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math Diagnóstico Laboratorial em Microbiologia

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1 
 
DIAGNÓSTICO EM MICROBIOLOGIA 
SUMÁRIO 
Principais grupos de microrganismos causadores de doenças ...................................................................................................... 2 
Morfologia bacteriana ................................................................................................................................................................ 2 
Diagnóstico laboratorial em bacteriologia ..................................................................................................................................... 3 
Papel do laboratório clínico – isolamento .................................................................................................................................. 3 
Diagnóstico Microbiológico Direto ................................................................................................................................................. 4 
Diagnóstico Microbiológico Indireto .......................................................................................................................................... 4 
Principais técnicas de coloração utilizadas em bacteriologia ......................................................................................................... 4 
Coloração de GRAM ................................................................................................................................................................... 4 
Coloração de Ziehl-Nielsen (BAAR)............................................................................................................................................. 5 
Isolamento bacteriano ................................................................................................................................................................... 6 
Identificação etiológica de espécies mais frequentes na rotina do laboratório clínico ................................................................. 6 
Enterobactérias .......................................................................................................................................................................... 6 
Isolamento em meio seletivo (Agar McConkey*) + provas bioquímicas. ............................................................................... 6 
Cocos Gram+ (Staphylococcus e Streptococcus) .................................................................................................................... 6 
Isolamento em Agar sangue + provas bioquímicas (catalase o coagulase). ........................................................................... 7 
Análise microbiológica de fluidos corporais ................................................................................................................................... 7 
Coleta de urina ........................................................................................................................................................................... 7 
Urocultura .................................................................................................................................................................................. 8 
Hemocultura................................................................................................................................................................................. 11 
Tipos de Bacteremia - origem .................................................................................................................................................. 11 
Tipos de Bacteremia - cronologia ............................................................................................................................................. 11 
As fontes mais comuns de ICS em geral (incluindo de origem comunitária e hospitalar) são: ............................................ 12 
Microrganismo mais frequentes .......................................................................................................................................... 12 
Coleta de hemoculturas ........................................................................................................................................................... 12 
Indicação clínica ................................................................................................................................................................... 12 
Número de amostras ................................................................................................................................................................ 13 
Volume de sangue e intervalo de coleta .................................................................................................................................. 13 
Frascos de Hemocultura ........................................................................................................................................................... 14 
Metodologia automatizada: aditivos para neutralizar e inativar agentes microbianos ........................................................... 14 
Liquor ....................................................................................................................................................................................... 14 
Coprocultura............................................................................................................................................................................. 15 
Gastrointerites ......................................................................................................................................................................... 16 
 
 
 
2 
 
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOS CAUSADORES DE DOENÇAS 
• Bactérias, vírus e fungos. 
Importância biológica das bactérias 
• Agentes causadores de doença – Sífilis, Cólera. 
• Meio ambiente – ciclos biogeoquímicos (ciclo do nitrogênio), organismos decompositores. 
• Energia – produção de biogás – gás metano. 
• Biotecnologia – Técnica do DNA recombinante – plasmídeo como vetor. 
• Industria química – separação de isômeros ópticos. 
• Agricultura – uso de fertilizantes nitrogenados. 
• Recuperação ambiental/biorremediação – degradação de petróleo e descontaminação de ambiente. 
• Indústria farmacêutica – probióticos, produção de insulina. 
• Industria de alimentos – fermentação. 
MORFOLOGIA BACTERIANA 
• Citoplasma* 
• Ribossomos* 
• Membrana plasmática* 
• Nucleoide contendo material genético* 
*Presentes em todas as bactérias 
• Cápsula 
1. Polímero viscoso e gelatinoso situado externamente à parede celular, composto de polissacarídeo 
e/ou polipeptídeo. 
2. Protege a célula contra desidratação. 
3. Aderência: auxilia a ligação da bactéria às superfícies bióticas ou abióticas. 
4. Proteção – resistência a fagocitose pelas células de defesa do corpo (fator de virulência). 
5. Bactérias encapsuladas são mais virulentas do que as não encapsuladas. 
• Pilus: está associado a conjugação bacteriana. 
• Inclusão 
• Plasmídeo 
• Flagelo 
1. Peritríqueo 
2. Monotríqueo e polar 
3. Lofotríqueo e polar 
4. Anfitríqueo e polar 
• Fímbrias/pili: natureza proteica (pilina), mais curtos que os flagelos, aderência. 
• Parede Celular 
Bactérias de importância médica são caracterizadas morfologicamente por: 
• Tamanho 
1. Variam de 0,3 por 0,8 µm até 10 por 25 µm. 
2. As espécies de maior interesse médico medem de 0,5 a 1,0 µm por 2 a 5 µm. 
• Forma 
1. Cocos (esféricas): homogêneos em relação ao tamanho sendo células menores (0,8 a 1,0 µm). 
3 
 
