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Atividade de visita técnica

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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Instituto de desenvolvimento rural
Curso de agronomia
CCA0065-Zootecnia dos Não Ruminantes.
Discente: Feliciano C. Marcolino 
Docente: Prof. Doutora, Andrezza Araújo De França
VISITA TÉCNICA NA GRANJA RABELO
DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO DE LEITÕES
Redenção/2017
	
	Realizou-se no dia 29/11/2017 a viagem técnica para granja Rabelo no distrito de António Diogo, localizado no município de Redenção, está situado ao norte, a latitude S de 4°13’ 33’’ e a longitude WGr 38° 42’40’’, a uma altitude de 88,8 metros, compreendendo uma área de 225, 821 km2. Apresenta clima tropical quente úmido e subsumido e tropical quente semiárido branco. Com temperatura média de 26° a 28° e densidade pluviométrica de 1062 mm, localizado no maciço de Baturité estado do CEARÁ. (IBGE/IPECE, 2017)
PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
Área administrativa
A granja está dividida em três áreas de produção: 
UPL-unidade de produção de leitões
Fábrica de rações
Terminação
a granja conta com 14 funcionários na UPL, 7 funcionários na fábrica de ração, 8 funcionários no setor de terminação e 6 a 7 funcionários diaristas (contratados diariamente para alguns trabalhos de capina e outros de manutenção, a granja completa conta com aproximadamente 3º funcionários fixos e 6 temporários. 
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
A unidade está localizada num terreno plano, com facilidade de escoamento, o local está rodeado por montes e serras como pode ser observado na figura abaixo:
Figura 1.
Autor: próprio
Data: 29/11/2017
Local : Granja Rabelo, António Diógo-Redenção- CE
INSTALAÇÃO
A fazenda de produção de leitões é dividida em:
Área de formulação e fabricação de ração;
A fazenda formula, tritura e ensaca a ração que é fornecida aos suínos;
São produzidos; ração de gestação, reposição, pré-lactação, lactação e iniciação.
As rações são formuladas com; cálcio, fósforo, soja, milho, e farinha de osso
 como pode se observar na figura da fábrica (2 silos, lisímetros, núcleos, triturador, esteiras de transporte e silos de ensacamento);
Figura. 2
Autor: próprio
Data: 29/11/2017
Local : Granja Rabelo, António Diógo-Redenção- CE
Área de reprodução: que é constituído por; fazes de GESTAÇÃO, MATERNIDADE E CRECHE.
Gestação: 
	local onde se recebe e permanece as matrizes e reprodutores, segundo o zootecnista a fazenda possui 650 matrizes e 5 reprodutores dos quais, apenas 4 encontram-se em atividade, o outro está doente, portanto não é usado para reprodução.
	Neste compartimento da gestação existe um compartimento onde é feito a extração do sémen.
	Extração do sémen: neste compartimento encontra-se apetrechado com uma cadeira coberta de couro, possui o formato da garupa de uma porca, essa cadeira é molha-se com a urina da porca para instigar a monta, em seguida é colhida a mostra e ao lado com um metro de distância tem um a janela que dá acesso ao laboratório que recebe o material genético para conservar no local adequado, o laboratório está próximo do local onde é feita a coleta do sémen para evitar a exposição com os raios solares e o ambiente externo que pode ser um risco de contaminação.
Hora que é feita a coleta: faz-se a coleta pela manhã e pela tarde. O sémen de cada reprodutor serve para aproximadamente 150 matrizes, todo material genético colhido é usado até três dias.
	Controle fitossanitário 
Também é feito o controle fitossanitário, os animais apanham vacinas para prevenção, a unidade possui um programa de vacinação para proteger os animais de surtos e outras doenças que não podem ser controladas.
Inseminação: 
 É nesta instalação onde é feita a inseminação artificial, o técnico analisa o estado do animal e faz uma pressão simulando uma monta, se a vaca aparentar estar mansa é sinal de que está no cio e pronta para inseminação, em seguida é introduzido o material genético na porca. Há situações que a porca pode estar no cio e ainda assim negar a monta. Alimentação:
Nesta faze, e na maternidade os animais fêmias se alimentam de 2,5 kg por dia e os machos se alimentam de 3,5 kg por dia, para as matrizes a mesma quantidade é ofertada na gestação assim como na maternidade, comem durante toda manhã, pela tarde consomem a água, o mesmo comedouro é duplo uso, usa-se também como bebedouro para o consumo da água.
	Maternidade
Existem várias gaiolas, onde cada animal ocupa uma gaiola para alimentar os recém-nascidos. Estes compartimentos são construídos com pisos de metal em formato de grades para possibilitar a drenagem (escoamento) das fezes e urina, só são colocados todos os animais que estarão com as suas crias, neste mesmo compartimentos são divididos as crias com semanas de nascimento, os animais com mais de duas semanas se alimentam de leite e ração para preparar elas ao desmame, é nessa faze que morre muitas crias. 
Taxa de natalidade: 
.	A estimativa média por cada matiz segundo a literatura é 13 crias vivas, o mesmo procede na granja segundo o zootecnista. É nessa faze da maternidade que muitas crias morrem, segundo o relato do zootecnista da graja um dos problemas que mais se enfrenta constantemente é a morte das crias de 1, 7 a 14 dia não conseguem manter o peso. Depois que passam para a creche o índice de mortalidade é pouco.
A cria permanece na maternidade até 29 dias, no 30 dia é retirado e transferido para a creche. Na literatura é sugerido 28, 29 a 30 dias, e nas escalas comerciais há casos chegam a desmamar com 19 dias, porém nessa fazenda o desmame é feito aos 28 a 29 dias dependendo do desenvolvimento da cria.
	Cada matriz dura em torno de 2,5 a 3 (Três) anos, em 2 (dois) anos são realizados 5 (cinco) partos, em todo seu ciclo cada matriz faz parto 8 (oito) vezes. Depois de 8 parto o animal é descartado (venda par ao abate). 
	Creche
	Nesta faze apesar dos animais terem recebido o colostro (o leito dos três primeiros dias que fornece anticorpos nas crias) quando são transferidos para a creche eles passam por uma campanha de vacinações.
Tipos de vacinas: para o programa de vacinação depois que as crias dão entrada a creche são aplicadas as seguintes vacinas; 
Parvovirose
Colibacilose
Rinite Atrófica
Pneumonia Enzoótica
PCV- contra circuvirose.
	Essas vacinas descritas são as mesmas orientadas pela literatura, muitas delas são para prevenção, protegem as crias contra doenças evitando assim mortes das crias. 
	Na creche são divididos em cria e recria, recebem rações diferenciadas, são divididas em lotes, cada lote é composto por 150 animais, em um galpão cabe até 300 crias, portando dois lotes.
Área de engorde e terminação.
Os leitões são divididos por piquete, cada piquete 
Alimentação:
	A alimentação fornecida durante todo o dia, diferenciando com as matrizes na gestação e maternidade. O fornecimento da alimentação o dia todo é para instigar a o desenvolvimento muscular, tanto que a linhagem possui uma boa conversão de alimento em carne.
	Nessa faze o animal é comercializado com 85kg, porém a literatura orienta com 100kg assim como muitas outras granjas a nível nacional (Brasil) seguem a orientação da literatura.
	Cada animal ocupa 3m2 e cada piquete possuía 40 leitões, cada instalação comportava 18 piquetes.
Idade média de desmame: 21 a 28 dias; » Idade de saída da creche: 63 a 70 dias; » Idade de venda dos suínos produzidos (mercado): de 150 dias ou mais; » limpeza, desinfecção e vazio sanitário entre lotes: de 4 a 7 dias.
MATERIAL GENÉTICO
Para produção de leitões é usada a linhagem proveniente do cruzamento das raças puras que são: Landrace e Large White.
Landrace
Possui as seguintes caraterísticas: pelagem branca, perfil cefálico retilíneo, orelhas do tipo céltico, grande profundidade e comprimento corporal.
 
