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INDUTÂNCIA DE SOLENÓIDES Roteiro elaborado no ano de 2017 O que você pode aprender neste experimento: Indutância, Lei de Faraday, Lei de Lenz; Auto-indutância; Solenóides; Transformadores (como funcionam); Circuitos osciladores, Ressonância BREVE INTRODUÇÃO Quando uma corrente I flui através de uma bobina cilíndrica (solenoide) com N espiras (voltas), comprimento l, e área de secção transversal 𝐴 = 𝜋𝑟2 um campo magnético B é gerado, com intensidade dada por: 𝐵 = 𝐼𝑁 𝑙 (Quando l>>r) O fluxo do campo magnético através da bobina é dado por: = µ0µ 𝐵 𝐴 Sendo µ0 é a constante do campo magnético e µ a permeabilidade no meio circunvizinho. A variação deste fluxo induz uma tensão nas extremidades da bobina. Vind = -N 𝑉𝑖𝑛𝑑 = −𝑁 µ0µ 𝐵 𝐴 𝑉𝑖𝑛𝑑 = −𝑁 µ0µ 𝐼𝑁 𝑙 𝐴 Seja também, por definição Vind = -L I sendo L o coeficiente de autoindução, ou a indutância da bobina. 𝐿 = µ0µ 𝑁² 𝑙 𝐴 𝐿 = µ0µ 𝑁² 𝑙 𝑟² (1) Porém, esta equação de indutividade (1) aplica-se para bobina muito compridas, onde l>>r. Na prática, contudo, l> r, ela pode ser aproximada com maior precisão para: 𝐿 = 2.1 𝑥10−6 𝑁2𝑟 ( 𝑟 𝑙 ) 3/4 (2) onde 0 < r/l< 1 Também, para este experimento, é importante saber que a indutância de várias bobinas é calculada a partir da frequência natural do circuito oscilador. 𝑤0 = 1 √𝐿𝐶𝑡𝑜𝑡 Sendo Ctot a soma da capacitância do capacitor C com a capacitância Ci do osciloscópio. Ctot = C +Ci A resistência interna do osciloscópio exerce um amortecimento no circuito oscilador deslocando a frequência de ressonância (aprox. 1%), o que é insignificante. A indutância, portanto, será dada por: 𝐿 = 1 (𝑤0)² 𝐶𝑡𝑜𝑡 seja f0 = w0 /2 𝐿 = 1 42(𝑓0)² 𝐶𝑡𝑜𝑡 (3) METODOLOGIA INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA (Lei de Faraday e Lei de Lenz) PARTE 1: Ligue os terminais de um solenoide (para este exemplo você pode utilizar um solenoide de 1200 voltas) à um amperímetro (DC), e faça movimentos de ida e volta com um imã na direção do centro deste. Faça movimentos com maior ou menor velocidade e variando a direção norte-sul do imã na entrada, comente o ocorrido baseado na Lei de Faraday. Você pode repetir o processo enrolando um fio de cobre e aferindo a corrente induzida no amperímetro, Exemplo da montagem do experimento proposto. PARTE 2: INDUTÂNCIA: INDUTÂNCIA DE SOLENÓIDES/ Transformadores de tensão - Conecte duas bobinas (1200 voltas/120 Ohm/35 mH e 600 voltas/2A/2.50 Ohm/9mH) em um material de ferro (tipo U) -Conecte a bobina primária de 1200 voltas à uma fonte de tensão, conecte neste, também, um multímetro para aferir a tensão; - Conecte a bobina secundária de 600 voltas apenas à um multímetro (para aferir a tensão induzida neste) - Agora ligue uma tensão de cerca de 9V (AC) na bobina primária, e anote o valor da tensão induzida na bobina secundária. Comente o ocorrido. Inverta as bobinas e diga o que acontece ao utilizar a bobina de 600 voltas como primária. Demonstração de uma montagem do experimento proposto. COMENTE: Considere uma bateria de 9V com uma eficiência de 100% no transformador. Se Vp/Vs = Np/Ns, onde chamamos Vp a tensão na bobina ligada à bateria e Vs a tensão induzida na bobina secundária, e Np e Ns