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Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 1 NUTRIÇÃO BÁSICA NUTRIÇÃO, ALIMENTOS E NUTRIENTES CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO É a ciência que se ocupa dos alimentos, dos nutrientes e seus outros componentes que s são as substâncias bioativas-, sua ação, interação e balanço em relação à saúde e a enfermidade, assim como os processos por meio dos quais o organismo ingere, absorve, transporta utiliza os componentes e excreta seus resíduos. NUTRIÇÃO É a combinação de processos através dos quais o organismo recebe e utiliza os elementos necessários para obtenção de energia, a manutenção das suas funções fisiológicas, biológicas e mentais e a formação e desenvolvimento e a regeneração dos tecidos. A nutrição compreende as seguintes fases: Fase da alimentação: Ato voluntário que compreende a escolha, a preparação e o consumo de alimentos. Tem conotação direta com as necessidades biopsicossociais e econômicas do indivíduo; Fase da digestão, da absorção e do metabolismo: Inicia-se a partir da ingestão dos alimentos até o momento e que o organismo utiliza seus componentes para a manutenção e / ou recuperação da saúde. Fase da excreção: Compreende a eliminação de parte dos componentes alimentares não utilizados. ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO São etapas de significado e ação diferentes, mas relacionadas entre si. O processo de nutrição inicia-se após a ingestão dos alimentos e é dependente da qualidade e da quantidade dos componentes da alimentação. Essa união, quando harmoniosamente desenvolvida, garante ao individuo plenas funções orgânicas e condições de manter sua vida e saúde Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 2 “ Alimentação equilibrada deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completa, harmoniosa em seus componentes e adequada à sua finalidade (nutrir e manter a vida) e ao organismo a que se destina”. TRANSIÇÃO NUTRICIONAL DESNUTRIÇÃO Avanços tecnológicos Mudança nos hábitos alimentares EXCESSO DE PESO/OBESIDADE TERMOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA NUTRIÇÃO Alimentos: produtos de origem animal ou vegetal que fornecem energia e nutrientes. Nutrientes: elementos responsáveis pela manutenção de todas as reações bioquímicas necessárias para o funcionamento do organismo; Nutrientes essenciais: aqueles que NÃO são produzidos pelo nosso organismo, portanto devem ser adquiridos a partir da dieta; Dieta: conjunto de alimentos que o indivíduo consome diariamente GER (Gasto Energético de Repouso): Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 3 Energia despendida nas atividades necessárias para manter as funções corporais normais e a homeostase; GEB (Gasto Energético Basal): Quantidade mínima de energia gasta que é compatível com a vida. TMB (Taxa de Metabolismo Basal): reflete a quantidade de energia utilizada : durante 24hs enquanto se descansa fisicamente (deitado) e mentalmente. Obtida seguindo protocolo específico. GET (Gasto Energético Total): Somatório do GEB + AF + efeito térmico dos alimentos; VET (Valor Energético Total): Define a ingestão energética diária de um indivíduo. Expresso em Kcal ou KJ GET = VET manutenção do peso GET > VET perda de peso GET < VET ganho de peso EQUILÍBRIO!!!! CLASSIFICAÇÃO DOS NUTRIENTES De acordo com a função que exercem, podemos classificar os nutrientes nos seguintes tipos: 1. Nutrientes que constroem e reparam tecidos, ou seja nutrientes construtores e reguladores: proteínas – Essencias à formação de todos os tecidos; minerais – Principais construtores de ossos e dentes, mas praticamente encontráveis em todas as células; Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 4 água - Constituintes de todos os tecidos; 2. Nutrientes que regulam os processos orgânicos e as condições internas, ou seja, nutrientes reguladores; água minerais; fibras; vitaminas; proteínas 3. Nutrientes que fornecem calor e energia, ou seja, nutrientes energéticos: carboidratos - mais eficaz fonte de energia para o organismo; lipídios – mais concentrada fonte de energia . SEGUNDA CLASSIFICAÇÃO • Macronutrientes: proteínas, carboidratos