2. Bacilos (cilíndricos): forma de bastão, podendo ser longos ou delgados, pequenos ou grossos, 
extremidade reta ou arredondada. 
3. Espiraladas: 
(a) Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos extensos. 
(b) Espiroquetas: são flexíveis e locomovem-se provavelmente às custas de movimento do 
citoesqueleto formando movimentos em ondulantes semelhantes ahélices. 
• Arranjo: 
1. Cocos: 
a) Diplococos: agrupados em pares (ex: Neisseria) 
b) Tétrades: agrupados em 4 cocos. 
c) Sarcina: 8 cocos em forma cúbica. 
d) Estreptococos: agrupados em cadeia (ex: Streptococcus); 
e) Estafilococos: arranjos irregulares – cachos de uva (ex: Staphylococcus). 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EM BACTERIOLOGIA 
PAPEL DO LABORATÓRIO CLÍNICO – ISOLAMENTO 
• Conhecer os diferentes tipos de microrganismos.; 
• Informação microbiológica completa e rápida; 
• Identificação de organismos; 
• Susceptibilidades a antibióticos. 
Diagnóstico Microbiológico: permite o diagnóstico definitivo e direciona o tratamento. 
Toda informação proveniente do serviço de microbiologia depende da qualidade o espécime. 
O diagnóstico incorreto pode ter consequências diretas no curso do tratamento adequados ao paciente. 
Colheita incorreta, escassez, contaminação ou transporte deficiente podem resultar em falhas na 
recuperação de patógenos predominantes ou responsáveis pelo processo infeccioso. 
Procedimentos adequados de coleta devem ser adotados para evitar o isolamento de um “falso” agente 
etiológico, resultando numa orientação terapêutica inadequada. 
• Colher antes da antibioticoterapia, sempre que possível; 
• Instruir claramente o paciente sobre o procedimento; 
• Observar a antissepsia na coleta de todos os materiais clínicos; 
• Colher do local onde o microrganismo suspeito tenha maior probabilidade de ser isolado; 
• Considerar o estágio da doença na escolha do material; 
• Patógenos entéricos, causadores de diarreia, estão presentes em maior quantidades e são mais 
facilmente isolados durante a fase aguda ou diarreica do processo infeccioso intestinal; 
• Quantidade adequada de material deve ser coletada para permitir uma completa análise 
microbiológica; 
• O pedido do exame deve conter dados como idade, doença de base e indicação do uso de antibióticos. 
 
 
 
4 
 
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DIRETO 
Pesquisa a presença de agentes causais de agentes infecciosos em espécimes clínicos. 
Pode ser realizado de 4 maneiras distintas: 
• Cultivo de microrganismos em meios de cultura específico. 
• Visualização direta do patógeno por técnicas de microscopia. 
• Detecção de antígenos específicos do patógeno através do uso de técnicas imunológicas ou de biologia 
celular. 
• Detecção de sequências de ácidos nucléicos do patógeno pela utilização de sondas de amplificação 
gênica. 
A visualização e o cultivo são as técnicas mais utilizadas para se realizar o diagnóstico microbiológico. São 
técnicas mais simples, requerem menor infraestrutura e possuem menor custo. O diagnóstico microbiológico 
por cultivo de microrganismos permite a recuperação do agente etiológico e sua utilização futura para estudos 
científicos: epidemiológicos, susceptibilidade a drogas. 
Alguns microrganismos não podem ser visualizados ao microscópio óptico e outros não crescem em meios de 
cultivo. Nesse caso, deve-se ater aos métodos moleculares de diagnóstico ou às técnicas de diagnóstico indireto. 
As técnicas moleculares oferecem uma capacidade de discriminação muito além de seus resultados 
representarem dados mais precisos, apesar da necessidade de técnicos especializados. 
A detecção de antígenos e de ácidos nucléicos não permite recuperar células microbianas. Essas técnicas são 
mais eficientes na pesquisa do agente não cultiváveis ou em concentrações muito baixas nos espécimes clínicos, 
além de possuírem grande rapidez. Apresentam um tempo de resposta muito menor do que as técnicas de cultivo 
porque não dependem do crescimento in vitro do patógeno. 
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO INDIRETO 
É possível diagnosticar uma infecção estudando-se o sistema imunológico do paciente pela pesquisa de 
anticorpos formados pela resposta imune específica. 
A pesquisa de anticorpos dirigidos a antígenos específicos de um dado microrganismo possibilita o diagnóstico 
de infecções crônicas ou agudas. 
PRINCIPAIS TÉCNICAS DE COLORAÇÃO UTILIZADAS EM BACTERIOLOGIA 
COLORAÇÃO DE GRAM 
A importância das colorações é que, ao contrário das demais provas microbiológicas, fornecem um resultado 
rápido. 
A coloração de Gram diferencia as bactérias com base nas características de suas paredes celulares. As 
bactérias Gram-positivas possuem uma parede espessa de peptidoglicano e grandes quantidades de ácido 
teicoico, os quais retêm o corante inicial (cristal violeta), não sendo afetado pelo passo de descoloração com 
álcool absoluto (ou álcool acetona). Dessa forma, as células apresentam ao final da coloração uma cor azul/roxa. 
As Gram-negativas, por sua vez, possuem uma parede celular constituída de uma camada fina de peptidoglicano, 
que permite a descoloração do cristal violeta com o álcool absoluto (ou álcool acetona), e posterior coloração 
com o corante de fundo, a fucsina. Ao final do processo, as bactérias Gram-negativas apresentam cor 
rosa/vermelha. 
 