o número de voltas (espiras) em cada bobina, se ambas bobinas tivessem o mesmo número de voltas qual seria a tensão induzida na bobina secundária? E se a bobina secundária tem metade no número de voltas da bobina primária, qual a tensão induzida? E se a bobina secundaria tem o dobro de voltas? Comente. COMENTE: Se um transformador ideal tem a potência na bobina primária igual a potência na bobina secundária (100% eficiente) onde Vp Ip cos p= Vs Is cos s , com V e I em fase (p = s ) E sabendo que: p = -Np d/dt e S = -NS d/dt, sendo = -N d/dt E se a tensão V (seja Vp ou Vs) se relaciona com a força eletromotriz por V= 2 Vp= 2p e Vs = 2s Neste caso, qual a relação entre as correntes Ip/Is, é o mesmo valor da razão Ns/Np? o que acontece com a corrente na espira secundária ao utilizar metade do número de espiras na bobina secundária? PARTE 3: 1.1- Antes de iniciar o experimento, calcule os valores teóricos de indutâncias calculados a partir da equação 2, utilizando os dados de solenoides de diferentes diâmetros e números de espiras e comprimentos (dados na Tabela 1). TABELA 1: Valores das indutâncias teóricas calculadas a partir da equação 2. Indutor Número de espiras/voltas 2r (diâmetro, mm) l (comprimento, mm) L teórico (µHenry) 1 300 40 160 2 300 32 160 3 300 26 160 4 200 40 105 5 100 40 53 6 150 26 160 7 75 26 160 Compare: A) Indutância de bobinas de diferentes números de espiras (mesmo comprimento e raio); ESPIRAS 3/6/7 B) Indutância por espira em função do comprimento (raio constante); ESPIRAS 1/4/5 C) Indutância por espira em função do raio (com comprimento e número de espiras constantes). ESPIRAS 1/2/3 1.2- Como comentado nos subitens A) B) e C) - dados no item 1.1- sabemos que as bobinas (Tabela 2) nos fornecem informações para relacionar a indutância com raio, comprimento e número de espiras. a) 3,6,7 L = f(N) b) 1,4,5 L/N² = f(l) c) 1,2,3 L = f( r) Para verificar a relação entre estes, monte o experimento conforme ilustrado na Figura 1 e 2. Figura1: Demonstração da montagem do experimento Figura 2: Ajustes para o osciloscópio. Neste caso está ajustado para: Entrada: CH1/NORMAL. VOLTS/DIV: 10mV; TIME/DIV: <0.1ms. d) Neste experimento uma onda quadrada de frequência baixa (500 Hz) é aplicada sobre uma bobina L1. Você pode utilizar uma tensão pico a pico de 20V para uma maior amplitude do sinal. Quando há uma mudança no campo magnético induz-se uma tensão na bobina L (ligado ao osciloscópio), criando uma oscilação amortecida livre neste circuito LC, com uma frequência f0 que pode ser aferida a partir dos períodos aferidos com o osciloscópio. F0 =1/T (onde T é o período de oscilação) Figura 3: Exemplo da montagem de um experimento similar na determinação da indutância em diferentes solenóides. A distância entre L e L1 deverá ser suficientemente grande para que o efeito de excitação na frequência de ressonância seja desprezível, e não deve haver compostos de ferro nas proximidades dos indutores. e) Para cada espira meça os valores dos períodos de oscilações e preencha a Tabela 2. C = 470 nF , se Ci é conhecido como da ordem de 25 pF, e está em paralelo, seu valor pode ser desprezado (demonstre). F0 =1/T (onde T é o período de oscilação) f) A partir dos dados de período, calcule as indutâncias para cada solenoide. TABELA 2: Dados experimentais de Indutância e período. Indutor Número de espiras/voltas 2r (diâmetro, mm) l (comprimento, mm) L exp. (µHenry) T (período, µs) 1 300 40 160 2 300 32 160 3 300 26 160 4 200 40 105 5 100 40 53 6 150 26 160 7 75 26 160 Observe o ocorrido ao gerar uma função de onda senoidal e discuta. 