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Relações de poder cavelheiro/dama na condução na dança de salão : novos papéis, novas interpretações

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Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1115 
RELAÇÕES DE PODER CAVALHEIRO/DAMA NA CONDUÇÃO NA 
DANÇA DE SALÃO: NOVOS PAPÉIS, NOVAS INTERPRETAÇÕES 
 
POWER RELATIONS GENTLEMAN/LADY ON LEADING IN BALLROOM 
DANCING: NEW ROLES, NEW INTERPRETATIONS 
 
 
Bruno Blois Nunes 
Mestre em História (UFPel) 
bruno-blois@hotmail.com 
 
Márcia Froehlich 
Mestre em Letras (UFSM) 
froehlich.marcia@gmail.com 
RESUMO 
 
Um assunto de extrema relevância nos dias atuais é a condução na dança de salão. As relações de poder entre 
cavalheiro/dama, homem/mulher são questões presentes em nossa sociedade e de extrema importância que sejam 
amplamente debatidas. O objetivo desse estudo foi averiguar as novas concepções de condução na dança de salão, 
abordando as relações interpessoais da sociedade contemporânea. O presente trabalho trata -se de um estudo de caso 
que foi dividido em três etapas: levantamento bibliográfico, realização de entrevistas com alunos de dança de salão e 
observações desses praticantes de dança pelo professor. Constatou-se que a percepção do significado da condução na 
dança de salão entre o par divergiu dos resultados encontrados no levantamento bibliográfico. Enquanto o 
levantamento bibliográfico apontava para uma relação não-dicotômica do par na dança de salão, os alunos de dança 
de salão entendiam a condução como uma ação de estímulo-resposta que não, necessariamente, significava uma 
relação de poder desigual entre cavalheiro e dama. Isso mostra que talvez não seja necessário um novo modelo de 
condução na dança de salão para uma possível equiparação nas relações de poder entre os sexos, apenas uma nova 
forma de compreendê-la. 
 
Palavras-chave: Dança de salão. Condução. Gênero. Relações de Poder. 
 
RESUMEN 
A subject of extreme relevance in the present day is the leading in the ballroom dance. The power relations between 
gentleman/lady, male/female are issues present in our society and extremely important that are widely debated. The 
purpose of this study was to investigate the new conceptions of conduction in ballroom dancing, addressing the 
interpersonal relations of contemporary society. The present work deals with a case study that was divided into three 
stages: bibliographical survey, interviews with dance students and observations of these dance practitioners by the 
teacher. It was observed that the perception of the meaning of conduction in the ballroom dance between the pair 
diverged from the results found in the bibliographic survey. While the bibliographical survey pointed to a non -
dichotomous pair relationship in ballroom dancing, ballroom dance students viewed conduction as a stimulus -response 
action that did not necessarily signify an unequal power relationship between gentleman and lady. This shows that a 
new model of conducting in ballroom dancing may not be necessary for a possible match in power relations between 
the sexes, just a new way of understanding it. 
 
Keywords/Palabras clave: Ballroom dancing. Lead. Gender. Power relations. 
 
 
Introdução 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1116 
 
A dança de salão é responsável por inúmeros benefícios. A sua prática ajuda na perda de 
peso, no restabelecimento da autoestima (MARBÁ; SILVA; GUIMARÃES, 2016, p. 1), melhora 
na saúde cardiovascular e sexual (CARVALHO et al., 2015, p. 77) entre outros benefícios já 
comprovados por diversos estudos. 
Em um mundo voltado as facilidades e experimentações tecnológicas, a dança de salão 
possui papel de protagonista nas práticas sociais de corpo presente de nossa sociedade atual. O 
movimento corporal, basilar na dança de salão, tem na condução dos seus passos um tópico de 
intenso debate no mundo atual. 
Nesse trabalho, o nosso objetivo foi analisar as novas propostas envolvendo a condução na 
dança de salão. Duas importantes questões a serem debatidas quanto a isso são as relações de 
espaço e poder nessa prática. A seguir, vamos debater sobre as relações de espaço para, em seguida, 
tratarmos das relações de poder. 
 