5 
 
 
 
 
COLORAÇÃO DE ZIEHL-NIELSEN (BAAR) 
A coloração de Ziehl-Neelsen é utilizada basicamente para micobactérias, cuja parede celular constituída por 
ácidos micólicos é resistente à descoloração por álcool-ácido, preservando a cor do corante inicial, fucsina 
concentrada. Por essa razão, os bacilos apresentam uma coloração vermelha ao final do procedimento. Essa 
coloração é o método mais rápido para detecção de micobactérias em amostras clínicas com suspeita de 
tuberculose ou hanseníase. 
A pesquisa de micobatérias por baciloscopia pode ser realizada em amostras de escarro, lavado brônquico, 
lavado gástrico, linfa de lóbulo da orelha (hanseníase), urina, líquor, líquido pleural, biópsias e secreções. 
 
6 
 
 
 
ISOLAMENTO BACTERIANO 
Fatores que influenciam o isolamento: 
• Coleta do material 
• Transporte livre de oxigênio 
• Técnicas cuidadosas do laboratório 
IDENTIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DE ESPÉCIES MAIS FREQUENTES NA ROTI NA DO LABORATÓRIO CL ÍNICO 
ENTEROBACTÉRIAS 
A família das Enterobacteriaceae compreende um largo número de espécies bacterianas de importância médica. 
Estas espécies respondem por mais de 70% dos isolados bacterianos na rotina do laboratório clínico, são 
responsáveis por diferentes agravos infectocontagiosos como gastroenterites, bacteremias, infecções 
urinárias, infecções de feridas, meningites etc. Estão intimamente associadas a diferentes mecanismos de 
resistência bacteriana, sobretudo, no ambiente hospitalar. Em termos morfológicos, todas as espécies 
apresentam um aspecto bacilar e/ou cocobacilar, adquirem coloração rosa/vermelha após coloração de Gram 
apresentando uma bioquímica de fermentação, são oxidase negativa, anaeróbias facultativas, reduzem nitrato 
a nitrito, não apresentando a capacidade de formar esporos 
ISOLAMENTO EM MEIO SELETIVO (AGAR MCCONKE Y*) + PROVAS BIOQUÍMICAS. 
*Presença de cristal violeta nesse meio impede o crescimento de bactérias GRAM + como estafilococos e 
enterococos. Fermentadores de lactose formam colônia rosa/vermelho e amostras lactose – apresentam-se 
incolores ou transparentes. 
Meio TSI: auxilia na diferenciação específica, ex: Salmonela-produção de H2S, Klebsiella e E.coli-produção gás 
CO2. 
COCOS GRAM+ (STAPHYLOCOCCUS E STREPTOCOCCUS) 
Os cocos Gram-positivos são exemplos de bactérias frequentemente isoladas de amostras clínicas. Por essa 
razão, dependendo do quadro clínico do paciente, meios como ágar sangue e ágar manitol salgado (em caso de 
suspeita de Staphylococcus aureus) são muito utilizados para o semeio primário de amostras. 
7 
 
ISOLAMENTO EM AGAR SANGUE + PROVAS BIOQUÍMICAS (CATALASE O COAGULASE). 
 
