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apostila I LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS I

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CURSO: Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa e 
suas Literaturas
MÓDULO: I
DISCIPLINA: Introdução aos processos de leitura, compreensão e 
produção de textos
 AUTORA: Profª. Wany Bernardete de Araújo Sampaio
Rondônia – 2009
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS 
TECNOLOGIAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIDADE I
APRESENTAÇÃO
 Leitura, Texto e Escrita.
Vamos estudar, na UNIDADE I, noções de Leitura, Texto e Escrita. 
Trabalharemos em processos de interação constante, mediatizados pela leitura 
de textos de diferentes tipos. Assim, é necessário que você se dedique 
bastante à leitura dos textos propostos, pois ela é fundamental nesse processo.
A nossa avaliação consistirá das Propostas de Atividades apresentadas 
ao final de cada SUBUNIDADE. Tais Atividades serão realizadas por você e 
compartilhadas com outros alunos de sua turma nos fóruns de discussão. Além 
disso, teremos uma atividade final desta UNIDADE I. 
Na UNIDADE I, teremos três SUBUNIDADES:
SUBUNIDADE 1 – A Leitura;
SUBUNIDADE 2 - O Texto;
SUBUNIDADE 3 – A Escrita.
Portanto, nesta UNIDADE I, você realizará três Propostas de 
Atividades (uma atividade em cada uma das SUBUNIDADES) mais a 
Atividade Final da UNIDADE I.
Esperamos que a UNIDADE I possa auxiliar você a compreender os conceitos básicos 
necessários ao desenvolvimento deste Componente Curricular
Vamos ao trabalho!
UNIDADE I
SUBUNIDADE 1 
 A Leitura
INTRODUÇÃO
É através da leitura que descobrimos um mundo novo, que 
compreendemos o mundo em que vivemos, a nossa sociedade. Pela leitura 
desenvolvemos nosso vocabulário, as nossas formas de expressão oral e 
escrita. Desenvolver o gosto pela leitura é um fator fundamental no processo 
ensinar/aprender. 
Steter (2001) diz que a leitura é, talvez, o meio mais importante para 
chegarmos ao conhecimento. Por isso, é preciso aprender a ler, mas interessa 
mais ler com profundidade do que em quantidade. Ler é dar sentido às coisas, 
ao mundo, à vida. Saber ler é o ponto de partida para dominar toda a riqueza 
que um texto, literário ou não, pode transmitir. Bom leitor é aquele que faz uma 
análise do texto lido, aprofundando-se na compreensão dos detalhes a fim de 
poder construir o seu próprio entendimento daquilo que leu.
Vamos, então, mergulhar nesse mundo de Leitura?
Convido você a iniciar esse mergulho, realizando os estudos propostos 
pela nossa SUBUNIDADE 1: A LEITURA.
Bom trabalho!
 O QUE É LER?
Para iniciar nosso trabalho, quero convidar você para uma reflexão.
Pense um pouco sobre a sua história de leitura!
ocê se lembra de como aprendeu a ler? 
Para você, o que significa LER? 
Qual a importância da leitura em sua vida?
 Depois de refletir sobre essas questões, tente 
escrever um pouco sobre sua história de Leitura. Escreva suas impressões e 
mande-as para o FÓRUM DE DISCUSSÂO. Leia o que seus colegas de turma 
dizem sobre suas histórias de leitura.
PRONTO! Já fizemos, juntos, um bom exercício de Leitura e Escrita.
Agora, convido você a ler um trecho da obra 
Alfabetização e Linguística, em que Luís Carlos Cagliari discorre sobre 
LEITURA.
O QUE É LER
A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. É 
muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos 
alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sair muito bem nas outras 
atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa. 
Se, porém, outro aluno tiver notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua 
formação será profundamente defeituosa e ele terá menos chances no futuro do que aquele que, 
apesar das reprovações, se tornou um bom leitor.
A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na 
vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do 
que qualquer diploma.
A grande maioria dos problemas que os alunos encontram ao longo dos anos de estudo, 
chegando até a pós-graduação, é decorrente de problemas de leitura. O aluno muitas vezes não 
resolve problemas de matemática, não porque não saiba matemática, mas porque não sabe ler 
o enunciado do problema. Ele sabe somar, dividir etc., mas ao ler um problema não sabe o que 
fazer com os números e a relação destes com as realidades a que se referem. Não adianta 
dizer que o aluno não sabe nem sequer somar ou dividir números que não apresentam 
dificuldades, que ele não entende matemática... Porque de fato ele não entende mesmo é o 
português que lê. Não foi treinado para ler números, relações quantitativas, problemas de 
matemática. O professor de português não ensina isso porque diz que é obrigação do professor 
de matemática e o professor de matemática ou não desconfia do problema ou, quando muito, 
acha que ler e compreender um texto é um problema que o professor de português deve resolver 
na educação das crianças. E as crianças ficam sem as necessárias explicações. Mas a escola 
cobra que ela saiba isso e se vire com perfeição e rapidez.
Quantos alunos se saem mal, nas provas de qualquer matéria, depois de terem estudado o 
assunto muito bem, de saberem a matéria como deviam, justamente porque não entendem, 
ou entendem errado o que lhes é perguntado! Uma coisa é estudar a matéria, outra coisa é 
saber responder a perguntas que a escola faz a respeito daquele assunto. Não falo de ensino 
programado, que reduz tudo a um condicionamento pelo texto, mas penso que a escola precisa 
ensinar os alunos a ler e a entender não só as palavras, as histórias das antologias, mas 
também os textos específicos de cada matéria, as provas de cada área, as instruções de como 
fazer algo etc. A leitura não pode ficar restrita à literatura e ao noticiário.
Ler é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, 
culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonéticos. Podemos ler sequências de números de 
maneiras diferentes, dependendo daquilo a que eles se referem. Alguns alunos têm 
dificuldades na matemática porque não sabem ler os números correta-mente. Os números 
não são feitos só de algarismos. A combinação de algarismos expressa por si, no todo, 
realidades matemáticas que têm propriedades específicas. Por exemplo, nos números 
fracionários (dois quintos), o denominador é lido com numerais ordinais, mas a ordem 
característica típica, desses numerais na linguagem comum não tem nada a ver com a 
relação fracionária. Não basta ensinar só as relações matemáticas: é preciso ensinar 
também o português que a matemática usa. Tudo o que se ensina na escola está diretamente 
ligado à leitura e depende dela para se manter e se desenvolver.
A leitura é a realização do objetivo da escrita. Quem , escreve, escreve para ser lido. O objetivo 
da escrita, como já disse inúmeras vezes, é a leitura. Como vimos, o mundo da escrita já é 
complicado e caótico no seu aspecto gráfico, quanto mais se juntarmos a isso o mundo dos 
significados carregados pela escrita. A leitura vai operar justamente nesse universo. Às vezes, ler é 
um processo de descoberta, como a busca do saber científico. Outras vezes requer um trabalho 
paciente, perseverante, desafiador, semelhante à pesquisa laboratorial. A leitura pode também ser 
superficial, sem grandes pretensões, uma atividade lúdica, como um jogo de bola em que os parti-
cipantes jamais se preocupam com a lei da gravidade, a cinética e a balística, mas nem por isso 
deixam de jogarbola com gosto e perfeição.
Como se observa, podemos ter várias atitudes perante a leitura. Ela é uma atividade 
profundamente individual e duas pessoas dificilmente fazem uma mesma leitura de um texto, mesmo 
científico. Ao contrário da escrita, que é uma atividadé de exteriorizar o pensamento, a leitura é uma 
atividadé de assimilação de conhecimento, de interiorização, de reflexão. Por isso, a escola que não 
lê muito para os seus alunos e não lhes dá a chance de ler muito está fadada ao insucesso, e não 
sabe aproveitar o melhor que tem para oferecer aos seus alunos. Há um dito popular que diz que 
a leitura é o alimento da alma. Nada mais verdadeiro. As pessoas que não lêem são pessoas 
vazias ou subnutridas de conhecimento. É claro que a experiência da vida não se reduz à leitura. A 
vida como tal é a grande mestra. Algumas pessoas analfabetas conseguem, às vezes, se sair bem 
economicamente, mas nem por isso deixam de ser pessoas vazias.Têm a riqueza externa, sabem se 
virar na sociedade, mas são pobres culturalmente, porque só a experiência da vida, por mais rica que 
possa ser, não é suficiente para fornecer uma cultura sólida e geral.
Às vezes se referem à experiência da vida como "leitura do mundo". A leitura do mundo é 
obviamente uma metáfora, mas nem por isso deixa de ser algo tão importante para cada um 
quanto a própria filosofia de vida. A leitura a que me refiro de maneira particular é a leitura 
linguística, baseada na escrita, portanto, reveladora de uma interpretação que o leitor faz da 
interpretação que o escritor fez da sua "leitura do mundo". 
A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro lugar 
decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as 
implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e 
opinião a respeito do que leu. A leitura sem decifração não funciona adequadamente, assim como 
sem a decodificação e demais componentes referentes à interpretação, se torna estéril e sem 
grande interesse. A leitura é uma atividade estritamente linguística e a linguagem se monta com a 
fusão de significados com significantes. É falso dizer que se pode ler só pelo significado ou só pelo 
significante, porque só um ou outro jamais constituem uma realidade linguística. Acho incrível 
que até linguistas digam coisas desse tipo, esquecendo-se deste aspecto lógico, elementar, da 
própria natureza da linguagem humana.
