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Microbiologia Prática - A2 - Slides Transcritos - FCMS- JF - MEDICINA

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1 
RESUMO PROVA PRÁTICA DE MICROBIOLOGIA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA 
02/2017 - LUCAS SILVA 
 
 
SLIDE 1 - ITU - Infecções do Trato Urinário 
 
1.0 Introdução 
- ITU —> é uma condição em que ocorre a multiplicação de um microorganismo com invasão da mucosa de algum segmento do 
trato urinário 
- *Podem ser assintomáticas ou sintomáticas 
- Podem ocasionar alterações estruturais ou funcionais do TGU; 
- 
- Epidemiologia 
- Predominam em mulheres 
- É relacionada a atividade sexual 
- É mais incidente em homens a partir de 60 anos devido a hipertrofia da próstata 
 
 
1.1 Classificação 
 
Classificação anatômica 
- Baixa: 
- Invasão superficial de mucosas; 
- Exemplo: cistite, uretrite; 
- Alta: 
- Invasão tecidual (do parênquima); 
- Exemplos: pielonefrite, prostatite; 
 
Alterações estruturas ou funcionais do trato urinário 
 
- Não complicada: 
- Trato urinário normal —> não causa nenhuma alteração 
- Complicada: 
- Algum tipo de alteração estrutural ou funcional do TGU; 
- Incluindo —> gravidez, obstrução; 
- Instrumentação ou sonda urinária; 
 
Recorrência da Infecção 
- Episódio Único; 
 
- Recidiva: 
- Persistência da infecção pelo mesmo agente, surgindo sintomas em até três semanas do término do tratamento; 
- Está associada à alteração da microbiota vaginal e contaminação perineal; 
 
- Reinfecção: 
- Ocorre um novo episódio por outro agente infeccioso ou outra cepa após três semanas do término do tratamento; 
 
1.2 Coleta adequada 
 
- Tipo de amostra: 
a) Isolada 
b) 1ª Micção da manhã 
c) Randômica 
 - 2 a 4 horas após a última micção 
d) 2ª Micção da manhã (pesquisa de dismorfismo eritrocitário) e triagem de diabetes mellitus 
e) Coleta cateterizada para cultura de bactéria (ITU) 
f) Punção suprapúbica 
 - Urina da bexiga para cultura de bactéria ou citologia 
 2 
** Orientações: Coletar o jato médio após a antissepsia. Há também a ocasião que deve coletar 3 frascos para pesquisa de infecções 
prostáticas 
1.3 Frascos de Coleta 
- Frasco estéril 
- Saco coletor (caso de punção ou cateter) 
 
1.4 Transporte (até aqui é fase pré analítica) 
- Transportar em até duas horas para o laboratório 
 - Caso não seja possível refrigerar por até 24 horas 
 - Evita o metabolismo bacteriano, degeneração celular, consumo de glicose (diabetes), alteração do pH e crescimento bacteriano. 
- Proteger contra luz devido a degradação da bilirrubina e urobilinogênio 
- Ao fazer a cultura retirar da refrigeração e deixar ganhar temperatura ambiente. 
 
1.5 Fase Analítica 
- Cor e aspecto: Cor amarelo, aspecto límpido, odor sui generis, livre de esperma 
 - Turvação: Indica processo infeccioso, cristais, células 
- Leitura visual das tiras: comparar cores 
- pH: 
 - Normal de ambos os sexos: 5,5 – 6,5 
 - 5 – 8,5 (aceitado para análise), pode variar de acordo com alimentação, medicação, atividade renal e outros 
 - > 8,5 deve-se rejeitar o material recebido 
 - Acidose e alcalose, metabólicas e respiratória irão causar alterações de pH 
 - Alteração de pH favorece a precipitação de cristais 
- Densidade: 1,005 a 1,035 (refratamento) 
 - Paciente desidratado apresenta uma urina + escura, + densa e com odor intenso 
 