 
 
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE FLUIDOS CORPORAIS 
Espécimes clínicos mais frequentes na rotina de bacteriológica: Urocultura, Hemocultura e Liquor. 
COLETA DE URINA 
• Para coletar adequada amostra de urina é necessário avaliar as condições de higiene e normalidade da genitália, 
coletar a amostra preferencialmente no laboratório e proceder à limpeza da genitáliacom água e sabão (que deve ser 
totalmente removido), sem a utilização de antissépticos. 
8 
 
• Nos pacientes com controle miccional, o jato médio é o modo ideal de coleta, com intervalo mínimo de duas horas 
após a última micção. 
• Nos pacientes sem controle miccional a urina pode ser coletada de três maneiras: saco coletor, punção suprapúbica 
e cateterismo vesical. 
• Quando for usado o saco coletor, as trocas devem ser realizadas no máximo a cada 30 minutos, até obtenção da 
amostra de urina. 
• A punção suprapúbica (PSP), método invasivo, seguro e de execução relativamente fácil, está indicada quando a coleta 
por via natural suscitar dúvidas ou quando estiver contraindicada, como nos quadros de diarreia, dermatite perineal, 
vulvogaginite, balanopostites e em algumas malformações genitais. 
• O cateterismo vesical (CV) preconizado por alguns autores, como rotina na coleta de urina, é um método invasivo, 
agressivo e podelesar a mucosa uretral. Oferece menos segurança e é pouco prático, considerando-se o elevado 
número de exames que são realizados. 
• É importante que a urina seja imediatamente processada para não haver perda dos elementos figurados, nem 
proliferação bacteriana. Portanto, a coleta de urina deve ser feita próxima do local do exame. 
UROCULTURA 
• Meio ágar CLED (deficiente em eletrólitos - impede a formação do característico véu em amostras de 
Proteus sp) 
• Semeadura quantitativa com alça calibrada 
No semeio quantitativo, a alça bacteriológica calibrada (1 µL ou 10 µL) é introduzida em uma amostra de urina 
bem homogeneizada, fazendo-se movimentos para cima e para baixo verticalmente. A alça carregada é então 
utilizada para inocular o meio de cultura, fazendo-se, inicialmente, uma linha reta no centro da placa 
(correspondente ao diâmetro da placa) e completando-se o espalhamento com uma série de passagens em ângulo 
de aproximadamente 90° (em relação à estria inicial). A identidade da bactéria isolada na urocultura é um dos 
fatores indicativos de infecção, pois existem bactérias que podem normalmente colonizar a porção distal do 
trato urinário sem causar infecções (microbiota local). Sendo assim, a quantificação é um aspecto essencial do 
exame bacteriológico da urina. 
 
• Identidade da bactéria isolada como indicativo de infecção X microbiota comensal 
9 
 
• Critério diagnóstico de Kass > 105 UFC / ml 
• Critério diagnóstico de Stamm de 102 a 104 UFC/ml 
• Pacientes do sexo feminino, ambos os critérios 
• O resultado da urocultura deve ser avaliado juntamente com outros dados laboratoriais, como o sumário 
de urina (pesquisa de bacteriúria e/ou piúria) e clínicos (presença ou ausência de sintomas, fatores 
predisponentes, população de risco etc.) 
• Após o semeio e quantificação, os passos de identificação seguintes serão direcionados dependendo das 
características morfológicas das colônias e morfotintoriais (coloração de Gram) da amostra em questão. 
Normalmente, os passos são os anteriormente comentados para enterobactérias, cocos Gram-positivos 
ou não fermentadores. 
 
Interpretação de resultados 
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das doenças bacterianas mais comuns; a conduta clínica adequada 
exige o conhecimento do número e tipos de bactérias envolvidas. Assim, quando métodos quantitativos ou 
semiquantitativos são usados, o exame bacteriológico de urina pode ser uma ajuda valiosa no diagnóstico e no 
controle terapêutico. 
• Leucócitos ou piócitos (piúria) são muito sugestivos de ITU. 
• Outras condições também podem apresentar leucocitúria, sem significar ITU: febre, desidratação grave, inflamação 
de estruturas contíguas como na apendicite, injúria química do trato urinário, glomerulonefrites e tumores. 
• O teste da esterase leucocitária na fita reativa detecta mais de cinco leucócitos por campo de grande aumento e o 
teste da conversão do nitrato em nitrito detecta, indiretamente, bactérias Gram-negativas na urina. 
• Na bacterioscopia pelo Gram, uma ou mais bactérias Gram-negativas correlacionam-se fortemente com urocultura 
positiva. Apresenta sensibilidade de 94%, especificidade de 92% e valor preditivo de 85% quando associada à piúria. 
10 
 
 
A maioria dos episódios de ITU é causada por enterobactériascomo: Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, Proteus, 
Serratiae outros. 
A Escherichia coli é o agente etiológico mais comum, ocorrendo em 80-90% dos casos. 
Bactérias da espécie Proteus são encontradas em 30% dos meninos com cistite e Staphylococcussaprophyticus em 30% dos 
adolescentes com ITU. 
Em crianças imunodeprimidas, principalmente naquelas que estejam usando antibióticos potentes, de amplo espectro, pode 
ocorrer ITU por Candida albicans ou outros fungos. 
Uma situação peculiar é a presença de bacteriúria significativa em crianças sem sintomatologia (bacteriúria assintomática). É 
caracterizada por três uroculturas positivas consecutivas em um período de três dias a duas semanas. Geralmente é transitória, 
95% das meninas com bacteriúria assintomática ficam livres dela sem tratamento em um ano. Pode tornar-se- -se sintomática 
se a criança é submetida a tratamento com antibióticos. 
 
