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TERAPÊUTICA VETERINÁRIA 28/11/2017 TERAPÊUTICA RESPIRATÓRIA Principais drogas que atuam no sistema respiratório 1. Broncodilatadores: Promovem dilatação bronquiolar e facilitam ventilação alveolar 2. Antitussígenos: Diminuem ou suprimem a tosse 3. Estimulantes respiratórios: Estimulam centro respiratório (SNC) 4. Expectorantes/mucolíticos: Eliminam secreções traqueobrônquicas Brônquio normal: sem células infiltrativas, muco límpido. Crônica: catarro e células inflamatórias infiltrativas Status asmático franco: se ele não for debelado, + das fbs, causando broncoconstrição, extravasamento do plasma e edema (sopa inflamatória do pulmão: dobro de células inflamatórias); sistema de defesa Redução do EpDRF PGEF2 -> NO e canabinoides Substancias estranhas e agentes patogênicos fixam-se na mucosa e estimulam a liberação da sopa inflamatória Vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular ocasionando edema da submucosa Estimula a produção de muco patológico (esputo), que tende a obstruir as estruturas de 3ª ordem, reduzindo as trocas, Infiltração celular da submucosa com polimorfonucleares, mastócitos e eosinófilos e liberação de enzimas que destroem os tecidos, tais como elastase, protease, proteínas catiônicas eosinofilicas que lesam o epitélio promovendo broncoconstrição... Status asmaticus BRONCODILATADORES Promovem dilatação (broncodilatação) e aumento lúmen das vias respiratórias Facilitam ventilação alveolar (murmúrio vesicular – inspiração sem ruídos) Ruídos aparecem pela falta de ventilação pulmonar; sibilo = broncoconstrição. Estimulam eliminação muco bronquial (participação maior de citocinas e quimiocinas) Diminuem liberação mediadores inflamatórios Diminuem a hipertrofia das células musculares lisas. Principais broncodilatadores: Beta adrenérgicos: agonistas B1 e B2; agonistas B2 seletivos Metilxantinas são considerados obsoletos para humanos, mas são bastante utilizados em animais Anticolinérgicos ou antagonistas muscarinicos M3 (geralmente associados a agonistas B adrenérgicos) CorticosteroidesPromovem dilatação e aumento lúmen das vias respiratórias Facilitam ventilação alveolar Estimulam eliminação muco bronquial Diminuem liberação mediadores inflamatórios de ação local, de retenção pulmonar que não cai na circulação sanguínea. Broncodilatadores B adrenérgicos Distribuição dos receptores beta adrenérgicos no sistema cardiorrespiratório Receptores beta 1 – coração Receptores beta 2 – glândulas brônquicas, mastócitos e musculatura lisa dos brônquios Em termos de emergência (UTI), não existe uma ferramenta que seja B2 seletivo, logo que o paciente é entubado, ele recebe adrenalina IV, ou isoproterenol (?) ou dobutamina. Mecanismo de ação: ativação dos receptores beta adrenérgicos 7alfa hélice transmembrana (proteína G), causando relaxamento dos músculos brônquicos lisos. Indicações: Grandes animais: pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Pequenos animais: anafilaxia, pneumonias, bronquite crônica, asma, edema pulmonar e outras condições patológicas das vias aéreas inferiores. Papel do AMP cíclico na broncodilatação - Origem Ativação dos receptores ß-adrenérgicos. Ativação da enzima adenilciclase Conversão do ATP – AMPc. A inativação do AMPc se dá pela ação da fosfodiesterase (AMPc-5AMPc). Obs1: por isso, a indicação desses fármacos sempre deve ser acompanhada de um broncodilatador de efeito lento - Consequências do aumento de AMPc intracelular Aumento de cronotropismo e inotropismo cardíaco. (OBS: isso pode decorrer do excesso do uso de agonista beta 2, que passa a não ser mais seletivo e ocupa beta 1). OBS2: agonistas beta 2 tem como efeito colateral pontual a promoção de tremores musculares devido a ativação de receptores beta2 da fibra esquelética e isso deve ser diferenciado das palpitações decorrentes da ativação cardíaca. Relaxamento da musculatura