Os signos linguísticos atuam pela convencionalidade social. A escrita atua pela 
convencionalidade da representação gráfica dos signos, e a leitura também tem a sua 
convencionalidade guiada não só pelos elementos linguísticos, mas também pelos elementos 
culturais, ideológicos, filosóficos etc., do leitor. Para falantes de uma mesma língua, ler um 
mesmo texto pode gerar interpretações diferentes, baseadas na estrutura de conhecimento de 
cada um. Uma criança não lê como um adulto. Sendo de um meio social pobre, não lê do mesmo 
jeito que uma criança de um meio social rico; nenhuma delas provavelmente lerá da mesma 
maneira que a professora. Também aqui não se deve concluir que uma lê bem e a outra lê mal; 
todas lêem de maneiras diferentes. O significado de um texto para um menino pobre de periferia 
não precisa ser idêntico ao significado do mesmo texto para um aluno de classe alta da cidade. 
Lembro-me de uma ocasião em que um órgão do governo estava fazendo campanha nas escolas 
através de leituras para que o povo aprendesse a se alimentar melhor. No texto dizia que - 
comer carne é bom porque a carne contém muita proteína, que comer peixe também é 
excelente pela mesma razão etc. Alguns alunos acharam o texto banal, porque afinal de contas 
eles sempre comeram essas coisas. Outros alunos acharam um ultraje, porque o problema era a 
falta de dinheiro, de condições para obter o próprio alimento. 
Diante das mesmas histórias, certas crianças ficam revoltadas, outras apavoradas, outras, 
ainda, acham graça e algumas até não entendem o fantástico. Cada uma lê a seu modo.- E isso 
não é mal, mas é o que deve acontecer, e a escola deve respeitar a leitura de cada um. Embora a 
leitura participe de uma certa convencionalidade, como foi dito anteriormente, é sempre uma 
obra aberta, jamais fechada. Por mais que um escritor se esforce para restringir a leitura de 
sua obra a limites bem definidos e controláveis, jamais isso será possível na sua totalidade. 
Caberá sempre ao leitor interferir na leitura que fará de acordo com seu mundo interior.
Portanto, se a leitura é na sua essência uma atividade individual, a escola não pode torná-la um mero 
pretexto para avaliar outros elementos, como pronúncia, rapidez de decifração etc. 
Porque a leitura é uma atividade ligada essencialmente à escrita e, como há vários tipos de escrita, 
assim também haverá os correspondentes tipos de leitura. Um sistema de escrita baseado no 
significado terá um tipo de leitura diferente da leitura de um sistema de escrita baseado no 
significante, como já se disse antes. Um sistema baseado no significante pode estar mais próximo de 
um sistema de transcrição fonética do que de um sistema ortográfico. Cada um desses tipos de 
escrita requerum tipo de leitura próprio. Uma transcrição fonética exige uma leitura baseada na 
representação que os símbolos fazem das possibilidades articulatórias do homem, de tal modo que 
permite um único modo de leitura comrelação ao significante. Porém, uma escrita ortográfica 
permite a leitura de um texto com todas as possibilidades de variação dialetal que a língua 
oferece. A escola em geral passa aos alunos a falsa ideia de que a ortografia só permite a leitura do 
significante segundo a fonética do dialeto-padrão que ela usa.
Ao escrever, escolhem-se elementos do conjunto que constitui o sistema da língua. Por isso, toda 
leitura deve ser feita não só sintagmaticamente, como também paradigmaticamente. A escolha de 
uma palavra e não de outra é significativa, e um bom leitor sabe entender isso. Algumas pessoas 
fazem em geral uma leitura muito sintagmática e pouco paradigmática e outros ao contrário. 
Algumas pessoas não percebem que certas palavras foram usadas, e não outras, porque se queria 
conseguir efeitos especiais com a escolha. Outras pessoas têm uma série de dificuldades em 
entender um texto porque esquecem o óbvio, o literal, e se emaranham numa floresta de 
considerações que tentam ligar com qualquer pretexto ao texto. Controlar devidamente essas 
coordenadas é realmente uma tarefa difícil.
Um texto escrito nem sempre é montado sintagmaticamente, apesar da aparência linear das letras e 
das pala vras. Um bom exemplo disso são os dicionários. Um outro exemplo típico é a apresentação 
de dados. Quando analisados e interpretados em tabelas e gráficos, sua leitura é em grande parte 
dirigida, tendo pontos de partida e chegada mais ou menos bem definidos. Porém, os dados brutos 
são um conjunto de coisas escritas que não podem ser lidas linearmente. O leitor deve ligar as par-
tes que julgar pertinentes como se resolvesse um quebra-cabeça. Tenho encontrado alunos que 
diante de uma coletânea de dados não sabem "ler nada", porque o único tipo de leitura cujo 
conteúdo são capazes de entender é a leitura de textos lineares. A leitura de dados não se realiza 
só linearmente, mas interpretativamente, de maneira um tanto semelhante à que ocorre com a leitura 
de sistemas de escrita baseados no significado e não no significante. 
Fonte: CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. 5 ed. São Paulo. Scipione, 1992. p. 148-153 
Faça, agora, uma síntese do texto de CAGLIARI em seu caderno de 
anotações, para fixar o conteúdo.
Como você pôde perceber durante a leitura do texto, Cagliari expõesuas 
opiniões sobre o que é a leitura, sua importância na vida das pessoas e qual o 
papel da escola em relação ao ensino dessa ferramenta. 
Reflita sobre o seguinte pensamento:
 
O leitor é alguém de cuja vida social a escrita
passou a fazer parte. É através da escrita
que ele faz contato com as coisas do mundo.
 (Telma Weisz)
Refletindo sobre sua história de leitura, interagindo com seus colegas de 
turma - através de suas histórias de leitura, lendo o texto de Cagliari e o 
pensamento de Weisz, acima, você pode considerar que, se somos 
socialmente diferentes, somos leitores diferentes. Isso se dá porque a leitura, 
por ser uma atividade complexa, envolve questões de significação, valores e 
aspectos culturais, além dos aspectos ideológicos, filosóficos e até fonéticos. 
Para nos constituirmos enquanto leitores, nos nossos atos de leitura, 
todos esses fatores estão articulados em relação àquilo que conseguimos 
compreender e interpretar a partir do texto que lemos. Não podemos esquecer, 
também, de que, ao produzirmos um texto, nele estamos colocando a 
interpretação que temos do mundo, pois também somos leitores do mundo e o 
interpretamos através da palavra escrita (ou falada).
Assim como há diferentes leitores, diferentes tipos de textos, também há 
diferentes tipos de leitura. É sobre isso que vamos falar no próximo tópico.
OS DIFERENTES TIPOS DE LEITURA
Pense um Pouco: Como foi o seu primeiro contato com a leitura?
Em nossa vida escolar, aprendemos que a leitura pode ser feita de 
forma silenciosa ou oral. Vamos refletir um pouco sobre isso. Como se dá o 
nosso primeiro contato com a leitura, seja em casa ou na escola? 
Geralmente, o nosso primeiro contato com a leitura se dá de forma 
OUVIDA. Alguém lendo uma história para nós. 
Quando alguém lê oralmente (Leitura ORAL), está decifrando o texto 
escrito através da fala, não é? Então, a leitura ORAL é uma leitura FALADA. 
Ela não faz parte do nosso dia-a-dia. É mais utilizada para as ocasiões 
públicas, em que lemos para outros ouvirem: na escola, na igreja, em eventos 
Quando ainda não sabemos decodificar a palavra escrita, 
lemos OUVINDO alguém que lê ORALMENTE, não é 
verdade? Esse processo acontece com a maioria das 
pessoas. Então, ouvir uma história é uma maneira de ler. 
Por isso a leitura pode ser OUVIDA.
sociais, culturais etc. É uma leitura largamente utilizada em algumas situações, 
como por exemplo, nos telejornais, em que os apresentadores lêem as 
matérias para os telespectadores. 
A leitura oral necessita de boa entonação, ritmo, melodia, para que o 
texto lido seja muito bem compreendido pelo ouvinte. Ela dever ser não 
artificializada, isto é, ao lermos oralmente, devemos dar naturalidade ao texto, 
pois não estamos lendo somente para nós e sim para alguém que ouve e 
necessita, também, LER o texto através da audição.
Temos, ainda, a leitura silenciosa VISUAL, que é a mais comum. É uma 
leitura de caráter mais individualizada, em que lemos apenas para nós 
próprios. Deciframos e decodificamos a escrita através da nossa visão. É a 
leitura que realizamos a todo momento em nossas vidas: nas ruas, nos 
letreiros, nas embalagens, nos romances, nos livros, no mundo, enfim. A leitura 
silenciosa visual nos possibilita uma maior introspecção no texto, favorecendo, 
por isso uma melhor reflexão sobre o que lemos.
Consideramos, agora, a leitura de IMAGENS. Imagine uma criança, que 
ainda não sabe ler a palavra escrita, lendo um livro só com gravuras. Essa 
criança não é capaz de contar a história? Então, ler as imagens é também uma 
leitura visual. Podemos pensar, ainda, nos diferentes gêneros midiáticos que 
utilizamos para nossas leituras visuais silenciosas em nosso cotidiano PARA 
INTERPRETAR OUTROS TIPOS DE MENSAGENS COMPLEXAS QUE NÃO 
O TEXTO ALFABÉTICO, tais como: ideogramas, diagramas, mapas, 
esquemas, filmes, vídeos, televisão, internet etc.
Assim, podemos dizer que a leitura pode ser OUVIDA, FALADA (oral) ou 
VISTA (visual).
 Todo ato de leitura exige de nós uma relação com a 
realidade da qual fazemos parte: nossos conhecimentos, cultura, história. É 
isso que nos faz atribuir sentidos àquilo que lemos. Escutar, olhar, ler, equivale 
a construir-se.
Enquanto leitores, nós fazemos leituras com diferentes finalidades e 
temos diferentes interesses ao realizar um ato de leitura. 
Reflitamos mais uma vez:
Com que finalidade fazemos uma leitura? Para que serve a leitura?
 Para que você está lendo este texto agora? 
 Como você está se sentido ao ler? 