 
11 
 
HEMOCULTURA 
• Sítio essencialmente estéril, a presença de microrganismos viáveis em amostras de sangue tem alta 
relevância do ponto de vista clínico. 
• A determinação do agente etiológico associado a uma bacteremia pode fazer toda a diferença no 
esquema terapêutico e, consequentemente, na evolução clínica e prognóstico do paciente. Por essa razão, 
os cuidados para a liberação de um resultado rápido e fidedigno devem ser tomados desde o momento 
da coleta até a liberação do laudo. 
• Como é comum na rotina de microbiologia a presença de microrganismos contaminantes, é um grande 
desafio a ser superado. A realização de coleta adequada, por flebotomista bem treinado, pode manter 
os índices de contaminação das culturas dentro dos aceitáveis 1 a 3%. No caso da hemocultura, tem-se 
uma complicação relacionada ao isolamento de Staphylococcus coagulase-negativos (SCN). Por estar 
presente na microbiota da pele, durante muito tempo o crescimento desse tipo de bactéria em 
hemoculturas foi considerado contaminação, mas, com o passar dos anos, a ocorrência de bacteremias 
verdadeiras causadas por SCN demanda do microbiologista um olhar mais atento a essas ocorrências. 
• Para evitar contaminações, após a escolha da veia a ser puncionada, a área deve ser limpa com álcool 
etílico 70%, essa limpeza deve ser reforçada com a aplicação de outro agente antisséptico à base de 
iodo (como PVPI a 10%) ou clorexidina. Deixe secar e não toque novamente o local da punção. Limpe com 
álcool 70% a tampa do frasco de hemocultura. Realize a coleta com seringa e agulha descartáveis e 
transfira o sangue para o frasco apropriado sem trocar a agulha. Homogeneíze os frascos por inversão. 
Identifique-os adequadamente e encaminhe rapidamente para o laboratório. O ideal é que a coleta 
seja feita antes que o paciente inicie a antibioticoterapia, o microbiologista deve estar atento para 
o fato de que nos pacientes em tratamento a chance de positividade é diminuída. Existem divergências 
quanto ao número de amostras necessárias para cada paciente, mas recomenda-se que sejam realizadas 
no mínimo duas até quatro amostras, o que permite o isolamento do agente bacteriano em mais de 95% 
dos eventos. Vale salientar que cada amostra será semeada em dois frascos (tradicionalmente um 
aeróbico e outro anaeróbico). Amostras diferentes devem ser preferencialmente coletadas de sítios 
diferentes (braço esquerdo, braço direito). 
TIPOS DE BACTEREMIA - ORIGEM 
• A bacteriemia primária é assim denominada por ter origem no próprio sistema circulatório ou pela 
entrada direta de microrganismos na corrente sanguínea, através de agulhas, infusões contaminadas, 
cateteres ou outros dispositivos vasculares. 
• A bacteriemia secundária ocorre atravésde drenagem de pequenos vasos sanguíneos ou linfáticos, 
seguindo para a corrente circulatória como consequência de um foco de infecção definido em outro sítio 
do organismo 
TIPOS DE BACTEREMIA - CRONOLOGIA 
a) Drenagem/escape: ocorre mesmo enquanto o paciente esteja recebendo antibioticoterapia 
sistêmica apropriada. Quando se dá no início da terapêutica, geralmente deve-se a concentrações 
insuficientes do antimicrobiano atingidas na corrente sanguínea (é interessante lembrar que nas 
estafilococcias é comum haver escape nos primeiros dias de tratamento, mesmo sob condições 
adequadas de antibioticoterapia). Já os episódios de escape que ocorrem tardiamente geralmente 
se dão por drenagem inadequada do foco infeccioso ou por debilidade das defesas do hospedeiro. 
b) Intermitente: ocorre intervalos variáveis de tempo, este tipo ocorre em processos infecciosos 
relacionados a abscessos intra-abdominais, pélvicos, perinefréticos, hepáticos, prostáticos e 
outros, configurando assim causas frequentes de febre de origem indeterminada. 
12 
 
