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As regras de aposentadoria com a nova lei

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FACULDADE DE ANICUNS 
DEPARTAMERNTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
Isaque Lael Pedro da Silva 
 
 
 
 
 
AS NOVAS REGRAS DA APOSENTADORIA FRENTE AO DIREITO 
ADQUIRIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anicuns 
2016 
 
 
Isaque Lael Pedro da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
AS NOVAS REGRAS DA APOSENTADORIA E O DIREITO ADQUIRIDO 
 
Monografia de conclusão de curso 
apresentada ao curso de direito, faculdade de 
Anicuns, como requisito para obtenção do 
titulo de Bacharel em Direito. 
Orientadora: Prof.ª Caroline Inácio M. C. 
Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
Anicuns 
2016 
 
 
Isaque Lael Pedro da Silva 
 
 
AS NOVAS REGRAS DA APOSENTADORIA E O DIREITO ADQUIRIDO 
 
Monografia de conclusão de curso 
apresentada ao curso de direito, faculdade de 
Anicuns, como requisito para obtenção do 
titulo de Bacharel em Direito. 
Orientadora: Prof.ª Caroline Inácio M. C. 
Oliveira. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
. 
Orientadora: Prof.ª Caroline Inácio M. C. Oliveira 
 
Examinador: 
 
Examinador: 
 
 
 
 
 
Anicuns 
2016 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiramente а Deus que permitiu que 
tudo isso acontecesse, ao longo de minha 
vida, е não somente nestes anos como 
universitário, mas que em todos os 
momentos é o maior mestre que alguém 
pode conhecer. 
 
 
 
RESUMO 
 
No presente trabalho monográfico se propôs a análise da nova regra instituída pelo 
governo para se aposentar, regra esta que será progressiva até o ano de 2022, 
substituindo o sistema utilizado atualmente do Fator previdenciário. Desta feita, a luz 
da doutrina e legislação e entendimentos de juristas, direciona-se o estudo para as 
vantagens e desvantagens dessa nova regra, analisando paradigmas constitucionais, 
conceitos e critérios. Para o desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma pesquisa 
bibliográfica sobre a Previdência Social e o Fator Previdenciário. Foram pesquisados 
os conceitos de Previdência, Fator Previdenciário, a história da seguridade social, e 
os princípios norteadores da seguridade social. Estudou-se o direito adquirido, que no 
campo previdenciário, é de extremada importância, principalmente no que tange ao 
regime das aposentadorias. Isso porque referida garantia é ingrediente fundamental 
para assegurar a efetividade do fundamento constitucional da dignidade da pessoa 
humana, núcleo axiológico do Estado Constitucional de Direito. 
Palavras-chave: Previdência Social. Fator Previdenciário. Direito Adquirido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
In this monographic study aimed to analyze the new rule instituted by the government 
to retire, this rule will be progressive until the year 2022, replacing the system currently 
used in the social security factor. This time, the light of the doctrine and laws and 
understandings of lawyers, directs the study of the advantages and disadvantages of 
this new rule, analyzing constitutional paradigms, concepts and criteria. For the 
development work, a literature search on Social Security and the Social Security Factor 
was held. the concepts of Security were surveyed, Social Security Factor, the history 
of social security, and the guiding principles of social security. Studied the right 
acquired in the social security field, it is of extreme importance, especially with regard 
to the system of pensions. This is because such a guarantee is essential ingredient to 
ensure the effectiveness of the constitutional foundation of the dignity of the human 
person, axiological nucleus of the Constitutional Law of the State. 
 
Keywords: Social Security. Social Security Factor. Vested right. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9 
 
1 SEGURIDADE SOCIAL ............................................................................................ 11 
1.1 História da seguridade social ............................................................................. 11 
1.2 Conceito de Seguridade Social .......................................................................... 14 
1.2.1 Saúde .................................................................................................................. 15 
1.2.2 A Saúde é Direito de Todos e Dever do Estado ................................................ 15 
1.3 Da Assistência Social .......................................................................................... 16 
1.4 Previdência Social ................................................................................................ 17 
 
2. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA SEGURIDADE SOCIAL ................................ 22 
2.1 Princípio da Solidariedade .................................................................................. 22 
2.2 Princípio da Obrigatoriedade.............................................................................. 23 
2.3 Princípio da Suficiência (ou Eficácia/Efetividade) ........................................... 23 
2.4 Princípio da Supletividade ou Subsidiariedade ............................................... 23 
2.5 Principio do direito adquirido ............................................................................. 23 
2.6 Princípios específicos da Seguridade Social ................................................... 24 
2.6.1 Universalidade da cobertura e do atendimento ................................................. 24 
2.6.2 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e 
urbanas ......................................................................................................................... 24 
2.6.3 Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços ........... 25 
2.6.4 Irredutibilidade do valor de benefícios ................................................................ 25 
2.6.5 Equidade na forma de participação no custeio .................................................. 26 
2.6.6 Diversidade da base de financiamento .............................................................. 26 
2.6.7 Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa. Participação da 
comunidade .................................................................................................................. 27 
 
3 DIREITO ADQUIRIDO NO DIREITO PREVIDENCIÁRIO ....................................... 28 
3.1 As reformas da previdência ................................................................................ 30 
3.2 Fator previdenciário ............................................................................................. 30 
3.3 Novas regras da aposentadoria ......................................................................... 32 
 
 
3.4 Desvantagens na prática da aplicação da nova regra .................................... 33 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 36 
ANEXOS ....................................................................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Para saber o que vem a ser previdência social ou como funciona,nos dias 
atuais, deve-se levar em conta a história da previdência social, e sua origem. A origem 
da previdência começa justamente quando o homem se preocupou com seu futuro, 
pois o homem tira seu sustento do exercício de uma atividade laboral. Diante disso 
depara-se com o óbvio, o homem pode se tornar incapaz de prover o seu sustento e 
de sua família, decorrente dos riscos à sua saúde, de sua idade avançada, 
enfermidades ou sua morte. 
Na histórica da evolução previdenciária, pode-se buscar num passado remoto, 
qualquer medida de proteção instituída pelo Estado mesmo não sendo um Estado 
Nação como é conhecido hoje, mas em favor dos seus cidadãos, a pensão aos 
legionários criada por Roma, para a origem da seguridade social. Portanto, essa 
busca “arqueológica” perde o sentido programático de nossa investigação histórica, já 
que pretendemos identificar o sentido moderno de seguridade social e como 
funcionam hoje os métodos de aposentadoria e o direito adquirido, conforme 
atualmente encontrado em nossa Constituição de 1988. 
A previdência social garante ao trabalhador contribuinte e sua família um 
rendimento seguro, sendo essa garantia de suprimir as necessidades fundamentais, 
caso ocorra algum imprevisto na sua vida trabalhista. 
O presente trabalho visa analisar a nova regra instituída pelo governo para se 
aposentar e identificando desvantagens dessa nova regra. A metodologia utilizada no 
desenvolvimento do trabalho será a pesquisa bibliográfica fundamentada em diversos 
autores, como Wladimir Novaes Martinez (2001); Sérgio Pinto Martins (2013); Fábio 
Zambite Ibrahim (2005) e outros. 
O problema de pesquisa a ser analisado inicialmente é quais as desvantagens 
na prática da aplicação da nova regra? 
O trabalho será dividido em três capítulos. No primeiro capítulo será 
apresentada a história da seguridade social e seu conceito. Também nesse capítulo 
estudar-se-á a Previdência Social, seu surgimento e sua finalidade. 
10 
 