Dança de salão e suas problematizações 
 
 Relações de espaço 
 
 As relações de espaço na dança de salão é importante tema a ser debatido. Podemos 
conceituar o nosso território como “a área ou espaço circundante que as pessoas sentem como uma 
extensão de seu próprio corpo” (PEASE, A; PEASE, B, 2010, p. 80). 
 Em um pioneiro estudo realizado nos Estados Unidos, Edward Hall mostrou como as 
pessoas elaboram zonas de distanciamento entre elas para melhor convívio social. Hall identificou 
4 (quatro) zonas de distâncias: íntima, pessoal, social e pública (1990, p. 116-125). 
 É no estudo de Hall que encontramos a noção de “bolha protetora” como um espaço que 
as pessoas desenvolvem para se manterem afastadas das demais (1990, p. 119). Essa “bolha de ar 
portátil” que cada pessoa constrói tem seu molde na influência cultural (PEASE, A; PEASE, B, 
2010, p. 80 e 81). Por isso, as zonas de distanciamento variam bastante conforme a tradição cultura l 
de cada sociedade (WEIL; TOMPAKOW, 2004, p. 233). 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1117 
 A zona íntima será responsável pela construção das inúmeras relações entre os pares na 
dança de salão. A principal dela, objeto de discussão dos tempos atuais, é a relação de poder 
existente entre o par que será nosso próximo tópico. 
 
 Relações de poder 
 
 A quem cabe o papel de determinar como, quando e onde a evolução dos passos do par na 
dança de salão? Zamoner responde a seguinte questão 
Na pista de dança, é conhecida e bem difundida a ideia de que o poder de decidir 
os movimentos a serem executados, seu tempo e a direção que o par segue no espaço, 
caberia somente ao cavalheiro e, à dama, restaria a obrigação de obedecer. Esta, 
naturalmente, é uma relação de poder desequilibrada, portanto, que tende a não se manter. 
Mas os fatos nos mostram que a condução clássica tem ultrapassado os séculos bem viva 
nas pistas de dança, logo, o âmago de seu regramento que deve ser a satisfação de ambos, 
cavalheiro e dama, vem sendo, de alguma forma, preservado (2016b, p. s/p.). 
 
 Temos na citação acima um exemplo das regras de funcionamento da dança de salão em 
um salão de baile. A autora deixa implícito que mesmo com as mudanças do mundo atual no qual 
as mulheres vêm conquistando melhores posições dentro da sociedade, o modelo clássico de 
relacionamento do par através da condução se mantém arraigado ao modelo tradicional: “Sua 
estrutura tem como personagens o masculino e o feminino, o cavalheiro e a dama respectivamente. 
Quem conduz é o cavalheiro, quem responde é a dama” (ZAMONER, 2011a, p. s/p.). 
 O ato da condução é entendido “como uma ação na qual um corpo tem o domínio sobre 
outro no acontecimento da dança” (FEITOZA, 2011, p. 9). De qualquer maneira, Zamoner acredita 
que essa condução necessita produzir uma comunicação “afinada” representando um equilíbr io 
nas relações de poder entre eles (ZAMONER, 2016a, p. 85). 
 Entretanto, se formos analisar por um ponto de vista diferente podemos nos deparar com 
outra concepção acerca da condução na dança de salão: 
Pois vejamos, o ambiente em que a dança de salão surgiu e se desenvolveu, no cerne 
da nobreza, primava pela educação de damas e cavalheiros voltada essencialmente 
para cordialidade, tendo a dança em seu elenco de conteúdos. Os livros dedicados a 
ensinar a conduta cortês aos letrados da época deixam muito clara a distribuição do poder 
naquela relação entre cavalheiros e damas. Ensinava-seaos homens que, para serem 
distintos cavalheiros da nobreza, deveriam abrir as portas para a dama passar, oferecer 
um casaco para seu maior conforto no frio e, por meio de muitas outras atitudes, colocar-
se a seu serviço, intentando agradar e satisfazer as vontades dela. Uma formação nesta 
linha destoa da ideia de comando arbitrário da dama sem qualquer preocupação 
com seu conforto e prazer durante a dança (ZAMONER, 2016b, p. s/p.) [grifo da 
autora]. 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1118 
 