 Você está gostando ou não? 
 Você está lendo por obrigação ou por prazer? 
 Você está adquirindo alguma informação? 
Nem sempre a leitura é um prazer. Ela também pode ser dolorosa! Ler 
um romance por nossa própria escolha é sempre maravilhoso, mas quando o 
professor manda ler o romance para fazer um trabalho acadêmico... Ah! Essa 
leitura, muitas vezes, se torna um terror! Quem já não passou por uma 
experiência desse tipo?
Nós lemos com as mais diversas finalidades, de acordo com as 
diferentes situações individuais ou sociais com as quais nos deparamos. 
Assim, praticamos vários tipos de leitura:
a) Leitura informativa – lemos para nos informar, para conhecer 
aspectos da vida cotidiana: jornais, revistas, instruções, normas, regimentos 
etc. Geralmente essa leitura é rápida e sem envolvimento afetivo pessoal.
b) Leitura de consulta – consultamos textos e materiais para procurar 
uma informação em particular: dicionários, enciclopédias, catálogos, etc. Esta 
leitura exige uma exploração visual específica e seletiva para localizar a 
informação de que precisamos.
c) Leitura para a ação - é a leitura que fazemos para orientar ou 
modificar nosso comportamento ou realizarmos uma ação, como por exemplo: 
placas de sinalização, de orientação, avisos, cartazes, receitas de bolo, regras 
de um jogo, manuais técnicos etc. 
d) Leitura reflexiva – caracteriza-se por ser uma leitura mais densa, 
pois requer a apreensão do conteúdo do texto, bem como reflexão sobre o lido. 
Está vinculada ao estudo, à pesquisa, ao trabalho intelectual. É a leitura de 
textos escolares, teóricos, didáticos, trabalhos acadêmicos, filosóficos e 
literários etc.
e) Leitura fruição – É a leitura que fazemos pelo nosso próprio gosto, 
para relaxar, distrair. É a leitura de evasão: romances, poesia, revistas, 
literatura em geral. É a leitura que se faz apenas pelo prazer de ler. 
Todos esses tipos de leitura estão a nossa disposição no mundo da 
leitura/escrita, contribuindo para nossa formação enquanto leitores. 
Consideremos, ainda, que, atualmente, dispomos também de um mundo 
virtual, na internet, em que podemos exercer as nossas práticas de leitura, 
acessando uma diversidade enorme de textos, das mais diversas 
configurações. 
Reflita sobre o que lemos. 
 Anote em seu caderno os conceitos apresentados.
Caro(a) aluno(a),
Agora, depois que você já leu o texto-base da SUBUNIDADE 1, fez várias 
reflexões e anotações, procure desenvolver as seguintes atividades, buscando 
avaliar-se em termos da compreensão do estudo realizado:
a) Releia o texto-base;
b) Reveja suas anotações;
c) Procure organizar suas anotações em um pequeno 
texto, sintetizando o conteúdo estudado e troque e-mails com seu grupo 
de estudo. Isto o ajudará muito a fazer a avaliação desta SUBUNIDADE 
1.
CONCLUSÃO 
Chegamos ao final da SUBUNIDADE1. Até aqui, falamos um pouco 
sobre a leitura, seu conceito e tipologia. Reflita sobre tudo o que vimos e, antes 
de realizar a avaliação desta SUBUNIDADE 1, aprofunde seus estudos lendo o 
material indicado no link SABER MAIS.
Para você saber mais sobre o conteúdo apresentado, leia:
GOULART, C. M. Ler, escrever e teclar. Disponível em: 
<http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2001/epc/epctxt2.htm>.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Leitura>.
 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA A SUBUNIDADE 1
Você leu o texto-base da SUBUNIDADE 1 e fez anotações. Além disso, 
você leu os textos indicados na seção SABER MAIS. Com base nesses textos 
(e em outros que você pode pesquisar, inclusive textos na internet) e na sua 
experiência como leitor, comente o seguinte trecho:
Não nascemos leitores. A formação de leitores é uma tarefa de vida 
toda. Ler não é um simples fato biológico. Apesar de envolver visão, neurônios 
e outros aspectos fisiológicos, é um ato eminentemente cultural, é produção de 
significados. Daí implicar, necessariamente, opções e ações políticas, 
mobilização pública, além de recursos que vão dos materiais aos saberes e 
competências diversas e especializadas. [...] Se continuamos a ler em livros, 
jornais, revistas, lemos também em outros e novos suportes que abrem 
possibilidades até então inexistentes para a escrita. Num mundo onde 
espocam mensagens de todo lado, é preciso aprender a ler os suportes 
tradicionais, como também, as telas dos computadores, o visor dos celulares, 
os outdoors nas ruas e muitos outros veículos contemporâneos que alteram a 
escrita e nossas relações com ela. Por outro lado, como no nosso tempo as 
mensagens escritas agregam outras linguagens, é preciso estabelecer 
conexões entre linguagem escrita e as linguagens orais, audiovisuais, gestuais, 
num processo dinâmico de mobilização e conexão multimidiática. Atentos à 
especificidade e às exigências de cada tipo de linguagem, é preciso colocá-las, 
todavia, em relação umas com as outras.” 
Fonte: PERROTI, E. LeituraS, 01. MEC/SEB, 2006. p.17.
Não esqueça de enviar esta atividade para o Fórum de 
Discussão de sua turma.
UNIDADE I
SUBUNIDADE 2 
 O Texto
INTRODUÇÃO
Na SUBUNIDADE 1, estudamos concepção e tipologia de leitura. Vimos 
que a leitura pode ser falada, ouvida ou vista. 
Na SUBUNIDADE 2, vamos conhecer mais de perto o que é o objeto 
chamado TEXTO. Também estudaremos Tipologia Textual, revendo a 
constituição dos textos: Narrativo, Descritivo e Dissertativo.
É importante que você leia com muita atenção e resolva as atividades 
propostas, com vistas a desenvolver a sua própria prática de produção dessa 
tipologia textual. 
Bom trabalho!!!
 O TEXTO
O QUE É UM TEXTO? 
A palavra TEXTO origina-se do latim TEXTU e significa TECIDO. Para 
se obter um tecido, é necessário que se realize o ato de tecer, ou seja: tramar 
os fios de forma apropriada, conveniente, urdida. O tecido não é um 
amontoado de fios desorganizados. Ele se constitui a partir da disposição 
planejada e organizada, de uma combinação harmônica e coesa entre os fios. 
Assim também um texto não é um amontoado de frases desconexas. Antes de 
mais nada, um texto é uma ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer 
extensão, datada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. (VAL, 
1994, p.3) 
Segundo Fiorin (1997, p. 7):
O texto é um todo organizado de sentido, o que significa que 
ele possui uma estrutura. Além de ser um objeto linguístico, é um objeto 
histórico. Isso quer dizer que o sentido do discurso se constrói por meio 
de mecanismos intra e interdiscursivos, ou seja, o sentido organiza-se 
por meio de urna estruturação propriamente discursiva e pelo 
diálogo que mantém com outros discursos a partir dos quais se 
constitui. 
Na nossa vida social, nos constituímos histórica e culturalmente na relação com o 
outro. Os textos fazem parte da nossa vida cotidiana, em nossos processos de 
interação. A todo momento produzimos textos orais; por muitas vezes, somos 
solicitados a produzir textos escritos com diferentes finalidades, seja na escola, no 
trabalho, numa correspondência familiar etc. É necessário também considerarmos que 
a vida social exige de nós a leitura de diferentes tipos de textos, como: ideogramas, 
logomarcas, imagens, mapas, etc, os quais não se constituem como textos alfabéticos, 
mas são também textos em circulação na sociedade.
A nossa individualidade, enquanto membros de uma sociedade, se constitui, 
então, pelas relações sociais; não nos fazemos sozinhos. Os nossos textos (que 
lemos e produzimos) trazem as nossas marcas particulares. Mas essas marcas são 
o reflexo de muitos textos que lemos, ouvimos, vimos, interpretamos. A respeito 
disso, reflitamos sobre o que diz PERRONE-MOISÉS(1993, p. 48):
O texto não é o discurso de um sujeito imutável e pleno, prévio 
ou posterior ao discurso. O texto é o lugar onde o sujeito se 
produz com risco, onde o sujeito é posto em processo e, com 
ele, toda a sociedade, sua lógica, sua moral, sua economia. "O 
texto como produtividade: perturba a cadeia comunicativa e im-
pede a constituição do sujeito; remonta ao germe do sentido e do 
sujeito; rede de diferenças; multiplicidade de marcas e de intervalos 
não centrada; exterioridade do signo assumindo o próprio 
signo." O texto é o lugar da escritura, um lugar onde o sujeito se 
arrisca numa situação de crítica radical, e não o produto 
acabado de um sujeito pleno. 
Assim, o sentido do texto é criado no jogo interno de dependências estruturais e 
nas relações com o que está fora dele. Na escola, a nossa função é ajudar nossos 
alunos a serem leitores e produtores de textos competentes e que tenham autonomia. 
Esta não é uma tarefa fácil, pois exige que as práticas de leitura e produção de textos 
sejam realmente efetivadas em sala de aula.
Pare um pouco!
 Considere o que dizem os autores citados 
no texto que acabamos de ler.
 O que você pensa sobre o que eles dizem?
 Para você, o que é um texto?
TIPOLOGIA TEXTUAL
Reflitamos:
Se a leitura pode ser ouvida, falada ou vista, então temos, em princípio, 
textos que podem ser ouvidos, falados e vistos. Você concorda? 
Observe:
 
Texto Falado Texto Visto Texto Ouvido
Tradicionalmente, temos aprendido que a tipologia textual se limita a 
textos narrativos, descritivos e dissertativos, não é? Esses são alguns tipos de 
textos possíveis, trabalhados pela escola, em nível básico, considerando-se a 
produção escrita dos alunos. Mas o ESCRITO não é o único suporte do texto: 
existem textos “na rua” assim como existem textos nos livros.