lisa pulmonar. Inibição da degranulação mastocitária. (isso é bom pois a histamina é um complicador dos status asmaticus) AGONISTAS ß1 e ß2 Adrenalina estimulante receptor ß e α simpatomimética poderosa ação broncodilatadora diminuição liberação mediadores inflamatórios diminuição da produção de secreção brônquica USADA EM EMERGENCIAS, SOMENTE! Não seletivos: isoproterenol e dubotamina (derivado + estável da adrenalina) Indicações: Recomendada para pequenos animais com reação anafilática - Combate dos efeitos hipotensores e bronconstritores decorrentes da liberação de histamina (adrenalina é o antagonista fisiológico da histamina – equilíbrio bidirecional). (adrenalina é anti choque hipovolêmico) Inadequada para tratamentos a longo prazo devido aos efeitos cardiovasculares que provoca. Dose Preferencialmente utilizar 1 dose apenas. 0,01 – 0,05 mg/kg IV Apresentação: ampolas de 1 ml na diluição 1:1000 (0,01%). AGONISTAS ß2 seletivos capazes de produzir broncodilatação com um mínimo de estimulação cardíaca seletividade se perde em doses elevadas provocando estimulação cardíaca intensa (fármacos preferenciais, porém não seletivos) recomenda-se pequenas doses sob a forma de aerossol (sob forma de nebulização ou micro particulado com micro dosador). a administração junto com nebulização fornece o benefício adicional da umidificação das vias respiratórias inibem liberação histamina aumentam função mucociliar A primeira droga desenvolvida foi a terbutalina, porem esta sendo deixada de lado devido aos efeitos fugazes (dura apenas alguns minutos). Agonistas ß2 seletivos Fenoterol (Berotec®- nebulização) - 1-2 gotas/5kg de peso (pediatria humana) - Dose máxima de 12 gotas (para um cão médio) - 2 - 4 gotas em 10 ml de solução fisiológica (para nebulização) - 10 a 30 minutos, (várias vezes ao dia) Restrições: dificuldade de cooperação do paciente; necessidade de nebulizador e máscara Outros: Salbutamol, albuterol, terbutalina, etc Clembuterol Cães e gatos (Pulmonil gel® fr 20 ml) Dose: 0,8 μg/kg (0,04 ml/kg) VO BID por 5-15 dias. Cada acionamento rápido da válvula corresponde à 0,16 ml. Cada acionamento lento libera uma gota (0,05 ml). Nas 4 primeiras aplicações fazer a adaptação do paciente fornecendo metade da dose Equinos e bovinos (Pulmonil gel® fr 100 ml) Dose: 0,8 μg/kg (4 ml/100 kg) VO BID por 5-15 dias Cada acionamento libera 4 ml Fazer a adaptação do paciente PULMONIL PÓ®: FORNECER 5g/125 KG BID 5-15 DIAS Agonistas ß2 seletivos Efeitos colaterais: Hipopotassemia devido ao aumento do efluxo (entra sódio e sai potássio da célula) Maior atenção para pacientes sob uso de diuréticos espoliadores de potássio Hipopotassemia pode aumentar arritmias em pacientes em uso de digitálicos (faltando potássio, o digitálico começa com seus efeitos tóxicos, começando com arritmia e depois sístole). Ação anticonstritiva sobre a musculatura do útero. Metilxantinas Teofilina (Aminofilina) Mecanismo de ação Inibição da enzima fosfodiesterase aumento dos níveis de AMPc nos mastócitos, musculatura lisa dos brônquios e coração (da taquicardia) melhora a contratilidade dos músculos respiratórios Indicações edema pulmonar (excelente para os de origem cardíaca) colapso de traqueia e brônquios traqueobronquite bronquite alérgica doenças obstrutivas vias aéreas enfisemas por aumentar a complacência muscular OBS: são complementares à administração de agonistas beta2, pois apresentam um efeito mais duradouro e com menos efeitos colaterais, faz-se doses de ataque com agonistas b2 e a manutenção da broncodilatação com as metilxantinas. Posologia e formas farmacêuticas - Cães (aminofilina®) - 10 mg/kg VO, IM, IV T.I.D - Caixa com 20 cp/ 100 e 200 mg - Embalagem com 5 ampolas de 10 ml contendo 240 mg - Gatos (aminofilina®) - 6,6 mg/kg VO, IM, IV B.I.D - Equinos (aminofilina®) - 5 mg/kg IM, IV B.I.D - Caixa com 100 ampolas de 10 ml contendo 240 mg - Bovinos (aminofilina®) - 