a) Proteína: 
- Lesões de membrana renal possibilita a passagem de coisas de alto peso molecular. Patologias que podem lesar 
esse tecido: HAS e DM. 
- A coleta do material perlonga 24 horas. 
- O valor de referência: 150mg/24h. 
- A presença de hemácias dismórficas deve ser correlacionado com altos níveis de proteína. 
- Aumento da albumina em lesão de glomérulo. 
- Microalbuminúria – Indica lesão renal precoce (solicitar no exame) 
 b) Glicose 
 - Os rins tem o limiar de reabsorção de glicose, quando esse ultrapassa 180mg/dl de concentração sérica é encontrado 
glicose na urina 
 - A presença na urina pode estar relacionado com lesão renal e DM 
 - Glicose no líquor é 2/3 da glicemia. Quando o indivíduo esta com meningite vai quase a ZERO. 
 - Glicosúria favorece a infecções 
 - Necrose glomerular pode levar glicosúria 
 - Limites *sem jejum: 
 - até 140 tolerável 
 - 140,1 a 199,9 pré diabético 
 - >200 diabético 
 c) Cetona 
 - Serão liberadas na urina em: 
 - Cetoacidose diabética 
 - Através de metabolismo de lipídeos 
 - Privação de carboidratos 
 - Valor de referência= negativo 
 d) Hemoglobina 
 - Hematúria 
 - Hemoglobinúria 
 - Valor de referência= negativo 
 e) Bilirrubina 
 - Valor de referência= negativo 
 - Pode estar presente doenças hepatocelulares obstrutivas, doenças obstrutivas das vias biliares 
 f) Urobilinogênio 
 - Pode estar relacionado com lesões hepáticas e hemólise 
 - valor de referência: 1mg/dl até diluição 1/20 
 g) Nitrito 
 - Relacionado com infecção urinária 
 - Enterobacteriaceae que reduzem nitrato a nitrito 
 - 1ª causa de ITU: 
 - E.Coli (90%), Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Citrobacter 
 - 2ª maior cause ITU: 
 - S. saprophyticus (infecção em baixas contagens) 
 h) Leucócitos 
 - Piócitos (nome dado na urina) 
 - Seu aumento traduz ITU e processos inflamatórios 
 - Piúria contagem de piócitos na urina 
 - Valor de referência: Negativos 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
1.6 Procedimentos na Prática 
 1) Instrução do paciente 
 2) Coleta da urina em um recipiente estéril 
 3) Identificação no recipiente com as devidas especificações 
 4) Alocar os fluidos em lugares adequados para o transporte 
 5) Transporte para o laboratório em até 2 horas ou dentro de 24 horas sob refrigeração 
 6) No laboratório a conferição de dados solicitados e se o material está de acordo com as normas previstas 
 7) Análise laboratorial 
 a) Procedimento de análise: 
 i) Exame de cultura: É feita semeadura com alça calibrada flambada em: 
 - Meio CLED (não seletivo diferencial, inibe o crescimento de Proteus e permite isolar e quantificar bactérias da urina. 
 - Meio Mac Conkey: seletivo e diferencial 
 - Ágar cromogênico: não seletivo e diferencial permitindo pré identificação bacteriana 
 - Procedimento de cultura: 
 1) inserir alça flambada e calibrada (normalmente 1mcl) na urina bem homogeneizada e semear de maneira 
quantitativa . Em seguida, cultivar a 35ºc por 18-24h. 
 2) em seguida, colônias isoladas são identificadas e transferidas para TSA (ágar triptona de soja). 
 ii) BUNC – bacterioscopia de urina não centrifugada: amostra de urina é transferida para lâmina e é feita a coloração 
de gram permitindo a visualização, normalmente de bacilos gram + e - . Permite um diagnóstico presuntivo. 
 iii) EAS – Elementos Anormais Sedimentados: A urina é centrifugada e o sedimento é visualizado no microscópio para 
contagem de: Hemácias, piócitos, bactérias, identificar cristais e cilindros. 
 - Piúria: < 10.000 por ml 
 - Hematúria < 10.000 por ml 
 
