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resenha critica O que é Direito

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XV/VALENÇA
RESENHA CRÍTICA
Juliana Pinto dos Santos[1: Aluna do segundo semestre do curso de Direito pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, apresentando Resenha Crítica o à disciplina Introdução ao Estudo do Direito (IED I), ministrada pelo Professor Pedro Camilo. ]
LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. Editora Brasiliense: São Paulo, 1982
A obra “ O que é Direito” do autor Roberto Lyra Filho, traz uma abordagem em cinco capítulos sobre o conceito do termo Direito. Antes de explanar a obra, faz-se necessário uma breve apresentação acerca do autor do livro.
 Lyra Filho diplomou-se em Letras e em Direito, foi jornalista e possuía relevante produção literária, quase toda sob o pseudônimo de Noel Delamare. Escreveu poesia e, com domínio de línguas, traduziu diversas obras. Em 1950, iniciou sua carreira docente, na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, onde lecionava Direito Penal, no cargo de professor-substituto. Posteriormente, assumiu a cátedra de Direito Processual Penal na Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas. Em 1962 transferiu-se para nova capital, Brasília, e abandonou a advocacia para se dedicar exclusivamente à carreira acadêmica. Lecionou tanto na graduação quanto na pós-graduação, nas áreas de Direito Penal, Direito Processual Penal, Criminologia, Filosofia Jurídica, Sociologia Jurídica e Direito Comparado. Ajudou a fundar o Centro Universitário de Brasília (CEUB).
Roberto Lyra Filho foi um pensador da esquerda que, no início de sua carreira jurídica, se destacou por estudos dogmáticos, campo que foi perdendo importância em seu pensamento, progressivamente mais ligado ao Humanismo Dialético e à Filosofia e Sociologia Jurídica, campo em que é um dos expoentes brasileiros do pensamento jurídico de esquerda.
Esclarecido os aspectos preliminares acerca da biografia do autor, convém, pois, salientar que a obra objeto desta resenha é composta por cinco capítulos curtos, de fácil leitura e compreensão, indicado especialmente a quem pretende ter um conceito mais amplo sobre a palavra Direito e aos iniciantes do curso de graduação em Direito, afinal, o discente deste curso deve ter um olhar mais profundo acerca do que significa próprio nome de sua graduação, não se limitando ao termo Direito, apenas ao justo e correto. Roberto Lyra Filho propõe estas definições à luz de teorias e teóricos que contribuem na resposta deste do questionamento título: afinal “O que é Direito?”.
O primeiro capitulo intitulado “Direito e Lei” traz uma reflexão entre estes dois termos, o autor pontua que em alguns casos Direito e Lei podem ser representados pela mesma palavra, tem-se por exemplo, o termo inglês Low que é utilizado em ambas situações. Contudo o autor revela que existe em outros ordenamentos a distinção destas palavras, assim ele cita: “[...] lus e lex (latim), Derecho e léy (espanhol), Diritto e legge (italiano), Droit e loí (francês), Recht e gesetz (alemão), Pravo e zakon (russo), Jog e tõrveny (húngaro) e assim por diante [...]” (LYRA, p.7, 1982). 
Torna-se necessário deixar claro para o leitor que a Lei emana do Estado e esta lei e segundo Lyra filho esta lei atrela-se à classe dominante, aos grupos que comandam o poder estatal. Assim, tem-se o Direito é tratado como reflexos do poder.
O Segundo capitulo – “Ideologias Jurídicas” faz abordagem dos tipos de ideologia jurídicas através da História. O autor esclarece que termo ideologia é amplo, com diferentes significações e para tratar deste tema se utilizará de autores diversos, contudo, ainda segundo Lyra Filho, as distintas concepções sobre ideologia não se anulam, mas sim, completam-se, deste modo o autor suscita “[...], que as abordagens diversas não se excluem reciprocamente, mas ao contrário, se integram, representando, simplesmente, modos distintos de colocar-se o observador perante o mesmo fenômeno.[...]” (LYRA, p.7, 1982). 
A priori, ideologia é o estudo da origem e funcionamento das ideias em relação aos signos que as representam; por conseguinte, passou ser entendida como conjunto de ideias de uma pessoa ou de um grupo. O autor cita Marilena Chauí para explicar que os elementos ideológicos além de estarem presentes na ciência, serve também para à dominação social dos “donos do poder”, quando impõem aqueles falsos conteúdos a práxis social. Contudo, Lyra filho pontua que o termo ideologia deixou de ser apenas um conjunto de ideias, sendo principalmente “[...] como uma série de opiniões que não correspondem à realidade. [...]” (LYRA, p.8, 1982). A partir deste conceito, o autor classifica e reuni a ideologia em três modelos principais que são: a) ideologia como crença; b) ideologia como falsa consciência; c) ideologia como instituição.
O capitulo três – “ Principais Modelos de Ideologia Jurídica”, o autor realiza uma abordagem aos dois modelos básicos de ideologia jurídicas: o direito como ordem estabelecida – o positivismo e o direito como ordem justa - o iusnaturalismo. No discorrer do capítulo, Lyra filho faz uma analogia, utilizando-se de palavras chaves para melhor compreender estas ideologias, desta maneira ele pontua: O positivismo está para norma, assim como, o jusnaturalismo está para Justiça. 