Dentro das diferentes modalidades de textos (falada, ouvida e vista), há 
uma vasta tipologia textual em uso na sociedade a nossa disposição: textos 
mais comuns, com os quais temos contato mais cotidianamente, como piadas, 
anedotas, textos literários (esses textos podem envolver processos narrativo-
descritivos); bulas de remédio, receitas culinárias, manuais de instrução (que 
são textos instrucionais); obras acadêmicas, científicas e filosóficas (que são 
textos de caráter dissertativo). 
Como já dissemos anteriormente, também dispomos de muitas imagens 
que exigem a nossa leitura interpretativa: charges, rótulos, ilustrações, placas 
de sinalização, mapas, quadros etc.
Dentre os textos vistos/ouvidos, não podemos esquecer daqueles 
veiculados pela Televisão. Ao desfrutar desse recurso áudiovisual, estamos 
também na condição de leitores de textos: jornais, novelas, filmes, 
documentários,programas de humor, desenhos animados, programas de 
auditório, propagandas etc. Os textos de propaganda, por sua vez, ocupam 
uma grande parte da nossa “tele-visão-audição”. 
Quando nos conectamos à internet, temos acesso a uma gama enorme 
de textos, instantaneamente. Podemos entrar em galerias de arte, assistir 
vídeos, ouvir músicas, poesia, ler obras literárias, revistas, visitar bibliotecas, 
enfim... Podemos também conversar (teclar) com pessoas dos mais distantes 
e diferentes lugares do globo terrestre. Podemos participar de comunidades 
virtuais, fazer amigos e até mesmo “arrumar” um casamento! O mundo todo se 
transforma em um HIPERTEXTO que pode ser, digamos, “manipulado” por 
nós, com um toque no teclado do computador.
 O texto, assim, está em todas as partes do mundo, 
mas é preciso observar que nem tudo é texto. Ao ler/produzir um texto, 
estamos assumindo uma posição crítica com relação ao mundo, ao contexto 
em que nos situamos; portanto, é preciso que saibamos ler criticamente todos 
os textos com os quais temos contato.
Vamos fazer uma pequena pausa na leitura.
Pesquise em revistas, jornais, internet etc., pelo menos três 
diferentes tipos de textos (EX: piada, charge, receita...). Depois compare os 
textos entre si e escreva suas impressões sobre as características de cada 
texto. Mande suas impressões para o Fórum de discussão. Leia as impressões 
de seus colegas de turma!!!!
Vamos, agora, estudar alguns diferentes tipos de textos:
 O TEXTO NARRATIVO
 
É aquele em que narramos um fato, contamos uma história. Eles fazem 
parte do nosso cotidiano. Quando narramos um fato, devemos situá-lo no 
tempo (cronológico ou físico) e no espaço (local), bem como apresentar as 
personagens. 
 O NARRADOR 
Um texto narrativo sempre é contado por um NARRADOR.
a) Pode ser uma PERSONAGEM que participa do fato narrado. Então, a 
narrativa é feita em PRIMEIRA PESSOA. Veja o seguinte fragmento:
Você pode observar que, no trecho lido, o narrador é PARTICIPANTE, 
pois os verbos estão em primeira pessoa: ESTOU CHEGANDO, FUI, 
FOMOS... 
b) Pode ser alguém que não participa da história e se comporta como 
um OBSERVADOR do fato narrado. Aqui, os verbos são utilizados na 
TERCEIRA PESSOA. Observe:
 
Estou chegando dum final de semana emocionante. Fui, com mais dez 
pessoas, pruma fazenda. No maior segredo. Saímos de madrugada, no 
sábado. Escuríssimo. Sem avisar ninguém pra onde íamos. Sem poder levar 
roupa pra trocar. Sem ter idéia do lugar onde fomos. Maior clima de mistério. 
Fonte: ABRAMOVICH, F. As voltas do meu coração. São Paulo: Atual, 1989.
Clarice não teve remédio senão aceitar o convite. Mas, enquanto 
cumprimentava os dois velhos, sentiu um aperto no coração: o avô de 
Leopoldo tinha o mesmo aspecto de seu pai, dias antes de morrer. Tinha já 
bastante experiência para conhecer uma pessoa realmente doente. Como 
seu pai. . . Mas calou. Talvez não houvesse motivo para preocupação. 
Talvez o avô pudesse viver até a chegada do bisneto...
 Fonte: LEAL, I. S. Mistério na Morada do Sol. São Paulo: Moderna, 1982.
Como você pode verificar, no trecho lido, o NARRADOR se comporta 
como alguém que está fora da história, observando os acontecimentos.
O FOCO NARRATIVO 
De acordo com o modo pelo qual o narrador se comporta, situando-se 
em relação ao fato narrado, temos o FOCO NARRATIVO QUE PODE SER EM 
PRIMEIRA OU EM TERCEIRA PESSOA. 
São exemplos de textos narrativos: piadas, fábulas, contos, crônicas, 
romances, novelas, filmes, etc. Nós podemos ter textos narrativos em prosa ou 
em versos. Você já leu alguma história de literatura de cordel? Geralmente elas 
são textos narrativos em versos. Outros bons exemplos de narrativas em 
versos encontradas na literatura são: Os Lusíadas (Camões ), Uruguai (Basílio 
da Gama ), Caramuru (Santa Rita Durão), I Juca-Pirama (Gonçalves Dias), O 
Caçador de Esmeraldas (Olavo Bilac) O Romance da Inconfidência (Cecília 
Meireles).
O TEMPO 
O texto narrativo se caracteriza, ainda, pelo desenrolar da ação, pelo 
passar do tempo. O TEMPO, na narrativa, pode ser CRONOLÓGICO OU 
PSICOLÓGICO.
a) Na narrativa de TEMPO CRONOLÓGICO, nós percebemos o seu 
desenrolar com a marcação de horas, datas, acontecimentos históricos. 
Observe:
b) Na narrativa de TEMPO PSICOLÓGICO, o passar do tempo é 
marcado pela vivência subjetiva, tempo de consciência da personagem; é um 
tempo indeterminado.
Agora, o dia está claro, a chuva tinha ido embora com a noite. Eram 
onze horas da manhã, quando o pessoal da colônia, sabedor da notícia, 
começou a se reunir à volta da casa. Todos deviam vir para o almoço, 
naquele aniversário do dono da casa. Ali estavam todos os colonos, que, 
pela boca do mais velho, vinham oferecer seus votos de felicidades e dizer 
que compreendiam porque, naquelas circunstâncias, não haveria o almoço.
Fonte: LEAL, I. S. Mistério na Morada do Sol. São Paulo: Moderna, 1982.
COLOCAR EXEMPLO
QUADRO SÍNTESE DOS ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO
 Agora é sua vez! 
Construa um texto narrativo e disponibilize-o para seus colegas de turma no 
Fórum de Discussão. Pode ser uma piada, uma fábula, um acontecimento 
relacionado ao seu dia-a-dia. Boa escrita!!!
A rechina é grande, sufoca, mas Dois Cavalos não leva pressa, dá-se ao 
gosto de parar nas sombras, então saem José Anaiço e Joaquim Sassa a 
perscrutar o horizonte, esperam o tempo que for preciso, enfim lá vêm, nuvem 
única no céu, estas paragens não seriam precisas se os estorninhos 
soubessem voar em linha recta, mas, sendo tantos, e tantas as vontades, mes-
mo gregariamente reunidas, não se podem evitar dispersões e distracções, 
uns quiseram pousar, outros beber água ou provar de frutos, enquanto um 
único querer não prevalece perturba-se o conjunto e confunde-se o itinerário. 
Pelo caminho, além das aves milhanas, solitárias caçadoras, e outras de 
menor congregação, foram vistos pássaros da espécie, mas não se 
juntaram à companhia, talvez por não serem pretos, mas malhados, ou terem 
outro destino na vida. José Anaiço e Joaquim Sassa entravam no carro, Dois 
Cavalos metia-se à estrada, e assim, andando e parando, parando e 
andando, chegaram à fronteira. Então disse Joaquim Sassa, E agora, se não 
me deixam passar, Vai tu seguindo, pode ser que os estorninhos.
Fonte: SARAMAGO, J. A Jangada de Pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
QUADRO SÍNTESE DOS ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO
O FATO O acontecimento; a história contada.
AS PERSONAGENS Pessoas que atuam na narrativa, além do narrador.
O NARRADOR Aquele que narra o fato (participante ou 
observador).
O FOCO NARRATIVO Modo pelo qual o narrador se comporta, situando-
se em relação ao fato narrado (primeira pessoa ou 
terceira pessoa).
O TEMPO Extensão de tempo cronológico ou psicológico em 
que a narrativa acontece.
O ESPAÇO Local onde os fatos ou as cenas acontecem.
O ENREDO OU AÇÃO Sequência dos fatos ou acontecimentos.
O CLÍMAX Parte alta e emotiva do texto. 
 TEXTO DESCRITIVO 
O processo de descrição ajuda-nos a caracterizar personagens, 
espaços, objetos, cenários... Nós podemos utilizar descrições em textos 
narrativos, é claro! Toda vez que precisamos descrever algo, a ação da 
narrativa é interrompida. Por isso, os textos de caráter mais descritivo são 
textos sem ação: Veja:
Podemos utilizar a descrição para:
 Nomear ou identificar: é dar existência a um ser. Isso nos permite 
reconhecer a pessoa ou objeto descrito, com suas características 
genéricas ou específicas. A identificação pode ser realizadasegundo 
aspectos físicos, psicológicos, comportamentais.
 Localizar/Situar: é determinar o lugar que aquilo que descrevemos 
ocupa no espaço e no tempo. 