 Aqui temos uma concepção de condução que idealiza o seu processo comunicativo não 
como uma imposição a alguém, mas pelo contrário uma forma de relação que ressalta a 
respeitabilidade no lugar da obrigação. Ao invés da idealização de um comando autoritário por 
parte do cavalheiro, é identificado sua preocupação com o conforto e a proteção da dama. 
 
Metodologia 
 
 O estudo foi dividido em três partes: levantamento bibliográfico, entrevista e observação. 
Primeiramente, foi realizado um levantamento de produções entre 2011 e 2016 com as 
seguintes palavras chaves: dança de salão; condução na dança; comunicação na dança; contato 
corporal na dança; diálogo na dança; relações de força na dança. Essa pesquisa ocorreu de três 
formas: através do site Banco de Teses e Dissertações da Capes, do site do Google Acadêmico e 
do site do Google, para uma sondagem de material complementar. 
O próximo passo foi a entrevista realizada com meus alunos de dança de salão no mês de 
julho de 2016. Foram entrevistados oito participantes, quatro homens e quatro mulheres, de idade 
entre 33 e 71 anos, com níveis variados de aprendizado. O público-alvo escolhido deu-se pela 
facilidade de acesso da próxima fase do estudo que se trata das observações do grupo.23 
O questionário foi direcionado a questões voltadas a condução na dança de salão. Abaixo 
segue um quadro com algumas perguntas realizadas: 
1 - Quais qualidades tem um bom cavalheiro na dança de salão? 
2 - Quais qualidades tem uma boa dama na dança de salão? 
3 - O que é condução para você? Na sua opinião, é mais fácil conduzir ou ser 
conduzido na dança de salão? 
4 - Você acha que as damas gostam de ser conduzidas na dança de salão? 
 5 - Você acha que a dança de salão é machista? Por quê? 
Quadro 1: Entrevista realizada com os alunos de dança de salão. Fonte: Adaptado de Nunes (2017). 
 
 A última fase do estudo foi realizada nos meses de julho e agosto de 2016. Nessa etapa 
foram realizadas observações das práticas de dança de salão entre os alunos. Em um caderno de 
 
23 Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
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Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
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anotações foram feitas anotações e embora as aulas fossem examinadas de maneira global, era 
dado enfoque em três atividades: 
 
1) Caminhada pela sala de dança acompanhada de uma música que pudesse “sugerir” a velocidade 
dos passos. Nesse momento é observado a postura e a relação de força existente dos pés dos alunos 
com o solo. 
 
2) Em posição social de dança, balançar com o par acompanhando o tempo musical da música 
escolhida. Trata-se do primeiro contato a dois antes de iniciar a dança. 
 
3) Na última atividade, o foco é a condução e sua realização durante a dança. A dança foi realizada 
de forma estruturada? Houve momentos para improvisações? 
 
Resultados e novas problematizações 
 
 Foi observado, através do levantamento bibliográfico, que autores como Feitoza (2011), 
Strack (2013), Silveira (2012), Santos (2013) e Zamoner (2011a, 2011b, 2016a, 2016b) já 
idealizam questões para debatermos as relações que ocorrem entre os pares na dança de salão 
através da condução. Zamoner (2011b) propôs a inversão no modelo clássico de condução atual 
(cavalheiro conduz – dama responde) que não surtiu com os resultados esperados. Isso demonstra 
o quão arraigado culturalmente se encontra a sociedade em que vivemos e o quanto isso é 
determinante na dança de salão. 
 A entrevista (Tabela 1) mostrou resultados diversos do levantamento bibliográ f ico 
realizado. Se de um lado Feitoza (2011), Silveira (2012), Strack (2013) e Zamoner (2011b, 2016b) 
entendem a condução como um diálogo corporal realizado na pista de dança, os entrevistados 
expressaram seus entendimentos sobre a condução através de palavras como “orientar”, 
“comandar” e “direcionar” que estão mais relacionados à percepção tradicional sobre a dança de 
salão. 
 