Figura.3 
Fonte: Gropesa 2014
Os animais apresentam 14 a 17 pares de costelas e 6 a 8 ou mais pares de tetos, são sexualmente precoces, muito prolíficos, têm grande capacidade de produção de leite e habilidade materna, alta taxa decrescimento e eficiência alimentar, baixa deposição de gordura e alto rendimento de carne de boa qualidade. a raça foi desenvolvida nas regiões do norte da Espanha, Portugal, França, Itália e em quase todos os países nórdicos. O nome Landrace deriva das palavras land (= terra) e race (= raça). Defundida nos séculos 18 e 19 em todas regiões da Europa. O melhoramento genético da raça começou na Dinamarca a partir de 1896, em um programa nacional de seleção que visava produzir carne para exportação para o Reino Unido. Suínos landraces dinamarqueses passaram a ser exportados para diversos países (Suécia, holanda, Estados Unidos, França, Inglaterra, Canadá, Bélgica). O Brasil importou reprodutores landrace da Suécia em 1958, e, posteriormente, reprodutores e sêmen de outros países, incluindo Estados Unidos, inglaterra, canadá, áustria, Holanda, Alemanha, Bélgica, França, Dinamarca e noruega. Assim criou-se o Landrace brasileiro, é uma combinação de landraces de diferentes origens, apresentando, por isso, grande variabilidade genética. 
A presença no landrace brasileiro de landrace belga, raça constituída de linhagens com grande conformação de pernil, alto rendimento de carne e alta frequência do alelo Haln, responsável genético pela Síndrome do Estresse em Suínos (PSS) e pela ocorrência de carne pálida, Mole e Exudativa. Por suas qualidades amplas, reprodutores landrace podem ser utilizados em cruzamentos como linha materna ou linha paterna. no entanto, a excelente prolificidade e habilidade materna da raça fizeram com que fosse destinada para uso como linha materna. nos últimos 10 anos observou-se aumento médio de mais de um leitão nascido por
Large White
	A raça large White, como a Landrace, apresenta pelagem branca resultante do alelo dominante I (inibidor da cor). Diferencia-se, porém, por apresentar orelhas eretas, tipo asiático, e perfil frontonasal subconcavilíneo a concavilíneo:
Figura. 4
Fonte: Hypor
	Os animais machos são sexualmente precoces, têm alta prolificidade, excelente taxa reprodutiva e de crescimento diário, excelente eficiência alimentar, ausência do alelo Haln e produzem carcaças com alto rendimento e qualidade de carne para consumo in natura ou para produtos curados e cozidos. Em países como França, Inglaterra e Estados Unidos da América do Norte, a raça tem sido utilizada para desenvolver linhas hiperprolíficas e em outros, como a Itália, para a produção de suínos com peso elevado de abate.
	As primeiras importações de large White para o Brasil foram feitas da Suécia, em 1968. novas importações, feitas no decorrer dos últimos 40 anos da Suécia, da Holanda, da inglaterra, dos Estados Unidos da América do Norte, da Dinamarca, da alemanha, da França e do canadá, ajudaram a constituir o que é hoje o large White brasileiro, permitindo agregar grande variabilidade genética à raça. large White criados atualmente, os quais têm sido utilizados para aumentar o peso de abate de suínos no Brasil (120 a 140kg de peso vivo.
	Em programas de melhoramento genético, no estrato multiplicador, reprodutores landrace são cruzados com large White na produção de fêmeas comerciais F-1, conhecidas também como “Fêmeas Universais”. o uso de fêmeas ou de machos Landrace no cruzamento com large White para a produção dessas fêmeas depende da capacidade de combinação das duas raças. Pelo fato de fêmeas landrace produzirem número igual ou maior de leitões por leitegada e leitões um pouco mais pesados ao nascerem do que fêmeas large White, é interessante, sempre que possível, cruzar fêmeas landrace com machos large White na produção de fêmeas F-1. 
	