O segundo capítulo é dedicado ao estudo dos princípios norteadores da 
seguridade social. 
O terceiro capítulo busca estudar o direito adquirido, que no campo 
previdenciário, é de extremada importância, principalmente no que tange ao regime 
das aposentadorias. 
Espera-se, com esse trabalho, contribuir para o esclarecimento tanto nos 
aspectos teóricos como práticos, das mudanças trazidas pela nova regra de 
aposentadoria com a finalidade de observar, através de uma abordagem crítica, como 
a nova regra é aplicada, proporcionando uma ampla noção sobre o tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
1 SEGURIDADE SOCIAL 
 
1.1 História da seguridade social 
 
Desde os tempos mais antigos, sempre existiu, a reunião de esforços entre os 
homens para melhorar e facilitar as condições de vida de cada pessoa que formam 
um grupo social, existe uma preocupação humana que e natural desde o principio, 
que é a melhoria do seu bem estar ou seja a facilitação das condições de vida. 
De acordo com as doutrinas, os primeiros meios procedimentais de proteção 
articulados do homem com seu bem estar, apresentavam algum nível de organização, 
as primeiras normas a tratarem dos métodos de amparo foram encontradas no 
Tamuld, no Código de Hamurabi e no Código de Manu. Ambas as normas tinham 
natureza mutualista, de modo que instituíam o auxílio recíproco dos seus membros. 
A mutualidade em outras palavras seria um agrupado de pessoas em uma 
instituição, com o objetivo de prestar ajuda entre si, ou seja, ajuda mútua, 
preocupando com uma eventualidade futura. 
Nas civilizações antigas, primordialmente Grécia e Roma, foram instauradas 
associações que também tinham caráter mutualista, e que tinham como a finalidade 
principal a arrecadação de recursos, que estava voltada a cobrir com os custos de 
seus associados. Essas associações foram se espalhando e se desenvolvendo no 
decorrer dos anos, ainda assim, sem nenhuma segurança jurídica ou técnica para 
seus associados, reflexos de um estado liberal da época. 
Também houve o surgimento de entidades civis, motivadas por fins religiosos 
e assistenciais aos mais carentes, dentre as quais as mais destacadas foram as 
conhecidas Santas Casas de Misericórdia. 
No século XVII, a igreja católica da época cumpriu um papel muito importante, 
convencendo o estado a intervir e criar entidades de mecanismos de proteção e 
amparo aos indigentes e carentes. Tal ato estatal, deu se a um fato marcante onde 
iniciou a primeira disciplina pré-jurídica de proteção social, a denominada poor relief 
act (lei dos pobres). 
12 
 
A lei dos pobres obrigava a sociedade a contribuir ao estado para que o estado 
viesse a combater a miséria, tal lei foi criada pela Rainha Elizabeth da Inglaterra em 
1601. Desde então começa a se falar em assistência publica 
O alemão Bismark no ano de 1883, também conhecido como “Chanceler De 
Ferro”, criou a Lei do seguro Doença, primeira manifestação jurídica concreta sobre o 
seguro social, a qual adotava a técnica do contrato de seguro. Bismark foi influenciado 
pelo ambiente que havia se instalado na Europa, e após diversos fatores como a 
revolução industrial, e o advento do socialismo e do movimento operário. 
Bismark teve uma bela aceitação com seu modelo previdenciário na Europa, 
no qual este modelo espalhou-se rapidamente. Sendo este modelo o que fez avançar 
para a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho). 
O Lord Willian Beveridge elaborou um sistema de seguridade social, com intuito 
de melhorar o sistema de proteção vigente, que veio a ser conhecido como relatório 
Beveridge, modelo mais apurado do que o Seguro social de Bismark. O relatório 
Beveridge foi baseado no Social security act norte americano por designação do 
parlamento britânico. 
O relatório de Beveridge foi um marco onde podemos dizer que, se começou a 
falar em seguridade social. A história sobre o sistema de proteção as necessidades 
sociais tem a seguinte ordem cronológica: Assistência Privada, Assistência Publica, 
Seguro Social e Seguridade Social. 
O México foi o primeiro país a incluir regras previdenciárias na sua constituição 
em 1917, e em 1919 surgiu a constituição Alemã de Weimar, essas constituições 
ambas consagravam os direitos sociais, como os direitos trabalhistas, à educação, à 
seguridade social e previdenciária, proteção à maternidade, limitação da jornada de 
trabalho, direito a terra, à assistência social, entre muitos outros. 
A partir desse marco as constituições adotaram o movimento do 
constitucionalismo social. A idéia do constitucionalismo social era que todas as 
constituições deveriam amparar e defender os direitos sociais, outros países também 
adotaram o modelo de constituição social. 
Já no Brasil o seguro social iniciou-se com a instituição privada. Depois a 
Constituição Federal de 1.891, estabeleceu a aposentadoria por invalidez aos 
servidores públicos. 
13 
 
Em 1.919, através da Lei n. 3.724, editada em 15 de janeiro, e outros decretos 
imperiais os quais criaram fundos especiais, montepios e caixas de socorro em 
beneficio de determinadas categorias de empregados públicos. 
Em 1.934, pela primeira vez uma constituição do Brasil faz alusão aos direitos 
previdenciários. 
Em 1.960, foi editada a lei orgânica da previdência social (LOPS), Lei n. 3.807, 
de 26 de agosto, momento em que houve a unificação das legislações dos institutos 
de aposentadoria e pensões. 
Em 1.966, houve quase a completa unificação dos institutos de aposentadoria 
e pensões em uma única Autarquia Federal, surge assim o INPS (Instituto Nacional 
da Previdência Social).Ficaram assim de fora da fusão o IAPFESP, IPASE e o 
SASSE. 
Em 1.967, foi editada a Lei n. 5.316, com a finalidade de integrar p seguro social 
de Acidente do Trabalho (SAT) na previdência social. 
Em 1.971, a Lei Complementar n. 11, de 25 de maio, instituiu o programa de 
Assistência do Trabalhador Rural (PRORURAL), que passou a ser administrado pelo 
FUNRURAL. 
Em 1.977, o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência Social e Assistência 
Social) foi criado. Tinha a finalidade de reorganizar o sistema de proteção social, 
criando áreas especificas de atuação. Este órgão reunia sete órgãos públicos e cada 
órgão era responsável de uma área especifica da previdência social. Foi criado o 
SINPAS com os seguintes órgãos: 
INPS: Instituto Nacional De Previdência Social, autarquia responsável pela 
administração dos benefícios; 
IAPAS: Instituto De Administração Financeira Da Previdência Social, autarquia 
responsável pela arrecadação, fiscalização e cobranças de contribuições e demais 
recursos; 
INAMPS: Instituto Nacional De Assistência Médica Da Previdência Social, 
autarquia responsável pela saúde; 
LBA: Fundação Legião Brasileira De Assistência, Fundação responsável pela 
assistência social; 
FUNABEM: Fundação Nacional do Bem Estar do Menor, Fundação 
responsável pela política do bem estar do menos; 
14 
 
CEME: Central de Medicamentos, Órgão ministerial que distribuía 
medicamentos; 
DATAPREV: Empresa de Processamentos de dados da previdência social, 
Empresa Publica que gerencia os sistemas de informática previdenciários. 
Com a promulgação da constituição de 1.988, foi a que reuniu as três atividades 
da seguridade, saúde, assistência social e previdência social. 
Seu texto constitucional deu mais importância aos direitos previdenciários, 
trazendo princípios, direitos subjetivos, estabelecendo programas e sua forma de 
financiamento. Constituição que representa uma vitoria para todos os cidadãos na 
esfera previdenciária. 
Em 1.990, marcou-se pela extinção da SINPAS e a criação do atual INSS 
(instituto nacional do seguro social), autarquia federal que resulta da junção entre o 
INPS e o IAPAS. 
 