Entrevistados O que é condução para 
você? 
É mais fácil conduzir ou ser 
conduzido na dança de 
salão? 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1120 
 
Nº 1 – Homem 71 anos 
 
 
Dama entender as mudanças 
de passos através das 
iniciativas do cavalheiro 
 
É mais fácil conduzir 
 
 
Nº 2 – Mulher 52 anos 
 
 
Orientar 
 
 
É mais fácil ser conduzida 
 
 
Nº 3 – Homem 41 anos 
Saber levar a dama aos 
passos no tempo certo 
respeitando suas 
individualidades 
 
É mais fácil conduzir 
 
 
Nº 4 – Mulher 67 anos 
 
 
Condução para a dança com 
leveza; comando 
 
É mais fácil ser conduzida 
 
 
Nº 5 – Homem 54 anos 
 
 
Tomar a iniciativa 
 
É mais fácil conduzir 
 
Nº 6 – Mulher 38 anos 
 
 
Saber orientar o que fazer 
 
É mais fácil ser conduzida 
 
Nº 7 – Homem 37 anos 
Direção dada pelo 
cavalheiro para o 
desenvolvimento da dança e 
dos passos 
 
É mais fácil conduzir 
 
Nº 8 – Mulher 33 anos 
 
 
Cavalheiro através de um 
gesto sutil mostra à dama 
qual passo fazer 
 
É mais fácil ser conduzida 
 
Tabela 1: Entrevista realizada com os alunos de dança de salão. Fonte: Adaptado de Nunes (2017). 
 
Outro dado interessante é que todos os homens entrevistados relataram acham mais fácil 
conduzir enquanto todas as mulheres entrevistadas acham mais fácil ser conduzido. Isso demonstra 
o quão conveniente é para ambos os sexos a manutenção de um modelo já cristalizado na dança 
de salão de cavalheiro-condutor/dama-conduzida. Talvez por causa disso Zamoner mencione que 
o formato clássico de condução na dança de salão tenha se mantido por séculos (2016b, p. s/p). 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1121 
 No que tange às observações realizadas, as três atividades revelaram informações 
importantes: 
 
1) Na primeira atividade as relações mantidas pelos pés com o solo, foi transportada para a 
condução realizada entre cavalheiro e dama. O potencial revelador do pé é indicado por Vianna 
para quem “o pé também denuncia nossa relação com a vida, ao pisarmos brigando com o solo, 
ignorando-o, deslizando, de forma aérea ou indiferentes” (2005, p. 94). 
 
2) O segundo exercício, que se tratava do embalo dos pares em posição social de dança, é de 
extrema importância pois busca a conexão corporal do par. Cassimiro, Galdino e Sá dizem que é 
através dessa procura de união dos corpos que as particularidades de cada um são reconhecidas 
(2012, p. 77). Foi evidenciado, ressalvando as dificuldades com a musicalidade e o domínio 
corporal dos participantes, a dificuldade de relação com o corpo do colega. Quer seja casal, quer 
seja apenas colegas de dança, a falta de um “vínculo” corporal entre os pares foi observada nas 
aulas. 
 
3) A prática da dança de salão entre os paresmostrou uma movimentação que tendeu para certo 
fluxo de estrutura coreográfica com raros lampejos de improvisações e criações de novas 
possibilidades com o conteúdo já conhecido. A falta de segurança na execução dos passos leva o 
cavalheiro a repetição de estruturas que não possibilitam o treino da condução pois já supõe a 
resposta da dama. Nesse caso a condução não é utilizada, é apenas simulada. 
 