e lipídios • Micronutrientes: vitaminas e minerais • Água MACRONUTRIENTES PROTEÍNAS • Fornecem 4 kcal/g • 10 a 15% do VET (0,8g/kg) • PTN animal: AVB → possuem todos os AA essenciais • PTN vegetal: são incompletas (exceção: soja) • FUNÇÕES – Enzimas – Formação de tecidos (estrutural) – Sistema Imune Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 5 – Hormônios – Transportadores sangüíneos • FONTES - Carnes, leite e derivados - Leguminosa AMINOÁCIDOS Essenciais Condicionalmente essenciais Não Essenciais Fenilalanina Prolina Glicina Triptofano Serina Alanina Valina Taurina Prolina Leucina Glicina Tirosina Isoleucina Tirosina Serina Metionina Cisteína Cisteína Treonina Aspartato Lisina Glutamato Arginina Asparagina Histidina Glutamina CARBOITRADOS • Fornecem 4kcal/g • 55 a 75% VET • 45 a 65% ® carboidratos complexos e fibras alimentares • < 10% açúcar simples • Fórmula geral: [C(H2O)]n • FUNÇÕES - Fonte de energia (rápida) - Reserva de energia - Matéria prima para biossíntese de outras moléculas - Estrutural (células vegetais) LIPÍDIOS Fornecem 9 kcal/g Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 6 LIPOSSOLÚVEIS Vitamina A Vitamina D Vitamina E Vitamina K • 15 a 30% do VET • FUNÇÕES - Armazenamento de energia - Proteção térmica - Proteção contra choques - Hormônios esteróides - Membrana celular • FONTES - Carnes, óleos, leite e derivados, peixes, leguminosas, frutas(ex: abacate, açaí). MICRONUTRIENTES Compostos orgânicos necessários para reações metabólicas específicas no meio celular e imprescindíveis para o normal funcionamento do organismo; • Não são fontes de calorias; • Pouca contribuição para o aumento da massa corpórea; • Essenciais ao organismo; • Coenzimas e catalisadores. HIDROSSOLÚVEIS B1 (Tiamina) B2 (Riboflavina) B3 (Niacina) B6 (Piridoxina) B12 (Cianocobalamina) Bc (Ácido Fólico ou folacina) H (Biotina) C (Ácido ascórbico) • Funções - Construção e manutenção de ossos e dentes; - Transporte através das membranas celulares; - Liberação de neurotransmissores; Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 7 - Influencia a função de hormônios protéicos; - Liberação ou ativação deenzimas; - Necessário p/ transmissão nervosa e regulação dos batimentos cardíacos; - Estimula liberação de tromboplastina (plaquetas); - Co-fator p/ conversão de protrombina – trombina. FIBRAS ALIMENTARES Parte dos alimentos vegetais que resistem à digestão; • Nenhum alimento de origem animal contém fibras alimentares; • Recomendação: 25g/d; • Contribuem com 1,5 kcal/g (cólon intestinal ® degradação bacteriana). ÁGUA • Essencial para a vida • 0 kcal • 75% do corpo humano – Água intracelular – Água extracelular ÁLCOOL • 7kcal/g • Caloria vazia • Tóxico em excesso (fígado) LEIS DA ALIMENTAÇÃO Uma vida saudável baseia-se num conjunto de fatores que irão contribuir para que isso possa ocorrer. Uma dieta saudável é uma importante aliada para quem deseja viver com Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 8 saúde. Pensando nisso, iremos apresentar aqui, as quatro leis que devem reger uma alimentação saudável: Lei da qualidade A dieta deve ser composta por alimentos que forneçam todos os nutrientes necessários ao indivíduo. O princípio dessa lei é alimentar-se com qualidade, suprindo as necessidades de proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e minerais diárias. Lei da quantidade Cada indivíduo tem a sua quantidade de energia (calorias) que deve consumir diariamente, essa quantidade não deve ser ultrapassada. Os excessos devem ser evitados, priorizando sempre consumir a quantidade de calorias recomendada. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 9 Lei da harmonia Distribuir de forma harmônica os nutrientes, ingerindo todos os grupos de alimentos. Comer somente frutas e verduras, por exemplo, não é sinônimo de uma boa alimentação. É preciso somar todos os alimentos de maneira que possa existir um equilíbrio entre eles para suprir as necessidades nutricionais. Lei da adequação A dieta deve ser individual. Ela vai se adequar às necessidades de cada indivíduo, portanto, muito cuidado com as dietas prontas. A alimentação deve estar adequada as condição fisiológica e a sua fase da vida. Por exemplo, as necessidades nutricionais de uma gestante é diferente de um idoso. Deve haver um cuidado com o que se come, para que não venha afetar a qualidade da dieta. Adequar, harmonizar e não exceder na alimentação diária são passos para que o indivíduo possa se alimentar bem e corretamente, isso irá refletir na qualidade de vida e mantê-lo longe das doenças crônicas não transmissíveis como obesidade,diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Essas doenças podem ser evitadas através de uma boa alimentação associada aos exercícios físicos. Como se pode perceber, as quatro leis da alimentação não podem fazer milagres, isto é, elas não podem atuar sozinhas para alcançar o equilíbrio na dieta alimentar de um indivíduo. Entretanto, são a base que todo nutricionista utiliza e respeita quando estuda os hábitos alimentares de cada um a fim de melhor indicar-lhe uma dieta mais adequada ao seu caso, bem como orientações sobre como segui-la. Em resumo, são o alicerce para a boa alimentação. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 10 VITAMINAS -Importante participação nos processos metabólicos. Podem ser hidrossolúveis e lipossolúveis. VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS RETINOL (Vitamina A ) Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 11 Existem três formas presentes no organismo Retinol: encontrado no fígado Retinaldeído: presente em células da reprodução humana e proteção ocular. Ácido retinóico: vitamina A ativa Existem duas fontes de vitamina A: Origem animal: Encontrado como retinol no organismo oxidado em retinaldeído, seguindo outra oxidação em ácido retinóico (vitamina A ativa) Origem vegetal: Encontrado como carotenóide (pró-vitamina), sendo a forma mais ativa o betacaroteno, estes compostos podem ser convertidos em forma ativa no organismo quando seis betacarotenos se igualam a um retinol. PRINCIPAIS FUNÇÕES: Protege a visão noturna. Indispensável ao crescimento e desenvolvimento dos ossos e células epiteliais DEFICIÊNCIA: Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 12 Nictalopia: cegueira noturna Xerose: atrofia e queratinização da córnea, com secura nos olhos Xeroftalmia: ulceração e endurecimento das córneas. EXCESSO Pele seca e unhas quebradiças Hipercarotenodermia: deposição de carotenos nos tecidos (pele e olhos amarelados) Sensibilidade em articulações e ossos. FONTES ALIMENTARES: Retinol: produtos lácteos, manteiga, creme de leite e queijos. (origem animal) Betacarotenos: Vegetais amarelo-alaranjado-vermelho em que o organismo converte em retinol, são: cenoura, abóbora, frutas e hortaliças amarelas. COLECALCIFEROL (Vitamina D) Apresentam-se em duas formas Vitamina D2: ergocalciferol ou calciferol, originada do ergosterol presente no tecido vegetal (utilizada na fortificação dos alimentos) Vitamina D3: colecalciferol, originada da transformação do 7-deidrocolesterol presente na pele dos mamíferos. *Necessitam de raios solares para serem transformadas no rim na forma ativa. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 13 PRINCIPAIS FUNÇÕES: Ajuda na absorção do cálcio Previne raquitismo DEFICIÊNCIA Raquitismo em crianças Osteomalácia em adultos EXCESSO Hipercalemia Anorexia Fraqueza Náusea Vômito Constipação intestinal FONTES ALIMENTARES Gema de ovo, fígado, manteiga, óleo de fígado de peixes (arenque, cavala, sardinha e atum). TOCOFEROL (Vitamina E) É um antioxidante, razoavelmente resistente a alta temperatura e se destrói em contato com a gordura rançosa, chumbo e ferro. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 14 *O congelamento e fritura quentes destroem a vitamina, esta é armazenada no fígado e tecido adiposo. FUNÇÃO Sinergia com o retinol Protege a membrana celular contra radicais livres e consequentemente o envelhecimento Impede a peroxidação de ácidos graxos polinsaturados. DEFICIÊNCIA Segundo estudos é rara devido a grande disponibilidade nos alimentos. Quando há deficiência está associada a má absorção ou anormalidade no transporte de lipídeos, sendo sua deficiência associada a sintomas de neuropatia EXCESSO Raro, mesmo com megadoses. Estudos mostram que o pacientes com sangramento, o mesmo