1- 3 mg/kg IM, IV T.I.D Contraindicações Não deve ser usada concomitantemente com cimetidina Esta reduzo “clearence” (20-30%) do medicamento, inibindo o metabolismo microssomal hepático. Náuseas, vômito, tremores e taquicardias. Promove ainda um relaxamento da musculatura esofágica. Anticolinérgicos Atropina Mecanismo de ação Promove bloqueio dos receptores muscarinicos (M3 e também M1) presentes na musculatura lisa brônquica. (as fibras M1 ficam expostas – reflexo da tosse) Broncodilatação Inibe secreções nasais, boca, faringe e brônquios Resseca mucosa trato respiratório (inalação e muita solução fisiológica) Efeitos cardíacos (não deve ser usada por períodos prolongados) Indicações - broncoconstricção Posologia - Cães e gatos: 0,02 – 0,044 mg/kg, T.I.D CORTICOSTERÓIDES e AINEs Mecanismo de ação Reduzem edema da mucosa brônquica Redução da tosse Atuam nos mastócitos, PNF, macrófagos e linfócitos, inibindo mediadores da inflamação. (diminuem a celularidade num contexto geral) Indicações Tratamento de edema pulmonar Bronquite alérgica Asma felinaDroga Dose Via Dexametasona 0,1 – 0,2 mg/kg IV, IM, VO, b.i.d, s.i.d Metilprednisolona 1 mg/kg IM, SC, 1 a 3 x sem. Prednisolona 0,5 – 1 mg/kg VO, b.i.d, s.i.d Flunixin-meglumine 1,1 – 2,2 mg/kg IV (eqüino) 2,2 mg/kg IV (bovino) Betametasona 0,5 – 1 mg/kg VO, b.i.d, s.i.d A grande maioria dos AINES não tem eficácia antinflamatória sobre o pulmão, inclusive em alguns casos são complicadores da asma. ANTITUSSÍGENOS (BEQUICOS) Supressão completa ou parcial da tosse Prescrever somente nos casos de tosse improdutiva (não expele nada após tosse). Antes de prescrever: checar a possibilidade de infecções crônicas (pneumonias). suspeitar de resposta inflamatória a trauma ou infecções Local de ação 1) centro da tosse (SNC) 2) receptores periféricos nas vias aéreas superiores - tosse grave, persistente, seca e improdutiva exacerba a inflamação e irritação mucosa promove a hiperdistensão alveolar, enfisema (retenção de ar no parênquima) provoca pneumotórax, fraqueza e exaustão Codeína (Tylex®) Os opioides são considerados os verdadeiros antitussígenos ao atuarem no centro da tosse na região do núcleo do trato solitário (muito próximo ao centro do vomito – por isso o esforço da tosse pode levar a emese). A codeína é um derivado opiáceo, porem com menos possibilidade de sedação, somente em altas dosagens a codeína ao fazer a primeira passagem pelo fígado se transforma em dimetilmorfina (que tem efeito sedativo). Comprimidos de 7,5 mg e 30 mg Derivado semi-sintético da morfina Suprime tosse: ação central Fraca analgesia e sedação Dose: 1 a 2 mg/kg, TID, VO Butorfanol (Torbugesic®) Potente ação em cães Analgésico Efeito mais prolongado Dose: 0,1 mg/kg, b.i.d, SC, IM Apresentação em frasco ampola de 10 ml (10 mg/ml). Dextrometorfano (Silencium®, Helifenicol®) Isento de efeito analgésico e sedativo Eleva o limiar da tosse Não interfere nas secreções Dose: 2 mg/kg, t.i.d, q.i.d, VO. Também existe a apresentação injetável nesse caso. ESTIMULANTES RESPIRATÓRIOS Cloridrato de Doxapram (Doxapram-V®) Mecanismo de ação (Também chamado de analéptico respiratório – muito utilizado na ressuscitação/reanimação respiratória e cardiovascular) Estímulo do centro respiratório no SNC (bulbo) Ação direta sobre quimiorreceptores das regiões carotídea e aórtica; aumentam ventilação alveolar elevando a profundidade e FR Indicações Indicado no estímulo da atividade respiratória de cães, gatos, e equinos no período trans e pós anestésico Estímulos da respiração de recém-nascidos logo após cesarianas ou distocias (angustia respiratória fetal) Posologia e apresentação 5 a 10 mg/kg, IV Recém-nascidos 1-5 gotas sublingual Frasco ampola de 20 ml com 20 mg/ml EXPECTORANTES/MUCOLÍTICOS “Promovem a fluidificação de exsudatos traqueobrônquicos” Sua ação expectorante é questionável: Promotores do transporte de muco Indutores da