrovirus Lentivírus Família Gêneros Orthoretrovirinae SpumaretrovirinaeSub-família Spumavírus Classificação Classificação Sub-família Gênero Espécie Orthoretrovirinae Alpharetrovírus Vírus da leucose aviária Vírus do sarcoma aviário Vírus da mieloblastose aviária Vírus do sarcoma de Roux Betaretrovírus Vírus do tumor mamário de camundongo Vírus do Carcinoma Pulmonar de Ovinos Gammaretrovírus Vírus da leucemia felina (FeLV) Vírus do sarcoma felino Vírus da reticuloendoteliose aviária Deltaretrovírus Vírus da leucemia de bovino (BLV) Vírus linfotrópico T humano (HTLV-1, HTLV-2) Epsilonretrovírus Vírus de tumor de peixes Lentivírus Vírus da imunodeficiência humana (HIV-1, HIV-2) Vírus da imunodeficiência de bovino (BIV) Vírus da anemia infecciosa de eqüina (AIE) Vírus da imunodeficiência de felino (FIV) Vírus da encefalite-artrite caprina (CAEV) Vírus Maedi-Visna (MVV) Vírus da imunodeficiência de símio (SIV) Spumaretrovirinae Spumavírus - Lentivírus Persistência da infecção Acumulação de alta taxa de mutação Quasispecies!! -GENOMA integrado - REPLICAÇÃO no sistema imune - INFECÇÃO de macrofagos sem lise celular VARIABILIDADE genética coexistência de SUBPOPULAÇÕES Estrutura Viral www.stanford.edu SU (superfície) GP120 TM (transmembrana) GP41 proteína da matriz (MA) P17 Envelope: genoma diplóide: 2 moléculas de RNA ss (+) proteína de capsídeo (CA) (simetria complexa) Diâmetro: 80 – 120 nm transcripase reversa (TR) integrase (IN) protease (PRO) proteína de ligação ao ácido nucleico (NC) P9 Células alvo do HIV Tropismo celular Células dendríticas Linfócitos B Outros alvos Linfócitos T CD4+ Macrófagos CD4 Linfócitos T CD8+ Natural Killer Reservatório, distribuição Biossíntese Viral Etapas: adsorção a célula hospedeira fusão liberação do genoma viral no citoplasma (desnudamento) transcrição reversa integração expressão gênica (transcrição) empacotamento (tradução) maturação e brotamento Replicação Viral Fase 1 Fase 2 Patogênese do HIV Entrada Localização em tecido linfóide Ativação do Sistema Imune Eliminação parcial do HIV Amplificação do número de partículas virais Perda progressiva da resposta imune Destruição do tecido linfóide AIDS Transmissão - Multiplicidade de parceiros - Não uso de preservativos - Relação sexual Anal - Compartilhamento de seringas FATORES BIOLÓGICOS FATORES COMPORTAMENTAIS -Concentração de vírus nos fluídos biológicos -Estágio da doença (1 aos 6 meses) -Integridade e vulnerabilidade da mucosa envolvida Formas de transmissão: sexual, parenteral e vertical Sexual - Homossexual ou heterossexual (sêmen ou secreções vaginais) - Número de parceiros, estilo de vida Sangüínea - Receptores de sangue ou hemoderivados - Usuários de drogas injetáveis Vertical -Transplacentária (10%); perinatal / pós-natal (20%) Ocupacional -Profissional de saúde: acidente per-cutâneo Transplante de órgãos Formas de Transmissão Não existem relatos de transmissão através de saliva, contato casual, picada de insetos, aerossóis, objetos contaminados O HIV não é transmitido por: Contato pessoal casual com saliva, beijo Picadas de insetos Instalações sanitárias Utensílios de comer www.hpedsb.on.ca Com relação à transmissão do vírus HIV na Odontologia, por acidentes de trabalho, existe um risco pequeno, porém concreto. -Acidente percutâneo, o risco de soroconversão seja de 0,3%; - A possibilidade de transmissão durante um acidente pérfuro-cortante com sangue sabidamente contaminado é baixa, variando de 0,05 a 0,1%, ou seja, de uma chance em mil a 5 chances em um milhão; - Após uma exposição mucocutânea com sangue contaminado o risco e de 0,09%; - Com o advento dos anti-retrovirais, após um acidente de trabalho, um tratamento profilático pode ser realizado, diminuindo ainda mais os riscos de contaminação. Evolução natural da infecção por HIV Doença crônica progressiva COM 4 FASES DISTINTAS 1- infecção aguda: sintomática em 30-60% dos indivíduos 2- Fase assintomática (fase crônico-inflamatória) 3- Fase sintomática 4- Aids ~ 70% com Aids em 10 anos ~ 20% evolução rápida ~ 5% evolução lenta (não-progressores) Soroconversão: 30-60 dias (JANELA IMUNOLOGICA) Pode ser assintomática 30-60 % desenvolvem sintomas: Dor de garganta Dor de cabeça Fadiga Dor muscular Linfonodos doloridos e inchados Rash (lesões na pele) Úlceras orais DURA de 3-6 semanas Infecção Aguda (Sindr. Retrov. Aguda) Fase Assintomática Pode durar + OU - 15 anos; Linfonodos e baço são Sítios de contínua replicação Equilíbrio entre produção e destruição de CD4. LATÊNCIA CLÍNICA !!! Fase Sintomática Inicial Organismo não consegue mais manter o equilíbrio Linf. CD4 baixa Carga Viral aumenta (RNA viral) •Linfoadenopatias Sudorese