SLIDE 2 – UROCULTURAS INTERPRETAÇÃO 
 
Passos:1) Coleta de Urina 
2) Uma parte da amostra: 
 a) BUNC: 
 - Fixar uma alçada da urina me homogeneizada em uma lâmina e executar a coloração de Gram. 
 - É possível a visualização de bacilos gram – e +, permite um diagnóstico presuntivo. As enterobacteriaceae são gram 
negativos. E S. saprophyticus é gram positivo. 
 b) Exame de Cultura: 
 - Flambar a alça calibrada 
 - Semeadura quantitativa em meio CLED perto da chama 
 - Incubar 24h a 35ºc 
 - Interpretação do exame: contagem de colônias e identificação da morfologia das colônias 
 - Será feita a relação de UFC (unidade formadora de colônia) por ML 
 - Em seguida, colônias isoladas seriam transferidas para meio seletivo e TSA e após, seria feita identificação do agente 
etiológico em nível de espécie. 
 - Interpretação de exame de cultura: 
 a) depende da técnica de coleta: 
 - Punção suprapúbica: qualquer crescimento bacteriano deve ser valorizado (tomar cuidado com bacilos gram+ 
pois podem ser originados da pele). Normalmente indicativo de infecção de 1.000 UFC/ml 
 - Na emissão espontânea e por sonda: normalmente a urina de pacientes contaminados apresentam mais de 
100.000 UFC/ml. 95% dos casos de pielonefrite apresentam contagem próxima desse valor, incluindo quando é feita a punção 
suprapúbica . Contaminantes mais comuns isolados não passam a contagem de 10.000 bactéria por ml. 
 *** Contagens abaixo de 10.000UFC/ml também podem ser encontradas em infecções. S. saprophyticus é 
frequentemente associado a infecções com baixa quantificação 
 Observações: 
a) Em contagem baixas, deve-se correlacionar com a quantificação de leucócitos, que pode dar uma 
informação mais precisa da infecção. 
b) É importante notar que o dano tecidual, com consequente surgimento o de sintomatologia (doença), não 
depende apensa do número de organismos presentes no sítio da infecção, mas também de fatores 
ligados a virulência da bactéria envolvida, da susceptibilidade do hospedeiro e de características 
patológicas da doença. 
c) Contagens entre 10.000 e 100.000 UFC/ml podem trazer dificuldades de interpretação sendo 
importantes outro dados clínicos e laboratoriais. 
 
SLIDE 3 – TSA – TESTE DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANOS OU ANTIBIOGRAMA 
 
1.0 Principais agentes antibacterianos: 
- Penicilinas; aminoglicosídeos; cefalosporinas; tetraciclinas; macrolídeos; fluoroquinolonas; sufonamidas e cloranfenicol. 
 
2.0 Conceito 
 
- Teste para verificar a resistência ou sensibilidade de um microorganismo frente a diversos antibióticos para a escolha do ideal. É um 
tente in vitro . 
- Indicações: 
 - Para agentes causadores de infecção isolados e identificados (normalmente de amostras clínicas) 
 - Para microorganismos causadores de infecção que apresentam, estatisticamente, grande variabilidade no espectro de 
resistência ou tendência a resistência (exemplo: Staphylococcus aureus e Pseudomonas sp. 
 
 2.1 Tipos de testes 
 4 
 - Qualitativo: Método de difusão de discos em ágar. 
 - O raio do halo formado em torno do disco não está correlacionado com sua eficácia, nem com a quantidade que 
consegue inibir o crescimento bacteriano, por isso é chamado de qualitativo. Apenas informa se a bactéria é ou não sensível ao 
antibiótico de acordo com o resultado do halo previsto para cada antibiótico (depende do fabricante também). 
 - Quantitativo: Esses determinam a concentração inibitória mínima (CIM): 
 - Método de diluição em tubo ou placa 
 - Teste E: teste epsilométrico 
 