 Qualificar: é dispor a visão do observador sobre aquilo que descreve. A 
qualificação ocorre no plano objetivo (aspectos visuais, auditivos, 
olfativos, gustativos, táteis) e/ou no plano subjetivo (aspectos 
psicológicos, sentimentos, emoções etc.).
Agora, releia o trecho de Tezzari e veja que a autora nomeou o objeto 
descrito (VESTIDO), depois descreveu suas características objetivas (azul 
marinho, drapeado, justo, forrado etc.); localiza o objeto (está no guarda-
roupa); em seguida, ela deixa transparecer a sua subjetividade (É lindo! 
Simboliza um sonho realizado). A descrição, então, pode enriquecer uma 
narrativa, permitindo que o leitor “veja” e “sinta” como são as personagens, os 
É um vestido todo azul marinho, com o corpo tomara-que-caia drapeado, 
bem justo, a saia na altura do joelho, bem franzida, farta, de renda, forrado de 
um tecido comum, com um bolerinho feito só com renda, sem forro. É lindo! 
Está lá no meu guarda-roupa desde muito tempo. Simboliza os meus sonhos já 
realizados. Não me deixa esquecer aqueles que ainda estão como sonhos, lá 
no alto, esperando a vez.
Fonte: TEZZARI, N. dos S. Parceiros de Jornada. Porto Velho: EDUFRO, 2001.
objetos, o espaço; o leitor pode, assim, imergir no texto, tomando com ele 
maior intimidade.
 Agora é sua vez! 
Construa um texto descritivo e disponibilize-o para seus colegas de turma no 
Fórum de Discussão. 
O TEXTO DISSERTATIVO 
É um texto em que defendemos ou contestamos uma ideia, um ponto de 
vista ou um questionamento sobre um determinado assunto. Nesse tipo de 
texto, trabalhamos com argumentos, com fatos, com dados, com vistas a 
reforçar ou justificar o desenvolvimento de nossas ideias; por isso, o texto 
dissertativo necessita de que utilizemos uma linguagem referencial, exata, 
porque buscamos convencer o leitor pela força e qualidade dos argumentos 
que apresentamos. Convém salientá-lo que a dissertação é a discussão 
organizada de um problema. Para discuti dessa forma, é necessário que 
tenhamos informações, conhecimento para formar nossa própria opinião sobre 
o tema que vamos discutir. Nesse sentido, é muito importante que façamos 
leituras sobre o tema a ser desenvolvido para que possamos construir um bom 
texto dissertativo.
O texto dissertativo pode ser elaborado de duas maneiras:
 Dissertação Objetiva - usa-se a 3ª pessoa do singular, a 
impessoalidade, a função referencial da linguagem, falando-se a 
respeito de um referente, dando informações, opiniões, colocando em 
discussão um tema. 
 Dissertação Subjetiva – usa-se a 1ª pessoa do singular, a linguagem 
emotiva e apela-se para os sentimentos e as emoções do leitor, para 
tentar convencê-lo. Exemplos típicos são os discursos políticos e 
religiosos.
Leia o texto abaixo. Ele é um bom exemplo de uma Dissertação 
Objetiva:
A TELEVISÃO E A VOLTA ÀS CAVERNAS
Roberto Pompeu de Toledo
Tende-se a esquecer, nestes tempos, que o melhor meio de comunicação 
já inventado é a palavra. 
Qual é a minha porta? Está o leitor, ou a leitora, diante dos toaletes de 
um restaurante, um teatro ou hotel, e com freqüência experimentará um 
momento de vacilação. Não que tenha dúvida quanto ao próprio sexo. A dúvida 
é com relação àqueles sinais inscritos sobre cada uma das duas portas — que 
querem dizer? Olha-se bem. Procura-se decifrar seu significado profundo. 
Enfim, vem a iluminação: ah, sim, este é um boneco de calças. Sim, parece ser 
isso. E aquela silhueta, ali ao lado, parece ser uma boneca de saia. Então, esta 
é a minha porta, concluirá o leitor. E aquela é a minha, concluirá a leitora. 
A humanidade demorou milhões de anos para inventar a linguagem 
escrita e vêm agora as portas dos toaletes e a desinventam. Por que não 
escrever “homens” e ‘mulheres”, reunião de letras que proporciona a 
segurança da clareza e do entendimento imediato? Não. Algumas portas 
exibem silhuetas de calças e saias. Outras, desenhos de cartolas, luvas, 
bolsas, gravatas, cachimbos e outros adereços de uso supostamente exclusivo 
de um sexo ou outro. Milhões de anos de progresso da humanidade, até a 
invenção da comunicação escrita, são jogados fora, à porta dos toaletes. 
E no entanto a palavra, a palavra escrita especialmente, continua sendo 
um estupendo meio de comunicação. Deixa-se um bilhete para um colega de 
trabalho dizendo “Fui para casa”, e vazado nesses termos, com o uso dessas 
três singelas palavrinhas, será, sem dúvida, de entendimento mais fácil e 
unívoco do que se se desenhar uma casinha de um lado, um hominho de 
outro, e uma flecha indicando o movimento de uma para outra. Vivemos um 
tempo de culto da imagem. Esquece-se o valor inestimável da palavra.
A comunicação escrita é muito eficiente, inclusive porque tem o dom de 
atravessar os séculos. Tomemos Camões. Claro que se algum cinegrafista 
amador tivesse registrado o náufrago do poeta, perto da foz do Rio Mekong, 
nos confins da Ásia, e as cenas em que ele, como diz a lenda, procurava a 
salvação simultânea da própria vida e da obra, nadando com um braço e com 
outro segurando os originais dOs Lusíadas, acima da linha d’água para mantê-
los secos, seria um documento de grande valor. Teríamos uma edição de gala 
do Jornal Nacional. Mas o filme só despertaria esse interesse, porque Camões 
é Camões. Ou seja, porque é o autor de uma obra escrita que atravessou os 
séculos. Camões comunica-se conosco, quatro séculos depois de sua morte, 
porque se utilizou dessa ferramenta insubstituível que é a palavra gravada num 
papel, ou num papiro, ou numa prensa.
O pensador italiano Norberto Bobbio, em seu último livro publicado no 
Brasil (O Tempo da Memória), afirma que se irrita em falar ao telefone. Bobbio 
cita outro italiano, Guido Ceronetti, que escreveu: “Sempre que posso (...) faço 
apaixonada apologia de escrever cartas entre seres pensantes, ainda não 
embrutecidos, que se comunicam apenas pelo telefone, ou então por fax ou 
telefone celular. (...) O homem que pensa de verdade escreve cartas aos 
amigos”. 
O homem do século XX acostumou-se a pensar que o século XX é 
maravilhoso. Em matéria de ciência e tecnologia, suas conquistas seriam 
inigualáveis. Vá lá, o telefone representou um avanço. Mas consideremos, por 
um momento, o que ele pôs a perder. O hábito de escrever cartas, como diz 
Ceronetti, e o exercício de inteligência que isso representa. A conversa direta, 
olho no olho. O hábito de fazer visitas, de procurar diretamente as pessoas. 
Com telefone, não teria havido este ponto alto da criação humana que é o 
romance do século XIX. Os enredos têm base em visitas, encontros 
inesperados, notícias que chegam tarde. Com telefone, não há história de 
Dostoievski, Balzac, Dickens ou Eça de Oueiroz que resista.
A desvalorização da comunicação escrita, em nosso tempo, começa 
numa banalidade como as portas dos toaletes, e culmina neste símbolo do 
século que é o culto das conquistas tecnológicas do rádio ao telefone celular, 
no caso das comunicações. Ora, conquista por conquista, continua 
insuperável, no mesmo ramo das comunicações,em primeiro lugar a invenção 
de uma língua comum, em cada determinada comunidade, e em segundo a 
reprodução dessa língua em signos escritos.
Lorde Thomson of Monifieth, um inglês que já presidiu a lndependet 
Broadcastinsg Authority, órgão de supervisão do sistema de rádio e televisãona Grã-Bretanha, disse certa vez, numa conferência, que lamenta não ter 
surgido na história da humanidade primeiro a televisão, e depois os tipos 
móveis de Gutenberg. ‘Penso que imprimir e ler representam formas mais 
avançadas de comunicação civilizada do que a transmissão de TV”, afirmou. 
Esse lúcido inglês confessou que, em seus momentos sombrios, se sente 
incomodado com o pensamento de que a humanidade caminhou milhões de 
anos para voltar ao ponto de partida. Começou magnetizada pelos desenhos 
nas paredes das cavernas e terminou magnetizada diante das figuras de alta 
definição nas paredes onde se embutem os aparelhos de televisão.
Fonte: TOLEDO, R. P. de. A televisão e a volta às cavernas. Veja, jun. 1997.
Veja, agora, um exemplo de Dissertação Subjetiva:
CRIATURINHA DE DEUS COLOCA OS PINGOS NOS IS
Bárbara Garcia 
Folha de São Paulo 01/06/1994 
Uma minha comadre de trinta e quatro anos acaba de comer o pão que 
o diabo amassou. Durante três semanas ela agonizou em uma cama do 
Hospital Sírio-Libanês, acometida por uma misteriosa infecção nos nervos. 
Injetaram-lhe gamaglobolina (conta: dez mil dólares), morfina e 
cortisona, enfiaram-na duas vezes naquela claustrofóbico aparelho de 
ressonância magnética, efetuaram três punções para extrair seu líquido 
cérebro-espinhal, enfim, fizeram gato e sapato da coitada. Só não descobriram 
o que há de errado com ela e o que fazer para restabelecer sua saúde.
Para concluir o pesadelo com chave de ouro, na saída do hospital o 
neurologista apresentou à família a nota pelos serviços prestados. Valor: cinco 
mil dólares. Quando meu compadre, marido da enfermeira, pediu alguns dias 
para pagar a conta, o médico retorquiu: “nada feito”.