Linhagem usada na fazenda Rabelo:
A linhagem é adquirida pela empresa Agroceres PIC, para além dela, existe no mercado outras empresas como: Topigs Norsvin, Genus e outras.
Portanto, os cruzamentos das duas raças descritas acima são muito promissores na conversão de alimento em rendimento de carne, o seu cruzamento resulta numa boa linhagem para produção de carne (foto 4). 
Figura 5
Autor: próprio
Data: 29/11/2017
Local: Granja Rabelo, António Diógo-Redenção- CE
Local: Fazenda Rabelo 
	No caso do cruzamento das duas raças descritas acima, cada uma das raças forneceu um potencial genético importante para a escala comercial, como por exemplo: conversão de alimento em carne, alto rendimento de carne com boa qualidade (landrace), ao passo que a Large White possui excelente taxa reprodutiva e de crescimento diário, excelente eficiência alimentar, ausência do alelo Haln e produzem carcaças com alto rendimento e qualidade de carne para consumo in natura ou para produtos curados e cozidos.
SUSTENTABILIDADE:
	A granja compra as matrizes para reprodução, quando a matriz atinge a idade máxima ou a exploração recomendada de 8 partos são descartadas. 
	No que tange a sustentabilidade, os dejetos produzidos pelos animais são reaproveitados para produção de biogás, na instalação encontram-se montados biodigestores, reservatórios para decantação dos dejetos. Todo o resto dos dejetos depois de passar na produção de biogás são transformados em biogás para o uso agrícola. 
CONCLUSÃO
	A visita técnica propiciou uma visão diferenciada sobre o sistema de produção suína, relacionando a teoria e prática. Como formando é muito importante para sistematizar o conhecimento teórico e prático com a realidade vivenciado, tornando o curso e, ou a disciplina mais interessante.
	A granja possui um sistema de produção eficiente pelo que foi visto, o que instiga o produtor a expansão da granja, acrescentando mais compartimentos para aumentar a produção. Existem poucos problemas de doença ou epidemia na área segundo o Zootecnista (Heitor). A granja é a única produtora de leitões na região distribuindo (vendendo) para os abatedouros da região contribuindo na soberania alimentar da população loca e do pais.
Nota de agradecimentos.
Figura. 6
Autor: próprio
Data: 29/11/2017. Turma: 2017.1
Local : Granja Rabelo, António Diógo-Redenção- CE
REFERÊNCIA
 Produção de suínos: teoria e prática/ coordenação editorial associação Brasileira de criadores de Suínos; coordenação técnica da \integrall Soluções em produção Animal. Brasília, DF, 1 ed, 2014. Pg. 908
Agropesa. Casal de porcos de Landrace. 2014. Acessado em: 10/12/2017. Disponível em: http://www.agropesa.com/anuncio/750/casal-de-porcos-landrace.

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