secreção reflexa: iodeto potássio, éter gliceril guaiacolato, xarope de Ipeca A ação mucolítica deve-se à diminuição e/ou alteração da viscosidade da secreção respiratória. Modificadores das características físico químicas da secreção Acetilcisteína Estimulantes atividade secretora - bromexina Acetilcisteína (Mucomucil xarope®) Mecanismo de ação Promove a fluidificação das secreções Possui um grupo sulfídrico livre rompimento das ligações dissulfeto das mucoproteínas do esputo Efeitos colaterais Pode produzir broncoespasmo, sendo aconselhável associar à um broncodilatador Antagonismo ao paracetamol (intoxicação por paracetamol – benzoquinona é hepatotóxica) Irritação da mucosa oral Hemoptise – rompimento da microvasculatura da traqueia OBS 1: varredor de oxidantes: antídoto do paracetamol Contra indicações: contra indicada à gestantes Posologia e apresentações Cães e gatos: Frascos de 50 ml com 200mg/ml Cada acionamento rápido libera 0,15 ml Acionamento lento libera 1 gota 10 mg/kg VO, IM B.I.D por 5-15 dias Equinos: Frascos de 100 ml com 20g Cada acionamento libera 4 ml Administrar 5-10 mg/kg VO, IM, B.I.D por 5-15 dias Bromexina e ambroxol (Bisolvon®) Broncosecretolitico por excelência! Pode ser adm com antibióticos... Adjuvante: pneumonias, broncopneumonias, traqueobronquites, rinites Apresentações: Xarope: 0,8 mg/ml Comprimido: 4 mg Injetável: 2 mg/ml Dose: 1 a 5 ml/dia, IM, SC, IV O bisolvon vem da vasica (Adathosa vasica) – extrato de folhas vasicina: expectorante, mucolítica, antisséptica broncodilatadora, secretolítica e antitussígena dembrexina: + produção surfactante (equinos) bromexina: derivado sintético da vasicina. Fármaco com propriedades mucolíticas, utilizado na bronquite, bronquiectasia, pneumoconiose, laparatomias e torocotomias. (no útero – lavagem uterina, também, para facilitar o desprendimento dos envoltórios fetais e seus resquícios que ficam retidos). DESCONGESTIONANTES NASAIS Vias aéreas superiores – 1 e receptores H1 Vasoconstricção e redução na secreção de muco Rinite alérgica e sinusite Cautela até a descoberta do agente etiológico Taquicardia é o efeito indesejado mais esperado, e aumento da pressão arterial São agonistas adrenérgicos alfa1, e não antagonistas H1. OBS: usualmente, as formulações desse grupo estão associadas aos antagonistas H1 da histamina, como pirilamina, etc... INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS Parênquima Edema pulmonar Hepatização pulmonar Secreção ferruginosa Dificuldade respiratória Murmúrio vesicular reduzido EXAMES COMPLEMENTARES: Broncoscopia Diagnóstico por imagem para avaliação das vias aéreas Permite avaliar: colapso de traqueia, estenoses, massas, lacerações, torções de lobos pulmonares, hemorragias, inflamações, colapso brônquico, corpo estranho e parasitas Também utilizado para coleta de material para histopatologia, citologia e microbiologia (BAL). Biópsia por punção aspirativa transtorácica Para diagnóstico citológico de massas intratorácicas em contato com a parede torácica Evitar em casos de suspeita de abscessos, coagulopatias e hipertensão pulmonar Avaliar quanto ao risco de lesões em nervos, vasos ou lacerações em órgãos Avaliar toracotomia, pois além de coletar material para biópsia nos permite excisão total da neoplasia. Lavado traqueal ou BAL Permite obter fluidos e celularidade para avaliação de doenças do trato respiratório ou de parênquima pulmonar, evitando as floras normais de cavidade oral e faríngea Via transtraqueal ou endotraqueal Hemograma Policitemia: progressão de doenças respiratórias, quadros persistentes de hipoxemia Leucocitose: pneumonia bacteriana Linfopenia: infecções virais recentes Linfocitose: erliquiose, leishmaniose Radiografia Distúrbios da cavidade nasal Pólipo nasofaringeano em gatosColapso de traquéia Calcificação de brônquios Pneumonias Neoplasias Edema pulmonar
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