Paga-se caro para passar por porquinho-da-índia nas mãos de médicos 
cada vez mais impotentes diante de doenças contagiosas. Qualquer que tenha 
se tratado com um dermatologista sabe muito bem do que eu estou falando.
E o que dizer da “bactéria assassina” recém divulgada nos jornais 
ingleses, o estreptococo do Grupo A que destrói os tecidos subcutâneos à 
velocidade de três centímetros por hora e mata em menos de vinte e quatro 
horas?
Ninguém sabe explicar como essa criaturinha de Deus, uma 
bacteriazinha das mais rastaqueras – que, na maioria das vezes, causa 
apenas faringite e febre reumática – adquiriu tanto poder. 
Já imaginou o que deve ser abotoar o paletó com grangrena 
generalizada? A pessoa simplesmente apodrece, bate as botas, perece como 
uma manga chupada. Não tem nem tempo de ligar para se despedir dos 
amigos. Já pensou? “Alô?” e vapt! Cai a língua! “Como vai?” e vupt! Vão-se os 
braços, os dedos e os anéis!
A vida é isso. Quando a gente pensa que não existe nada pior do que os 
militantes profissionais que organizam as invasões dos sem-terra, surge um 
novo microorganismo para nos lembrar que nada, nada mesmo, pode ser mais 
aterrorizante do que a ignorância da medicina.
Fonte: GARCIA, B. Criaturinha de Deus Coloca os pingos nos IS. Folha de São 
Paulo, jan. 1994.
PARTES DA DISSERTAÇÃO
Os textos dissertativos tradicionalmente são estruturados a partir de 
parágrafos assim distribuídos: Introdução, Desenvolvimento do tema (ou 
Argumentação) e Conclusão.
a) INTRODUÇÃO: é a parte em que o autor apresenta o assunto que vai 
discutir. Há diversas maneiras de se fazer a introdução de um texto 
dissertativo. Vejamos algumas: 
 Apresentação de uma declaração inicial: o autor afirma ou nega 
alguma idéia, para, em seguida, justificar ou fundamentar. 
 Alusão a fatos históricos: o autor faz alusão a fatos históricos, 
lendas, tradições, crendices, anedotas ou a acontecimentos.
 Interrogação: o autor inicia o texto com uma pergunta intrigante, 
que ele buscará responder, esclarecer. 
 Uso de dado(s) estatístico(s): o autor pode iniciar uma discussão 
com base em um dado estatístico forte; assim, no desenvolvimento 
do texto, poderá fazer uma boa análise, baseando-se no dado 
utilizado. 
 Uso de provérbios ou ditos populares: o autor pode iniciar a 
dissertação utilizando um provérbio ou dito popular a partir do qual 
poderá fundamentar suas idéias. 
 Uso de citação: o autor pode aproveitar a fala de alguém 
importante ou famoso, ou que seja ligado ao assunto em 
discussão.
b) DESENVOLVIMENTO OU ARGUMENTAÇÃO: é a parte em que o 
autor desenvolve seu ponto de vista, argumentando, citando exemplos, 
fornecendo dados; posicionando-se em relação ao tema. 
O Desenvolvimento constitui a parte mais extensa do texto, 
fundamentando a idéia inicial apresentada na introdução. Os argumentos 
usados no Desenvolvimento visam convencer o leitor a respeito daquilo que foi 
afirmado. Há vários recursos para se fazer isso: apresentando detalhes, 
definições, exemplos, dados estatísticos, comparações, oposições, pontos 
positivos e negativos, causas, conseqüências, perspectivas, histórico, opiniões 
diversas, ilustrações, comparações etc.
c) CONCLUSÃO: é a parte em que o autor conclui o seu texto, de forma 
coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados. 
Vale lembrar que as partes do texto dissertativo a que nos referimos 
permitem certa liberdade de manipulação; entretanto, elas sempre estarão 
presentes na estrutura de uma dissertação.
Para que você desenvolva bons textos dissertativos, é importante 
considerar que:
 Cada parágrafo que compõe as partes de uma dissertação deve ser claro, 
preciso, conectado aos outros com COESÃO e COERÊNCIA, pois é 
necessário que haja um encadeamento lógico das idéias, a fim de que o 
leitor acompanhe o raciocínio do autor; 
 Cada parágrafo também possui em si essa estrutura, cujo tamanho varia de 
acordo com as intenções do autor; 
 A estrutura de um texto dissertativo reproduz, em escala maior, a estrutura 
interna de um parágrafo.
 É necessária a elaboração de um plano de desenvolvimento, em que que o 
autor delimite o tema ou a idéia central, os argumentos de apoio e as 
conclusões. 
Caro(a) aluno(a),
Agora, depois que você já leu o texto-base da SUBUNIDADE 2, fez várias 
reflexões e anotações, procure desenvolver as seguintes atividades, buscando 
avaliar-se em termos da compreensão que você teve do estudo realizado:
d) Releia o texto-base;
e) Reveja suas anotações;
f) Organize suas anotações em um pequeno texto, sintetizando o 
conteúdo. Isto ajudará muito você a fazer a sua avaliação. 
CONCLUSÃO
Chegamos ao final da SUBUNIDADE 2. Aqui discutimos sobre O que é 
um texto e a sua tipologia. Reflita sobre tudo o que vimos e, antes de realizar a 
avaliação da SUBUNIDADE 2, aprofunde seus estudos lendo o material 
indicado no link SABER MAIS.
Para você saber mais sobre o conteúdo apresentado, leia:
GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. 3. ed., São Paulo: Ática, 1993.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Tipologias_textuais>.
<http://www.eps.ufsc.br/disserta99/berger/cap2.html - 59k 
-pt.wikipedia.org/wiki/Comunicação - 49k –>.
Você leu o texto-base da SUBUNIDADE 2 e tomou anotações. Além 
disso, você leu aqueles indicados na seção SABER MAIS. A partir de suas 
leituras, redija um texto dissertativo comentando o de Bárbara Gancia 
(Criaturinha de Deus coloca os pingos nos is) apresentado em nosso módulo. 
Considere a estrutura e os argumentos utilizados pela autora. Atente para a 
clareza, a coesão, a coerência e também para a correção ortográfica. Não 
esqueça de citar as fontes que você consultar. 
 Não esqueça de enviar esta atividade para o 
Fórumde Discussão de sua turma, pois ela será objeto de avaliação.
UNIDADE I
SUBUNIDADE 3 
 A Escrita
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O ato de escrever está profundamente ligado ao ato de ler. Produzimos 
e lemos textos em todos os momentos de nossas vidas. Mesmo quando 
pensamos ou falamos, estamos produzindo textos. Quando ouvimos, estamos, 
de certa forma, lendo textos. Porém a escrita fundamentalmente se presta à 
comunicação a distância. Por isso, requer uma linguagem diferente da 
linguagem oral, visto que ao escrever devemos considerar que o nosso 
interlocutor está longe de nós.
 Nas duas Subunidades anteriores, estudamos Leitura e Texto. Nesta 
Subunidade, vamos conhecer algumas concepções sobre o que é a ESCRITA. 
Bom trabalho!!!
 O QUE É ESCRITA
A História da Civilização Humana inclui, necessariamente a ESCRITA. 
Ouso dizer que ela é a mais importante criação das sociedades humanas, pois 
dela nos servimos para registrar a ciência e a tecnologia, os conhecimentos, as 
descobertas, as impressões que temos do mundo, a literatura, as artes de 
modo geral. 
Convido você a conhecer a opinião de dois autores sobre o que é a 
escrita. Leia os dois textos com muita atenção. Primeiro vamos conhecer o que 
diz o linguista Luiz Carlos Cagliari (1992):
A ESCRITA
A escrita, seja ela qual for, tem como objetivo primeiro permitir a leitura. A 
leitura é uma interpretação da escrita que consiste em traduzir os símbolos 
escritos em fala. Alguns tipos de escrita se preocupam com a expressão oral e outros 
simplesmente com a transmissão de significados específicos, que devem ser 
decifrados por quem é habilitado. Nesse caso, os aspectos fonológico, lexical, 
sintático, que marcam a linearidade do discurso linguístico, não têm indicação 
específica, ficando a cargo do leitor encontrar a maneira mais adequada de realizá-
los. Muitas vezes esse tipo de escrita se serve de palavras--chave para a sua 
decifração. Seus exemplos mais comuns são os sinais de trânsito.
Uma placa com um triângulo tem uma palavra-chave atribuída 
convencionalmente à sua interpretação: PREFERENCIAL. Porém, essa placa pode 
ser lida de outras maneiras, todas elas exprimindo exatamente o que a placa 
significa: ‘Você está entrando numa estrada (rua) cujo tráfego tem prioridade de 
movimento sobre você"; "Cuidado com o próximo movimento de seu veículo, 
por causa do fluxo de tráfego da estrada (rua) para onde você está se dirigindo"; ou 
simplesmente "Deixe os veículos da estrada à sua frente passarem primeiro"; 
"Estrada mais importante à sua frente" etc.
A placa se constitui numa escrita que procura não ter relação direta com a 
expressão sonora linguística, apresentando compromisso apenas com o valor 
semântico da mensagem. Por essa razão, esse sistema pode ser usado 
internacionalmente, de maneira igual, em regiões de cultura e línguas 
completamente diferentes. Em outras palavras, esse tipo de escrita se baseia só no 
significado e não no significante dos signos linguísticos, ou até mesmo em fatos que 
não precisam estar diretamente relacionados com o fenómeno linguístico 
propriamente dito. Nesse momento a escrita sai da expressão linguística, 
referindo-se a um pensamento não necessariamente de natureza linguística.