c) Transitória: é rápida (com duração que pode variar de alguns minutos a poucas horas) é a mais 
comum, e ocorre após a manipulação de algum tecido infectado como em casos de abscessos, 
furúnculos e celulites; durante algum procedimento cirúrgico envolvendo tecidos contaminados ou 
colonizados como em procedimentos dentários; manipulações geniturinárias como cistoscopia, 
cateterização ou dilatação uretral; abortamento ou endoscopias digestivas; e cirurgias que envolvem 
áreas contaminadas, como ressecção transuretral de próstata, histerectomia vaginal e 
debridamento de queimaduras. Este tipo de bacteriemia também ocorre em algumas infecções 
agudas, localizadas ou sistêmicas, como pneumonias, meningites, artrites sépticas e osteomielites. 
d) Contínua: é característica da endocardite infecciosa aguda e subaguda e de outras infecções 
endovasculares. Este padrão também é encontrado nas primeiras semanas da febre tifóide e na 
brucelose. 
• Geralmente causada por um único microrganismo. 
AS FONTES MAIS COMUNS DE ICS EM GERAL (INCLUINDO DE ORIGEM COMUNITÁRIA E HOSPITALAR) SÃO: 
1. dispositivos intravasculares (19%) 
2. trato geniturinário (17%) 
3. trato respiratório (12%) 
4. intestino e peritônio (5%) 
5. pele (5%) 
6. trato biliar (4%) 
7. abscesso intra-abdominal (3%) 
8. outros sítios (8%) 
9. sítios desconhecidos (27%) 
• As condições que predispõem um paciente ao quadro de bacteriemia ou fungemia incluem a idade, 
doenças de base, medicamentos (corticóides, quimioterápicos, drogas citotóxicas) e alguns 
procedimentos médicos invasivos (cateteres e procedimentos endoscópicos). O risco é maior nas faixas 
etárias extremas e nos pacientes portadores de doenças hematológicas, neoplasias, diabetes mellitus, 
insuficiência renal em diálise, cirrose hepática, imunodepressão e grandes queimaduras. Alguns 
procedimentos cirúrgicos são também predisponentes, particularmente os do trato geniturinário e 
gastrointestinal. 
MICRORGANISMO MAIS FREQUENTES 
a) Gram+: Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-, Enterococcus spp, Streptococcus spp, 
Listeria spp 
b) Gram-:Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella spp, Pseudomonas aeruginosa, Neisseria 
meningitidis 
c) Staphylococcus coagulase- (contaminação?) 
d) Fungos: Candida spp, Cryptococcus neoforans 
COLETA DE HEMOCULTURAS 
INDICAÇÃO CLÍNICA 
• Idealmente, a coleta deve ser feita antes do início da antibioticoterapia de pacientes que configurem 
quadro clínico sugestivo de infecção e suficiente para serem submetidos à internação e que apresentem 
febre (> 38ºC) ou hipotermia (< 36ºC), leucocitose (> 10.000/ mm3, especialmente com desvio à 
esquerda) ou granulocitopenia absoluta (< 1000 leucócitos/mm3 ). 
13 
 
• Em crianças pequenas com quadro de queda do estado geral sem explicação, e em idosos, principalmente 
acompanhado de mal estar, mialgia ou sinais de acidente vascular cerebral devem ser investigados. 
• Nos casos em que houver suspeita de foco de infecção provável, é desejável também a coleta de 
materiais representativos dos outros sítios (por exemplo: liquor, urina, fezes, secreções, abscessos 
etc.). 
 
