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28/02/2012 1 INFLAMAÇÃO CRÔNICA Inflamação prolongada (meses ou anos), na qual a inflamação ativa, a destruição tecidual e a tentativa de reparar os danos ocorrem simultaneamente. Ao contrário da inflamação aguda (que se caracteriza pelos alterações vasculares, edema e infiltrado predominantemente neutrofílico) a inflamação crônica caracteriza-se por: 1) Infiltração de células mononucleares, incluindo MACRÓFAGOS, linfócitos e plasmócitos. 2) Destruição tecidual, induzida pelos produtos das células inflamatórias. 3) Reparo envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e fibrose. INFLAMAÇÃO CRÔNICA Nem sempre uma inflamação crônica é resultante de uma fase aguda que não foi resolvida. Algumas infecções virais provocam uma resposta que envolve inflamação crônica desde o início. Muitas vezes a inflamação crônica tem início silencioso, sem passar pelos sinais clínicos da fase aguda. Uma inflamação crônica pode apresentar recidiva, isto é, após seu estado de crônica já estar estabelecido passar novamente por estágios ou fases de inflamação aguda. O que caracteriza uma inflamação crônica é a persistência contínua do agente incitante da inflamação. 28/02/2012 2 INFLAMAÇÃO CRÔNICA – CAUSAS As principais causas das inflamações crônicas são: 1) Infecções persistentes por determinados microrganismos de baixa citotoxicidade (bactéria da tuberculose e outras bactérias ou fungos), 2) Exposição prolongada a agentes químicos irritantes exógenos (Ex: carbono, sílica, etc.) ou endógenos (colesterol LDL), 3) Auto-imunidade: o organismo induz a produção de anticorpos contra estruturas normais, formando imunocomplexos contra células normais e que são incapazes de serem fagocitados. CÉLULAS ENVOLVIDAS NA INFLAMAÇÃO CRÔNICA Os MACRÓFAGOS são as células predominantes no foco inflamatório crônico. Linfócitos - mobilizados em reações imunes (T e B) e não imunes. Interagem com os macrófagos. Eosinófilos – são particularmente abundantes nas reações imunes mediadas por IgE e nas parasitoses Mastócitos – são células do tecido conjuntivo. Podem liberar histamina, particularmente nas reações anafiláticas a drogas, venenos de insetos e reações a alimentos As células ativadas secretam substâncias químicas que são capazes de destruir tecido sadio provocando lesão tecidual, e também secretam citocinas e fatores de crescimento que estimulam a proliferação de fibroblastos, e novos vasos sanguíneos. 28/02/2012 3 Os macrófagos, principais células da inflamação crônica, acumulam-se no foco inflamatório por três mecanismos: 1. Quimiotaxia 2. Proliferação de macrófagos no foco inflamatório 3. Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório INFLAMAÇÃO CRÔNICA GRANULOMATOSA É um padrão distintivo de inflamação crônica. Granulomas são agregados de células, principalmente macrófagos transformados (células epitelióides), cercados por um a parede de linfócitos. Nos granulomas mais velhos se desenvolve um tecido fibrosado (cicatricial) ao redor. Alguns granulomas podem formar células gigantes multinucleadas pela fusão de macrófagos. 28/02/2012 4 GRANULOMA Muitas vezes ocorre necrose na parte central do granuloma, e a rotatividade de células inflamatórias para ao granuloma é maior. Os granulomas podem se formar nas manifestações de respostas persistentes de células T a certas bactérias como o Mycobacterium tuberculosis, T. pallidum ou fungos. Doenças como lepra, sífilis, algumas infecções micóticas, esquistossomose, além de reações a lipídeos irritantes ou mesmo sílica, podem provocar estes tipos de granuloma. TIPOS DE GRANULOMA Existem dois tipos de granulomas de acordo com a causa e patogenia: 1. Granuloma de corpo estranho: a causa da inflamação é um corpo estranho relativamente inerte (como talco, fio de sutura, madeira, metal, vidro...), e que não provocam resposta imune. Normalmente esse material fica encapsulado por tecido conjuntivo. 2. Granuloma epitelióide ou imune: causado por partículas insolúveis, tipicamente microrganismos que são capazes de induzir uma resposta imune celular. Os macrófagos fagocitam esses agentes e ativam linfócitos T ( a secreção de citocinas perpetua-se). Pessoas imunocomprometidas são incapazes de formar tais granulomas, alastrando assim a doença. 28/02/2012 5 PARTICIPAÇÃO DE VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS NA INFLAMAÇÃO Vasos linfáticos e linfonodos representam uma linha de defesa secundária na inflamação, pois filtram o exsudato e auxiliam na eliminação do agente causal. Se o agente inflamatório não for neutralizado no local da inflamação, ele pode ser drenado pelos vasos linfáticos (principalmente bactérias) causando inflamação dos vasos linfáticos (linfangite), que se apresentarão com finas estrias vermelhas. EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO 1. Febre – Elevação da temperatura do corpo causada pela presença de substâncias chamadas pirógenos (LPS bacteriano, IL-1, TNF) que estimula a síntese de prostaglandinas 2. Proteínas da fase aguda: São proteínas sintetizadas pelo fígado que aumentam nas infecções . Ex: proteína C- reativa, fibrinogênio, e a proteína amilóide sérica. 3. Leucocitose : aumento do número de leucócitos na circulação. 4. Outras manifestações: Aumento da freqüência cardíaca, redução da sudorese, sonolência, anorexia, fraqueza, e tremores podem ocorrer devido à presença aumentada de citocinas. 28/02/2012 6 EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO 5. Sepsis: em infecções bacterianas graves, a grande quantidade de bactérias ou de lipopolissacarideos bacterianos (LPS ou endotoxinas) presentes na circulação provocam a produção de grande quantidade de citocinas coagulação intravascular disseminada, consumo de fatores da coagulação e hemorragias. Citocinas podem causar lesões hepáticas, ocorrendo consequentemente hipoglicemia por baixa da gliconeogenese. O aumento da produção de óxido nítrico leva a falência cardíaca aguda e choque. Esta tríade (coagulação intravascular disseminada, hipoglicemia e insuficiência cardíaca aguda é conhecida como choque séptico. INFLAMAÇÃO AGUDA X INFLAMAÇÃO CRÔNICA DURAÇÃO AGUDA CRÔNICA Duração Curta (dias) Longa (semanas a meses) Instalação Aguda Insidiosa Especificidade Não específica Específica (resposta imune é ativada) Células inflamatórias Neutrófilos e macrôfagos Linfócitos, plasmócitos, macrófagos e fibroblastos Alterações vasculares Vasodilatação ativa e aumento de permeabilidade Formação de novos vasos Exsudação e Edema + – Sinais cardinais clínicos + – Necrose tecidual – (comumente) + (Infla. Supurativa, necrótica) + ( desenvolvendo-se ) Fibrose (colágeno) – + Resposta do hospedeiro Fatores plasmáticos: complemento, imunoglobulinas Resposta imune, fagocitose, reparo Manifestações sistêmicas Febre, normalmente alta Febre baixa, perda de peso, anemia Alterações no sangue periférico Leucocitose neutrofílica; linfocitose (nas infecções virais) Nenhuma; alterações leucocitárias variáveis; imunoglobulina plasmática
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