noturna perda de peso Diarréias L T CD4+ = 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Indivíduo fica com o número de linfócitos T extremamente reduzido; O vírus aumenta muito na corrente sanguínea, órgãos, linfonodos e SNC; Doenças oportunistas tornam o indivíduo enfermo Necessidade de tratamentos especiais Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AIDS infecções oportunistas Malignidades incomunsSíndromes neurológicas Manifestações Clínicas da Infecção pelo HIV Foto: TOM STODDART–IPG/MATRIX Caquexia Alopécia total Debilidade Fathing et al., Atlas Colorido de AIDS e da Doença do HIV. Os portadores de HIV apresentam geralmente, os primeiros sinais clínicos da doença na CAVIDADE BUCAL, assim a realização do diagnóstico precoce pelo cirurgião dentista, é muito importante para tomada de decisão breve, o que beneficiará o portador em relação aos resultados do tratamento. fúngicas bacterianas virais processos neoplásicos e lesões de natureza desconhecida Candidíase: é a manifestação clínica mais comum em portadores do vírus HIV. A candidíase ocorre em 50% dos indivíduos infectados pelo HIV e 90% daqueles com aids. - Em indivíduos infectados pelo HIV assintomáticos é um sinal de descompensação imunológica e com freqüência anuncia a transição para aids Leucoplasia pilosa: lesão branca, não removível à raspagem, localizada principalmente nas bordas laterais da língua, uni ou bilateralmente, sendo associada à presença do vírus Epstein-Barr. É também considerada como um indicativo de comprometimento imunológico, um sinal de progressão da doença Sarcoma de Kaposi: É o tumor mais comum em pacientes com aids, predominando em homens. É um tumor vascular. Existem evidências de que o herpesvírus humano tipo 8 seja o principal co-fator na manifestação dessa neoplasia. Na boca as lesões podem apresentar- se como manchas isoladas ou múltiplas, planas ou elevadas, lisas ou ulceradas, de cor vermelha, violácea ou acastanhada. São assintomáticos e os locais mais comuns de manifestação são o palato e gengiva Considerações na Terapêutica Anti-retroviral HIV Objetivos clínicos Melhorar a sobrevida Reduzir o impacto da doença pelo HIV Melhorar a qualidade de vida Aumentar o peso corporal Objetivos laboratoriais Reduzir a carga viral (RNA viral) Melhorar a função imunológica (número de células CD4) TRATAMENTO?? Alvos da Terapia Anti-retroviral 1- Inibidores da transcriptase reversa 2- Inibidores da protease 3- Inibidores da fusão 4- Inibidores de integrase * 1.1- Nucleosídicos 1.2- Não nucleosídicos A escolha do tratamento Como é feita a escolha do tratamento? Existem 20 drogas aprovadas pelo FDA A recomendação atual é fazer uso de combinação de pelo menos 3 drogas, num regime denominado Terapia Antiretroviral Altamente Ativa – TARV (HAART – highly active antiretroviral therapy) NÃO existe um regime de terapia ÚNICO ou MELHOR, a escolha é individual, entre médico e paciente A presente TARV atua da seguinte maneira: 1) Mantém a replicação viral suprimida para reduzir a geração de vírus (incluindo mutantes) e aumenta os níveis de CD4+; 2) A combinação de drogas demanda o desenvolvimento de múltiplos e simultâneos mecanismos de resistência pelo vírus; 3) No entanto, apesar do sucesso da terapia, o surgimento de variantes resistentes é inevitável ao longo do processo, sendo o principal responsável pela falha terapêutica Prevenção & Controle Campanhas educacionais Evitar promiscuidade sexual Uso de preservativo Tratamento de outras DST Não compartilhar seringas e agulhas Uso de seringas descartáveis Triagem de sangue e hemoderivados Esterilização de instrumentos perfuro-cortantes (alicates de unha, instrumentação médica e odontológica, etc.) Aconselhamento/Tratamento às mães HIV + Orientação aos profissionais quanto às normas de biossegurança para manipulação de líquidos biológicos VACINA???? • Objetivo: – Prevenir a AIDS, mimetizar o estado natural da infecção. – Preparar o sistema imune para um primeiro contato. • Dificuldades: – Instabilidade genômica – Necessidade de modelo animal – Necessidade vacina p/ cada subtipo viral – Necessidade de testes Clinicos em Humanos Vacinas Vírus Atenuado Vírus Inativado Proteína Recombinante Vacina de DNA PAPEL DO DENTISTA NA ABORDAGEM DO INDIVÍDUO COM HIV / AIDS Garantir o atendimento dentro das normas universais de biossegurança Estar atento às possíveis manifestações bucais relacionadas à infecção pelo HIV/AIDS Referir o paciente a serviço de saúde quando da suspeita diagnóstica de infecção pelo HIV ou AIDS Continuar os procedimentos de rotina Interagir com a equipe multidisciplinar
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