1.2 Conceito de Seguridade Social 
 
A Constituição Federal do Brasil define o conceito de seguridade social em seu 
artigo 194 caput: 
 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
 
A seguridade social e um sistema de proteção social que compreende um 
conjunto de ações dos poderes públicos e da sociedade, constituído por princípios e 
regras destinadas a assegurar o direito à saúde, à previdência social e à assistência 
social. Dessa forma ajudando indivíduos diante de determinada contingências sociais, 
assegurando-lhe o mínimo indispensável a uma vida digna, mediante concessão de 
benefícios, prestações e serviços 
Em outras palavras a seguridade social é um conjunto de ações em geral que 
visa ajudar os seus dependentes nas necessidades da sociedade como um todo, 
deixando seguro às necessidades primordiais como a saúde, à assistência social e à 
previdência social. Como pode se notar a seguridade social e um sistema de proteção 
social de ampla abrangência, bem como de natureza universal. 
15 
 
Isso significa que a seguridade social tem um importante papel de promover a 
proteção do ser humano bem como também sua dignidade sendo descrito isso na Lei 
Maior da Republica Federativa Do Brasil art. 1º, inciso, III 
 
Art. 1º A Republica Federativa do Brasil, formada pela a união indissolúvel 
dos estados e municípios e do distrito federal, constitui-se em estado 
democrático de direito e tem como fundamento: 
III – a dignidade da pessoa humana. 
 
1.2.1 Saúde 
 
A saúde é segmento autônomo da Seguridade Social e se diz que ela tem a 
finalidade mais ampla de todos os ramos protetivos porque não possui restrição de 
beneficiários e o seu acesso também não exige contribuição dos beneficiários. 
 
1.2.2 A Saúde é Direito de Todos e Dever do Estado 
 
Não importa nesta espécie de proteção social a condição econômica do 
beneficiário. O Estado não pode negar acesso à saúde pública a uma pessoa sob o 
argumento de que esta possui riqueza pessoal e meios de prover a sua própria saúde. 
Caso uma pessoa quiser ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele 
poderá, na medida em que, sendo a saúde direito de todos, o Estado não pode limitar 
o atendimento somente a quem não dispuser de meios pessoais para o seu cuidado. 
As ações na área da saúde são de responsabilidade do Ministério da Saúde, 
instrumentalizada pelo Sistema Único de Saúde. 
Assim, o INSS, autarquia responsável por gerir benefícios e serviços da 
Previdência Social, não tem qualquer relação e responsabilidade em relação a 
hospitais, casas de saúde e atendimentos em geral na área de saúde. 
O órgão responsável pelo sistema de saúde é o Sistema Único de Saúde, o 
qual compete, executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica, e as da saúde 
do trabalhador; participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico; colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o 
do trabalho; incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; fiscalizar e inspecionar alimentos, bem como bebidas e águas para o 
consumo humano; participar da produção de medicamentos, equipamentos e 
fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde. 
16 
 
As ações e serviços da saúde não se restringem à área médica, por meio de 
ações paliativas, devendo haver medidas preventivas relativas ao bem-estar da 
população nas áreas sanitárias, nutricionais, educacionais e ambientais como forma 
de evitar situações e infortúnios no futuro, que invariavelmente causaram, além de 
maior gasto financeiro para solucionar o problema, desgastes emocionais e 
psicológicos. 
A política nacional de saúde é regulada pelas leis 8.080/90 e 8.142/90. Seu 
executor é o Sistema Único de Saúde, que é constituído por órgãos federais, estaduais 
e municipais. 
 
Lei 8.080/90 
Art.1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de 
saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou 
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. 
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado 
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício 
Lei 8.142/90 
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 
de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das 
funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: 
I - a Conferência de Saúde; e 
II - o Conselho de Saúde. 
 
 
1.3 Da Assistência Social 
 
A Constituição Federal de 1988 prescreve no artigo 203, caput estabelece que: 
A assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem 
por objetivos. 
 
A assistência social é um segmento autônomo da seguridade social que trata 
dos hipossuficientes, ou seja, daqueles que não possuem condições de prover sua 
própria manutenção. Cuidará daqueles que têm maiores necessidades, sem exigir dos 
beneficiários qualquer contribuição à seguridade social. 
Portanto, um cidadão que possui condições econômicas vultosas, não poderá 
valer-se dos benefícios e serviços da assistência social, porque ele não é uma pessoa 
hipossuficiente e não necessita dos serviços e benefícios da assistência social. 
A atuação protetiva do Estado, fornecerá aquilo que for absolutamenteindispensável para cessar o atual estado de necessidade do assistido (Exs.: 
alimentos, roupas, abrigos e até mesmo pequenos benefícios em dinheiro). 
17 
 
A assistência social tem a utilidade de cobrir as lacunas deixadas pela 
previdência social que, devido a sua natureza contributiva, acaba por excluir os 
necessitados. 
Neste sentido, a lei prescreve que, são objetivos da assistência social (CF, art. 
203, incisos): 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem 
por objetivos: 
I - proteção da família, da maternidade, infância, adolescência e velhice; 
II - amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - habilitação e reabilitação de pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção da sua integração à vida comunitária; 
V - garantia de 1 salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a sua 
própria subsistência, nem de tê-la provida por sua família. 
 
Os benefícios da assistência social são: auxílio-natalidade; auxílio-funeral; o 
aluguel social que o Governo está pagando às famílias vitimadas pelas chuvas na 
Região Serrana do Rio de Janeiro; bolsa família; benefício de prestação continuada 
(art. 203, V); abrigos, etc. 
O Ministério responsável pelas ações da Assistência Social é o Ministério do 
Desenvolvimento Social e combate à fome. 
 
1.4 Previdência Social 
 
Este segmento autônomo da seguridade social vai se preocupar 
exclusivamente com os trabalhadores e com os seus dependentes econômicos. 
A previdência social é a técnica de proteção social destinada a afastar 
necessidades sociais decorrentes de contingências sociais que reduzem ou eliminam 
a capacidade de auto-sustento dos trabalhadores e/ou de seus dependentes. 
Contingência social são fatos e/ou acontecimentos que, uma vez ocorridos, tem 
a força de colocar uma pessoa e/ou seus dependentes em estado de necessidade, 
como por exemplos invalidez (incapacidade), óbito, idade avançada, ... 
A Previdência Social, como visto, tem em mira contingências bem específicas: 
aquelas que atingem o trabalhador e, via reflexa, seus dependentes, pessoas 
consideradas economicamente dependentes do segurado. Essa dependência pode 
ser presumida por lei (no caso de cônjuges, filhos menores e/ou incapazes) ou 
18 
 
comprovada no caso concreto (no caso de pais que dependiam economicamente do 
filho que veio a óbito). 
É o que estabelece a legislação: 
Artigo 16 da Lei 8.213/91: 
 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na 
condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de 
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; 
II - os pais 
 III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e 
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o 
torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) 
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui 
do direito às prestações os das classes seguintes. 
§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração 
do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma 
estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser 
casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de 
acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. 
§ 4º. A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é 
presumida e das demais deve ser comprovada. 
 
Logo, os beneficiários da previdência social são, exclusivamente, os 
trabalhadores e seus dependentes previstos na legislação previdenciária 
exclusivamente. 
A Previdência Social tem natureza de seguro social; por isso, exige-se a 
contribuição dos seus segurados. 
 