desaparece após a suspensão da vitamina E. FONTES ALIMENTARES Óleos de sementes, principalmente gérmen de trigo. Fontes em menores quantidades como frutas, vegetais e gorduras animais. QUINONA (Vitamina K) Apresenta-se em 3 formasK1 (filoquinona) presente em plantas verdes K2 (menaquinona) produzida através da ação bacteriana K3 (menadiona) formada sinteticamente, mais potente que as biológicas. *Resistente a cocção, é absorvida no intestino delgado e transportada até o fígado Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 15 FUNÇÕES: Indispensável a coagulação sanguínea juntamente com a protombrina DEFICIÊNCIA Rara, porém pode estar associada a má absorção de lipídeos ou destruição da microbiota intestinal por antibióticos ou doenças hepáticas. EXCESSO O excesso do consumo de megadoses de vitamina K provocam anemia hemolítica (morte das hemácias antes da maturidade) em ratos e icterícia em lactentes. FONTES ALIMENTARES Rica em vegetais folhosos escuros como brócolis, alface e repolho. Produção considerável pela microbiota intestinal. VI TA Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 16 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS É composta por vitaminas do complexo B e vitamina C. TIAMINA (Vitamina B1) E ssencial na transformação de energia atuando no metabolismo de gorduras, proteínas e principalmente carboidrato. *O cozimento pode levar a perda da vitamina, mesmo no microondas, no entanto o congelamento não interfere na perda. **vitamina B1 absorvida no duodeno e pode ser sintetizada pela microbiota intestinal no TGI, porém pode ser inibida pelo consumo de álcool. DEFICIÊNCIA 1º Sistema nervoso: BERI BERI SECO – confusão mental e perda muscular. 2º Sistema cardiovascular: BERI BERI ÚMIDO – edema nos membros superiores e inferiores e aumento do volume cardíaco. EXCESSO Não há efeito conhecido. FONTES ALIMENTARES Fonte animal: carne de porco magra, carnes magras, gema de ovo, peixe e músculos. Fonte vegetal: gérmen de trigo, leguminosas, pães integrais enriquecidos e cereais. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 17 RIBOFLAVINA (Vitamina B2) Importante nos processos metabólicos funcionando como coenzima como flavina adenina dinucleotídeo (FAD) e flavina adenina mononucleotídeo (FMN) responsável por catalisar as reações de oxidação. *Estável ao calor e cozimento, mas se desintegra na luz. ** Absorvida no intestino delgado, mas não é armazenada, sendo eliminada pela urina. DEFICIÊNCIA Quando ocorre geralmente está associada à deficiência de outras vitaminas hidrossolúveis, levando vários meses para que sinais de deficiência se desenvolvam. Queilose: rachadura no canto dos lábios; Glossite: língua inchada e arroxeada Dermatite seborreica; Lacrimejamento dos olhos EXCESSO Não há efeito conhecido FONTES ALIMENTARES Suas melhores fontes são leite, queijos do tipo cheddar e ricota, carnes magras,leveduras, ovos, leguminosas e vegetais de folhas verdes- escuras. Os pães são geralmente enriquecidos com vitamina, devido à farinha durante a moagem ter perdas consideráveis dessa vitamina. NIACINA (Vitamina B3) Componente das coenzimas nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) e nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP). Presentes em todas as células, são essenciais para a liberação de energia proveniente dos nutrientes. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 18 A absorção ocorre no intestino delgado, sendo o excesso eliminado na urina. DEFICIÊNCIA Deficiência aguda: fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupção cutânea; Deficiência crônica: pelagra ou doenças dos 3Ds: dermatite, demência e diarreia. EXCESSO Geralmente não ocorre pela ingestão dietética, mas sim terapêutica, causando formigamento, sensação de latejamento na cabeça e vasodilatação. FONTES ALIMENTARES Carnes, leite, ovos, levedo de cerveja, amendoim e pasta de amendoim. ÁCIDO PANTOTÊNICO (Vitamina B5) Cosntituinte da coenxima A (acetil-coa) essencial para o metabolismo celular, liberação de energia dos carboidratos, ácidos graxos, além da síntese de hormônios esteroides e colesterol. É estável durante o cozimento, mas em alimentos refinados e processados ocorrem perdas significativas. È absorvida facilmente pelo trato intestinal e eliminada pela urina, e pode ser sintetizada pelas bactérias intestinais. DEFICIÊNCIA Devido ser largamente distribuída nos alimentos, não há causas conhecidas por deficiência. EXCESSO Diarréia. FONTES ALIMENTARES Ovo, rim, fígado e leveduras, brócolis e carne bovina. PIRIDOXINA, PIRIDOXAL e PIRIDOXAMINA (Vitamina B6) A piroxidamina e o piridoxal são derivados da piridoxina que funciona como coenzima no metabolismo das proteínas e ácidos graxos. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 19 A piridoxina é essencial para o metabolismo do triptofano em sua conversão à niacina, além de facilitar a liberação do glicogênio hepático e muscular e participar da síntese de hemoglobina e da formação da bainha de mielina regulando a síntese de um neurotransmissor importante no funcionamento cerebral. As três formas: piridoxina, piridoxal e piridoxinamina são absorvidas na porção do intestino delgado, são estáveis ao calor em meio ácido, mas muito instáveis a luz e a0o congelamento. DEFICIÊNCIA Fraqueza, irritabilidade, insônia. Acarreta anormalidades no sistema nervoso central, anemia e dermatite. EXCESSO Em altas doses pode provocar insônia e ataxia. FONTES ALIMENTARES Carne de porco e vísceras (principalmente fígado), leguminosas, batatas, bananas e aveia. ACIDO FÓLICO, FOLATO, FOLACINA (Vitamina B9) A folacina e o folato são nutricionalmente e quimicamente parecidos com ácido fólico, têm a função de coenzimas, atuam no metabolismo do carbono, aminoácidos e estão presentes na síntese de DNA e RNA, sendo importantes na formação das hemácias e leucócitos na medula óssea. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 20 Estão presentes nos alimentos, mas são facilmente oxidáveis e perdidos durante o preparo a altas temperaturas. DEFICIÊNCIA Anemia megaloblástica Glossite Distúrbios no trato intestinal Defeitos do tubo neural (fetos). EXCESSO Não está totalmente esclarecido FONTES ALIMENTARES Fígado, feijão e vegetais frescos de folhas verdes-escuras, espinafre, brócolis e aspargo; Carne bovina magra, batata, paão integral, laranja; Cerca de 50% do folato nos alimentos é destruído na preparação. COBALAMINA (Vitamina B12) As formas mais ativas são cianocobalamina e hidroxicobalamina. São substâncias hidrossolúveis que formam cristais vermelhos pela presença do cobalto. Comercialmente encontramos a cianocobalamina por ser a forma mais estável. É destruída em quantidade considerável pelo cozimento e a sua absorção ocorre no trato intestinal em quantidade significativa pela presença do fator intrínseco. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 21 A vitamina B12 é essencial para o funcionamento normalde todas as células, especialmente para aquelas do trato intestinal, medula óssea e tecido nervoso inclusive as sanguíneas, atuando em sua maturação, envolvida na formação da bainha de mielina. Vegetarianos devem fazer a adequação da dieta ou su´plementação medicamentosa para não ocorrer déficit dessa vitamina. DEFICIÊNCIA Perda de apetite Anemia perniciosa Glossite Alterações neurológicas Formigamento e queimação nos pés Fraqueza nas pernas EXCESSO Não existem dados sobre o excesso de vitamina B12 FONTES ALIMENTARES Presentes em alimentos com proteína animal como fígado e rim, leite, ovos, peixe, queijo e carnes de músculos. BIOTINA (Vitamina H) Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 22 Está envolvida na gliconeogênese, na síntese e oxidação de ácidos graxos atuando como coenzima e degradação de alguns aminoácidos (ácido aspártico, treonina e serina) DEFICIÊNCIA Dermatite seca Náuseas Vômitos Anorexia Observação: Avidina, substância presente na clara do ovo crua, impede a absorção da vitamina H, bem como drogas e anticonvulsiovantees. EXCESSO Não há nenhum tóxico conhecido da biotina FONTES ALIMENTARES Ligada à proteína na maior parte dos alimentos naturais. Sintetizadas por bactérias intetstinais e também presentes no rim, fígado, gema de ovo, feijão de soja, leveduras, peixes, nozes e farinha de aveia. ÁCIDO ASCORBICO (Vitamina C) Esta vitamina é extremamente sensível ao oxigênio, calor, cobre e pH alcalino, sendo facilmente perdida na água durante o cozimento. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 23 O ácido ascórbico é absorvido no intestino delgado, sendo armazenado no fígado e baço, mas excretado pela urina se ingerido em grande quantidade. É considerada antioxidante Atua na manutenção do colágeno (cicatrização de feridas) Resistência contra infecções Auxilia na absorção de ferro Evita sangramento das gengivas DEFICIÊNCIA Distúrbios neuróticos, como: hipocondrias, histeria, depressão Fraqueza, Perda de apetite Inflamação e sangramento das gengivas Escorbuto EXCESSO Formação de cálculo renal FONTES ALIMENTARES Frutas cítricas: laranja, limão, acerola, morango, abacaxi, caju e goiaba; Hortaliças cruas: brócolis, repolho, espinafre, pimentão Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 24 MINERAIS Desempenham importantes funções no organismo, algumas já estabelecidas e outras que a ciência ainda a descobrir. Assim como as vitaminas, a carência e o excesso são determinantes para desencadear algumas patologias. CLASSIFICAÇÃO Microminerais: cálcio, fósforo, magnésio, sódio, cloro, potássio e enxofre. Macrominerais:ferro, cobre, iodo, selênio, zinco e flúor. MACROMINERAIS CÁLCIO Mineral abundantemente encontrado no organismo, sendo 99% presente nos ossos e dentes, 1% presente no sangue e líquidos extracelulares. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 25 A absorção do cálcio acontece no duodeno, controlada pela ação da vitamina D e o íleo que não é absorvido á excretado nas fezes. Muitos fatores podem contribuir para a não-absorção do cálcio como: ácido oxálico presente no espinafre, acelga, folhas de beterraba e cacau que é rico em oxalatos, entretanto a quantidade de cacau presente no chocolate ao leite não é suficientemente grande para transferir significativamente na absorção do cálcio FUNÇÕES Formação dos ossos e dentes, coagulação sanguínea (tranformação da protombina em trombina depende da presença de cálcio; responsável pela transmissão nervosa e regulação dos batimentos cardíaco. DEFICIÊNCIA Deformidades ósseas: raquitismo, osteomalacia e osteoporose. Tetânia (irritabilidade das fibras e centros nervosos, resultando em espasmos musculares, paralisia muscular das pernas) Hipertensão EXCESSO Hipercalemia FONTES ALIMENTARES Leite e derivados Vegetais folhas verdes-escuras, sardinhas, mariscos, ostras e soja. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 26 FÓSFORO Elemento essencial, bastante abundante no organismo, responsável por mineralização óssea e dos dentes. Como fosfolipídeos, está presente em todas as membranas do organismo e na forma de fosfato é um componente vital do sistema e liberação de energia dos nutrientes DEFICIÊNCIA Devido ao fósforo ser largamente distribuído nos alimentos há pouca possibilidade de sua deficiência, mas anormalidades neuromusculares, esqueléticas, hematológicas e renais podem ocorrer devido a diminuição de ATP. EXCESSO Não foram encontrados relatos FONTES ALIMENTARES Carnes bovinas, aves, peixes e ovos. Leite e derivados Nozes, leguminosas e cereais (no revestimento interno dos cereais e fósforo é encontrado como ácido fítico), MAGNÉSIO O magnésio apresenta fundamentais funções no organismo, como metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos nucléicos (DNA e RNA) Podemos dizer que o magnésio é antagônico ao cálcio, ou seja, na contração muscular normal o cálcio age como um estimulador e o magnésio como um relaxante. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 27 A reação das células vasculares e musculares lisas depende da proporção de cálcio e magnésio. O magnésio é absorvido no intestino delgado e a maior parte no jejuno. O rim armazena-o particularmente quando sua ingestão é baixa. DEFICIÊNCIA Tremores, espasmos musculares, mudanças de personalidade, anorexia, náuseas e vômito. EXCESSO Não há referências FONTES ALIMENTARES Nozes, amêndoas, castanhas do Pará, aveia, amendoim, leguminosas e grãos de cereais não moídos, assim como v egetais de folha verde-escura, pois está presente na clorofila dessas plantas. ENXOFRE O enxofre está presente nas células do organismo juntamente com os aminoácidos principalmente