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Petição Inicial - Apartamento

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS.
DILMA JACINTO PINTO, brasileira, casada, surfista, inscrita no CPF 691.241.691-24, residente e domiciliado na Rua Tico Tico, n. 69, Saco Grande, Florianópolis – SC, por seu procurador e advogado “in fin” assinado, devidamente habilitado no incluso instrumento de procuração (documento em anexo 01), com endereço para intimações na Rua Do Miro, n. 69, Sala 01, Moçambique, Florianópolis - SC, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor 
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE PERDAS E DANOS MATERIAIS E MORAIS
a ser processada pelo rito ordinário, contra a CONSTRUTORA MORARE, pessoa jurídica de direito privado com sede na Rua do Siri, n. 24, apto. 2469, Sambaqui, Florianópolis – SC, CEP 88.058-000, inscrita no CNPJ sob o n. 69.241.241.2469/69, em razão dos fundamentos de fato e de direito e com os pedidos que passa a expor: 
I – DOS FATOS
A Requerente, solicitou e financiou o apartamento em 60 meses, iniciando o pagamento das parcelas ao requerido com valor final de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
O prazo estipulado unilateralmente, pela Requerida para entrega do mencionado imóvel, foi de 3 (três) meses. No entanto, a obrigação da Requerida era entregar o imóvel ate o dia 31/12/2013.
Portanto, após o prazo estipulado para a entrega do apartamento, a Requerida não entregou o apartamento. Insatisfeito com o fato, a Requerente entrou em contato com a Requerida por diversas vezes, cobrando uma posição e a urgente entrega do imóvel adquirido, porque o pagamento estava em ordem, conforme cópia do comprovante anexa. 
Este fato trouxe enorme desconforto e prejuízo à Requerente que esta pagando por um bem que não esta podendo utilizar, pois não lhe foi entregue. E isso já faz 6 (seis) meses.
É importante ressaltar que a Requerente é uma pessoa honrada, honesta, de conduta ilibada, e que cumpre com suas responsabilidades. Este fato feriu muito a moral da Requerente. Deste modo, solicitou a mim, enquanto advogado, que assiste a ela neste processo.
II – DANO MATERIAL
A Requerente como já descrito anteriormente, após iniciar o pagamento das parcelas, e não adquirir ainda o imóvel, e mesmo após manter diversos contatos com a Requerida não recebeu o apartamento adquirido. O valor desta compra foi de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Aplica-se ao fato em especie, a previsão legal contida no artigo 42, paragrafo único do CDC, que assim reza:
Paragrafo único: O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
RECURSO INOMINADO. (...) COMPRA DE APARTAMENTO – PAGAMENTO EM 60 (SESSENTA) PARCELAS – AUSÊNCIA DE ENTREGA DO APARTAMENTO – DANO MATERIAL CONFIGURADO – RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO VALOR INDEVIDAMENTE PAGO – OBSERVÂNCIA AO ART. 42, PARAGRAFO ÚNICO, DO CDC. DANO MORAL CONFIGURADO – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 8.1 DESTA TRU. (TRU – SC – Recurso Inimizado n. 2014.0009696-2/4. Relator: Plablo Armeiro).
Os fatos narrados, aplicam à Requerida a culpa por este dissabor experimentado pela Requerente, cabendo-lhe por conseguinte, a responsabilidade pelo ressarcimento em dobro dos valores pagos. O ressarcimento deste valore deve ser por obvio realizado em dobro, acrescido de atualização monetaria, que tem como objetivo manter o capital hígido, e de juros moratórios no percentual previsto em lei.
Ora Excelência, o Requerente pagou por algo que não recebeu, configura-se evidentemente a ma-fé do Requerido, que vendeu um bem, esta recebendo do consumidor o valor das parcelas, mas não lhe entregou o bem. Isso é inadmissível.
III – DO DANO MORAL
Diante de tudo acima exposto, mostra-se patente a configuração dos “danos morais” sofrido pelo requerente. A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais e devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5°, inc. V, da Carta Magna/1988: 
“Art. 5° (omissis): V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alem da indenização por dano material, moral ou à imagem;”
Também, o Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 6°, protege a integridade moral dos consumidores:
“Art. 6° - São direitos básicos do consumidor:
(...)
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.”
A questão suscitada, apresenta entendimento pacificado no repertorio jurisprudencial da Turma Recursal Única de Florianópolis, inclusive tendo editado o seguinte enunciado:
Enunciado N.° 8.1 – Compra de Apartamento – não entrega do produto: A demora ou a não entrega do imóvel que esta sendo adquirido pela Requerente contra a Construtura MORARE acarreta, em regra, dano moral.
A consumidora se sentiu inútil, enganada, impotente perante a arbitrariedade e abusividade da requerida que o compeliu a pagar por um imóvel que não recebeu, resultando, sem duvida, no abalo psicológico, impondo assim o dever de indenizar pelo dano moral dissabor, desconforto.
Assim, evidenciados pressupostos para a responsabilidade civil da empresa reclamada, o dano moral dispensa prova concreta para a sua caracterização, que origina o dever de indenizar, eis que suficiente a prova da existência do ato ilícito, pois o dano moral existe in re ipsa.
A condenação em danos morais, não deve ser apenas suficiente para amenizar o sofrimento das vitimas, mas principalmente para dissuadir a Requerida a praticar novo ilicito perante os reclamantes ou a outros consumidores.
IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Ante todo o exposto, pede-se, digne Vossa Excelência:
a)- condenar a requerida, nos termos do art. 42, P. único do CDC, a restituir em dobro a quantia paga pela Requerente, na compra do apartamento.
b)-condenar a Requerida, ao pagamento de uma indenização, de cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causado à Requerente, tudo conforme fundamentado, em valor pecuniário justo e condizente com o caso apresentado em tela.
Para tanto, requer, digne Vossa Excelência:
c)- ordenar a citação da requerida, via postal, no endereço inicialmente indicado, quanto à presente ação, para que, querendo, apresente a defesa, sob pena de confissão e revelia.
d)- conceder a inversão do ônus da prova, ante a hipossuficiência da requerente perante a requerida, nos termos do artigo 6°, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
e)- incluir nas esperadas condenações da requerida, a incidência de juros e correção monetária na forma de lei em vigor, desde sua citação.
f)- deferir a produção de provas por todos os meios admitidos em lei, principalmente, oitiva de testemunhas, depoimento pessoal do preposto da requerida, juntada de documentos, dentre outras que se fizerem necessárias ao deslinde da causa.
Dá-se à presente causa, o valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais), para todos os efeitos de direitos e alçada.
Termos em que,
pede deferimento.
Florianópolis, 14 de junho de 2014
______________________
Buiatchaka Marley
OAB/SC 101.301

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