O só estado de necessidade advindo de uma contingência social não dá 
direito à proteção previdenciária. Requer-se que a pessoa atingida pela 
contingência social tenha a qualidade, o “status” de contribuinte do sistema 
de previdência social. (DIAS e MACÊDO, 2008, p. 32). 
 
A contribuição é da essência da previdência social já que o sistema é 
contributivo, devendo haver previsão de fundo de custeio para arcar com os gastos 
provenientes da concessão e manutenção de benefícios previdenciários. 
O regime jurídico da Previdência Social, como um todo, parte da premissa da 
obrigação contributiva do segurado (Exs.: período de carência; cálculo do valor das 
prestações pecuniárias). 
A contribuição do trabalhador é obrigatória. Todo e qualquer cidadão quer 
exercer atividade laborativa remunerada deve, obrigatoriamente, contribuir para a 
Previdência Social. Assim, a contribuição ao sistema geral de previdência social é 
19 
 
compulsória para o empregado e para os demais trabalhadores, como por exemplo, 
os profissionais liberais. 
 
No Brasil, qualquer pessoa, nacional ou não, que venha a exercer atividade 
remunerada em território brasileiro filia-se, automaticamente, ao Regime 
Geral de Previdência Social – RGPS, sendo obrigada a efetuar recolhimentos 
ao sistema previdenciário (somente se excluem desta regra as pessoas já 
vinculadas a regimes próprios de previdência. 
(IBRAHIM, 2005, p. 21). 
 
Admitem-se como segurado da Previdência Social, também, pessoas que não 
exerçam atividades laborativas remuneradas, mas que, por vontade própria, 
contribuam facultativamente para a Previdência Social. São os segurados facultativos, 
por exemplo, a dona de casa, o estudante. 
Essa possibilidade de contribuição de forma facultativa decorre da aplicação do 
princípio da universalidade de atendimento, na área da Previdência Social. 
Esses segurados facultativos contribuem com o intuito de no futuro usufruírem 
benefícios previdenciários que sem essa contribuição não teriam direito. 
Todavia, essa contribuição lhes dará direito a um número restrito de benefícios, 
até porque eles não pertencem à mesma categoria dos demais contribuintes, são 
facultativos, não exercem atividade remunerada. 
Por fim, a previdência social tem caráter legal, em contraposição ao caráter 
contratual. Isso porque todo o regramento da Previdência Social está contido na lei, 
não existindo espaço para acordo de vontades na relação de seguro social. 
Exs.: espécies de benefícios a serem concedidos, requisitos para a concessão 
de benefícios, rol de dependentes econômicos do segurado, valor da contribuição 
previdenciária, a vinculação à previdência social, etc. 
Principais normas constitucionais acerca da previdência social: 
 
“Art. 201, CF - A previdência social será organizada sob a forma de regime 
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios 
que preservem equilíbrio financeiro e atuarial e atenderá, nos termos da lei, 
a: 
I- cobertura de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Exemplos: 
Auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte, 
aposentadoria por idade) 
II- proteção à maternidade, especialmente à gestante; (salário-maternidade) 
III- proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário (seguro-
desemprego); 
IV- salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; 
V- pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no parágrafo segundo. 
20 
 
Parágrafo primeiro: É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados 
para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geralde 
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob 
condições especiais que prejudiquem á saúde ou a integridade física e 
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos da lei 
complementar. 
Parágrafo segundo: Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição 
ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-
mínimo. 
Parágrafo Terceiro: Todos os salários de contribuição considerados para o 
cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
Parágrafo quarto: É assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
definidos em lei. 
Parágrafo quinto: É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, 
na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime 
próprio de previdência. 
Parágrafo sexto: A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá 
por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. 
Parágrafo sétimo: É assegurada aposentadoria no regime geral de 
previdência social, nos termos da lei, observadas as seguintes condições: 
I – 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de 
contribuição, se mulher; 
II- 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de 
idade, se mulher, reduzido em 5 (cinco) anos o limite para os trabalhadores 
rurais de ambos os sexos e para os que exerçam atividades em regime de 
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. 
Parágrafo oitavo: Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior 
serão reduzidos em 5 anos para o professor que comprove exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e 
no ensino fundamental e médio. 
Parágrafo nono: Para efeito de aposentadoria, é assegurada contagem 
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade 
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência 
social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em 
lei.” 
 
Conforme o artigo 1º da lei nº 8.213/91 a previdência Social tem como finalidade 
"assegurar aos beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de 
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos 
familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente". 
De acordo com Martinez (2001) não podemos confundir Previdência Social com 
Direito Previdenciário, pois: a Previdência Social é o objeto de estudo do Direito 
Previdenciário, tem como finalidade assegurar aos seus segurados meios de 
sobrevivência, já o Direito Previdenciário é um ramo da ciência jurídica que estuda e 
regulamenta a atuação da Previdência Social. 
Conforme Tanaka (2009) os segurados da previdência podem ser divididos em 
dois grupos: os obrigatórios e os facultativos. Os segurados obrigatórios por sua vez 
21 
 
dividem-se em cinco categorias: empregado, contribuinte individual, empregado 
doméstico, trabalhador avulso e segurado especial. 
Os segurados facultativos são os maiores de dezesseis anos de idade que 
contribuem com a previdência social, desde que não esteja exercendo atividade 
remunerada que o enquadre em alguma das categorias obrigatórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
2. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
 
Os princípios jurídicos são a base do ordenamento jurídico. A palavra principio 
traz noção de início, fundamento, alicerce. “São os princípios as verdades fundantes 
de um sistema de conhecimento”. (REALE JÚNIOR, 2003, p. 303). 
 
2.1 Princípio da Solidariedade 
 
O princípio da solidariedade da Seguridade Social é visto sob três enfoques, 
consoante a melhor doutrina de José Leandro Monteiro de Macêdo e Eduardo Rocha 
Dias (2008): 
a) solidariedade na instituição da seguridade social: 
A Seguridade Social tem o objetivo de resguardar a população contra 
necessidades advindas de contingências sociais. A própria instituição da seguridade 
social já deriva de um ato de solidariedade, diante do: 
 
Reconhecimento de que a ação individual não é suficiente para debelar as 
necessidades decorrentes das contingências sociais, razão da ação comum 
(solidária) de todos os membros da sociedade no intuito de efetivar a proteção 
social em face dessas necessidades. (DIAS e MACÊDO, 2008, p. 109). 
 
Por exemplo: como uma pessoa sem recursos obteria proteção à saúde sem o 
atendimento do SUS? Como uma pessoa idosa que nunca trabalhou obteria uma 
renda de um salário mínimo sem o resguardo da assistência social e o benefício de 
amparo assistencial – benefício de prestação continuada? 
b) solidariedade na distribuição do ônus contributivo: é a equidade na forma de 
participação do custeio (quem detém maior capacidade, contribui com mais). 
c) solidariedade na prestação do amparo: as ações da seguridade social devem 
priorizar as pessoas mais necessitadas. 
 
 
23 
 
2.2 Princípio da Obrigatoriedade 
 
Para que a proteção social seja efetiva, a participação dos membros da 
sociedade nas ações da seguridade social deve ser imposta obrigatoriamente. 
 
2.3 Princípio da Suficiência (ou Eficácia/Efetividade) 
 
Os benefícios e serviços concedidos pela seguridade social devem ser capazes 
de afastar a necessidade advinda de uma contingência social. 
Exemplo: “Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado poderá ter valor mensal inferior ao salário-
mínimo. 
 