NÚMERO DE AMOSTRAS 
• Número de amostras deve ser de no mínimo 2 e no máximo 4 mostras por episódio infeccioso. 
• Um maior número de amostras traz pouco benefício, aumentando os custos, trabalho e risco de provocar 
anemia, sem aumento significativo da positividade. 
• De forma prática, a coleta deve ser indicada precocemente ao início dos sintomas de infecção e antes 
do início da antibioticoterapia. 
• Se o paciente estiver em vigência de antimicrobianos, as hemoculturas devem ser obtidas 
imediatamente antes da administração da próxima dose. Preferencialmente são coletadas por punção 
venosa, tão logo se inicie o aumento de temperatura do paciente. A coleta de sangue arterial não está 
associada com aumento da sensibilidade e não é recomendada, em princípio. 
• As hemoculturas, preferencialmente, não devem ser coletadas a partir de cateter, exceto para 
diagnóstico de infecção relacionada ao dispositivo. Neste caso, a amostra obtida através do cateter 
deve ser sempre acompanhada por uma ou duas amostras de veia periférica, de forma sequencial ou 
concomitante, identificando corretamente as amostras quanto ao local de punção. 
VOLUME DE SANGUE E I NTERVALO DE COLETA 
• Variável crítica para realização do exame 
• Adulto: em cada punção, coleta de 8 a 10 ml de sangue em frasco aeróbico ou anaeróbico. 
• Crianças (1 ano a 6 anos): colher 1 a 5 ml de sangue em frascos pediátricos. 
• RN: coletar 0,5 a 1 ml de sangue por punção venosa e inocular em frascos pediátricos. Recomenda-se 2 
punçoes venosas diferentes. 
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FRASCOS DE HEMOCULTURA 
• Respeitar volume 
• Metodologia manual 
Nas metodologias convencionais, ou de monitoração visual, os frascos de hemocultura devem ser incubados a 
35 °C e examinados periodicamente para evidenciar os sinais de crescimento bacteriano: turvação do meio, 
colônias crescendo na camada de sangue sedimentada, produção de gás, hemólise. O período de incubação é de 
7 dias durante o qual são feitos subcultivos. O primeiro subcultivo pode ser feito 12 a 18 horas após início da 
incubação da amostra, preferencialmente em placa de ágar chocolate (pode ser usado ágar sangue). Devem ser 
feitos subcultivos de todas as amostras coletadas de um paciente. Após o primeiro subcultivo, a inspeção visual 
dos frascos deve ser feita diariamente à procura de sinais de crescimento. Caso seja verificado crescimento, 
a amostra deve ser subcultivada imediatamente e preparada uma lâmina de Gram. Posteriormente, deve ser 
feita a determinaçãodo agente etiológico, utilizando os passos anteriormente comentados para 
enterobactérias, cocos Grampositivos ou não fermentadores e realização do antibiograma. A grande maioria 
das bactérias é isolada nas primeiras 72 horas e a sua identificação tem valor preditivo importante. 
METODOLOGIA AUTOMATI ZADA: ADITIVOS PARA NEUTRALIZAR E INATIV AR AGENTES MICROBIANOS 
A implantação de sistema automatizado para hemocultura depende muito da rotina e porte do laboratório, que 
precisa justificar o investimento de alto custo. Razão pela qual os métodos manuais ainda são muito empregados. 
Como exemplo de sistema de hemocultura automatizado, citaremos o BacT/ALERT®. Foi um dos primeiros 
sistemas de monitoramento contínuo implementado. A detecção do crescimento bacteriano é feita com base na 
detecção de CO2 produzido através de um sensor presente na base do frasco. Quando o CO2 é produzido, a 
cor do sensor muda de verde para amarelo, gerando um alerta sonoro ou visível, e a posição do frasco é indicada 
pelo computador. Uma das grandes vantagens da automação em relação aos métodos manuais é aumento 
na rapidez para liberação dos resultados, pois geralmente os protocolos são de 5 dias de incubação e a 
grande maioria dos resultadospositivos podem ser detectados nas primeiras 48 horas. 
• Transporte em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 12h após a coleta. 
LIQUOR 
Devido à grande importância do sistema nervoso central, à gravidade do quadro clínico e à urgência por se 
tratar de um sítio normalmente estéril, o líquor (LCR) deve ter máxima prioridade, devendo ser processado 
imediatamente. Avalie e anote o volume e o aspecto do LCR. 
O volume mínimo recomendável para coleta é de 1-2 ml, que será utilizado na bacterioscopia, pesquisa de 
antígenos e cultura. Caso o serviço não tenha plantão de microbiologia, a cultura pode ser semeada, 5 a 10 gotas, 
diretamente durante a punção em tubos contendo o meio ágar chocolate, ágar sangue e caldo tioglicolato (esse 
último, em caso de suspeita de bactéria anaeróbia). 
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No caso de exame direto e cultura de fungos, o volume recomendado é de 2 ml (caso exista indicação). Mesmo 
volume recomendado para coloração de Ziehl e cultura para micobactérias (se indicado). Para provas virológicas, 
o volume recomendado é 2-3 ml (caso haja indicação). 
Realize a cultura em ágar chocolate e ágar sangue. Incubar em 5 a 10% de CO2, a 35-36ºC. 
A primeira leitura deve ser feita em 24 horas (se positivo, informar ao médico imediatamente), se positiva 
fazer identificação e o teste de suscetibilidade aos antimicrobianos. Caso a cultura esteja negativa, reincube 
e faça leituras diárias até completar 72 horas. 
Quando da realização da cultura de líquor, outros parâmetros devem ser avaliados para uma interpretação 
correta do achado microbiológico, tais como a celularidade, o nível de glicose e proteínas. 
Celularidade, nível de glicose e proteínas 
• Valores de proteínas acima de 100mg/dl indicam provável infecção bacteriana 
• A contagem normal de leucócitos no liquor é < a 5 células/mm3, todas mononucleares. Na meningite 
bacteriana está aumentada com predomínio inicial de polimorfonucleares (>80%), podendo aparecer 
linfócitos subsequentemente. 
• Valores de glicose menores que 30 mg/dl ou menos que 50% dos níveis séricos, em 50% dos pacientes, 
sugerem meningite bacteriana, fúngica ou por micobactérias. 
 