1.3- Construa um gráfico log-log da indutância das bobinas em função do número de espiras (com mesmo comprimento e raio) Aplique a expressão L = K1 NB com equivalência para a expressão dada na equação 2, onde 𝐾 = 2.1 𝑥10−6 𝑟 ( 𝑟 𝑙 ) 3/4 (1.3.1) Log (L) = Log ( K N²) Log(L ) = Log(K) + log(N²) Log (L) = Log (K) + 2 (log (N) Que corresponde a um gráfico do tipo Y = A +BX , ondeY = Log(L), A= Log(K), e B =2, e X = Log(N) Neste caso utilizando um papel dilog, você espera obter o coeficiente angular (tangente) B da reta próximo de 2. A tangente seria: B= Tangente = Log(L2) -Log(L1) / Log(N2) -Log(N1) O coeficiente linear A (extensão da reta no eixo Y, até o ponto onde X= 0) pode ser comparado com o K teórico da expressão 1.3.1, uma vez que para X=0 (neste caso o eixo X é representado pelo número de espiras N, N=0): Log(L) = Log (K) + 2 Log(N) Log (L) = Log (K) + 0 1.4- Construa um gráfico log-log da indutância por espira (L/N²) das bobinas em função do comprimento das bobinas com raio constante. Confirmada a relação L/N² no item anterior, aplique na expressão dada na equação 2: 𝐿 = 2.1 𝑥10−6 𝑁2𝑟 ( 𝑟 𝑙 ) 3/4 a relação L/N² = K2 lC e a partir da linha de regressão dos valores medidos encontre o coeficiente C experimental e compare com o teórico dado na equação 2 1.5- Construa um gráfico log-log da indutância L em função do raio (para mesmos valores de número de espiras e mesmo comprimento). Aplique na expressão dada na equação 2: 𝐿 = 2.1 𝑥10−6 𝑁2𝑟 ( 𝑟 𝑙 ) 3/4 A relação: L/N² = K3 rD e a partir da linha de regressão dos valores medidos encontre o coeficiente D experimental e compare com o teórico dado na equação 2 Caso não possua papel dilog você pode imprimir (em escala para papel A4) da internet, ou Utilizando os dados transformados para logaritmo pode obter o gráfico linearizado num papel milimetrado. No caso de usar o papel milimetrado lembre-se que no cálculo do coeficiente angular (tangente) você já encontra os valores em logaritmo (então não é necessário calcular o log dos números ao obter a tangente, mas apenas calcular Y/X), por outro lado o coeficiente linear será o log-1 do valor que cruza o eixo Y quando X=0). LINKS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DO ROTEIRO E/OU RECOMENDADOS: Este manual foi em sua maioria elaborado pelo material disposto pela PHYWE. http://www.physics.arizona.edu/~leone/ua/ua_spring_2010/241_solenoids.pdf https://www.youtube.com/watch?v=ZjwzpoCiF8A http://www.fisica.ufjf.br/~radias/Fisica3/Cap30-Indutancia.pdf http://sites.if.ufrj.br/esoares/wp-content/uploads/sites/50/2014/08/8- Inducao_Eletromagnetica.pdf http://personal.tcu.edu/hdobrovolny/Lab_manual_10164.pdf https://www.ecse.rpi.edu/courses/F16/ENGR-2300/EIexp-proj- lect/exp_03_Analog_Discovery_v2.2.pdf https://www.youtube.com/watch?v=tjD9I95RAbw