2.4 Princípio da Supletividade ou Subsidiariedade 
 
Dois aspectos são abordados neste princípio: 
 
Primeiro: a seguridade social intervém subsidiariamente, isto é, somente se 
o indivíduo não tiver elementos de prover à própria subsistência ou de tê-la 
provida por sua família. (Princípio verificado na assistência social; ex. art. 
203, V, da CF). 
 
Segundo: a proteção social deve ser ministrada até o ponto suficiente para 
afastar a necessidade. (Ex. limite máximo do valor dos benefícios). 
 
2.5 Principio do direito adquirido 
 
No direito previdenciário haverá direito adquirido toda vez em que um segurado, 
sob a vigência de uma determinada lei, cumprir concessão de determinado beneficio. 
Princípio da preexistência do custeio em relação aos benefícios ou 
serviços ou regra da contrapartida 
Este princípio visa o equilíbrio econômico financeiro do sistema da 
seguridade social, impedindo que decisões de ocasião prejudiquem o futuro do 
24 
 
sistema através da criação ou aumento súbito de um benefício ou serviço, sem 
a indicação da correspondente fonte de custeio. 
Trata-se na verdade de regra que visa a própria preservação do sistema 
e está encampada no artigo 195, §5°, da Constituição Federal: 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma 
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais: 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, 
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
 
 
2.6 Princípios específicos da Seguridade Social 
 
O parágrafo único do artigo 194 da Constituição Federal de 1988 dispõe que a 
seguridade social será organizada, nos termos da lei, com base nos objetivos que 
relaciona. Porem tais objetivos se revela como autênticos princípios setoriais, ou seja, 
princípios aplicados apenas pela seguridade social: 
 
2.6.1Universalidade da cobertura e do atendimento 
 
A universalidade da cobertura significa quais os riscos sociais, toda e qualquer 
situação de vida que possa levar ao estado de necessidade, devem ser amparados 
pela Seguridade. Tais como: maternidade, velhice, doença, acidente, invalidez, 
reclusão e morte. No entanto, os recursos são limitados, devendo o legislador optar. 
Já a universalidade do atendimento diz respeito à proteção dos titulares: todos 
os residentes do território nacional, isto é, todas as pessoas indistintamente deverão 
ser acolhidas pela Seguridade Social. 
 
2.6.2 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e 
urbanas 
 
Os trabalhadores rurais foram discriminados no Brasil se comparados os 
direitos destes aos reconhecidos aos trabalhadores urbanos. E termos de 
seguridade social, a situação era diferente. A Constituição Federal de 1988 reafirmou 
o principio da isonomia, consagrado no caput de seu art. 5º, no inciso II, do parágrafo 
25 
 
único, do art. 194, garantindo uniformidade e equivalência de tratamento, entre 
urbanos e rurais, e, termos de seguridade social. 
A uniformidade significa que o plano de proteção social será o mesmo para 
trabalhadores urbanos e rurais. 
Pela equivalência, o valor das prestações pagas a urbanos e rurais deve ser 
proporcionalmente igual. Os benefícios devem ser os mesmos, mas o valor da renda 
mensal e equivalente, não igual. É que o calculo do valor dos benefícios se relaciona 
diretamente com o custeio da seguridade. 
 
2.6.3 Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços 
 
Este princípio tem por finalidade orientar a ampla distribuição de benefícios 
sociais ao maior número de necessitados. Nem todos terão direito a todos os 
benefícios, devendo o legislador identificar as carências sociais e estabelecer critérios 
objetivos para contemplar as camadas sociais mais necessitadas 
Sérgio Pinto Martins ensina que caberá à lei escolher as necessidades que o 
sistema poderá atender, conforme as disponibilidades econômico-financeiras, e 
conclui ao final: 
A distributividade implica a necessidade de solidariedade para poderem ser 
distribuídos recursos. A idéia de distributividade também concerne à 
distribuição de renda, pois o sistema, de certa forma, nada mais faz do que 
distribuir renda. A distribuição pode ser feita aos mais necessitados, em 
detrimento dos menos necessitados, de acordo com a previsão legal. A 
distributividade tem, portanto, caráter social. 
 
2.6.4 Irredutibilidade do valor de benefícios 
 
Este princípio tem por finalidade preservar o valor de compra dos benefícios 
financeiros concedidos pela seguridade social. A legislação infraconstitucional 
materializou este dispositivo ao determinar que anualmente os valores dos benefícios 
serão corrigidos por um índice de preço. 
A preocupação do legislador ao inserir este princípio no texto constitucional foi 
evitar que eventuais reajustes dos benefícios dependessem de vontade política do 
governo federal. O eventual congelamento dos valores, em épocas de processo 
inflacionário acelerado, significaria, na verdade, a supressão dos benefícios ao longo 
do tempo. 
26 
 
Deve-se ressaltar, ainda, que não existe mais vinculação entre o reajuste dos 
benefícios da seguridade social e o salário mínimo. Os benefícios serão corrigidos por 
índice de preço que mede a inflação. Por outro lado, o salário mínimo deverá ser 
contemplado por uma política de recuperação de seu poder de compra, 
preferencialmente em respeito ao disposto na Constituição Federal. 
 
2.6.5 Equidade na forma de participação no custeio 
 
A equidade na forma de participação no custeio não corresponde, exatamente, 
ao principio da capacidade contributiva. 
O conceito de equidade esta ligado à idéia de justiça, mas não a justiça em 
relação às possibilidades de contribuir, e sim à capacidade de gerar contingências que 
terão cobertura pela seguridade social. Então a equidade na participação no custeio 
deve considerar, em primeiro lugar, a atividade exercida pelo sujeito passivo e, em 
segundo lugar, a sua capacidade econômico-financeira. Quanto maior a probabilidade 
de atividade exercida gerar contingências com cobertura, maior devera ser a 
contribuição 
 
2.6.6 Diversidade da base de financiamento 
 
O financiamento da seguridade social se dá atualmente através da contribuição 
dos trabalhadores, das empresas e dos orçamentos dos entes estatais. Mesmo as 
pessoas não enumeradas acima contribuem para a seguridade social, seja através do 
pagamento da CPMF, seja através dos impostos inseridos nos custos dos preços dos 
produtos consumidos. 
Preocupado em garantir o aumento da arrecadação de recursos para a 
seguridade social para garantir o atendimento do aumento de demanda social, o 
legislador já expressou na constituição a permissão para que outras fontes de 
financiamento fossem criadas pelo legislador ordinário. 
Contudo, criou um dispositivo mediador, na tentativa de evitar que novas 
contribuições sociais fossem criadas nas mesmas bases de impostos já existentes. 
Este é o entendimento majoritário do § 4º do artigo 195 do texto constitucional. Este 
dispositivo veda a criação de contribuição social cujo fato gerador ou base de cálculo 
seja idêntica aos impostos discriminados na Constituição. 
27 
 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda sociedade de forma 
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais 
§ 4º. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção 
ou a expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
 
2.6.7 Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa. Participação da 
comunidade 
 
Este princípio não é inovação do texto constitucional, uma vez que 
historicamente sempre houve a participação da comunidade nos Conselhos da 
previdência social, assistência social e saúde. 
Desta forma, o legislador tentou democratizar a gestão da seguridade social, 
uma vez que contempla a participação de todos os segmentos representativos da 
sociedade na administração dos recursos, inclusive os aposentados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
3 DIREITO ADQUIRIDO NO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
O direito adquirido é um formato jurídico ainda sem uma definição precisa do 
seu sentido, conteúdo e alcance. No entendimento de José Afonso da Silva (p. 436), 
“a doutrina ainda não fixou com precisão o conceito de direito adquirido”. 
O instituto do direito adquirido está inserido no texto constitucional, art. 5º, 
XXXVI e é considerado cláusula pétrea conforme art. 60, parágrafo 4º, IV, também da 
Constituição Federal. 
 