COPROCULTURA 
• Na cultura de fezes, em geral, são pesquisados Salmonella spp., Shigella spp. e alguns sorotipos de Escherichia coli, 
agentes bacterianos mais comumemente causadores de gastrointerites. 
• Outros agentes que podem ser pesquisados são Campytobacter spp., Yersinia spp. e Vibrio spp. 
• A morbidade e a mortalidade devido à doença diarréica, são mais importantes em crianças lactentes, mas também, 
causam grande preocupação em adultos. Isto resulta em altos custos devido à utilização das fontes de recursos para 
saúde e perda da produtividade. 
• É de conhecimento que a coprocultura possui um alto custo, porém é possível realizar o teste com qualidade, visando 
o lucro do exame. 
• Amostra: o ideal é a coletada no início do quadro diarreico, antes da antibioticoterapia, pois a positividade da cultura 
diminui com o tempo, pela redução do número de bactérias. 
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• Transporte: o melhor meio de transporte é o Cary Blair. Se diferenciando do meio de Stuart, pela adição de tampão 
fosfato inorgânico. 
• Procedimento: 
1. A utilização de caldos de enriquecimento favorece o isolamento dos patógenos entéricos, inibindo os 
microorganismos da microbiota intestinal 
2. Usar sempre o swab Cary-blaire para quando a amostra não for processada imediatamente após a coleta, 
pois quaisquer 30 minutos entre a coleta e a passagem para o swab pode interferir, gerando resultados falso 
negativos 
3. Amostras não diarreicas e/ou líquidas tem 99,9% de chance de obterem resultados negativos 
4. Sempre anotar as condições da amostra (aspecto, cor, odor, presença de sangue ou muco) 
5. Realizar pesquisa de leucócitos fecais. Pacientes sem imunossupressão sempre terão leucócitos na amostra 
6. A coloração de gram é uma ferramenta importante para a qualidade da análise. Deve-se buscar equilíbrio da 
microbiota. Microbiotas predominantemente ou exclusiva para gram negativos ou gram positivos podem 
sugerir algum estágio de infecção. 
 
Exemplos: 
• AGAR MAC CONKEY: Escherichia coli – crescimento bom, colônias brilhantes, incolores (lactose negativa), rosas a 
vermelhas (lactose positiva), podendo apresentar ou não precipitados de bile. 
• AGAR SS ou Agar XLD: Escherichia coli – crescimento parcial, colônias brilhantes, incolores, H2S negativo. 
GASTROINTERITES 
As gastroenterites infecciosas afetam grande parte da população mundial. A OMS estima que ocorram cerca de 2 bilhões de 
casos a cada ano, sendo a principal causa de morbidade e mortalidade de origem infecciosa e a maior causa de mortalidade 
em crianças menores de cinco anos. A grande maioria das diarreias de origem infecciosa é tratável; entretanto, em muitos 
casos, o isolamento do agente etiológico não é feito de forma adequada. Mesmo quando são realizados os exames adequados, 
cerca de 30% dos casos podem permanecer sem etiologia definida. Diversos motivos podem influenciar na dificuldade em se 
isolar o agente etiológico, sendo a diversidade desses agentes a principal causa. A origem das gastroenterites infecciosas pode 
ser parasitária, bacteriana ou viral. As diarreias podem ser classificadas em três síndromes: inflamatória, com presença de 
disenteria; não inflamatória; e doença com repercussão sistêmica, febre entérica. 
 
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Os principais agentes bacterianos relacionados com gastroenterites incluem os gêneros Salmonella, Shigella, Escherichia, 
Staphylococcus, Aeromonas, Plesiomonas, Yersinia e Campylobacter. 
O teste globalmente mais utilizado para a pesquisa de agentes bacterianos em fezes é a coprocultura. Apesar de se tratar de 
um teste bastante sensível, a coprocultura apresenta diversas limitações, incluindo a ocasião e a forma de colheita da amostra. 
As fezes devem ser colhidas na fase aguda (diarreicas), em frascos estéreis ou em swabs com meio de transporte conservante 
específico (Carry-Blair). De preferência, devem ser encaminhadas ao laboratório até duas horas após a colheita e conservadas 
em temperatura ambiente. Caso seja possível a utilização de meio de transporte conservante (Carry-Blair), a amostra poderá 
permanecer estável por até 48 horas se conservada sob refrigeração (2-8ºC). 
O uso prévio de antibióticos ou antidiarreicos também pode interferir no teste. Na maioria dos laboratórios clínicos são 
utilizados meios de cultivo seletivos para os seis primeiros agentes, deixando os últimos dois (Yersinia e Campylobacter) apenas 
para pesquisas específicas, solicitadas de forma especial ao laboratório. Este procedimento pode trazer grande limitação à 
sensibilidade da coprocultura, devido à grande incidência de Campylobacter associada a processos gastroentéricos.

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