Algumas considerações que não são finais 
 
 Foi possível observar que a noção de uma condução como estímulo/resposta nos 
acompanha desde os primórdios da dança de salão. Contudo, ela também pode ser entendida como 
maneira de cordialidade na relação entre o par. 
 A proposta da discussão quanto as relações de poder percebidas na condução entre 
cavalheiro e dama provocam um debate acerca da igualdade de gêneros de importância vital nos 
dias atuais. Seu modelo clássico e resistente divide opiniões: os novos teóricos da dança debatem 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1122 
sobre uma remodelagem na prática da condução na dança de salão enquanto praticantes dessa 
modalidade não idealizam a condução como modelo machista de relação entre cavalheiro e dama. 
 Acredito que o principal fator a ser levado em questão é o entendimento que é feito da 
condução entre os pares. Provavelmente, não seja necessária uma reformulação dos modelos pré-
concebidos de condução, mas uma nova forma de interpretá-los. 
 
Referências 
 
CARVALHO, Gabriela Maria Dutra de. et al. Exercício físico e sua influência na saúde sexual. 
Cinergis, Santa Cruz do Sul, v. 16, n. 1, p. 77-81, jan./mar. 2015. Disponível em: 
<https://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/6090/4202>. Acesso em: 07 set. 
2017. 
CASSIMIRO, Érica Silva; GALDINO, Francisco Flávio Sales; SÁ, Geraldo Mateus de. As 
concepções de corpo construídas ao longo da história ocidental: da Grécia Antiga à 
contemporaneidade. Revista Μετάνοια, São João del Rei, n.14, p. 61-79, jan./jun., 2012. 
Disponível em: 
<https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalable/4_GERALDO_CONFERIDO.pdf>. 
Acesso em: 30 jul. 2017. 
FEITOZA, Jonas Karlos de Souza. Danças de Salão: os corpos iguais em seus propósitos e 
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Dança, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011. Disponível em: 
<http://www.repositorio.ufba.br:8080/ri/bitstream/ri/8141/1/DISSERTACAO%20JONAS.pdf>. 
Acesso em: 11 jul. 2016. 
HALL, Edward Twitchell. The Hidden Dimension. 2. ed. New York: Doubleday, 1990. 
MARBÁ, Romolo Falcão; SILVA, Geusiane Soares de; GUIMARÃES, Thamara Barbosa. Dança 
na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, 
v.9, n.1, p.01-09, fev. 2016. Disponível em: 
<https://www.itpac.br/arquivos/Revista/77/Artigo_3.pdf>. Acesso em: 07 set. 2017. 
NUNES, Bruno Blois. As relações de poder entre pares e um novo olhar sobre a condução na 
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e Tecnologias) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), 
Pelotas, 2017. 
PEASE, Allan; PEASE, Barbara. Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal. Rio de 
Janeiro: Sextante, 2010. [versão e-book]. 
SANTOS, Sheila. O diálogo dançante da dama contemporânea. Dança em Pauta, Curitiba, mai. 
2013. Disponível em: <http://site.dancaempauta.com.br/o-dialogo-dancante-da-dama-
contemporanea/>. Acesso em: 14 ago. 2016. 
Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas 
Eixo: Gênero e Sexualidade como objeto de Pesquisa 
 
 
1123 
SILVEIRA, Paola de Vasconcelos. Diálogos de um ser a dois: Uma perspectiva para dançar 
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Fisioterapia e Dança, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. Disponíve l 
em: 
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/67881/000874188.pdf?sequence=1>. Acesso 
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STRACK, Míriam Medeiros. Dama ativa e comunicação entre o casal na dança de salão: uma 
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VIANNA, Klauss. A Dança. 6. ed. São Paulo: Summus, 2005. 
WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação 
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