Art. 5º, XXXVI - A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito 
e a coisa julgada (…) 
Art. 60, parágrafo 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: (…) 
IV - Os direitos e garantias individuais. 
 
O Decreto-Lei 4.657, de 4 de setembro de 1942, esboçou em seu artigo 6º, § 
2ª, uma definição de direito adquirido ao afirmar que 
 
Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, 
passa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, 
ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
 
Nesse contexto, é considerado direito adquirido, os direitos que que o indivíduo 
tenha em um determinado período temporal, onde o exercício apresente um termo 
prefixo,ou condição preestabelecida, definição que está de acordo com o art. 6º da 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
Wladimir Novaes Martinez (2001, p. 259), apresenta o seguinte conceito de 
direito adquirido: 
 
Significa direito incorporado ao patrimônio do titular, bem seu. É direito. A 
aquisição, referida no título, quer dizer que qualquer ataque exterior por via 
de interpretação ou de aplicação da lei. Distinto do interesse ou da faculdade, 
não pode ser alterado por esta”. 
 
Pelas definições doutrinárias apresentadas, percebe-se que o direito adquirido 
é aquele que integra o acervo de direitos individuais no indivíduo, de forma 
permanente, sendo intangível. 
29 
 
 
É importante observar que a Constituição defende o direito adquirido e não a 
simples expectativa do direito. Ele é uma situação de imutabilidade que garante o 
titular contra posterior modificação legislativa. Observa-se ainda, que para que haja o 
direito adquirido é necessário que o mesmo não tenha sido exercido, caso o contrário, 
ter-se-ia apenas uma relação jurídica já consumada. Diante disso, passaremos a 
analisar como as reformas da previdência podem ou não influenciar e alterar nosso 
plano previdenciário. 
Sérgio Pinto Martins (2013) defende que o direito adquirido integra o patrimônio 
jurídico da pessoa, e não o econômico. Assim, não se o entende como algo concreto, 
uma cifra a mais na conta bancária do contribuinte. O direito já é da pessoa, em razão 
de seu cumprimento dos requisitos necessários para adquiri-los, mesmo que a ela não 
o tenha requerido, como no caso da aposentadoria. 
O direito adquirido tem significativa importância para o Direito Previdenciário, 
principalmente no que concerne às aposentadorias. O segurado adquire o direito à 
aposentadoria no momento em que reúne todos os requisitos necessários para obtê-
la, independentemente do seu efetivo exercício ou requerimento. 
Importante destacar que a aquisição do direito previdenciário não se confunde 
com o seu exercício. Isso quer dizer que o não exercício de um direito não tem a força 
de tirar-lhe o status de direito adquirido e as garantias que sobre ele recaem. 
A ordem jurídica nacional claramente sinaliza pelo reconhecimento da 
existência do direito adquirido no Direito Previdenciário. 
A Emenda Constitucional nº 20 garante expressamente o direito adquirido das 
pessoas ao consignar que: 
 
É assegurada a concessão de aposentadoria e pensão, a qualquer tempo, 
aos servidores públicos e aos segurados do regime geral da previdência 
social, bem como aos seus dependentes que, até 16/12/98, tenham cumprido 
os requisitos para obtenção destes benefícios, com base na legislação 
vigente. 
 
O § 2º do artigo 3º da EC 20/98 mostra outra regra de direito adquirido: 
 
Os proventos da aposentadoria a serem concedidos aos servidores públicos, 
em termos integrais ou proporcionais ao tempo de serviço já exercido até a 
data de 16/12/98, bem como as pensões de seus dependentes, serão 
calculados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram 
atendidas as prescrições nela estabelecidas para a concessão destes 
benefícios ou nas condições da legislação vigente. 
30 
 
 
A lei 8.213/91, em seu artigo 122, revela o direito adquirido ao mencionar que, 
sendo mais vantajoso, fica garantido o direito à aposentadoria, nas condições 
legalmente previstas na data do implemento de todos os requisitos legais necessários 
à obtenção do benefício. 
Assim sendo, os dispositivos constitucionais e infraconstitucionais revelam o 
direito adquirido aos benefícios previdenciários aos segurados obrigatórios ou 
facultativos que já satisfizeram as exigências legais. 
 
3.1 As reformas da previdência 
 
As reformas na previdência ocorrem como tentativa de evitar o colapso do 
sistema previdenciário. O problema da previdência não é exclusividade do Brasil, com 
o crescimento desacelerado e controlado da população tem-se a redução da 
população ativa e consequentemente um aumento dos inativos. Esse argumento não 
deveria ser levado em consideração se o país tivesse uma gestão eficiente das 
contribuições providenciarias, entretanto, sem entrar no mérito da gestão da 
previdência, as reformas trabalham o gerenciamento da política previdenciária de 
modo a que se sustente, cumpra sua função social. 
Observa-se que as reformas no sistema previdenciário, além de inevitáveis, 
tendem a ser cada vez mais dolorosas, como maior rigidez para a concessão de 
benefícios, assim como novos requisitos e mais severos para conseguir a 
aposentadoria, tudo devido à má gestão do Fundo Previdenciário, políticas que 
permitem que pessoas que nunca contribuíram se aposentem, onerando cada vez 
mais os ativos e aumentando o déficit previdenciário. 
 
3.2 Fator previdenciário 
 
De acordo com o Ministério da Previdência Social, o fator previdenciário é um 
dos componentes da fórmula utilizada para calcular as aposentadorias por tempo de 
contribuição e pode ser aplicado também, no cálculo das aposentadorias por idade. 
 
31 
 
Segundo a explicação do Ministério, esse fator, que se baseia em quatro 
elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à 
Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado, foi criado, com o objetivo 
de equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício. 
Araújo (2008) explica que a alíquota de contribuição é o numeral 
correspondente a 0,31, que será aplicado no cálculo do fator previdenciário, em 
qualquer situação; a idade do trabalhador, a que já tenha completado no momento da 
aposentadoria, não podendo usar os meses somente os anos inteiros; o tempo de 
contribuição será o total do período efetivamente trabalhado pelo segurado e a 
expectativa de sobrevida deverá ser aquela estabelecida na tábua completa de 
mortalidade elaborada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - 
IBGE. 
O surgimento do fator previdenciário se deu conforme o Dieese (2008), durante 
o processo de discussão da Reforma Previdenciária, em 1998, foi rejeitada a inclusão 
do critério de idade mínima para a obtenção de qualquer tipo de aposentadoria, em 
contrapartida, por meio da Emenda Constitucional nº 20 houve várias alterações no 
Regime Geral de Previdência Social (RGPS). 
Suas principais alterações foram o estabelecimento de um teto para os 
benefícios do INSS, enquanto em 2015 o valor foi de R$ 4.663,75 para os que 
recebem acima do mínimo (cerca de 9 milhões), neste ano, o limite é de R$ 5.189,82 
-, a eliminação por meio de processo gradual, da aposentadoria proporcional e a 
substituição do conceito usual de "tempo de serviço" por "tempo de contribuição". Para 
as mulheres, a aposentadoria por tempo de contribuição se dá com 30 anos de 
contribuição e, para os homens, com 35 anos. 
Dieese (2008) explica que em decorrência dessas mudanças, em 1999 o 
executivo idealizou o fator previdenciário e encaminhou projeto ao legislativo, em 
novembro deste ano foi aprovada a Lei nº 9.876, que introduziu uma nova fórmula de 
cálculo para o benefício da aposentadoria dos trabalhadores do setor privado. Com 
isso, foram inseridos critérios atuariais no sistema previdenciário público, que 
anteriormente só eram considerados pela previdência privada. Esta Lei, entre outras 
providências, alterou a redação do art. 29 da Lei nº 8.213, de 1991, que tratava de 
Planos de Benefícios da Previdência Social, modificando os critérios de cálculo dos 
benefícios. 
 