no cabelo, unhas e pele. Também é encontrado em algumas vitaminas e desempenha funções de formação de coágulo e transferência de energia. DEFICIÊNCIA Na há referências EXCESSO Não há referências FONTES ALIMENTARES Carne bovina, aves, peixes, ovos, feijão seco, brócolis e couve flor SÓDIO, CLORO e POTÁSSIO Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 28 Fazem parte de todos os líquidos corporais, por isso estão estritamente relacionados entre si. O sódio representa 2%, o potássio 5% e o cloro3% do conteúdo mineral do organismo. O sódio e o cloro são elementos primariamente extracelulares, enquanto o potássio é um elemento principalmente intracelular. Esses minerais são absorvidos no trato intestinal e liberados também na urina, fezes e suor. São integrantes da bomba sódio e potássio responsável pela regulagem de líquidos na célula. DEFICIÊNCIA É rara por serem amplamente distribuídos na natureza e na dieta comum, mas devido a algumas patologias podem ocorrer hiponatremia, hipocloremia ehipocalcemia. EXCESSO Ocorre principalmente por sódio, levando a hipertensão e edemas. FONTES ALIMENTARES Sódio: sal de cozinha e alimentos marítimos, além de enlatados e produtos curados e industrializados. Cloro: maioria do cloro da dieta provém do cloreto de sódio. Potássio: frutas e vegetais crus são boas fontes. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 29 MICROMINERAIS FERRO O ferro tem papel importante como elemento estrutural do grupo heme dos glóbulos vermelhos do sangue. Desempenha papel importante em processos metabólicos de DNA, RNA e neurotransmissores. A absorção do ferro ocorre no intestino, no qual é carregado pela transferrina (proteína que se liga ao ferro), sendo posteriormente armazenado no fígado sob forma de ferritina. È aconselhável a ingestão juntamente com ácido ascórbico para facilitar sua absorção. O ferro é excretado no suor e fezes, mas não na urina. DEFICIÊNCIA Palidez; Fadiga; Falta de ar a pequenos esforços; Anemia ferropriva. EXCESSO Cefaléia; Convulsões; Vômito; Náuseas. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 30 FONTES ALIMENTARES Carne bovina, vísceras, leguminosas e hortaliças e folha verde-escura. COBRE O cobre atua no sistema imunológico, sendo indispensável para a maturação dos leucócitos. Responsável por mobilizar o ferro para a síntese de hemoglobina, hormônios e formação dos tecidos conjuntivos. È absorvido no intestino delgado e as concentrações maiores então no fígado, cérebro, coração e rim. DEFICIÊNCIA Anemia macrocítica; Diminuição do número de neutrófilos; Diminuição do número de leucócitos; Desmineralização óssea EXCESSO Náuseas; Vomito; Diarréia; Hemorragias. FONTES ALIMENTARES Fígado, molusco, ostras, grãos, integrais, leguminosas, aves e nozes. IODO Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 31 O iodo encontra-se presente nos hormônios fabricados pela glândula tireóide, T3, T4 e TSH. È essencial no controle do metabolismo humano, bem como funcionamento normal do cérebro. Quando há déficit de iodo, o hormônio TSH aumenta na corrente sanguínea e consequentemente a glândula aumenta de tamanho, podendo caracterizar o bócio. No Brasil o bócio endêmico causou grandes transtornos à população, sendo considerado uma doença de saúde publica. Dessa maneira, desde 1953 a legislação brasileira indica a adição de iodo ao sal de cozinha, para evitar possíveis reincidências. Hoje, há queda acentuada no número de pessoas com bócio. DEFICIÊNCIA Bócio; Cretinismo (deficiência mental e surdo- mudez). EXCESSO Podem ocorrer irregularidades na glândula tireóide. FONTES ALIMENTARES Peixes, frutos do mar, além do sal de cozinha. SELÊNIO Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 32 Importante na produção de enzimas para impedir a formação de radicias livres. Age conjuntamente com a vitamina E com a função antioxidante. O Selênio é absorvido no trato intestinal e armazenado em maior concentração no fígado e nos rins. DEFICIÊNCIA Aumento do colesterol; Doenças de Keshan (cardiomiopatia juvenil); Propensão ao desenvolvimento de câncer. EXCESSO Não há dados conclusivos. FONTES ALIMENTARES Aipo, alho, cebola, pepino, repolho, brócolis, cereais integrais, frutos do mar, leite e gema de ovo. ZINCO As maiores concentrações concentrações de zinco estão na musculatura, ossos e secreções de fluidos corporais. Também é essencial para a formação de enzimas, defesa imunológica, além de ser indispensável para o crescimento. É absorvido no intestino delgado e transportado para o fígado. As maiores perdas de zinco ocorrem pelas fezes, urina e sudorese excessiva. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 33 DEFICIÊNCIA Retardo no crescimento; Atraso na maturação sexual; Baixa resistência a infecções; Paladar alterado; Cicatrização prejudicada; Irritabilidade; Depressão. EXCESSO Náuseas; Vômito; Dor epigástrica; Diarréia; Tonturas. FONTES ALIMENTARES Carne bovina, aves, frutos do mar, vísceras, grãos integrais, castanhas, legumes e cereais. FLÚOR Essencial para o fortalecimento e resistência do esmalte do dente. Os ossos e dentes detem 99% do flúor no organismo. Ele tem grande eficácia no combate à cárie dental (uma doença também considerada de saúde pública), visto que age sobre bactérias, impedindo-as de formar ácidos que causam erosão nos dentes. DEFICIÊNCIA Cárie dental. EXCESSO Manchas no esmalte do dente. FONTES ALIMENTARES Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 34 Água potável, chá, café, arroz, espinafre, alface. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ESTADO NUTRICIONAL “ É o grau pelo qual a necessidade fisiológica de nutrientes do indivíduo está sendo atendida através do alimento que ele está ingerindo”. (Mahan, 1998) “É o estado de equilíbrio do indivíduo entre a ingestão e o gasto ou necessidade de nutrientes”(Mahan, 1998). Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”(Vasconcelos, 2000). “O estado resultante do equilíbrio entre suprimento de nutrientes e o gasto do organismo do outro” (Vasconcelos, 2000) Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 35 DIMENSÃO BIOLÓGICA DO CONCEITO DE ESTADO NUTRICIONAL: FATORES DETERMINANTES DO ESTADO NUTRICIONAL: Fatores econômicos (renda, acesso) Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, colegas,etc.) Fatores culturais (descendência, costumes) Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças) Fatores psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, insegurança) Fatores fisiopatológicos ALTERAÇÕES DO ESTADO NUTRICIONAL: Definição: quando ocorre o consumo inadequado de alimentos, em quantidade e Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 36 qualidade, provocando distúrbios ou carências nutricionais Ficha utilizada para orientar o entrevistador a coletar informações importantes e diversas, relativas ao indivíduo que está sendo avaliado. ANAMNESE ALIMENTAR: Geralmente é composta dos seguintes itens: Dados pessoais • Condições socioeconômicas • História clínica • Avaliação dietética • Avaliação antropométrica • Exame físico/clínico • Avaliação bioquímica • Conduta nutricional Métodos de avaliação do estado nutricional: 1) Métodos diretos: A) Inquéritos alimentares (R24h, QFCA, DA, HÁ) b) Avaliação antropométrica C) Exames laboratoriais/bioquímicosElaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 37 2) Métodos indiretos: A) Avaliação subjetiva global (ASG) B) Exame clínico/físico INQUÉRITOS ALIMENTARES: Métodos diretos, utilizados para avaliação do consumo alimentar de indivíduos e populações em um determinado período de tempo, previamente estabelecido: DIA – MÊS - ANO Usado em crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Podem fornecer tanto informações quantitativas como qualitativas sobre a ingestão alimentar, podendo relacionar a dieta ao estado nutricional de indivíduos e sua relação com o aparecimento de doenças crônicodegenerativas Pode ser o início de uma investigação e da identificação de deficiências nutricionais. Cada método apresenta vantagens e desvantagens Diferença entre eles inclui a participação do entrevistado, necessidade do mesmo ser alfabetizado, dependência da memória, número de aplicações do instrumento, estimativa da ingestão habitual e interferência no comportamento alimentar. Elaborados por : Margaret Mendes, Nutricionista CRN 3222 Página 38
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