2.2 Procedimentos: (passos) 
 
1) Ajustar a escala de turvação dos tubos 
2) Flambar a alça 
3) Coletar colônia de placa previamente semeada e cultivada com amostra clínica 
4) Colocar no tubo (e comparar com os tubos da escala de turvação) **A leitura de turvação também pode ser feita por 
espectrofotometria 
5) Separar os antibióticos a serem utilizados, conforme a indicação do CLSI 
6) Flambar a alça 
7) Pegar o disco de antibiótico 
8) Separar os discos na tampa da placa (sem ser no meio de cultura ainda) 
9) Pegar o Swab, flambar o mesmo e introduzir no suco de bactéria 
10) Semear na placa (no meio de cultura Muller-Hinton) completamente em 3 planos (horizontal, vertical e diagonal) para obter 
crescimento confluente. 
11) Colocar os discos previamente deixados na tampa no meio de cultura (com a pinça previamente flambada devendo ser 
flambada entre um disco e outro) 
12) Retornar a pinça para o álcool, flambar e guarda-la 
13) Descartar o swab no local adequado 
14) Incubar por 24horas 
15) Leitura da placa cultivada: 
16) Medir o halo formado em torno de cada disco de antibiótico 
17) Comparar o diâmetro do halo com a tabela de maneira que se obtenha o resultado: Resistente; Intermediário 
(moderadamente resistente) e Sensível. 
18) Desse forma avaliando o melhor custo benefício para o paciente; o mais indicado para tal infecção relacionando com 
espectro do antibiótico. 
19) O Resultados obtidos no teste deve ser muito bem interpretados pela equipe do laboratório de microbiologia antes que o 
relatório final seja emito ao profissional solicitante. 
 
2.3 Fatores que podem influenciar nos resultados do teste: 
 - Composição química do meio (ideal: Ágar Muller-Hinton com 4 a 6mm de espessura) 
 - Densidade do inóculo (10^8 células por ml) 
 - Temperatura de incubação (35ºc a 37ºc) 
 - Concentração dos antimicrobianos no disco 
 - Validade e conservação dos discos 
 - Ação e estabilidade da droga (algumas podem ser hidrolisadas nas primeiras horas de incubação ou a velocidade de crescimento 
da bactéria pode ser maior do que a de difusão da droga no ágar). 
 - Tempo de incubação (deve ser de 18-24h) 
 
SLIDE 4 – HEMOCULTURA 
 
1.0 Introdução 
- Permite investigar bacteriemias e fungemias 
- Bacteriemia – bactérias viáveis na corrente sanguínea 
- Bacteriemia primária – origem no próprio sistema circulatório 
- Bacteriemia secundária – origem da infecção em outro sítio do organismo 
 
1.1 Periodicidade 
A) Bacteriemia transitória: é rápida e ocorre após procedimentos de manipulação de tecidos ou abscessos, furúnculos ou 
procedimentos cirúrgicos, endoscopia, procedimentos dentários, cateterização. 
B) Bacteriemia intermitente: variável de tempo mas com o mesmo microorganismo. Abcessos pélvicos, hepáticos, prostáticos. 
C) Bacteriemia contínua: endocardite aguda e sub-aguda. Primeiras semanas de brucelose e febre tifoide. 
D) Bacteriemia de escape: paciente pode estar recebendo antibioticoterapia adequada. Bacteriemias estafilocóccicas são comuns no 
início do tratamento. Episódios tardios podem acontecer por drenagem inadequada ou em pacientes imunodeprimidos. 
 
1.2 Fontes mais comuns de infecções da corrente sanguínea 
- Dispositivos intravasculares (19%) ex: cateter 
- ITGU (17%) 
- Locais desconhecidos (27%) 
 
 1.2.1 Principais etiologias 
 - Vírus: 
 Citomegalovírus, HIV, Hep A e B. 
 - Fungos: 
 Cândida spp, Criptococcus neoformans. 
 - Bactérias: 
 Gram +: S. aureus, S. sp. coagulase negativos, S. pneumoniae, S. viridans (20-40% das endocardites), Listeria spp, 
Enterococcus. 
 Gram -: E. coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella, Enterobacter, Neisseria meningitidis 
• Bacteriemias polimicrobianas são raras 
 5 
• O índice de positividade varia de 10-15% - quando está abaixo 5% ou muito acima de 15%, deve serever adequação de 
pedidos pelo serviço. 
• Sepses: quando o paciente apresenta sintomatologia associada a bacteriemia 
1.3 Indicação Clínica 
- Coleta deve ser realizada antes do inicio da antibioticoterapia 
- Indicado para pacientes sugestivos de infecção, justificando internação e com febre acima de 38ºc 
 - Leucocitose acima de 10.000/mm3 com desvio a esquerda. 
 - Granulocitopenia absoluta abaixo de 1.000/mm3 
 - Crianças com queda do estado geral 
 - Idosos com mialgia, avc e mal estar 
 