32 
 
Para as aposentadorias por tempo de contribuição, a aplicação do fator 
previdenciário passou a ser obrigatória e, para aquelas por idade, tornou-se optativa 
sua não aplicação. Assim, a aposentadoriaseria calculada automaticamente pela 
fórmula: 
Sb = M x f 
Onde: 
Sb = salário de benefício; 
M = média dos 80% maiores salários de contribuição do segurado, apurados 
entre julho de 1994 e o momento da aposentadoria, corrigidos monetariamente; 
f = fator previdenciário. 
 
O fator previdenciário aprovado é obtido por intermédio da seguinte fórmula: 
Onde: 
f = fator previdenciário; 
Id = idade do contribuinte no momento da aposentadoria (id); 
Es = expectativa de vida; 
tc = tempo de contribuição; 
a = alíquota no valor de 0,31, referente à contribuição de 11% do empregado 
mais a de 20% do empregador. 
 
Aparentemente a criação do fator previdenciário mostra certa racionalidade, 
também mostra um conjunto de contradições do próprio fator e certamente muitos 
questionamentos sobre os impactos concretos de sua aplicação aos longos dos anos 
que se seguiram à sua criação. 
 
3.3 Novas regras da aposentadoria 
 
A nova regra de cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição foi 
estabelecida pela Lei 13.183/2015. Agora, o cálculo levará em consideração o número 
de pontos alcançados somando a idade e o tempo de contribuição do segurado – a 
chamada Regra 85/95 Progressiva. 
Além da soma dos pontos é necessário também cumprir a carência, que 
corresponde ao quantitativo mínimo de 180 meses de contribuição para as 
aposentadorias. Alcançados os pontos necessários, será possível receber o benefício 
33 
 
integral, sem aplicar o fator previdenciário. A progressividade ajusta os pontos 
necessários para obter a aposentadoria de acordo com a expectativa de sobrevida 
dos brasileiros. 
A luta contra o Fator Previdenciário (FP) tem sido muito dura, com a resistência 
de todos os governos, e agora, ainda com o aumento progressivo, foi aprovada a 
somatória 95 para os homens e 85 para as mulheres para a isenção da aplicação do 
FP no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição. Portanto, só se aplica 
neste benefício e não se trata de nova exigência. É uma opção: quem se aposentar 
mais cedo terá o FP e quem completar a somatória fica livre. Para saber se vale a 
pena é uma questão matemática. 
No entendimento de Martinez (2012), a fórmula 85/95 representa mais do que 
uma simples soma do tempo de serviço com a idade, a mesma reconhece a distinção 
legal da mulher, enquanto assim pensar o legislador. Da mesma forma a atividade 
insalubre, determinante da aposentadoria especial. E, é claro, a situação do professor, 
que, constitucionalmente, aposentam-se cinco antes dos demais segurados. Pelo 
aumento progressivo, 95/85 será até o final de 2018, em 2019 e 2020 96/86, em 2021 
e 2022 97/87, em 2023 e 2024 98/88, em 2025 e 2026 99/89 e, por fim, a partir de 
2027 a somatória será 100 para os homens e 90 para as mulheres. 
De acordo com o Ministro da Previdência Carlos Gabas, essa nova formula é 
menos prejudicial às pessoas que vão se aposentar porque o que o contribuinte irá 
receber a título de provento não será reduzido pela aplicação do Fator Previdenciário. 
 
3.4 Desvantagens na prática da aplicação da nova regra 
 
A princípio a regra 85/95 parece mais vantajosa, mas na prática não é bem 
assim. Observa-se que, hipoteticamente um homem com 53 anos de idade e 35 anos 
de contribuição, nas regras atuais ele poderia se aposentar, com uma perda no valor 
do benefício, mas se quisesse poderia. 
O que deve ser levado em conta para verificar qual regra seria mais vantajosa, 
se a atual com a incidência do Fator Previdenciário ou a nova regra 85/95, é de quanto 
pode vir a perder ou ganhar o contribuinte com a nova regra. 
Supondo que o contribuinte ganhe a média de R$ 1.300,00 e com a incidência 
do Fator Previdenciário seu benefício ficasse no valor de R$ 1.000,00, a princípio ele 
perderia 30%. Analisando minuciosamente, tem-se que na incidência da regra 85/95 
34 
 
o contribuinte tendo 53 anos de idade e 35 anos de contribuição somando os dois 
daria 88 e não 95, portanto deveria aguardar pelo menos mais 3 anos e meio para ter 
o direito à aposentadoria. 
Assim, pela nova regra, os R$ 1.000,00 (mil reais) aos quais teria direito na 
regra atual com a incidência do Fator Previdenciário não seriam pagos deixando o 
beneficiário de ganhar cerca de R$ 13.000,00 (treze mil reais) por ano, totalizando R$ 
45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) ao longo dos três anos e meio. 
E nesses três anos e meio aguardando para completar os 95 pontos da nova 
regra o cidadão deveria continuar contribuindo, levando em conta os mil reais seriam 
cerca de mais R$ 10.000,00 (dez mil reais) de contribuição no total. 
Considerando este caso hipotético, o contribuinte teve uma perca de mais R$ 
55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais). Esse prejuízo na nova regra não seria 
recuperado, demoraria cerca de 15 anos para que se tomasse o valor perdido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Seguridade Social, segundo o texto constitucional, é um conjunto integrado 
de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (art. 194 da CF). 
A Constituição de 1988, pioneira na sistematização da matéria, incluiu a 
Seguridade Social no título VIII, Da Ordem Social, entre os artigos 194 a 204. Os 
dispositivos legais, ali inseridos, estruturaram toda a Seguridade Social, 
estabelecendo os objetivos, princípios, em como a forma de financiamento. 
A formação de um sistema de proteção social no Brasil ocorreu através de um 
lento processo de reconhecimento de que o Estado deveria assistir seus cidadãos em 
suas necessidades básicas. 
Como observado nesse trabalho, a seguridade social tem a função de proteger 
a sociedade brasileira, dar amparo aquele que é atingido pela adversidade, 
independentemente de o indivíduo contribuir ou não para a previdência social. 
O trabalho mostrou que o reconhecimento e a proteção do direito adquirido são 
de fundamental importância no Estado Democrático de Direito, em nome da 
segurança jurídica e da estabilidade das relações travadas numa sociedade política 
juridicamente organizada pelo Direito. 
Verificou-se que a aplicação do direito adquirido na Previdência Social ocorre 
de maneira coerente e protege o contribuinte frente às mudanças que ocorrem com 
as Reformas da Previdência. 
Sobre o fator previdenciário, verificou-se que a intenção com a instituição deste, 
seria atender o Princípio do Equilíbrio Financeiro e Atuarial da Previdência Social, 
tendo em vista a situação deficitária da Previdência Social devido ao aumento da 
expectativa de vida do brasileiro. 
Concluindo, a aplicação da nova regra pode antecipar a aposentadoria por 
tempo de contribuição sem o fator previdenciário, trazendo uma vantagem para 
aqueles segurados que começaram a trabalhar mais cedo. Portanto hoje, na vigência 
de duas regras cabe ao segurado saber qual é a melhor opção por meio de cálculos 
e assim, optar pela regra que lhe será mais vantajosa. 
 