Algo semelhante pode acontecer quando se dá o inverso, ou seja, quando a 
escrita representa o significante sem revelar nada do significado. Uma transcrição 
fonética de uma língua desconhecida evidencia esse fato. Quer num caso extremo, 
quer noutro, a escrita permite uma leitura, mas seu valor como código linguístico 
desaparece, uma vez que nesses casos não ocorre mais o signo linguístico, mas 
somente parte dele, ou seja, só o significado ou só o significante. Obviamente as 
escritas que se colocam nesses extremos são muito restritivas e têm um uso 
bastante específico e limitado. Um desenho não participa necessariamente de um 
tipo de escrita. A escrita, para ser qualificada como tal, precisa de um objetivo 
bem definido, que é fornecer subsídios para que alguém leia. Um desenho não 
precisa ser feito necessariamente para que alguém o leia. É evidente que se pode 
estender o valor dos termos leitura, ler, dizendo que se pode "ler" a natureza, o 
mundo, as pessoas etç. Nesse sentido, qualquer desenho ou fotografia pode ser 
decifrado, comentado lingüisticamente, sem que seja necessariamente um sistema 
de escrita, sem que ocorra uma leitura propriamente dita.
A escrita deve ter como objetivo essencial o fato de alguém ler o que está 
escrito. Ler é um ato linguístico diferente da produção espontânea de fala sobre um 
assunto qualquer. Ler é condicionado pela escrita, mesmo que a restrição seja 
somente semântica. É exprimir um pensamento estruturado por outra pessoa, 
não pelo leitor falante.
Um desenho pode se transformar facilmente num tipo de escrita. Muitas 
placas de trânsito se baseiam em desenhos. A indicação de banheiros masculinos 
e femininos em geral é feita por desenhos, o que pressupõe que os usuários 
leiam essas placas. Uma placa desse tipo e outros sinais só são considerados 
escrita quando alguém os interpreta e relaciona expressões de fala às formas 
gráficas, motivado pelo que interpretou. A simples indicação é uma representação 
semiótica, mas não é escrita. Escrita se refere especificamente ao signo linguístico e 
à atividade de fala.
A escrita se diferencia de outras formas de representação do mundo, não só 
porque induz à leitura, mas também porque essa leitura é motivada, isto é, quem 
escreve, diferentemente por exemplo de quem desenha, pede ao leitor que 
interprete o que está escrito, não pelo puro prazer de fazê-lo, mas para realizar 
algo que a escrita indica. Por exemplo, separar o banheiro dos homens do das 
mulheres; no caso das placas de trânsito, disciplinar o tráfego, evitando acidentes; 
no caso de um texto tradicional, informar o leitor a respeito de seu conteúdo etc.
A motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui 
apenas um aspecto mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura não pode ser 
só decifração; deve, através da decifração, chegar à motivação do que está escrito, 
ao seu conteúdo semântico e pragmático completo. Por isso é que a leitura não se 
reduz à somatória dos significados individuais dos símbolos (letras, palavras etc.), 
mas obriga o leitor, a enquadrar todos esses elementos no universo cultural, social, 
histórico etc. em que o escritor se baseou para escrever. 
Quando se faz um desenho de uma casa para representar o objeto casa, 
não se produz uma escrita. Mas, ao desenhar uma casa para que se diga casa, 
então está se escrevendo a palavra casa. Aí está claramente exemplificada a 
diferença entre desenhar e escrever.
Historicamente muitos sistemas de escrita desenvolveram a partir de 
desenhos. A escrita começou a existir no momento em que o objetivo do ato de 
representar pictoricamente tinha como endereço a fala e como motivação fazer com 
que através da fala o leitor se informasse a respeito de alguma coisa. É claro que as 
motivações da escrita não se restringem apenas à informação do leitor. A função 
informativa é a primeira cronologicamente, mas não é a única e nem sempre a 
principal. 
O caminho que a criança percorre na alfabetização é muito semelhante ao 
processo de transformação pelo qual a escrita passou desde a sua invenção. 
Assim como os povos antigos, as crianças usam o desenho como forma de 
representação gráfica e são capazes de contar uma história longa como significação 
de algunstraços por elas desenhados... Elas também podem utilizar 
"marquinhas'', individuais ou estabelecidas por um consenso de grupo, para 
representar aquilo que ainda não sabem escrever com letras.
 Fonte: CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. 5 ed. São Paulo. Scipione, 1992. 
p.103-106.
 Pare um pouco. Releia e faça uma síntese do texto 
de CAGLIARI em seu caderno de anotações. Envie-o para o fórum de 
discussão de sua turma.
Leia, a seguir, o fragmento escrito por Sérgio Laia (1997):
A ESCRITA
De um modo mais geral, a escrita pode ser definida simplesmente como o que se 
processa no ato de escrever , de um modo mais concreto, como o resultado desse ato. 
Então, ela é passível de ensino e de aprendizagem, comporta uma sintaxe, se faz 
conforme uma gramática, segue um determinado alfabeto e torna possível uma 
comunicação que, inclusive, poderá muitas vezes ser considerada mais efetiva e veraz 
do que aquela veiculada pela palavra falada. Tendo em vista esses aspectos, torna-se 
possível investigar uma origem da escrita, traçar uma história do escrever e mesmo criar 
diferentes propostas e/ou métodos pedagógicos que visam a sua aquisição (por 
aqueles que ainda não a têm) ou seu aprimoramento (por aqueles que já fazem uso 
dela).
No que concerne este texto, o que designo por escrita não se circunscreve 
apenas a essa faceta social do ato de escrever. Pretendo abordar aqui algumas 
circunstâncias nas quais a escrita pode recusar, abalar e estilhaçar ou transbordar sua 
vinculação com as exigências sociais e generalizantes que normalmente incidem sobre o 
escrever limitando-o a uma atividade de comunicação, de circulação de mensagens. 
Trata-se, por conseguinte, de apreender a escrita como um exercício que excede as 
regras convencionais do escrever, como prática de um rigor que, no entanto, não se 
confunde com o formalismo de regras gramaticais ou com o iideal de uma ortografia. 
Nessa direção, a escrita se afasta das carteiras escolares, das mesas de escritório, dos 
livros de contabilidade e de escrituração, dos veículos da mídiia, enfim, dessas 
atividades por demais padronizadas. 
A escrita, portanto, passa a ser muito mais o que resultado de exercícios e 
tarefas aos quais se dedicam os artistas, os escritores, os poetas, os calígrafos 
orientais e os matemáticos – mais do que mera reprodução conforme certos formatos 
previamente estabelecidos, a escrita aparece como invenção, marca de um 
acontecimento inaudito, singular e surpreendente. Enquanto um resultado do ato de 
escrever que não se circunscreve a parâmetros por demais comprometidos com a ordem 
social, a escrita encarna o fim de uma tarefa, de um exercício e, como tal, ao longo de 
um tempo, esse resultado poderá até - contrariando o que se dá no seu advento - 
servir de referência para o estabelecimento de padrões e para a definição de normas. 
Porém, enquanto mobilizada por uma tarefa, um exercício, a escrita é um processo 
marcado pelo rigor na medida em que é infinita. 
Fonte: LAIA, Sérgio. A escrita não serve. In: ALMEIDA, M. I. Para que serve a escrita. São 
Paulo: EDUC, 1997. p. 137-156.
 Pare um pouco. Releia e faça uma síntese do texto 
de LAIA em seu caderno de anotações. Envie-o para o fórum de discussão de 
sua turma.
Como você pôde observar, após a leitura dos dois textos, os autores, 
Cagliari e Laia, escrevem sobre a escrita enfocando-a de diferentes modos. 
A Escrita pode ser compreendida como um produto do ato de escrever, 
ou seja, um texto; para escrevê-lo, precisamos conhecer a ortografia, a 
gramática, a sintaxe etc.
A Escrita também pode ser compreendida como um processo rigoroso, 
mobilizado por um objetivo. No ato de produção textual, além de precisar 
conhecer os aspectos formais da escrita, o autor também precisa envolver o 
leitor em seu universo cultural, social, histórico. 
A Escrita, enquanto invenção das sociedades humanas, possibilita-nos 
REDIGIR. Geralmente as pessoas sentem receio quando se trata de fazer uma 
redação. É muito comum ouvirmos alunos dizerem; “ODEIO REDAÇÃO”. Ora, 
a Redação não é um “bicho-de-sete-cabeças”! 
O QUE É REDIGIR?
Redigir é simplesmente ESCREVER. Ninguém precisa ter medo de 
escrever! Para escrever bons textos, de qualquer tipo, basta-nos 
REFLETIR, planejar e ser original. Aprendemos a escrever, escrevendo. 
Podemos aperfeiçoar nossa escrita com a ajuda de boas leituras. Todos 
os tipos de textos em circulação na sociedade são bem-vindos. A leitura nos 
auxilia na aquisição de conhecimentos e informações que facilitam o 
desenvolvimento do nosso raciocínio e também do nosso senso crítico. 
Portanto, ao ler um texto, devemos procurar analisá-lo e buscar compreender 
muito bem as ideias do autor. A produção escrita exige do escritor um 
grande esforço: escolha de palavras, ideias, construção dos parágrafos etc., 
pois o texto deverá ser compreendido pelo leitor. POR ISSO, O TEXTO DEVE 
SER UM TODO COERENTE E NÃO UM AMONTOADO DE SENTENÇAS.
Ao redigir um texto, devemos nos preocupar com dois aspectos que 
devem estar em equilíbrio: a forma e o conteúdo. A FORMA consiste na 
utilização da gramática normativa, da estruturação da frase e dos recursos 
estilísticos que a língua oferece. O CONTEÚDO se refere aos pensamentos, 
ideias, sentimentos, fatos ou impressões que possibilitam ao leitor a 
compreensão e interpretação do tema desenvolvido. O texto deve conseguir 
apresentar um equilíbrio entre forma e conteúdo: boas ideias numa linguagem 
clara, correta, simples e elegante. 