1.4 Hora da coleta 
- Precocemente ao início dos sintomas 
- Antes da antibioticoterapia 
- Recomendação atual de coleta: 
 - Coletar todas as amostras simultaneamente, sem intervalo de tempo. 
 * Intervalos são recomendados apenas para documentar bacteriemias continuas (suspeita de endocardite) 
 
1.5 Número de coletas 
- Coleta de uma amostra equivale a uma punção 
 - A coleta é feita em locais diferentes 
 - Caso colete de um mesmo local – deve-se dar o intervalo de 1 hora 
- Cada punção – dois frascos para adulto e um para criança de até 13kg. 
- São coletadas de duas a quatro amostras por episódio infeccioso. 
 - A probabilidade de isolamento em uma amostra é de apenas 70% 
 - O melhor custo benefício é obtido pela coleta de três amostras – permite isolamento de 96 a 98% dos casos 
 
1.6 Tipo de garrafa utilizado 
- Para cada amostra, a recomendação CLSI e de que seja cultivada no par de garrafas aeróbio/anaeróbio. 
- Alternativamente, coletar em duas garrafas para anaeróbios facultativos. 
 
1.7 Transporte das amostras 
- Amostras devem ser transportadas por até 2 horas em temperatura ambiente 
- Jamais devem ser resfriadas ou congeladas 
 
1.8 Técnica de coleta 
- Antissepsia da pele onde será coletado – evitar que a presença da microbiota normal confunda os resultados 
- Antissepsia preferencialmente com álcool iodado ou 70% seguido de iodina a 2%. A rolha do frasco também deve ser previamente 
desinfetada. 
- Anticoagulante: SPS (polianetol sulfonato de sódio) -inibe as propriedades bactericidas do sangue (fagócitos e sistema do 
complemento) 
 
1.9 Procedimentos: 
1) Antissepsia da pele do paciente (local de coleta) e da rolha dos frascos de hemocultura (anaeróbico e aeróbico) 
2) Punção venosa (um local para cada amostra) 
3) Transferir cada amostra para o para o par de garrafas de hemocultura 
4) Incubar na estufa por 12h 35ºc 
5) Primeira abertura da hemocultura – realizar assepsia da rolha 
6) Retirar 1ª amostra para semear em ágar chocolate – 3 placas na estufa por 24h, caso não tenha crescimento, esperar +24h na 
estufa 35-37ºc (e voltar o frasco para estufa por mais 5 dias a 35ºc para a 2ª abertura). Para o cultivo de anaeróbios, utilizar a jarra de 
microaerofilia, com a vela (reduzindo o O2 e favorecendo o crescimento de anaeróbios) . 
7) Realizar coloração de Gram para identificação da morfologia das bactérias 
8) Caso não haja crescimento, esperar mais 5 dias antes até a data da próxima abertura do frasco. 
 
• Deve-se aguardar entre a primeira e a segunda abertura, 7 dias para bactérias de crescimento lento (bacilos gram+) 
• Hemoculturas específicas: 
a) Brucella sp. – crescimento lento, incubar por até 21 dias. Repiques iniciais de 24 a 48h e posteriormente a cada 5 
dias. 
b) Leptospira – coletar na primeira semana da doença, com paciente febril. 
c) Micobactérias – frascos específicos, deve ser enviado até 12h após a coleta 
 