36 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado, 1988. 
DIAS, Eduardo Rocha; MACEDO, José Leandro Monteiro de. Curso de Direito 
Previdenciário. São Paulo: Método, 2008. 
DIEESE, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. O 
fator previdenciário e seus impactos sobre os trabalhadores. Nota técnica 65 de 
abril de 2008. Disponível em: http://www.fenasps.org.br/noticias/notatecn.pdf. Acesso 
em: 05 jul. 2016. 
IBRAHIM, Fábio Zambite. Resumo de Direito Previdenciário. 4 ed. São Paulo:Ímpetus, 2005. 
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Princípios de Direito Previdenciário. 4 ed. São 
Paulo: LTR, 2001. 
_______. Princípios de Direito Previdenciário. São Paulo: LTR, 2012. 
MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2013. 
REALE JÚNIOR, Miguel Reale. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva 
2003. 
TANAKA, Eduardo. Receita federal do Brasil. Apostila da rede de ensino 
aprovação. Aprovação, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
ANEXOS 
 
Novas regras de aposentadoria: Lei nº 13.183 (fórmula 85/95) 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
 
LEI Nº 13.183, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2015. 
 
 
Altera as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de 1991, e 8.213, de 24 de julho de 
1991, para tratar da associação do segurado especial em cooperativa de crédito rural 
e, ainda essa última, para atualizar o rol de dependentes, estabelecer regra de não 
incidência do fator previdenciário, regras de pensão por morte e de empréstimo 
consignado, a Lei nº10.779, de 25 de novembro de 2003, para assegurar pagamento 
do seguro-defeso para familiar que exerça atividade de apoio à pesca, a Lei nº 12.618, 
de 30 de abril de 2012, para estabelecer regra de inscrição no regime de previdência 
complementar dos servidores públicos federais titulares de cargo efetivo, a Lei nº 
10.820, de 17 de dezembro de 2003, para dispor sobre o pagamento de empréstimos 
realizados por participantes e assistidos com entidades fechadas e abertas de 
previdência complementar e a Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e dá outras 
providências 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o O art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as 
seguintes alterações: 
 
 “Art. 12. ………………………………………………………………. 
 
 § 9º ……………………………………………………………………… 
 
 
 VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e 
 
 
 § 10. ……………………………………………………………………. 
 
 
 V – (VETADO); 
 
 …………………………………………………………………………” (NR) 
38 
 
 
Art. 2º A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes 
alterações: 
 
 “Art. 11. ………………………………………………………………. 
 
 
 § 8º ……………………………………………………………………… 
 
 
 VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e 
 
 
 § 9º ……………………………………………………………………… 
 
 
 V – (VETADO); 
 
 …………………………………………………………………………” (NR) 
 
 “Art. 16. (VETADO).” (NR) (Vigência) 
 
 “Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo 
de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de 
sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo 
de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: 
 
 I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo 
mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou 
 
 II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo 
mínimo de contribuição de trinta anos. 
 
 § 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas as frações em meses 
completos de tempo de contribuição e idade. 
 
 § 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão 
majoradas em um ponto em: 
 
 I – 31 de dezembro de 2018; 
 
 II – 31 de dezembro de 2020; 
 
 III – 31 de dezembro de 2022; 
 
 IV – 31 de dezembro de 2024; e 
 
 V – 31 de dezembro de 2026. 
 
39 
 
 § 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e no § 2º, o tempo mínimo de 
contribuição do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo 
de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e 
médio será de, respectivamente, trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco 
pontos à soma da idade com o tempo de contribuição. 
 
 § 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário ao exercício da opção de 
que trata o caput e deixar de requerer aposentadoria será assegurado o direito à 
opção com a aplicação da pontuação exigida na data do cumprimento do requisito nos 
termos deste artigo. 
 
 § 5º (VETADO).” (Vigência) 
 
 “Art. 29-D. (VETADO).” 
 
 “Art. 74. ……………………………………………………………… 
 
 I – do óbito, quando requerida até noventa dias depois deste; 
 
 …………………………………………………………………………” (NR) 
 
 “Art. 77. ……………………………………………………………… 
 
 
 § 2º ……………………………………………………………………… 
 
 
 II – para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, ao 
completar vinte e um anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual 
ou mental ou deficiência grave; (Vigência) 
 
 …………………………………………………………………………………. 
 
 § 6º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de 
microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da parte 
individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental ou com 
deficiência grave.” (NR) 
 
 “Art. 115. …………………………………………………………….. 
 
 …………………………………………………………………………………. 
 
 VI – pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações 
de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de 
arrendamento mercantil, ou por entidades fechadas ou abertas de previdência 
complementar, públicas e privadas, quando expressamente autorizado pelo 
beneficiário, até o limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor do benefício, sendo 
5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para: 
 
 a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou 
40 
 
 
 b) utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. 
 
 …………………………………………………………………………” (NR) 
 
Art. 3º (VETADO). 
 
Art. 4º O art. 1º da Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012, passa a vigorar acrescido 
dos seguintes parágrafos, renumerando-se o atual parágrafo único para § 1º: 
 
 “Art. 1º ………………………………………………………………… 
 
 § 1º ……………………………………………………………………… 
 
 § 2º Os servidores e os membros referidos no caput deste artigo com 
remuneração superior ao limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime 
Geral de Previdência Social, que venham a ingressar no serviço público a partir do 
início da vigência do regime de previdência complementar de que trata esta Lei, serão 
automaticamente inscritos no respectivo plano de previdência complementar desde a 
data de entrada em exercício. 
 
 § 3º Fica assegurado ao participante o direito de requerer, a qualquer tempo, o 
cancelamento de sua inscrição, nos termos do regulamento do plano de benefícios. 
 
 § 4º Na hipótese do cancelamento ser requerido no prazo de até noventa dias da 
data da inscrição, fica assegurado o direito à restituição integral das contribuições 
vertidas, a ser paga em até sessenta dias do pedido de cancelamento, corrigidas 
monetariamente. 
 
 § 5º O cancelamento da inscrição previsto no § 4º não constitui resgate. 
 
 § 6º A contribuição aportada pelo patrocinador será devolvida à respectiva fonte 
pagadora no mesmo prazo da devolução da contribuição aportada pelo participante.” 
(NR) 
 
Art. 5º A Lei nº 10.820, de 17 de dezembro de 2003, passa a vigorar acrescida do 
seguinte art. 6º-A: 
 
 “Art. 6º-A Equiparam-se, para os fins do disposto nos arts. 1º e 6º, às operações 
neles referidas as que são realizadas com entidades abertas ou fechadas de 
previdência complementar pelos respectivos participantes ou assistidos.” 
 
Art. 6º (VETADO) 
 
Art. 7º (VETADO).Art. 8º Esta Lei entra em vigor: 
 
I – em 3 de janeiro de 2016, quanto à redação do art. 16 e do inciso II do § 2º do art. 
77 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991; 
41 
 
 
II – em 1º de julho de 2016, quanto à redação do § 5º do art. 29-C da Lei nº 8.213, de 
24 de julho de 1991; 
 
III – na data de sua publicação, para os demais dispositivos. 
 
Brasília, 4 de novembro de 2015; 194º da Independência e 127º da República. 
 
 
DILMA ROUSSEFF 
 
Joaquim Vieira Ferreira Levy 
 
Nelson Barbosa 
 
Miguel Rossetto

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