 Ao autor convém salientar, pois, salientar que embora o jusnaturalismos seja aposição mais antiga, é positivismo que prepondera atualmente e que este pertence às ideologias burguesas, a classe dominante no poder e no estabelecimento do poder de cima para baixo. Salienta ainda que acerca Estado, assim o autor afirma:
 “[...]como órgão centralizador do poder, através do qual aquela ordem e classe dominante passam a exprimir-se (neste caso, ao Estado é deferido o monopólio de produzir ou controlar a produção de normas jurídicas, mediante leis, que só reconhecem os limites por elas mesmas estabelecidos).[...]” (LYRA, p.18, 1982).
A partir desta citação de Lyra, observa-se uma relação entre os interesses da classe dominante assegurados por meio do centralizador do poder, ou do local de onde a própria lei que é o “Estado”.
Ainda acerca do positivismo, o autor destaca três espécies desta ideologia, a saber, tem-se: o positivismo legalista; o positivismo historicista ou sociologista; o positivismo psicologista. O primeiro está vinculado a lei, não podendo invocar um costume contra a lei; a segunda o positivismo historicista ou sociologista “[...] volta-se para as formações jurídicas pré-legislativas, isto é, anteriores à lei. Mergulha, então, nas normas jurídicas não escritas, não organizadas em leis e códigos, [...]”. (LYRA, p.19, 1982). Por último e não menos importante, o autor traz o positivismo psicologista - deve considerar os princípios perfeitamente compatíveis com a ordem estabelecida.
Da mesma maneira, o Direito natural é classificado pelo autor sob três formas: a) o direito natural cosmológico; b) o direito natural teológico; c) o direito natural antropológico. Assim, as definições são apresentadas objetivamente e em poucas palavras por Lyra filho “[...] A primeira liga-se ao cosmo, o universo físico; a segunda volta-se para Deus; a terceira gira em torno do homem.[...]” (LYRA, p.24, 1982).
O quarto capitulo – “Sociologia e Direito”, o autor destaca oportunamente, que não cabe no referido capitulo explanar o Direito de todos os povos, através dos tempos, pois fazendo isto, segundo o escritor da obra, não proporcionaria o processo de formação, transformação e substituição de normas jurídicas, ainda segundo ele, a história é considerada um labirinto, onde é possível perde-se nos casos de fatos isolados. Assim, Lyra filho a luz de teóricos como Hengel e Marx aborda que que para o estudo de fatos: “[...] procuravam a conexão necessária de fatos relevantes, seguindo uma hipótese de trabalho. Esta, formulada ao contacto dos processos sociais, num exame preliminar, era, depois, submetida a pacientes e constantes verificações metódicas. (LYRA, p.32, 1982)
Para tanto, faz-se necessário salientar a relação propostano titulo deste capitulo. No primeiro momento, o autor esclarece a distinção entre Sociologia Jurídica e Sociologia do Direito. Este trata-se do estudo do Direito como instrumento, ora de controle, ora de mudança, sociais; da pluralidade de ordens normativas, decorrente da cisão básica em classes, com normas jurídicas diversas. Enquanto aquele faz referência estuda a base social de um direito específico. Para o autor é a Sociologia do Direito que analisa da maneira por que o direito estatal reflete a sociedade em suas linhas gerais. Contudo, Lyra Filho deixa claro que ambas Sociologias dialogam entre si numa espécie de intercambio permanente, possuem elementos ideológicos, entretanto, cada uma com suas distinções e especificidades, não podendo considera-las a mesma a mesma coisa.
O quinto e último capítulo – “A Dialética Social do Direito”, o autor permite considerar que uma sociedade sofre influência de outros países, deste modo, Lyra, estabelece uma crítica a mídia, deixando claro que na TV, além da programação “enlatada”, como jogos de futebol, existem também produtos ideológicos trazidas principalmente através de imagens significativas, compelindo mensagens aos telespectadores, as quais, segundo o autor, podem ser boas ou ruins, ressaltando ainda, que através da mídia, os imperialistas logram implantar sua cultura, além de um conjunto de instituições e ideologias a qual se pretende legitimar para garantir o controle da classe social, essas ideologias, pertencem, é claro, à classe dominante, que deseja a todo custo assegurar o modelo de dominação vigente.
Além dos pontos mensurados, o autor atrela os fatos sociais acima mencionados às infraestruturas - a base está sob o domínio da burguesia, propondo as ideologias que refletem na superestrutura. O autor revela ainda que, as oposições de ideologias entre dois grupos (opressores e oprimidos), por exemplo, podem ter um fim comum, que segundo Lyra, são as revoluções e revoltas.
 A obra, “O que é Direito”, do autor Lyra Filho, é finalizada, portanto, trazendo em suas últimas páginas, uma simples definição, além de objetiva, clara e precisa: “Direito, em resumo, se apresenta como positivação da liberdade conscientizada é conquistada nas lutas sociais e formula os princípios supremos da Justiça Social que nelas se desvenda”
A partir da leitura desta obra, adquire-se de um conceito mais amplo ao que tange a palavra chave do livro “Direito”, é possível inferir no discorrer dos capítulos um viés marxista e sociológico na obra, tendo em vista, que são mencionadas ideias de Karl Marx, através das lutas de classes, o capitalismo/socialismo, a infraestrutura/ superestrutura, bem como, analisa-se o conceito de Direito sob prismas sociológicos, como base na dialética, na ideologia, da sociologia jurídica e da sociologia do Direito. 	Além dos pontos mensurados, fica claro uma visão do Direito, que antes da leitura da obra em questão, muitos não possuem, que é o Direito voltado para assegurar os interesses de uma classe, essa classe, por sua vez, é minoria que detém o poder, considerado pelo autor como a classe dos dominantes espoliadores e opressores.

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