 
SLIDE 5 – CATETER 
 
1.0 Introdução 
- São empregados métodos quantitativos, pois os qualitativos tem pouco valor para o diagnóstico de infecções por cateter. 
 - Métodos Qualitativos – permitem apenas a identificação do microorganismo enquanto os ‘quantitativos’ permitem ter noção do 
número de microorganismos. 
- Infecções relacionados a cateter geralmente apresentam no local de inserção: sinais de inflamação, endurecimento, presença de pus 
e etc. 
- Em casos de febre sem outro foco infeccioso detectável, deve-se suspeitar do cateter, indicando sua remoção para cultura 
- A cultura é realizada em meios adequados visando isolamento e semi quantificação do microorganismo (bactérias ou leveduras). 
- Infecções relacionadas a cateter, podem levar rapidamente a bacteriemia e fungemias. 
 
1.1 Materiais clínicos: 
- Cateter central, periférico, arterial, cateter Swan-Ganz e cateter Hickman. 
- Ponta de cateter vesical não deve ser processado 
 
 6 
 
 
 
 
1.2 Procedimentos de retirada do cateter 
- Cuidados de antissepsia da pele (iguais aos para colocada do cateter) 
- Cortar 5cm da ponta inserida no paciente (distal) e colocar diretamente em tubo estéril seco. 
- Transporte para laboratório: 
 - Em até uma hora em temperatura ambiente 
 - Até doze horas, refrigerado de 4-8ºc 
 
1.3 Agentes mais comuns em infecções por cateter: 
- S. sp. coagulase negativa 
- S. aureus 
- Enterobacterias 
- Pseudomonas aeroginosas 
- Corynebacterium spp. 
- Candida spp. 
 
1.4 Procedimento para cultura 
- Separar os fracos contendo o cateter e o meio ágar sangue 
- Flambar a pinça e sacar o cateter do frasco 
- Colocar o cateter sobre o meio ágar sangue e rolar o mesmo sobre a superfície do ágar (atrás do chama) 
- Fechar a placa e incubar por 24 horas 
- Após fazer análise da placa quantitativa, e proceder os demais teste para identificação da morfologia e espécie do microorganismo. 
 
**** MÉTODO DE MAKI 
 
- É utilizado, principalmente, para correlacionar bacteriemias a colonização do cateter. 
- Sobretudo para cateter vascular. 
- Cateter é rolado para os dois lados em placa com ágar sangue (conforme acima) 
- Permite semi quantificação: 
 - A contagem de mais de 15 UFC caracteriza que o cateter esteja infectado. 
 - Menos de 15 UFC caracteriza que o cateter esteja contaminado. 
 - Correlacionar com organismos isolados de amostras de hemocultura. 
 
- Considerações finais: 
 - Microorganismos de crescimento lento pode não ser detectados por essa metodologia 
 - Microorganismos conhecidos por causar infecções de cateter (ex: S. aureus) em contagens inferiores as consideradas 
significativas, deve-se consultar o medico sobre necessidade do TSA. 
 - Recomenda-se coleta da hemocultura para melhor correlacionar com infecção relacionada ao cateter. 
 
 
 
QUESTÕES DE PROVA - APLICADAS NA ÚLTIMA AULA 
 
Caso Clínico 1 
 João apresentou febre na UTI pós operatório. Teve 3 amostras de hemocultura coletadas sem intervalo e em locais distintos. 
Interprete o resultado da hemocultura em relação a possibilidade de contaminação x bacteriemia verdadeira. 
 Resultado: 
 
1ª Abertura 
 Coloração de GRAM - Frasco 1 – Cocos gram + em grumos 
 Coloração de GRAM - Frasco 2 – Cocos gram + em grumos 
 Coloração de GRAM - Frasco 3 – Cocos gram + em grumos 
 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 1 – S. aureus 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 2 - S. aureus 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 3 - S. aureus 
 
a) Clínica: (é compatível com resultado?) SIM.Pois está com febre e S. aureus é um microorganismo com VPP alto para 
bacteriemias verdadeiras. 
b) Técnica de coleta: (foi correta de acordo CLSI?) Ao que tudo indica sim. 
c) Tipo de isolamento: crescimento compatível com as 3 
d) Número de amostras positivas: 1 
 