Vale salientar que a leitura nos ajuda a conhecer temas, formas de 
escrita, tipos de textos, vocabulário, ortografia; entretanto, para escrever é 
preciso praticar a escrita. A escrita não é um dom; a escrita exige de nós um 
trabalho rigoroso e, para tanto, precisamos ter interesse em desenvolver tal 
atividade. Quanto mais produzirmos escrita, melhores escritores nos 
tornaremos.
Caro(a) aluno(a),
Depois lido o texto-base da SUBUNUIDADE 3 e fazer várias reflexões e 
anotações, procure desenvolver as seguintes atividades, buscando avaliar-se 
em termos da compreensão que do estudo realizado:
g) Releia o texto-base;
h) Reveja suas anotações;
i) Busque, no dicionário, as palavras que você não compreendeu. 
j) Procure organizar suas anotações em um 
pequeno texto, sintetizando o conteúdo desta unidade e depois poste na 
Biblioteca do polo. Isso ajudará muito você a fazer a avaliação da 
SUBUNIDADE 3.
CONCLUSÃO 
Chegamos ao final da SUBUNIDADE 3. Reflita sobre tudo o que lemos 
sobre ESCRITA e, antes de realizar a avaliação da SUBUNIDADE, aprofunde 
seus estudos lendo o material indicado no link SABER MAIS.
Leia sobre a História da Escrita em:
<http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/historiadaescrita.htm>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita>
<http://www.lendo.org/a-historia-da-lingua-escrita/>
Você leu o texto-base da SUBUNIDADE 3 e tomou anotações. Além 
disso, você leu os textos indicados na seção SABER MAIS e outros que você 
pesquisou em livros, revistas e internet. Com base nas suas leituras, produza 
um texto com o seguinte título: 
a) A Escrita: da pedra ao computador
Atente para a clareza, a coesão, a coerência do texto e também para a 
correção ortográfica. Não esqueça de citar as fontes que você consultar. 
 Não esqueça de enviar esta atividade para o Fórum 
de Discussão de sua turma, pois ela será objeto de avaliação.
ATIVIDADE FINAL DA UNIDADE I – LEITURA/TEXTO/ESCRITA
Após o estudo da Unidade I, releia suas atividadesanteriores e faça um 
esquema ou mapa conceitual, integrando os conceitos básicos que você 
estudou nas três subunidades da Unidade I: LEITURA-TEXTO-ESCRITA.
Bom trabalho!
UNIDADE II
APRESENTAÇÃO
Constituição e Funcionamento do Texto
Vamos estudar, na UNIDADE II, alguns aspectos da Constituição e 
Funcionamento do Texto. Trabalharemos em processos de interação 
constante, mediatizados pela leitura de textos de diferentes tipos. Assim, é 
necessário que você se dedique bastante à leitura dos textos propostos, pois 
ela é fundamental nesse processo.
A nossa avaliação consistirá das Propostas de Atividades apresentadas 
ao final de cada SUBUNIDADE. Tais Atividades serão realizadas por você e 
compartilhadas com outros alunos de sua turma nos fóruns de discussão. Além 
disso, teremos uma atividade final dessa UNIDADE II. 
Na UNIDADE II, teremos Três SUBUNIDADES:
SUBUNIDADE 1 – OS GÊNEROS TEXTUAIS
SUBUNIDADE 2 - TEXTO E TEXTUALIDADE - I
SUBUNIDADE 3 – TEXTO E TEXTUALIDADE - II
Portanto, nessa UNIDADE I, você realizará TRÊS Propostas de 
Atividades (uma atividade em cada uma das SUBUNIDADES) mais a 
Atividade Final da UNIDADE I.
Esperamos que a UNIDADE I possa auxiliar você a compreender os conceitos básicos 
necessários ao desenvolvimento deste Componente Curricular
Vamos ao trabalho!
UNIDADE II
SUBUNIDADE 1 
 Os Gêneros Textuais
INTRODUÇÃO
Caro (a) Aluno(a),
Vivemos num mundo letrado. Enquanto leitores e produtores de textos 
devemos ser competentes e eficazes usuários da língua escrita, pois estamos 
envolvidos em diferentes práticas sociais, em diferentes situações 
comunicativas. Dispomos de diferentes tipos de textos, como já vimos, e 
também dispomos de diferentes gêneros textuais (ou discursivos). Esses 
gêneros é que nos permitem reconstruir os sentidos de textos que lemos ou 
produzimos. Isso quer dizer que cada gênero textual tem uma diferente função 
nas nossas práticas sociais.
Para que possamos reconstruir os sentidos de um texto, não podemos 
ser leitores e escritores que apenas dominam o código escrito para decifrar ou 
cifrar palavras, frases e textos. O texto, assim, deve ser pensado em 
conformidade com as metas comunicativas das diferentes práticas sociais.
Nessa SUBUNIDADE, trataremos dos gêneros textuais e sua aplicação 
em situações comunicativas.
Convido você a iniciar os estudos propostos pela nossa SUBUNIDADE 
1: OS GÊNEROS TEXTUAIS
Bom trabalho!!!
OS GÊNEROS TEXTUAIS
Quando tratamos de LEITURA, nós vimos que dispomos de textos 
ouvidos, falados ou vistos, Quando tratamos de TIPOLOGIA TEXTUAL, na 
Subunidade 1, dissemos que, no aspecto estrutural (formal, organizacional), os 
textos podem ser descritivos, narrativos e dissertativos. Você lembra? 
Nas nossas práticas sociais, fazemos uso da linguagem oral ou escrita: 
seja para ouvir e produzir textos orais, seja para ler e produzir textos escritos. 
Dessa forma interagimos socialmente e atendemos a diferentes objetivos 
comunicativos demandados pelas mais diversas situações e atividades sociais. 
Os textos que produzimos e compreendemos, portanto, são socialmente 
situados e, por isso, se constituem como atividades de linguagem. Isso quer 
dizer que praticamos a linguagem em determinados contextos sociais, em 
determinadas condições de produção discursiva, com determinadas finalidades 
comunicativas entre os interlocutores. É claro que todo texto é marcado por 
características formais e também pelo estilo daquele que o produz.
 
São as características formais, temáticas e estilísticas que vão 
caracterizar os textos como pertencentes a um determinado GÊNERO 
TEXTUAL.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (p.23), “os textos 
organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza temática, 
composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou 
aquele gênero”.
As propriedades temáticas, formais e estilísticas comuns e recorrentes, 
então, é que situam um texto dentro de um determinado gênero. Os Gêneros 
Textuais ou discursivos possibilitam a comunicação porque eles caracterizam 
situações habituais cristalizadas nas práticas sociais de linguagem.
Leia, agora, alguns fragmentos do texto “Letramento e diversidade 
textual”, escrito por ROXANE ROJO, disponível em: 
<http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/ale/tetxt5.htm>:
[...] os gêneros, enquanto formas historicamente cristalizadas nas práticas 
sociais, fazem a mediação entre a prática social ela própria e as atividades de 
linguagem dos indivíduos. Os locutores sempre reconhecem um evento 
comunicativo, uma prática de linguagem, como instância de um gênero (a ação 
de telefonar como um telefonema; a ação de ensinar na escola como uma 
aula; a ação de escrever um texto como este para um programa de formação 
de professores como um artigo de divulgação e assim por diante). O gênero 
funciona, então, como um modelo comum, como uma representação integrante 
que determina um horizonte de expectativas para os membros de uma 
comunidade confrontados às mesmas práticas de linguagem. Os gêneros, 
portanto, intermedeiam e integram as práticas às atividades de linguagem. São 
referências fundamentais para a construção das práticas de linguagem. 
[...] as relações entre os parceiros da enunciação não se dão num vácuo 
social. São estruturadas e determinadas pelas formas de organização e de 
distribuição dos lugares sociais nas diferentes instituições e situações sociais 
de produção dos discursos. É o que Bakhtin/Volochínov designam por esferas 
comunicativas, divididas em dois grandes estratos: as esferas do cotidiano 
(familiares, íntimas, comunitárias, etc.), onde circula a ideologia do cotidiano, e 
as esferas dos sistemas ideológicos constituídos (da moral social, da ciência, 
da arte, da religião, da política, da imprensa, etc.). Em cada uma dessas 
esferas comunicativas, os parceiros da enunciação podem ocupar 
determinados lugares sociais e essabelecer certas relações hierárquicas e 
interpessoais; selecionar e abordar certos temas, e não outros; adotar certas 
finalidades ou intenções comunicativas, a partir de apreciações valorativas 
sobre o tema e sobre a parceria.
[...] certos gêneros essabeleceram, ou não, historicamente, relações de 
textualidade com certas modalidades de linguagem (oral, escrita, não verbal, 
etc.). Bakhtin (1979) aproxima os gêneros primários da modalidade oral da 
linguagem e das esferas do cotidiano, enquanto que relaciona os gêneros 
secundários do discurso às esferas dos sistemas ideológicos constituídos que 
surgem em situações sociais mais complexas e evoluídas, muitas vezes 
relacionados complexamente à modalidade escrita da linguagem.
[...] Os conteúdos das práticas que constituem o eixo do USO da linguagem 
dizem respeito aos aspectos que caracterizam o processo de interlocução. São 
eles:
 historicidade da linguagem e da língua;
 constituição do contexto de produção, representações de mundo e 
interações sociais:
 sujeito enunciador;
 interlocutor;
 finalidade da interação;
 lugar e momento da produção;
 implicações do contexto de produção na organização dos discursos: 
restrições de conteúdo e forma decorrentes da escolha de gêneros e 
suportes;
 implicações do contexto de produção no processo de significação:
 representações dos interlocutores no processo de construção dos 
sentidos;
 articulação entre texto e contexto no processo de compreensão;
 relações intertextuais.”
[...] os letramentos

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