 
Uma outra hipótese nesse mesmo caso: 
 
1ª Abertura 
 Coloração de GRAM - Frasco 1 – Cocos gram + em grumos 
 Coloração de GRAM - Frasco 2 – NADA ENCONTRADO 
 Coloração de GRAM - Frasco 3 – NADA ENCONTRADO 
 
 Placa Ágar Chocolate- Frasco 1 – S. aureus 
 Placa Ágar Chocolate- Frasco 2 - NADA ENCONTRADO 
 Placa Ágar Chocolate- Frasco 3 - NADA ENCONTRADO 
• Ainda tem chances de ser bacteriemiapela presença do S. aureus que já é da microbiota residente. 
 7 
Caso Clínico 2 : 
 Paciente de UTI neonatal apresentou febre e teve 3 amostras/frascos de hemocultura coletadas com intervalo de 30 
minutos. Resultados: 
 
1ª Abertura 
 Coloração de GRAM - Frasco 1 – NADA ENCONTRADO 
 Coloração de GRAM - Frasco 2 – NADA ENCONTRADO 
 Coloração de GRAM - Frasco 3 – NADA ENCONTRADO 
 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 1 – NADA ENCONTRADO 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 2 - NADA ENCONTRADO 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 3 - NADA ENCONTRADO 
 
 
2ª Abertura 
 Coloração de GRAM - Frasco 1 – Gram + 
 Coloração de GRAM - Frasco 2 – Gram + 
 Coloração de GRAM - Frasco 3 – NADA ENCONTRADO 
 
 Placa Ágar Chocolate 1 – Staphylococcus coagulase negativa (S. epidermidis) 
 Placa Ágar Chocolate 2 - Staphylococcus coagulase negativa (S. epidermidis) 
 Placa Ágar Chocolate 3 - NADA ENCONTRADO 
 
• Como sabemos que Staphylococcus epidermidis é de crescimento rápido, e é da microbiota normal da pele, é possível que na 
primeira abertura o frasco tenha sido contaminado e tenha crescido na segunda abertura. Como é de crescimento rápido era 
pra ter aparecido na primeira abertura. 
 
a) Clínica: (é compatível com resultado?) Não, pois o paciente apresenta febre mas a interpretação da hemocultura indica não 
haver bacteriemia verdadeira e sim contaminação da amostra. 
b) Técnica de coleta: (foi correta de acordo CLSI?) Se a coleta tiver sido no mesmo local, o intervalo deveria sido de 1 hora. 
c) Tipo de isolamento: crescimento compatível com as 2 
d) Número de amostras positivas: 2 
 
 
Caso Clínico 3 
 
1ª Abertura 
 Coloração de GRAM - Frasco 1 – Gram + em grumos 
 Coloração de GRAM - Frasco 2 – Gram + em grumos 
 Coloração de GRAM - Frasco 3 – Bacilo gram - 
 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 1 – Staphylococcus (crescimento rápido) 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 2 - Staphylococcus (crescimento rápido) 
 Placa Ágar Chocolate – Frasco 3 - Pseudomonas aeroginosas (crescimento rápido) 
 
 
a) Clínica: (é compatível com resultado?) Não temos informação sobre o caso. 
 
b) Técnica de coleta: (foi correta de acordo CLSI?) Não temos informação sobre o caso. 
c) Tipo de isolamento: Duas espécies de bactérias foram isoladas, bacteriemias polimicrobianas são raras. Por isso é 
possível que amostra 1 e 2 tenham sido contaminadas por Staphylococcus aureus (que é da microbiota residente e talvez 
o manipulador do exame tenha contaminado amostra) e a 3 seja uma bacteriemia verdadeira por Pseudomonas 
aeroginonas. 
d) Número de amostras positivas: 3 
 
 
 
 
O PROFESSOR PEDIU PARA QUE ESTUDASSE AS BACTÉRIAS DE CRESCIMENTO LENTO 
E RÁPIDO PARA MELHOR COMPREENSÃO DOS RESULTADOS DE CULTURA NA PROVA.

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